ARTIGO ORIGINAL

 

FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS E ECONÔMICOS E ESTILO DE VIDA DE GRADUANDOS EM ENFERMAGEM DE DIFERENTES NACIONALIDADES 

 

FACTORES SOCIODEMOGRÁFICOS, ECONÓMICOS Y ESTILO DE VIDA DE LICENCIADOS EN ENFERMERÍA DE DISTINTAS NACIONALIDADES

 

SOCIODEMOGRAPHIC AND ECONOMIC FACTORS AND LIFESTYLE OF NURSING UNDERGRADUATES FROM DIFFERENT NATIONALITIES

 

https://doi.org/10.31011/reaid-2023-v.97-n.1-art.1511 

 

1Nicásio Urinque Mendes

2Letícia Pereira Felipe

3Davide Carlos Joaquim

4Maria Rayssa do Nascimento Nogueira

5Beatriz Oliveira Lopes

6Wilner Augusto Pedro da Silva

7Ana Karine Rocha de Melo Leite

8Ana Caroline Rocha de Melo Leite

 

1Universidade Feevale, Novo Hamburgo, Brasil e ORCID https://orcid.org/0000-0002-7636-5941

2Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Brasil e ORCID https://orcid.org/0000-0003-2551-9143

3Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, Brasil e ORCID https://orcid.org/0000-0003-0245-3110

4Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Brasil e ORCID https://orcid.org/0000-0003-0355-5901

5Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Brasil e ORCID https://orcid.org/0000-0002-6610-9821

6Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Brasil e ORCID https://orcid.org/0000-0001-7071-1324

7Centro Universitário Christus (Unichristus), Fortaleza, Brasil e ORCID https://orcid.org/0000-0003-4135-4545

8Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Brasil e ORCID https://orcid.org/0000-0002-9007-7970.

 

Autor correspondente

Ana Caroline Rocha de Melo Leite

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasiliera – Campus das Auroras – Rua José Franco de Oliveira, s/n, CEP – 62.790-970 – Redenção – Ceará, Brasil. fone (85) 99168-0679 e e-mail acarolmelo@unilab.edu.br

 

Submissão: 21-09-2022
Aprovado: 15-03-2023

 

RESUMO

Objetivo: Relacionar fatores sociodemográficos e econômicos e estilo de vida de graduandos em Enfermagem de diferentes nacionalidades e semestres de uma universidade de cunho internacional. Métodos: Trata-se de pesquisa observacional e analítica conduzida em 2019 na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Após consentimento, os acadêmicos brasileiros e estrangeiros, cursando início, meio ou fim da graduação em Enfermagem, responderam um questionário. Os dados obtidos foram analisados pelo programa Epi Info. Para avaliar a relação entre variáveis categóricas, aplicou-se o Teste de Qui-quadrado ou Teste exato de Fisher. Adotou-se P < 0,05. Resultados: Dos 47 participantes do 1º semestre, 51,06% praticavam atividade física, dos quais 29,17% afirmaram fazê-la 1 vez por semana e 50,00% realizavam caminhada ou corrida. Dos 39 acadêmicos do 5º semestre, 46,15% faziam atividade física, dos quais 50,00% praticavam-na diariamente e 66,67% realizavam academia, aeróbica e/ou hidroginástica. Dos 17 estudantes do 10º semestre, 82,35% praticavam atividade física, dos quais 78,57% faziam-na 3 vezes por semana e 57,14% realizavam corrida e/ou caminhada.  Conclusão: Conclui-se que, apesar das semelhanças dos participantes em relação à idade, nacionalidade, sexo, estado civil, profissão dos pais e renda individual, o grau de escolaridade do pai dos estudantes concludentes e da mãe dos que iniciavam o Curso de Enfermagem divergiu dos demais. Embora não se observou qualquer ligação entre prática de atividade física e aspectos sociodemográficos e econômicos, independentemente do semestre avaliado, uma associação entre reduzida condição financeira e ingesta de bebida alcóolica foi constatada entre acadêmicos que estavam na metade do curso.      

 Palavras-chave: Fatores Socioeconômicos; Estilo de Vida; Bacharelado em Enfermagem; Universidades.

 

ABSTRACT

Objective: To relate sociodemographic and economic factors and lifestyle of nursing students of different nationalities and semesters of an international university. Methods: This is observational and analytical research conducted in 2019 at the University of International Integration of Afro-Brazilian Lusophony (UNILAB). After consent, Brazilian and foreign academics attending the beginning, middle, or end of graduation in Nursing answered a questionnaire. The data obtained were analyzed using the Epi Info program. The Chi-square test or Fisher’s exact test was applied to assess the relationship between categorical variables. P < 0.05 was adopted. Results: Of the 47 participants in the 1st semester, 51.06% practiced physical activity, of which 29.17% said they did it once a week and 50.00% performed walking or running. Of the 39 students in the 5th semester, 46.15% did physical activity, of which 50.00% practiced it daily, and 66.67% performed gym, aerobics, and/or water aerobics. Of the 17 students in the 10th semester, 82.35% practiced physical activity, of which 78.57% did it three times a week, and 57.14% ran and/or walked. Conclusion: It is concluded that, despite the similarities of the participants in terms of age, nationality, sex, marital status, parents' profession and individual income, the level of education of the father of the graduating students and the mother of those starting the Nursing Course differed from the too much. Although no connection was observed between the practice of physical activity and sociodemographic and economic aspects, regardless of the semester evaluated, an association between low financial status and alcohol consumption was found among academics who were halfway through the course.

