CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA: ASSISTÊNCIA, CUIDADO E EDUCAÇÃO ESPECIAL EM TEMPOS DE PANDEMIA

CHILDREN AND ADOLESCENTS WITH DISABILITIES: ASSISTANCE, CARE AND SPECIAL EDUCATION IN TIMES OF PANDEMIC

NIÑOS Y ADOLESCENTES CON DISCAPACIDAD: ASISTENCIA, CUIDADO Y EDUCACIÓN ESPECIAL EN TIEMPOS DE PANDEMIA

 


1Andressa da Silveira

2Tainara Giovana Chaves de Vargas

3Lairany Monteiro dos Santos

4Gabrielli Maria Huppes

5Luana Hurtig

 

1Universidade Federal de Santa Maria – campus Palmeira das Missões, Palmeira das Missões, RS, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4182-4714.

 

2Universidade Federal de Santa Maria – campus Palmeira das Missões, Palmeira das Missões, RS, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1131-8631.

 

3Universidade Federal de Santa Maria – campus Palmeira das Missões, Palmeira das Missões, RS, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8099-8381.

 

4Universidade Federal de Santa Maria – campus Palmeira das Missões, Palmeira das Missões, RS, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9019-0669.

 

5Universidade Federal de Santa Maria – campus Palmeira das Missões, Palmeira das Missões, RS, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5530-957X

 

Autor correspondente

Andressa da Silveira

Av. Independência, 3751 - Vista Alegre, Palmeira das Missões – RS - Brasil CEP: 98300-000, telefone: +55(55)99974-2889

E-mail: andressa-da-silveira@ufsm.br

 

 

RESUMO

Objetivo: conhecer o cotidiano de profissionais que atuam na assistência social, cuidados de saúde e na educação de crianças e adolescentes com deficiência no contexto da pandemia de COVID-19. Método: Pesquisa descritiva, qualitativa, com 19 profissionais que atuam em uma Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de um município do sul do Brasil. Os dados foram produzidos através de entrevistas semiestruturadas realizadas na Plataforma Google Meet entre junho e julho de 2021, as enunciações foram submetidas à análise temática de conteúdo. Resultados: A pandemia trouxe diversas mudanças no cotidiano de trabalho dos profissionais que atuam na Associação, novos cuidados foram adotados, adaptações na rotina e estratégias para a continuidade do trabalho com crianças e adolescentes que apresentam deficiência. Os achados revelam a presença do medo, insegurança, dificuldade de adaptação ao meio virtual, ausência do contato e reflexões sobre a morte. Considerações finais: O cotidiano de trabalho dos participantes foi desafiador durante a pandemia. Os participantes destacaram os cuidados a fim de evitar a contaminação entre usuários e equipe, e que a nova rotina de trabalho tem requerido esforços físicos e emocionais.

Palavras-chave: Crianças com Deficiência; Saúde do Adolescente; Atenção à Saúde; COVID-19; Educação Especial.

 

ABSTRACT

Objective: to know the daily life of professionals who work in social assistance, health care and education of children and adolescents with disabilities in the context of the COVID-19 pandemic. Method: Descriptive, qualitative research with 19 professionals who work in an Association of Parents and Friends of the Exceptional in a city in southern Brazil. Data were produced through semi-structured interviews carried out on the Google Meet Platform between June and July 2021, the utterances were subjected to thematic content analysis. Results: The pandemic brought several changes in the daily work of professionals who work at the Association, new care was adopted, routine adjustments and strategies for continuing work with children and adolescents with disabilities. The findings reveal the presence of fear, insecurity, difficulty in adapting to the virtual environment, lack of contact and reflections on death. Conclusion: The participants' daily work was challenging during the pandemic. Participants highlighted the care to avoid contamination between users and staff, and that the new work routine has required physical and emotional efforts.

Keywords: Disabled Children; Adolescent; Health; Covid-19; Education, Special.

