EXCESSO DE PESO E QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE EM ADOLESCENTES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

OVERWEIGHT AND HEALTH-RELATED QUALITY OF LIFE IN ADOLESCENTS: A SYSTEMATIC REVIEW

SOBREPESO Y CALIDAD DE VIDA RELACIONADA CON LA SALUD EN ADOLESCENTES: UNA REVISIÓN SISTEMÁTICA

 


1Paulo Henrique Alves de Sousa

2Ieda Aparecida Diniz

3Fabiangelo de Moura Carlos

4Alba Otoni

5Ariene Silva do Carmo

6Márcia Christina Caetano Romano

 

1 Universidade Federal de São João del Rei-Campus Centro-Oeste Dona Lindu, Programa de Pós-Graduação Mestrado em Enfermagem, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil https://orcid.org/0000-0003-3077-3947

 

2 Universidade Federal de São João del Rei-Campus Centro-Oeste Dona Lindu, Programa de Pós-Graduação Ciências da Saúde, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil https://orcid.org/0000-0002-0032-6401

 

3 Universidade Federal de São João del Rei-Campus Centro-Oeste Dona Lindu, Programa de Pós-Graduação Mestrado em Enfermagem, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil https://orcid.org/0000-0003-1392-2875

 

4 Universidade Federal de São João del Rei-Campus Centro-Oeste Dona Lindu, Programa de Pós-Graduação Ciências da Saúde, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil, https://orcid.org/0000-0002-8126-3026

 

5 Ministério da Saúde, Coordenadoria Geral de Alimentação e Nutrição, Promoção da Saúde, Brasília, Distrito Federal, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3421-9495

 

6 Universidade Federal de São João del Rei -Campus Centro-Oeste Dona Lindu, Programa de Pós-Graduação Mestrado em Enfermagem, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil http://orcid.org/0000-0002-1819-4689

 

Autor correspondente

Márcia Christina Caetano Romano

Rua Belvedere 530 Manoel Valinhas - Cep: 35500-287

Telefone: +55(37) 988075388

Email: marciachristinacs@ufsj.edu.br

 

RESUMO

Objetivo: avaliar criticamente e conduzir uma síntese dos resultados de diversos estudos primários no que se refere à associação entre excesso de peso e qualidade de vida entre adolescentes. Método: revisão sistemática de literatura, cuja pergunta foi definida através da estratégia PECO e a elaboração do manuscrito foi baseada no PRISMA.  As bases de dados pesquisadas foram PubMed (US National Library of Medicine National Institutes of Health), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Scopus e Science Direct. Resultados: um total de 34 artigos foram selecionados, sendo que 97% deles apresentaram amostras internacionais. O excesso de peso esteve associado ao declínio da qualidade de vida relacionada à saúde em 94% das publicações, predominantemente nos domínios físico e psicossocial. Conclusão: o excesso de peso impacta negativamente na qualidade de vida relacionada à saúde em adolescentes. São imperativos investimentos em políticas públicas que favoreçam a prevenção da obesidade entre adolescentes.

Palavras-chave: Adolescente; Qualidade de Vida; Estado Nutricional; Obesidade; Saúde.

 

ABSTRACT

Objective: to critically evaluate and conduct a synthesis of the results of several primary studies regarding the association between overweight and quality of life among adolescents. Method: systematic literature review, whose question was defined using the PECO strategy and the manuscript preparation was based on PRISMA. The databases searched were PubMed (US National Library of Medicine, National Institutes of Health), Lilacs (Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences), Scopus and Science Direct. Results: a total of 34 articles were selected, 97% of which had international samples. Overweight was associated with a decline in health-related quality of life in 94% of publications, predominantly in the physical and psychosocial domains. Conclusion: overweight negatively impacts health-related quality of life in adolescents. Investments in public policies that favor the prevention to obesity among adolescents are imperative.

Keywords: Adolescent; Quality of Life; Nutritional Status; Obesity; Health.