Keywords: Socioeconomic Factors; Life Style; Nursing; Universities

 

RESUMEN

Objetivo: Relacionar factores sociodemográficos, económicos y estilo de vida de estudiantes de enfermería de diferentes nacionalidades y semestres de una universidad internacional. Métodos: Se trata de una investigación observacional y analítica realizada en 2019 en la Universidad de Integración Internacional de la Lusofonia Afrobrasileña (UNILAB). Previo consentimiento, académicos brasileños y extranjeros, cursando el inicio, medio o final de la graduación en Enfermería, respondieron un cuestionario. Los datos obtenidos fueron analizados mediante el programa Epi Info. Para evaluar la relación entre variables categóricas se aplicó la prueba de Chi-cuadrado o la prueba exacta de Fisher. Se adoptó P < 0,05. Resultados: De los 47 participantes del 1er semestre, el 51,06% practicaba actividad física, de los cuales el 29,17% dijo realizarla una vez por semana y el 50,00% realizaba caminata o carrera. De los 39 alumnos del 5º semestre, el 46,15% realizaba actividad física, de los cuales el 50,00% la practicaba diariamente, y el 66,67% realizaba gimnasia, aeróbic y/o aquagym. De los 17 estudiantes del 10º semestre, el 82,35% practicaba actividad física, de los cuales el 78,57% lo hacía tres veces por semana, y el 57,14% corría y/o caminaba. Conclusión: Se concluye que, a pesar de las similitudes de los participantes en cuanto a edad, nacionalidad, sexo, estado civil, profesión de los padres y renta individual, el nivel educativo del padre de los egresantes y de la madre de los que inician el Curso de Enfermería difería del demasiado. Aunque no se observó relación entre la práctica de actividad física y los aspectos sociodemográficos y económicos, independientemente del semestre evaluado, se encontró asociación entre el bajo nivel económico y el consumo de alcohol entre los académicos que se encontraban en la mitad de la carrera. 

Palabras clave: Factores Socioeconómicos; Estilo de Vida; Bachillerato em Enfermería; Universidades. 


 

 

INTRODUÇÃO

 

Tido como um padrão de comportamento modificável, capaz de alterar significativamente a saúde do indivíduo, o estilo de vida tem recebido atenção do meio científico por sua vulnerabilidade a alterações e repercussões em diferentes esferas da vida humana, estendendo-se à saúde pública1. Destaca-se, nesse âmbito, o público universitário pela susceptibilidade a transformações de seu estilo de vida, especialmente representadas por hábitos adquiridos, como o de fumar e ingerir bebida alcóolica, bem como pela prática limitada de atividade física e consumo alimentar inadequado.

Como resultado, pode-se elevar o risco de acometimento desses indivíduos por doenças crônicas não transmissíveis, além dos impactos negativos sobre a comunidade, particularmente se considerado o papel que o estudante exerce como futuro profissional, detentor de decisões e referência de comportamento e atitude. Apesar dessa fragilidade, o que se constata é uma atenção à saúde não efetiva, tendo em vista que o universitário não é assistido por programas já estabelecidos pelos Serviços Básicos de Saúde2.

Particularmente, para os acadêmicos estrangeiros, essa realidade se agrava, já que, além das mudanças no estilo de vida propiciados pela transição da juventude para a vida adulta, tornam-se mais expostos a essas variações pelo processo de adaptação ambiental, cultural e de atitudes e valores3. De fato, experienciam adversidades relacionadas ao idioma, religião e alimentação que, somadas à lembrança/nostalgia do país de origem, dificuldades financeiras, diferenças no sistema educacional e necessidade de estabelecer nova rotina de atividades, contribuem com transformações no estilo de vida3.   

Outro fator a ser considerado entre os que interferem no estilo de vida de universitários é o curso de graduação frequentado. Para os discentes da área da saúde, a atuação e intensificação de determinadas condições estressoras que ocorrem com o perpassar do curso, como a vasta carga horária teórica e prática, tempo limitado de sono/repouso, tensão para assimilar o amplo conteúdo abordado e contato com doenças e morte, propiciam mudanças negativas no estilo de vida1.

Assim, com base no acima exposto, esse estudo objetivou relacionar os fatores sociodemográficos e econômicos e o estilo de vida de graduandos em Enfermagem de diferentes nacionalidades e semestres de uma universidade de cunho internacional.