 

RESUMEN

Objetivo: conocer el cotidiano de los profesionales que actúan en la asistencia social, atención a la salud y educación de niños y adolescentes con discapacidad en el contexto de la pandemia de la COVID-19. Método: Investigación cualitativa descriptiva con 19 profesionales que actúan en una Asociación de Padres y Amigos de los Excepcionales en un municipio del sur de Brasil. Los datos fueron producidos a través de entrevistas semiestructuradas realizadas en la Plataforma Google Meet entre junio y julio de 2021, los enunciados fueron sometidos a análisis de contenido temático. Resultados: La pandemia trajo varios cambios en el trabajo diario de los profesionales que actúan en la Asociación, se adoptaron nuevos cuidados, adaptaciones en la rutina y estrategias para la continuidad del trabajo con niños y adolescentes con discapacidad. Los hallazgos revelan la presencia de miedo, inseguridad, dificultad de adaptación al entorno virtual, ausencia de contacto y reflexiones sobre la muerte. Consideraciones finales: El trabajo diario de los participantes fue desafiante durante la pandemia. Los participantes destacaron el cuidado para evitar la contaminación entre los usuarios y el personal, y que la nueva rutina de trabajo ha requerido esfuerzos físicos y emocionales.

Palabras clave: Niños con Discapacidad; Salud del Adolescente; Atención a la Salud; COVID-19; Educación Especial.


 


INTRODUÇÃO

A pandemia de COVID-19, doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 tem desafiado a Saúde Pública Mundial devido à alta taxa de contaminação deste vírus e consequentemente, elevado número de mortes em todo o mundo. No Brasil, o primeiro caso foi notificado em 26 de fevereiro de 2020 e no dia 11 de março do mesmo ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou a situação pandêmica(1-2).

A COVID-19 consiste em uma doença infecciosa que afeta o trato respiratório e os sintomas mais comuns são: febre, cansaço e/ou tosse seca. Geralmente os sintomas são leves e graduais, sendo que, cerca de 80% das pessoas conseguem se recuperar da doença sem a necessidade de atendimento hospitalar. Entretanto, uma em cada seis pessoas contaminadas pela COVID-19 ficam gravemente doentes(3-4).

A transmissão deste vírus pode ocorrer por meio de contato direto, indireto ou próximo com pessoas infectadas, por meio de secreções e gotículas respiratórias que se espalham a partir da tosse, espirros, fala ou contato. Para evitar a contaminação por gotículas é recomendado manter uma distância mínima de um metro entre as pessoas, higienizar as mãos com frequência após tocar objetos ou superfícies e fazer uso de máscara(3-4).

As crianças e adolescentes normalmente apresentam quadros mais leves e com menor mortalidade quando comparadas aos adultos. Todavia, algumas crianças e adolescentes podem evoluir para casos mais graves da doença e apresentar sintomas mais severos e complicações(5-6).

Tendo em vista os fatores mencionados, a ausência da apresentação de sintomas graves por crianças e adolescentes desperta preocupações, uma vez que estes podem se tornar potenciais transmissores do vírus às demais populações. Nesse sentido, como medida de proteção, as atividades escolares e recreativas presenciais foram suspensas, levando a um questionamento sobre os impactos da adoção de tais medidas na saúde mental, no desenvolvimento e socialização de crianças e adolescentes(7).

Ainda, algumas crianças e adolescentes apresentam maior suscetibilidade ao adoecimento e podem necessitar de hospitalização, como, por exemplo, os que possuem alguma malformação congênita, doenças hereditárias, imunodeficiência, câncer ou que fazem uso de medicamentos contínuos. Deste modo, faz-se necessário que crianças e adolescentes adotem medidas sanitárias para reduzir a cadeia de transmissão viral(5-6).

As crianças e adolescentes com deficiência, por sua vez, encontram-se em situação de vulnerabilidade, visto que, uma parcela importante das pessoas que possuem alguma deficiência, seja de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, pode apresentar um risco elevado para desenvolver a forma mais grave da COVID-19, por possuir alguma comorbidade ou por conta de sua rotina de vida, como o fato de necessitar de um cuidador. Aliadas a isso, estão às dificuldades deste público em manter as medidas de prevenção da doença, devido às limitações funcionais que dificultam o isolamento social e o uso de máscara(8).

Mesmo com a redução dos indicadores de mortalidade infantil, melhora no saneamento básico e maior facilidade de acesso aos serviços de saúde percebidos nos últimos anos, o cenário de saúde atual demonstra que populações como a de crianças e adolescentes com necessidades especiais requerem maior atenção nos âmbitos de saúde e educação(9).

Desse modo, os profissionais que atuam nos serviços de assistência à saúde e educação têm um importante papel, sendo responsáveis pelo cuidado dessa população e, por isso, devem reforçar as medidas de proteção no cotidiano, atuando de maneira interdisciplinar para garantia de segurança(6,10).

            Perante o exposto, este estudo objetiva conhecer o cotidiano de profissionais que atuam na assistência social, cuidados de saúde e na educação de crianças e adolescentes com deficiência no contexto da pandemia do novo coronavírus.