 

RESUMEN

Objetivo: evaluar críticamente y realizar una síntesis de los resultados de varios estudios primarios sobre la asociación entre sobrepeso y calidad de vida en adolescentes. Método: revisión sistemática de la literatura, cuya pregunta se definió mediante la estrategia PECO y la elaboración del manuscrito se basó en PRISMA. Las bases de datos buscadas fueron PubMed (Biblioteca Nacional de Medicina de los EE. UU., Institutos Nacionales de Salud), Lilacs (Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud), Scopus y Science Direct. Resultados: se seleccionaron un total de 34 artículos, de los cuales el 97% tenían muestras internacionales. El exceso de peso se asoció con una disminución de la calidad de vida relacionada con la salud en el 94% de las publicaciones, predominantemente en los dominios físico y psicosocial. Conclusión: el sobrepeso impacta negativamente en la calidad de vida relacionada con la salud en adolescentes. Es imperativo invertir en políticas públicas que favorezcan la prevención y atención de la obesidad entre los adolescentes.

Palavras clave: Adolescente; Calidad de Vida; Estados Nutricionales; Obesidad; Salud

 

Fomento: Universidade Federal de São João del-Rei programa de pós-graduação mestrado acadêmico em enfermagem.

Agradecimento: Agradecimentos ao Núcleo de Estudos Sobre Crianças e Adolescentes (NECA), da Universidade Federal de São João del-Rei, Compus Centro-Oeste Dona Lindu CCO.


 

 


INTRODUÇÃO

O aumento na prevalência de excesso de peso em adolescentes tornou-se um sério desafio de saúde pública do século XXI. Trata-se de um problema global que afeta países desenvolvidos e subdesenvolvidos e que pode contribuir para maior risco à saúde, favorecendo o desenvolvimento de várias doenças crônicas não transmissíveis, incluindo diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, câncer, influenciando também aspectos psicossociais(1).

Sabe-se que, no mundo, mais de 340 milhões de crianças e adolescentes, com idade entre cinco e 19 anos, estavam acima do peso ou obesas em 2016(1). A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar mostrou que cerca de 23,7% dos estudantes brasileiros entre 13 e 17 anos tinham excesso de peso, sendo sobrepeso (15,9%) ou obesidade (7,8%) em 2015, o que correspondia a um total aproximado de 3,1 milhões de jovens(2). Em Minas Gerais, observou-se que 24% dos escolares de uma escola pública apresentaram excesso de peso(3).

A associação entre o excesso de peso entre adolescentes e Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) tem gerado interesse na literatura, mas entre pesquisas avaliadas, os resultados não são consensuais, além de que os mecanismos que explicam essa relação ainda não são claros(4-5). A QVRS está relacionada a três principais dimensões da saúde, física, psicológica e social, que somadas podem indicar um resultado que representa a saúde geral. Considerando que o estado nutricional do adolescente se insere na dimensão física, psicológica e social, estudar o impacto do excesso de peso na QVRS, faz-se relevante(6).

A busca de evidências na literatura acerca da relação do excesso de peso entre adolescentes e qualidade de vida tem o potencial de contribuir para uma maior elucidação sobre o tema e sinalizar a necessidade de realização de outros tipos de estudos, além de favorecer o campo de pesquisa acerca da saúde nutricional do adolescente. Portanto, a pergunta da presente proposta consiste em: adolescentes com excesso de peso têm mais chance de terem domínios de QVRS afetados negativamente, quando comparados com adolescentes eutróficos? O objetivo deste estudo é avaliar criticamente e conduzir uma síntese dos resultados de diversos estudos primários no que se refere à associação entre excesso de peso e qualidade de vida entre adolescentes.

 

MÉTODO

 

         Procedeu-se a uma revisão sistemática da literatura, que consiste em uma investigação científica que tem por objetivo reunir, avaliar criticamente e conduzir uma síntese dos resultados de diversos estudos primários(7). A questão foi definida através da estratégia PECO sobre pesquisa e busca de evidência (Pessoas: adolescentes, Exposição: Obesidade, Comparação: Adolescentes eutróficos, Resultados/Outcomes: qualidade de vida).