 

MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo e exploratório com abordagem qualitativa que teve como cenário uma Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) com mais de quatro décadas, referência na assistência, cuidado e educação especial de crianças e adolescentes no Sul do Brasil. Atuam na APAE 27 colaboradores nas seguintes áreas: administrativa, assistência social, educação, saúde e serviços gerais.

Para o desenvolvimento deste estudo, utilizou-se como critérios de inclusão ser profissional da clínica ou da escola de educação especial, com pelo menos três meses de experiência com crianças e adolescentes no período da pandemia de COVID-19. Excluíram-se os profissionais que estivessem afastados das atividades laborais no período de produção de dados. A partir da aplicação dos critérios de inclusão, 24 colaboradores foram convidados a participar da pesquisa.

Devido a necessidade de manter o distanciamento social, os dados foram produzidos de forma remota, utilizando-se a Plataforma Google Meet. O projeto foi apresentado aos participantes por meio de reunião virtual, mediante ao aceite um cronograma foi elaborado para o desenvolvimento das entrevistas entre os meses de junho a julho de 2021.

Um roteiro semiestruturado composto por 10 questões foi desenvolvido e testado previamente para a sua validação em encontro de Pesquisa com estudantes e profissionais de saúde. As entrevistas foram desenvolvidas pela pesquisadora, acompanhada por duas bolsistas de iniciação científica que gravaram o áudio das entrevistas.

A partir do critério de saturação dos dados(11), as entrevistas cessaram quando não gerou novas informações, desta forma o estudo foi composto por 19 entrevistas que tiveram duração média de 40 minutos. As enunciações foram duplamente transcritas no Programa Microsoft Word para evitar incongruências. O material empírico foi submetido à análise temática de conteúdo, que se estabelece ao longo de três etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados, inferências e interpretação(12).

Na pré-análise foi realizada a organização do material, seguida pela leitura do texto, formulação das hipóteses e seleção do conteúdo. A etapa de exploração do material, ocorreu a codificação em unidades de registro, possibilitando a categorização dos temas. A partir desta etapa, as falas foram divididas por afinidade semântica, resultando em duas categorias(12). A primeira categoria aborda a pandemia e os cuidados para evitar a contaminação de crianças e adolescentes com deficiência, e a segunda diz respeito às mudanças no cotidiano dos profissionais que atuam com crianças e adolescentes que apresentam deficiência.

            O processo de análise dos dados e definição das categorias temáticas está ilustrado na Figura 1, elaborada pelos pesquisadores.


Figura 1 - Etapas utilizadas na análise dos dados e definição das categorias temáticas.

Fonte: As autoras

 


Para manter o anonimato sobre a identidade dos participantes, utilizou-se a letra “P” referente à letra inicial da palavra “Profissional”, seguido por número ordinal aleatório. Os princípios éticos para o desenvolvimento da pesquisa com seres humanos foram respeitados, o estudo está em conformidade com a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria por meio do parecer nº 2.632.767/2018 e CAAE nº 86186518.5.0000.5346.

 

RESULTADOS

Participaram 19 colaboradores da APAE nas áreas da assistência, saúde, educação, administração e serviços gerais. Em relação ao gênero dos participantes predominou 17 mulheres e dois homens.

Quanto ao tempo de trabalho na instituição, entre os participantes do estudo, variou entre três meses a 31 anos.

Em relação às categorias que emergiram deste estudo, a primeira versa sobre os cuidados adotados durante a pandemia, bem como a preocupação dos profissionais com os usuários da APAE e as dificuldades encontradas ao desenvolver o trabalho em tempos de pandemia. Já a segunda categoria discorre sobre as mudanças percebidas nesse período, seja pelos profissionais que atuam na instituição ou, ainda, pelas famílias dos usuários, além da necessidade de adaptação frente a essas mudanças.

 

A PANDEMIA E OS CUIDADOS PARA EVITAR A CONTAMINAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA

 

Os profissionais relataram uma série de cuidados adotados com o surgimento da pandemia, entre eles destacaram: o distanciamento social, uso Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscaras e aventais, e a utilização de álcool em gel. Os EPIs foram fornecidos pela instituição, no entanto, alguns acabam não sendo utilizados pelos profissionais. Além disso, foi relatado um maior tempo entre os atendimentos, para que ocorra a higienização do ambiente entre um paciente e outro.

 

Ah um maior cuidado, não que a gente não tivesse antes, mas o cuidado, cuidado com a higiene, o cuidado com os EPIs, o cuidado com o manusear até as crianças... (P1)

 

Com o distanciamento, máscara, com álcool gel, o atendimento híbrido, mesmo assim estamos sempre nos reinventando! (P2)

 

Sim eu acho bem difícil, mas assim a gente vai se cuidando, a gente vai usando todos os EPIS, a escola, a APAE oferece tudo para nós, pois temos que dar continuidade ao nosso trabalho e vai ser assim, eu acredito que esse ano vai ser assim, então nós temos que nos acostumar a trabalhar... (P3)

 

É álcool gel, a máscara, aí gente troca máscara de duas em duas horas e com as crianças eles chegam já orientamos sobre lavar as mãos, passar o álcool gel na mochila, nas mãos e quando eles vão ao banheiro também! Quando eles vão pro lanche, depois quando eles retornam, é muito cuidado... Orientamos a ficarem longe, nunca muito perto! (P6)

 

A gente ganhou a máscara e tem os aventais, mas a gente acabou não usando, por descuido nosso mesmo. Mas temos aventais, está ali se nós quisermos usar! (P8)

 

Os nossos atendimentos são agendados a cada 30 minutos, então agora a gente mudou os horários... São 30 de atendimento e esses 10 minutos a gente pode higienizar a sala, se tiver que trocar o jaleco, porque às vezes, a gente utiliza avental principalmente com os pequeninhos... A gente limpa a sala com álcool! (P19)

 

Os profissionais destacaram entre os maiores desafios no processo de trabalho durante a pandemia, a manutenção do distanciamento entre os estudantes da escola, a difícil comunicação devido ao uso da máscara. Todavia, consideram essas medidas fundamentais para a prevenção da COVID-19 e mesmo após a vacinação, reafirmam a necessidade de manter os cuidados.

 

Minha dificuldade na pandemia é que devido ao uso da máscara os alunos não conseguem visualizar o rosto da gente, então eles acabam tendo dificuldade para compreender o que estamos falando. (P5)

 

Então, não tem como você trabalhar a um metro, um metro e meio longe deles... Quando a gente percebe, já se aproximou. Fica bem difícil, não tem como, mas a gente está tomando todos os cuidados. (P14)

 

Por mais que eu já tenha feito a segunda dose da vacina, e que meus alunos tenham feito, a gente não sabe até quando é seguro, por isso, a gente tem que se cuidar igual, tem que se precaver!  (P11)

 

Mas nesse momento, nós estamos nos adaptando para trabalhar de forma mais individual. [...] A gente está conseguindo trabalhar bem com as crianças. Claro que não é o melhor modo possível, mas a gente está fazendo o melhor que podemos, dentro dessa situação que nos encontramos. (P13)

 

No que diz respeito aos cuidados realizados pelos alunos e suas famílias, os profissionais enalteceram o uso de máscara, higienização constante das mãos, uso de álcool em gel. Alguns profissionais também evidenciaram sobre a conscientização dos estudantes e usuários com sintomas gripais, qualquer sinal diferenciado é sinalizado aos profissionais da clínica e da escola.

 

Qualquer sintoma gripal, mesmo que seja uma coriza ou qualquer coisinha eles já ligam que não vem, para proteger o usuário e também os profissionais... [...](P9)

 

Já está funcionando automático! Ali na frente eles já entram e vão direto no totem de álcool gel, as crianças já sabem que têm que dar o braço para verificar a temperatura, então já está no automático, esse cuidado eles estão tendo. (P16)

 

Foi uma surpresa bem grande para gente, pensamos que todos iriam mandar as crianças e adolescentes sem máscara, mas está bem tranquilo, os alunos estão bem cientes, as famílias estão cientes e mesmo os que a gente percebe uma vulnerabilidade maior, usam a máscara, então eu acho que está tranquilo. (P17)

 

            Frente a esses achados, observa-se que o momento pandêmico repercutiu nas ações de higiene, os relatos sinalizam sobre mudanças no cotidiano de trabalho, mas que a conscientização de profissionais, usuários e famílias são fundamentais para a prevenção e continuidade do trabalho.

 

MUDANÇAS NO COTIDIANO DE PROFISSIONAIS QUE ATUAM COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUE APRESENTAM DEFICIÊNCIA

 

A pandemia ocasionou muitas mudanças no cotidiano do trabalho, dentre as quais estão o uso de máscara, higienização do ambiente entre as atividades da clínica e da escola, e também, nas relações e interações dos profissionais e usuários.