A pesquisa foi realizada nos meses de junho e julho de 2020, nas bases de dados eletrônicas PubMed (US National Library of Medicine National Institutes of Health), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Scopus e Science Direct, mesclando os seguintes termos e entretermos integrantes da lista de Descritores em Ciências da Saúde (DeCs) e da Medical Subject Headings (MeSH): População - Mesh: “Adolescent”, Entretermos: (Adolescents), (Adolescence), (Teens), (Teen), (Teenagers), (Teenager), (Youth), (Youths), (Adolescents, Female), (Adolescent, Female), (Female Adolescent), (Female Adolescents), (Adolescents, Male), (Adolescent, Male), (Male Adolescent), (Male Adolescents), Mesh: “Young Adult”, Entretermos: (Adult, Young), (Adults, Young), (Young Adults), Mesh: “Child” Entretermos: (Children). Exposição: Mesh: “Pediatric obesity”, Entretermos: (Obesity, Pediatric), (Childhood Onset Obesity), (Obesity, Childhood Onset), (Obesity in Childhood), (Child Obesity), (Obesity, Child), (Childhood Obesity), (Obesity, Childhood), (Infant Overweight), (Overweight, Infant), (Infantile Obesity), (Obesity, Infantile), (Infant Obesity), (Obesity, Infant), (Childhood Overweight), (Overweight, Childhood), (Adolescent Overweight), (Overweight, Adolescent), (Adolescent Obesity), (Obesity, Adolescent), (Obesity in Adolescence), Mesh:, “Obesity”, Mesh: “Overweight”. Comparação: Mesh: “Adolescent Nutritional Physiological Phenomena”, Entretermos: (Nutrition Physiology, Adolescent), (Adolescent Nutritional Physiology), (Nutritional Physiology, Adolescent), (Physiology, Adolescent Nutritional), (Adolescent Nutrition Physiology), (Physiology, Adolescent Nutrition), (Adolescent Nutritional Physiological Phenomenon). Resultado/Desfecho: Mesh: “Quality of life”, Entretermos: (Life Quality), (Health-Related Quality Of Life), (Health Related Quality Of Life), (HRQOL).

Foram considerados como critérios de inclusão todos os tipos de estudos com data de publicação até junho de 2020, não sendo incluídos neste estudo literatura cinzenta, carta ao editor, e revisão de literatura, população com faixa etária entre 10 e 19 anos. Não houve limitação temporal nessa revisão. Para maior levantamento de estudos sobre a temática desta revisão, optou-se pela não delimitação temporal, considerando que autores referem que a restrição do tempo pode excluir estudos relevantes à temática, uma vez que estes podem ter sido publicados em períodos distintos7. Foram incluídos os estudos no idioma inglês, espanhol e português.

A seleção dos artigos foi realizada pelos pesquisadores PHAS e IAD, de forma independente com o auxílio do software Rayyan(8). A princípio, realizou-se uma triagem pela leitura de títulos e resumos, e em caso de discordância entre eles decidiu-se, em plenária, com a participação de um terceiro pesquisador, MCCR, pela inclusão ou exclusão do manuscrito. Atendeu-se ao protocolo PRISMA(9) para o processo de identificação, seleção, elegibilidade e inclusão dos estudos (Figura 1) e seu check list foi utilizado para a elaboração deste trabalho.

Na fase seguinte, procedeu-se à leitura integral dos estudos selecionados e, em simultâneo, preencheu-se um instrumento estruturado para coleta de dados de cada artigo, no sentido de sistematizar a informação relevante, bem como classificar quanto ao nível de evidência científica, através da categorização da Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ)(10). O instrumento continha as informações autores, local, ano de publicação, faixa etária (idade), dados antropométricos avaliados para a determinação do índice de massa corporal (IMC), instrumento utilizado para avaliar a QVRS, domínios avaliados, principais domínios afetados, tipo de estudo, variáveis investigadas, resultados estatísticos sobre a associação entre as variáveis excesso de peso e QVRS.

 

RESULTADOS

        

         Um total de 1607 artigos foram identificados na pesquisa, nas bases de dados, destes, 132 foram excluídos por se tratar de artigos duplicados. Após leitura de títulos e resumos, 1375 foram excluídos por não responderem à pergunta do estudo, restando 100 manuscritos para leitura na íntegra. Destes, 66 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão. Após a realização de todas as etapas de seleção, 34 artigos selecionados contemplaram este estudo conforme a Figura 1.