O contato físico e a afetividade sempre foram presentes nas dinâmicas utilizadas pelos profissionais da APAE, porém, com a pandemia houve a necessidade de manter o distanciamento. Observa-se ainda, o movimento de inclusão dos novos profissionais que incorporaram à equipe da associação.

 

É tudo diferente, porque o contato é necessário com eles, já estão com aquela vontade de vir para dar um abraço, um bom dia, querem tocar na nossa mão, querem aproximação, dar um beijo ou um abraço... [...] é totalmente diferente! (P4)

 

O mais difícil é preparar aquilo que você não sabe se os alunos vão realmente fazer, foi bastante difícil, principalmente nesse ponto. E a gente não teve aquele contato, aquela aproximação, então ficou tudo muito estranho. (P12)

 

Iniciei bem no epicentro da pandemia, teve todo esse reajuste de como trabalhar frente a essa questão da pandemia, porque normalmente o trabalho com a musicalização é social [...] então esse contato é bem essencial. (P13)

 

Mudou que os alunos não ficaram conosco por um bom tempo. O ano passado as aulas foram remotas e isso mudou. E aquele, aquele contato que é muito importante não há mais! Eles ficaram em casa, uns continuam em casa, então aquela parte da afetividade ficou na ausência. (P18)

 

A dinâmica de trabalho também foi adaptada no contexto da pandemia, assim o trabalho antes realizado em coletivo passou a ser de forma individual e na percepção de alguns profissionais, pode prejudicar o desenvolvimento de crianças e adolescentes.

 

Para mim ficou diferente porque eu trabalhava bastante em grupos com eles, pois eles precisam dessa socialização, dessa troca! [...] E hoje, a gente já tem que trabalhar com mais cuidados, com todo protocolo, não pode estar pegando muito neles e eles muitas vezes querem colo, eles são crianças pequenas e então está mais difícil...(P3)

 

Mudou bastante a questão dos grupos, que a gente fazia, a gente não consegue mais fazer. [...] (P19)

 

Os profissionais destacam o medo frente a possibilidade de transmissão do vírus para as crianças e adolescentes e, desse modo, precisam auxiliar, orientar e incentivar o uso da máscara e a importância de higienizar as mãos. Para alguns participantes um dos fatores mais desafiadores é o uso da máscara, que por vezes, atrapalha a comunicação.

 

[...] Eu tenho medo que eles peguem da gente. A gente nem tem medo, por que não parou em nenhum momento, mas que eles peguem, entende? Eu acho que a preocupação redobrou! (P1)

 

Você precisa auxiliar a lavar as mãos, a manter a máscara, pedir ao menos que coloquem a máscara, pois por lei, eles não são obrigados a usar. Então, tem uma lei que ampara eles que eles não são obrigados, mas a gente incentiva o uso! (P2)

 

A maior dificuldade hoje é a questão da fala, porque eles precisam visualizar o rosto como a gente articula os fonemas, a gente é o exemplo! Somos o modelo para eles, então está sendo bem difícil isso com a máscara... [...] (P5)

 

[...] Eu já acostumei também, tenho bastante dificuldade em certas máscaras...(P7)

 

A gente usa as proteções, mas mesmo assim alguns usuários não conseguem usar máscara... [...] (P19)

 

O começo da pandemia foi bastante significativo, principalmente pela escassez de informações tanto para as famílias de usuários, quanto para os profissionais. No entanto, com o tempo tiveram que se adaptar com os novos protocolos, especialmente com a retomada das aulas presenciais.

 

Desde o começo a gente teve que se adaptar! A questão dos EPIs a gente conseguiu fazer uma aquisição grande de luvas, de máscaras, os aventais e de álcool. No trabalho, a gente tem que se cuidar em todos os momentos, onde a gente for a gente tem que estar se cuidando! (P7)

 

As famílias tiveram a chance de optar em seguir o atendimento ou em suspender, então aumentou o tempo de atendimento, mas nem todos os usuários da clínica estão vindo. A gente usa usa jaleco, máscara, luva e a gente chega bota a proteção. É feito a limpeza das salas antes e depois que o usuário sai, tem uns minutinhos para limpar a sala de novo até entrar o próximo... (P9)

 

No começo, acho que todo mundo estranhou, é bem diferente! A gente estava acostumado, mas foi tranquilo para se adaptar, é automático! [...] Aqui todo mundo sempre de máscara, os alunos estão vindo também! (P10)

 

A gente fazia bastante visita domiciliar, chegava e o pessoal não estava usando máscara. E desde o primeiro dia que começamos, a gente já foi de máscara, álcool em gel e as famílias na verdade não estavam entendendo... [...] (P15)

 

            Os achados revelam a adaptação no processo de trabalho, a conscientização sobre as medidas de prevenção e de contato, o medo de transmissão e a rotina reorganizada para que os atendimentos continuassem e para a retomada das atividades educacionais presenciais. Observa-se o comprometimento dos profissionais e a importância de dialogar sobre os cuidados coletivos para evitar a transmissão do vírus.