 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 1 - Fluxograma da seleção de artigos para a revisão sistemática, 2020.

Fonte: Fluxograma baseado no guideline PRISMA(9)

 

Dos 34 artigos eleitos, 97% apresentaram amostras internacionais(11-25,27-40) e apenas um artigo era nacional(26). Entre os selecionados, 88% das pesquisas apresentaram delineamento transversal(11-30,35-44), 6% longitudinais(31,32) e 6% são ensaios clínicos randomizados(33-34).

Com relação à população estudada, 68% das investigações avaliaram apenas adolescentes(11-14,16-17,19-20,22,24-30,34-35,37-38,40,42-43), 29% avaliaram crianças e adolescentes(15,18,23,31-33,36,39,41,44)  e 3%  adolescentes e adultos jovens(21). A população investigada nos estudos apresentou uma amostra que, somada, incluiu 103.916 participantes avaliados. A idade mínima e máxima encontrada foi de zero a 24 anos respectivamente (Quadro 1).

Para a identificação do estado nutricional dos participantes, 76% dos estudos avaliados utilizaram a aferição do peso e altura para a determinação do índice de massa corporal (IMC)(11-15,18,20,23-27,29-37,40-44) e 24% das pesquisas utilizaram o peso e altura autorreferidos(16-17,19,21-22,28,38-39). É importante ressaltar que diferentes referências foram utilizadas para a caracterização do estado nutricional dos participantes.

 

Quadro 1 - Caracterização dos estudos incluídos na revisão sistemática, 2020. n=34

 

Referência

(Autor/ano de publicação)

 

Local

Instrumentos utilizados para avaliar a QVRS

Variáveis que foram comparadas com a QVRS nos estudos

Evidência Científica

Baile et al., 2020(11)

Espanha

KIDSCREEN-10

 

IMC e Comportamento em Saúde em Crianças em Idade Escolar

 

Nível 3

Yi et al., 2019(12)

China

Qualidade de Vida para Crianças e Adolescentes (QLSCA)

 

IMC, Aptidão Física e Saúde dos Estudantes

Nível 3

Jalali-Farahani; Abbasi; Daniali, 2019(13)

Irã

Inventário de Qualidade de Vida em Pediatria (PedsQL)

IMC e percepção do peso

Nível 3

Lee et al., 2018(14)

China

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL)

 

IMC, Investigação metabólica através de exames bioquímicos, nível de Atividade Física

 

Nível 3

Perez-Sousa et al., 2018(15)

Espanha

PedsQL Generic Core Scale (PedsQL),(EVA) do EQ-5D-Y

IMC e condicionamento físico

Nível 3

Magiera et al., 2018(16)

Cracóvia

KIDSCREEN-27

IMC

Nível 3

Lebacq et al., 2018(17)

Bélgica

KIDSCREEN-10

IMC 

Nível 3

Hovsepian, et al., 2018(18)

Irã

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL)

 

IMC, nível de atividade física e nível socioeconômico

Nível 3

Taş et al., 2017(19)

Turquia

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL

 

IMC e auto-eficácia

Nível 3

Barrera et al., 2016(20)

Colômbia

KIDSCREEN-27

IMC

Nível 3

Paulis et al., 2016(21)

Austrália

SF-12

 

IMC, sofrimento emocional, riscos à saúde relacionados ao peso, quantidade auto referida de exercício e satisfação com o atual comportamento alimentar

Nível 3

Krawczyńska; Łukawska, 2016(22)

Polônia

KIDSCREEN-52

IMC

Nível 3

Casas et al., 2015(23)

Espanha

KIDSCREEN-10

IMC 

Nível 3

Flores et al., 2015(24)

México

Versão genérica de pesquisa sobre qualidade de vida em jovens (YQOL-R) e Qualidade de vida específica ao peso (YQOL-W)

 

 

IMC, Síndrome metabólica, exames bioquímicos, Saúde geral, Satisfação da forma corporal, Função física, sintomas depressivos

Nível 3

Barbero; Mesa; Julián, 2015(25)

Espanha

CHIP-AE

IMC

Nível 3

Pauldo; Dalpubel, 2015(26)

Brasil

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL

 

IMC, satisfação com a imagem corporal, circunferência da cintura e abdominal

 

Nível 3

Nicholls et al., 2014(27)

Austrália

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL)

 

IMC, dados demográficos,  comportamentos, atitudes e conhecimentos dos adolescentes e incentivo dos pais

Nível 3

Hayward et al., 2014(28)

Austrália

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL)

 

IMC, percepção do peso corporal

 

Nível 3

Petersen et al., 2014(29)

Ilhas Fiji

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL)

IMC

Nível 3

Cui; Zack; Wethington, 2014(30)

Estados Unidos

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida

(PedsQL)

IMC

Nível 3

Wynne et al., 2014(31)

Irlanda

(KIDSCREEN-27)

 

IMC e sintomas depressivos dos pais

Nível 3

Jensen; Cushing; Elledge, 2014(32)

Estados Unidos

Auto-relatório PedsQL 4.0 Generic Core Scales

 

IMC, atividade física provocações durante a atividade física

Nível 3

Hofsteenge et al., 2013(33)

Holanda

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL)

 

IMC e Estimativa Corporal

 

Nível 3

Treviño; Pham; Edelstein, 2013(34)

Estados Unidos

HUI, HUI2 e HUI3

IMC

Nível 3

Jalali-Farahani et al., 2013(35)

Irã

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL)

IMC

Nível 3

Lin et al., 2013(36)

China

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PEDsQL)

 

IMC

Nível 3

Wu; Ohimaa; Veugelers, 2011(37)

Canadá

EQ-5D-Y

 

IMC

nível de atividade física

Nível 3

Hidalgo-Rasmussen; Martín, 2011(38)

México

Instrumento de Qualidade de Vida para Jovens

versão (YQOL-R)

IMC

Nível 3

Kurth; Ellert, 2008(39)

Alemanha

KINDL-R

 

IMC e auto imagem corporal

 

Nível 3

Vissers et al., 2008(40)

Bélgica

SF-36

 

IMC, comportamento alimentar, atividade física

Nível 3

Gibson et al 2008(41)

Austrália

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL)

IMC, auto percepção, depressão, insatisfação corporal, sintomas de transtorno alimentar, comportamento, bullying

Nível 3

Doyle et al., 2007(42)

Estados Unidados

Inventário de Qualidade de Vida em Pediatria (PedsQL)

 

IMC, depressão, ansiedade, stress e transtorno alimentar

Nível 3

Beer et al., 2007(43)

Holanda

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL)

IMC e escala de resumo psicossocial

Nível 3

Hamiel et al., 2006(44)

-

Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL)

IMC 

Nível 3

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

 


O excesso de peso esteve relacionado significativamente ao declínio da QVRS em 94% dos estudos analisados(11-25,27-28,30-44), sendo os domínios físico e psicossocial os mais afetados  (Quadro 2) e  6% não encontraram associação significativa entre excesso de peso e QVRS(26,29).


 

Quadro 2 – Caracterização dos resultados com relacionado ao declínio na qualidade de vida relacionada à saúde, 2020.

Referência

(Autor/ano de publicação)

Principais domínios afetados pelo excesso de peso/obesidade na qualidade de vida relacionada à saúde

Baile et al., 2020(11)

Psicossocial

Yi et al., 2019(12)

Físico, conveniência de vida, satisfação pessoal, relações professor-aluno e oportunidades de atividades sociais

Jalali-Farahani; Abbasi; Daniali, 2019(13)

Físico, social e geral

Lee et al., 2018(14)

Físico, psicossocial e geral

Perez-Sousa et al., 2018(15)

Físico, social, escolar e emocional

Magiera et al., 2018(16)

Físico, social

Lebacq et al., 2018(17)

Físico, emocional, social

Hovsepian, et al., 2018(18)

Escolar e físico

Taş et al., 2017(19)

Físico, escolar e geral

Barrera et al., 2016(20)

Geral

Paulis et al., 2016(21)

Físico

Krawczyńska; Łukawska, 2016(22)

Físico e mental, ambiente escolar, autoimagem, humores e emoções, relações com os pais e com o lar, bem-estar mental e aceitação social

Casas et al., 2015(23)

Físico, social e psicológicos

Flores et al., 2015(24)

Social, ambientais e geral.