 

DISCUSSÃO

Frente à alta taxa de transmissibilidade do novo coronavírus, medidas sanitárias para contenção do vírus foram essenciais, repercutindo em mudanças no cotidiano de toda a população mundial (13). Essas mudanças também se estenderam aos serviços de saúde, que durante a pandemia necessitaram ampliar a rede hospitalar e reorganizar a Rede de Atenção Primária, na busca pelo controle dos casos de Covid-19(14). Os serviços de educação também tiveram que se adaptar às mudanças ocorridas, por meio da suspensão das aulas presenciais. Desta forma, as atividades de ensino neste período foram realizadas na modalidade remota, por meio de tecnologias que possibilitassem o processo de ensino e aprendizagem(15).

A APAE, por sua vez, é uma organização social, com objetivo de promover a atenção integral à pessoa com deficiência intelectual e múltipla, compreendendo, principalmente, serviços de saúde, educação e assistência social. Essa instituição também precisou realizar alterações em sua forma de funcionamento durante a pandemia, atendendo às necessidades de seus usuários e das famílias(16).

No que concerne ao atendimento em saúde, os profissionais precisaram se reinventar a fim de cumprir as demandas dos usuários, aderindo a novas formas de prestar seu cuidado, como a partir da tele consulta e do teleatendimento(17). Em relação à educação, os professores tiveram que se adaptar à utilização das tecnologias para garantir a continuidade do ensino. Todavia, essa nova adequação pode representar um desafio aos professores, usuários e suas famílias, seja por não saberem utilizar as tecnologias ou, ainda, pela dificuldade em acessar as aulas, podendo causar a exclusão digital de alguns usuários(18-19).

Outrossim, as crianças e adolescentes com deficiência apresentam demandas de ensino diferentes, que podem ser melhor trabalhadas presencialmente pelos educadores. Além disso, as aulas remotas dificultam as relações humanas, que na educação especial possuem um grande impacto no processo de aprendizagem dos alunos. Desse modo, neste momento de pandemia foi essencial uma adaptação, partindo para uma aprendizagem voltada ao cuidado emocional, ao autocuidado e que considera os medos e angústias dos alunos e, dessa maneira, os auxilia a superar esse momento de incertezas advindas da pandemia, além de desenvolver suas potencialidades(18,20).

Embora o distanciamento social tenha sido uma medida necessária, compreende-se que a interação e a socialização entre as crianças e adolescentes propiciam seu desenvolvimento, ao promover a convivência com as diferenças comportamentais e sociais existentes(21) e, dessa forma, com substituição das atividades presenciais pelas remotas, ocorreu um enfraquecimento das relações em grupo. Além disso, a suspensão das atividades presenciais nas instituições educativas, demonstraram a importância que essas instituições têm na formação humana(22).

Outra mudança evidenciada pelos colaboradores diz respeito à utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a higiene constante das mãos. A higiene das mãos é umas das medidas mais importantes na prevenção da transmissão, sendo considerada uma medida de baixo custo e alta efetividade, podendo ser realizada com uso de água e sabão ou álcool em gel. Quanto ao uso da máscara, é uma medida fundamental na redução da transmissão do vírus e, consequentemente, para salvar vidas (3).

Quanto à utilização de máscaras por pessoas com deficiência, a Lei nº 14.019/2020, que trata sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção individual, traz como exceção essa obrigatoriedade para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista, deficiência intelectual, sensorial ou qualquer outra deficiência que os impeça de utilizar adequadamente a máscara(23).

Todavia, especialmente com a retomada das aulas presenciais, se faz necessário que haja um fortalecimento da adesão às medidas de prevenção para proteger tanto as crianças e adolescentes com deficiência, como também aos profissionais que atuam na APAE. Desse modo, apesar de que o uso da máscara dificulte a comunicação, ela deve ser utilizada pelo profissional, que pode recorrer ao uso de máscaras transparentes M85, de Policarbonato, a fim de facilitar a comunicação com os usuários(24).