Barbero; Mesa; Julián, 2015(25)

Físico, resiliência, envolvimento familiar, influências pessoais, satisfação, auto-estima

Nicholls et al., 2014(27)

Psicossocial, bem estar

Hayward et al., 2014(28)

Físico, psicossocial e geral

Petersen et al., 2014(29)

Físico, social, escolar e bem estar

Wynne et al., 2014(31)

Geral, físico e psicológico

Jensen; Cushing; Elledge, 2014(32)

Fisíco e psicossocial

Hofsteenge et al., 2013(33)

Físico, psicossocial e geral

Treviño; Pham; Edelstein, 2013(34)

Funcional e mobilidade

Jalali-Farahani et al., 2013(35)

Físico e social e emocional

Lin et al., 2013(36)

Físico, social e geral

Wu; Ohimaa; Veugelers, 2011(37)

Físico, Cuidar de mim, sentir-se preocupado, triste ou infeliz

Rasmussen; Martín, 2011(38)

Relacional, pessoal, ambiental e geral

Kurth; Ellert, 2008(39)

Físico, auto-estima (psicológico), família, amigos e escolar

Vissers et al., 2008(40)

Físico, psicológica e geral

Gibson et al 2008(41)

Físico, emocional e escolar

Doyle et al., 2007(42)

Físico, emocional  e social

Beer et al., 2007(43)

Físico e social

Hamiel et al., 2006(44)

Físico, social e escolar

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

 


DISCUSSÃO

 

         A presente investigação mostrou que grande parte dos estudos analisados apontaram uma associação estatisticamente significativa entre o excesso de peso e o declínio da QVRS de adolescentes(11-25,27-28,30-44), sendo os aspectos físicos(12,15-16,19-23,28,31,33,35-37,39-44) e psicossociais(11,13-14,18,23-24,28,31,33,42-43) os domínios mais afetados. Este achado está em acordo com outras investigações(4,45-46).

         Uma possível explicação para o declínio do domínio físico da QVRS centra-se no fato de que a obesidade está relacionada com diversas limitações impostas pelo excesso de peso, podendo reduzir consideravelmente os escores deste aspecto avaliado. Na medida em que este domínio utiliza como critérios a prática de atividade física, brincadeiras, esportes, o sentimento de estar em forma e, considerando que o excesso de peso muitas vezes limita essa prática, há um comprometimento deste domínio(47). Além disso, um dos espaços sociais para adolescentes se exercitarem é a escola. No entanto, a própria condição de excesso de peso tem sido associada com a não participação de estudantes nas aulas de educação física(48).

Além disso, cria-se um ciclo vicioso no qual aumentam-se as prevalências de consumo de guloseimas, atividade física insuficiente e ingestão de refrigerante entre adolescentes. Tais hábitos contribuem para a elevação dos índices de doenças crônicas, dentre elas a obesidade, que por sua vez, favorece hábitos de vida inadequados(49). Esse cenário implica na necessidade de medidas que contribuam para uma maior prática de atividade física pelos adolescentes. Destaque para o estímulo ao deslocamento ativo dos estudantes jovens de casa até à escola, potencializando os níveis de atividade física, aptidão cardiorrespiratória, além da prevenção e combate do excesso de peso(50).

No que se refere ao comprometimento do domínio psicossocial entre adolescentes com excesso de peso, um aspecto importante neste item é o fato de se ter amigos e apoio social. Há, de fato, consequências sociais da obesidade no âmbito psicossocial(51). Alexius e colaboradores, investigando sobre bullying, identificaram que adolescentes com obesidade eram mais rotulados como gordos e feios, quando comparados com os eutróficos. Certamente essa condição contribui para o isolamento social, afetando a saúde mental nessa faixa etária(52). Assim, intervenções no cenário escolar são oportunas. É pertinente alcançar maneiras para aumentar o suporte de colegas dentro da sala de aula, visando a promoção da conectividade escolar que aprimora os resultados acadêmicos, comportamentais e de saúde(53).