Outro aspecto mencionado pelos participantes foi o medo de transmitir o vírus às crianças e adolescentes e, dessa forma, relataram manter os cuidados preventivos, mesmo após a vacinação, mesmo que isso seja realizado com dificuldade, pois o contato humano como, por exemplo, abraçar e fornecer carinho faz muita falta no cotidiano(18). O medo de contaminar-se com a COVID-19, contagiar outras pessoas e até mesmo o medo da morte são sentimentos presentes em grande parte da população, especialmente daqueles com uma exposição maior ao risco de contágio, como os trabalhadores da saúde e da educação. O medo pode ainda estar acompanhando da angústia, estresse, solidão, ansiedade e insônia, e pode repercutir de maneira grave sobre a saúde mental dos indivíduos(25).

Também é referido pelos colaboradores o isolamento social, quando há presença de sintomas gripais, como uma medida de prevenção adotada pelos alunos e suas famílias. O isolamento se da em suas respectivas casas, quando testados positivos para a COVID-19 ou quando há sintomatologia de risco da doença, este, assim como o monitoramento de casos, são umas das principais estratégias de controle da doença, uma vez que estudos apontam que as medidas de distanciamento social podem reduzir significativamente o número de infecções(26-27).

Com o avanço da vacinação contra a COVID-19, as aulas estão sendo retomadas na modalidade presencial, seguindo todos os protocolos sanitários e de distanciamento exigidos pelo ministério da saúde(28). Esse retorno das atividades presenciais na instituição é optativo pelas famílias, contudo, os laços afetivos entre professor-aluno e aluno-aluno podem vir a serem afetados. Quando os trabalhos são realizados em grupos, percebe-se que há um maior desenvolvimento na aprendizagem, além disso, com a utilização do contato social e de atividades lúdicas grupais, os alunos trabalham mais a criatividade e diminuem as exclusões sociais, respeitando as limitações preexistentes(29).

Uma das preocupações dos profissionais tem relação com os alunos com algum tipo de deficiência é sobre a suspensão do contato em grupo e vínculo afetivo. O vínculo e o afeto são primordiais para o desenvolvimento de crianças e adolescentes com necessidades especiais, pois por meio desses mecanismos, o profissional passa a entender as necessidades do aluno e, a partir disso, adapta suas formas de trabalho e, consequentemente, fomenta o interesse da aprendizagem pela própria criança ou adolescente(21).

Desse modo, percebe-se que a afetividade, no que se refere à educação, mostra-se como um mecanismo de desenvolvimento racional dos sujeitos e que esse vínculo fortalece a confiança entre os componentes do espaço, fazendo-se como um facilitador no processo de ensino-aprendizagem(30).

            A formação do vínculo entre o usuário, família e o profissional da saúde também possui grande influência neste processo, pois este último é considerado uma fonte de apoio, tanto para a criança/adolescente, quanto para sua família(31). Ademais, destaca-se a importância da instituição APAE para o cuidado e desenvolvimento dos alunos, a qual possibilita a troca social e o desenvolvimento dos mesmos. Com isso, evidencia-se que a pandemia já apresenta consequências para a população, na medida que interfere nas práticas assistenciais, sociais, educacionais e de contato social.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os profissionais que atuam na assistência social, saúde e educação especial evidenciaram adaptações para trabalhar no contexto pandêmico. O cotidiano dos participantes trouxe desafios no desempenho de suas funções. Alguns sentiram medo, insegurança, dificuldades de adaptação ao meio remoto, a ausência do contato físico com as crianças e adolescentes e reflexões sobre a morte. Os participantes destacaram os cuidados a fim de evitar a contaminação da equipe e dos usuários, as adaptações a nova rotina de trabalho.

Por fim, os achados evidenciam sobre as medidas de contato, higienização e utilização de EPIS, mesmo após a vacinação. A conscientização dos profissionais, dos usuários e das famílias sobre os cuidados frente a presença de sinais e sintomas gripais também foi evidenciado, potencializando o cuidado com a coletividade.

Quanto às limitações do estudo, destaca-se que a coleta ocorreu durante a pandemia, levando a necessidade de utilizar recursos tecnológicos, o que pode dificultar o acesso de alguns participantes.

Sugere-se o desenvolvimento de atividades de educação em saúde para o cuidado com os profissionais que atuam na APAE, estratégias que vislumbrem o diálogo coletivo, a troca de saberes para propiciar maior segurança no processo de trabalho.