Na presente investigação, uma minoria de estudos (6%) (n=2) não identificou associação entre excesso de peso e QVRS(26,29). Um recente estudos também não identificou associação entre o excesso de peso e o declínio da QVRS, corroboram esse resultado(54). Petersen e colaboradores relatam que em sua amostra de adolescentes do ensino médio não houve diferenças significativas em qualquer um de seus subdomínios da QVRS, entre aqueles com excesso de peso e com peso normal. Os autores não discutem a que se atribuiu este achado(29). Acredita-se que outros elementos mediadores podem inferir na relação entre o IMC e a QVRS, como por exemplo, a condição socioeconômica das famílias, sendo uma variável que também necessita ser explorada(47).

Petersen e colaboradores(29) relatam, em seu estudo, que não houve associação significativa entre excesso de peso e a QVRS.  Os autores sugerem que a carga geral associada ao excesso de peso pode ser menos pronunciada em países de baixa renda. Este mesmo autor supõe que o excesso de peso corporal associado a uma menor QVRS não pode ser universalmente sustentada. O declínio da QVRS e níveis socioeconômicos mais baixo também foram relatatos por outros autores(55-56).

Uma pesquisa realizada com o objetivo de avaliar a relação entre a QVRS em adolescentes no domínio meio ambiente e sua associação com fatores comportamentais e sociodemográficos identificou que a renda obteve significância estatística em relação ao Domínio Meio Ambiente, indicando que uma renda familiar maior implica em uma melhor QVRS nesse domínio(56)Um resultado importante nesta revisão é que os artigos selecionados, quase na sua totalidade, são internacionais. Esse achado mostra que pesquisas acerca da temática ainda são muito incipientes na literatura brasileira(57)

Outro aspecto relevante no presente estudo é que grande parte das pesquisas identificadas utilizaram dados antropométricos autorreferidos, podendo comprometer a fidedignidade da informação coletada. Além disso, diferentes métodos foram utilizados para a classificação do IMC, tornando difícil realizar comparações, uma vez que as associações podem variar de acordo com a classificação do IMC(58-59).

É importante também destacar que diferentes métodos e instrumentos foram utilizados para avaliar a QVRS em adolescentes dos artigos analisados. Há instrumentos a serem aplicados em adolescentes, outros para avaliar a percepção dos pais sobre a QVRS de adolescentes e que trazem diversos construtos sobre a qualidade de vida. É relevante que a avaliação da QVRS seja apropriada para aquela população de adolescentes, considerando sua cultura e seus contextos, objetivando maior fidedignidade dos dados coletados(60-64).

Por fim, considerando que a QVRS é um importante indicador para a saúde das populações, torna-se relevante a implementação de estratégias para a promoção da saúde e prevenção de agravos entre adolescentes. Destaca-se a importância de favorecer o acesso dos adolescentes à utilização de serviços de saúde, uma vez que é escassa a busca dessa faixa etária pela atenção primária à saúde, por exemplo(65). Uma das razões para tal ocorrência é a falta de qualificação dos profissionais, no que se refere ao atendimento e abordagens realizadas para uma melhor atenção a saúde nessa faixa etária, tornando-se essencial a educação permanente das equipes de saúde da família, objetivando assistir ao adolescente conforme suas demandas, especialmente focando no aspecto psicossocial(66). Além disso, o espaço escolar constitui-se em importante cenário para as ações de educação em saúde na orientação de prática de atividade física e alimentação saudável e adequada. Tais intervenções têm o potencial de favorecer a mudança de comportamento entre adolescentes no que tange aos hábitos de vida(67).

Este estudo apresenta limitações. Uma grande maioria dos estudos é transversal, delineamento que não permite estabelecer a relação de causa-efeito. Ressalta-se a escassez de literatura nacional, dificultando retratar os aspectos do excesso de peso e QVRS entre adolescentes brasileiros.

 

CONCLUSÃO

 

Os resultados deste trabalho de pesquisa indicam que comparados com adolescentes eutróficos, os que têm excesso de peso apresentam declínio na QVRS, especialmente nos domínios psicossocial e físico. Este estudo mostra a importância de aumentar os esforços na prevenção da obesidade em adolescentes, implementando medidas educacionais e sociais.

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Submissão: 2021-09-06

Aprovado: 2022-04-29