 

FOMENTO

Este estudo foi contemplado com o Edital FIPE 2021 da Universidade Federal de Santa Maria, campus de Palmeira das Missões.

 

 

REFERÊNCIAS

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2.         Aquino EML, Silveira HI, Pescarini JM, Aquino R, Souza-Filho JA, Rocha AS et al. Medidas de distanciamento social no controle da pandemia de COVID-19: potenciais impactos e desafios no Brasil. Ciênc Saúde Colet. [Internet]. 2020 [acesso em 12 abril 2021]; 25(1); 2423-56. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2020.v25suppl1/2423-2446/pt/.

 

3.         Organização Panamericana da Saúde. Folha informativa – COVID19 (doença causada pelo novo coronavírus). [página na Internet] Cent. LatinoAmericano e do Caribe Informação em Ciências da Saúde 2020 [acesso em 06 jul 2021]. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:covid19&Itemid=875.

 

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21.       Faria MS, Santos MSP, Cruz RF. O olhar que ensina: Importância da afetividade na aprendizagem das crianças com Transtorno do Espectro Autista na pré-escola. Divinópolis. Trabalho de Conclusão de Curso [Curso de Pedagogia]- Centro Universitário Una Divinópolis, Divinópolis, MG; 2021.

 

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23.       Brasil. Presidência da República, Subchefia para assuntos jurídicos. Lei nº 14.019, de 2 de julho de 2020. Altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, para dispor sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção individual [Internet]. Brasília, DF; 2020. [acesso em 23 ago 2021].  Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L14019.htm.

 

24.       Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação Parecer CNE/CP nº 11, de 7 de julho de 2020. Orientações Educacionais para a Realização de Aulas e Atividades Pedagógicas Presenciais e Não Presenciais no contexto da Pandemia. [Internet]. Brasília (DF), 2020. [acesso em 23 ago 2021]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2020-pdf/148391-pcp011-20/file.

           

25.       Lima OML, Cordeiro NT. Os impactos ocasionados pela Pandemia Covid-19 no Bem-estar Psicológico de Profissionais de Saúde e Professores. Id on Line Rev. Mult. Psic. [Internet]. Jul 2021 [acesso em 27 jul 2021];15(56):525-40. Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/3157.

 

26.       Neto FRGX, Araújo CRC, Aguiar MR, Sousa LA, Serafim TF, et al. Coordenação do cuidado, vigilância e monitoramento de casos da COVID-19 na atenção primária à saúde. Enferm. Foco. [Internet]. 2020 [acesso em 26 jul 2021]; 11(1):239-45. Disponível em: http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/3682.

 

27.       Barbosa LC, Nascimento CS, Santos, JSNR. O desafio de implantar protocolos de enfemagem na pandemia do novo coronavírus: relato de experiência. Enferm. Foco. [Internet]. 2020  [acesso em 27 jul 2021];11(2):121-5. Disponível em: http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/3760/994.

 

28.       Pereira JTS, Bargeri MAV, Simões TS, Sapata RAJ. Humanização nos atendimentos da APAE em tempo de pandemia: reconstruindo a sua pratica. Intersetorialidade: saberes e práticas sobre a questão da pessoa com deficiência, FENAPAES. [E-book]. 2021 [acesso em 25 jul 2021]; 1: 126-36. Disponível em: https://uniapaesp.org.br/site/wp-content/uploads/2021/01/E-bookVol.1.pdf#page=127.

 

29.       Rago ALP. Aprendendo a aprender... juntos: o trabalho em grupo no atendimento a crianças com deficiência visual e deficiência neuromotora. Constr. psicopedag. [Internet]. 2009 [acesso em 26 jul 2021]; 17(15):111-30.            Disponível      em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141569542009000200008&lng=pt&nrm=iso

 

30.       Abrão RK, Duarte MM. O papel da afetividade no processo ensino e aprendizagem da criança com deficiência. Revista Uniabeu. [Internet]. 2017 [acesso em 23 ago 2021]; 10(24): 1-18. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/268395649.

 

31.       Araújo MAF, Silva RA, Melo ES, Silva MAM, Mazza VA, Freitas CASL. Redes sociais de apoio e famílias de crianças com deficiência: uma revisão integrativa. Atas CIAIQ2018 [Internet]. 2018 [acesso em 23 ago 2021];2:585-94.   Disponível em: https://www.proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2018/article/view/1824/1776.

 

Submissão: 2021-09-10

Aprovado: 2022-04-29