 

MÉTODO

Trata-se de um estudo observacional, analítico, transversal e de abordagem quantitativa, realizado no período de janeiro a dezembro de 2019, na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Embora a Universidade disponha de campi nos estados do Ceará e Bahia, a pesquisa foi conduzida no campus das Auroras (município de Redenção) e Unidade Acadêmica dos Palmares (município de Acarape), localizados no estado do Ceará.   

Foram convidados a participar do estudo acadêmicos brasileiros e estrangeiros, oriundos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe – países africanos; Portugal e Timor-Leste), que cursavam o início (1º semestre), meio (5º semestre) ou fim (10º semestre) do Curso de Enfermagem da UNILAB, nos períodos letivos de 2019.1 e 2019.2. Como critério de exclusão, estabeleceu-se ser graduando com idade inferior a 18 anos.  

Após planejamento com os docentes responsáveis pelas turmas de interesse do estudo, o projeto foi apresentado aos discentes das referidas turmas, presentes em sala de aula, e, tendo sido aceita a participação, foi aplicado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Logo após, foi solicitado o preenchimento de um questionário, elaborado pelos autores, contendo perguntas objetivas e subjetivas relacionadas aos aspectos sociodemográficos e econômicos (nacionalidade; gênero; situação conjugal; escolaridade e profissão dos pais e renda própria e familiar) e estilo de vida (prática, tipo e frequência de atividade física; consumo e frequência de bebida alcoólica e hábito de fumar).

Os dados obtidos foram organizados no Excel for Windows, versão 2016, e analisados pelo programa Epi Info, versão 7.2.1.0. Realizou-se a análise descritiva, obtendo-se as frequências relativas e absolutas das variáveis categóricas, além de medida de tendência central (média aritmética) e dispersão (desvio padrão), para as variáveis quantitativas. Para avaliar a relação entre as variáveis categóricas, foi aplicado o Teste de Qui-quadrado ou Teste exato de Fisher. Foi adotado o nível de significância de 5% (P < 0,05).

Essa pesquisa minimizou os danos aos participantes e evitou os riscos previsíveis, no âmbito físico, moral, intelectual, social, psíquico, cultural ou espiritual, a curto e longo prazo, cumprindo a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Sua aprovação ocorreu pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNILAB, conforme parecer número 2.522.537.

 

RESULTADOS

Participaram da pesquisa 103 estudantes, dos quais 44 (42,80%) e 59 (57,28%) cursavam o período letivo 2019.1 e 2019.2, respectivamente. Dos 47 participantes do 1º semestre (n = 22 – período letivo 2019.1 e n = 25 – período letivo 2019.2), cuja média de idade foi de 21,32 (± 4,37) anos, 29 (61,70%) eram brasileiros, 42 (89,36%) eram do sexo feminino e 45 (95,74%) não tinham companheiro. Quando avaliada a escolaridade dos pais, 14 (29,79%) acadêmicos relataram que seu pai tinha ensino médio completo, igual quantitativo apresentado entre os que referiram ter mãe com ensino fundamental incompleto. Com respeito à profissão, 8 (17,02%) discentes afirmaram que seu pai era agricultor e 22 (46,81%) mencionaram que sua mãe era “Do lar”. Sobre a renda individual e familiar, 29 (61,70%) e 25 (53,19%) universitários tinham renda própria e familiar de até 1 salário mínimo, respectivamente. 

Dos 39 acadêmicos do 5º semestre (n = 18 – período letivo 2019.1 e n = 21 – período letivo 2019.2), cuja média de idade foi de 22,18 (± 2,98) anos, 27 (69,23%) eram brasileiros, 29 (74,36%) eram do sexo feminino e 36 (92,31%) não tinham companheiro. Quando avaliada a escolaridade dos pais, 11 (28,21%) estudantes relataram que seu pai tinha ensino médio completo e 15 (38,46%) referiram que sua mãe tinha ensino médio completo. Com respeito à profissão, 8 (20,51%) discentes afirmaram que seu pai era agricultor e 12 (30,77%) mencionaram que sua mãe era “Do lar”. Sobre a renda individual e familiar, 23 (58,97%) e 16 (41,03%) universitários tinham renda própria e familiar de até 1 salário mínimo, respectivamente.  

Dos 17 estudantes do 10º semestre (n = 04 – período letivo 2019.1 e n = 13 – período letivo 2019.2), cuja média de idade foi de 25,94 (± 4,38) anos, 11 (64,71%) eram brasileiros, 12 (70,59%) eram do sexo feminino e 14 (82,35%) não tinham companheiro. Quando avaliada a escolaridade dos pais, 4 (23,53%) participantes relataram que seu pai tinha ensino fundamental incompleto e 6 (35,29%) referiram que sua mãe tinha ensino médio completo. Com respeito à profissão, 2 (11,76%) acadêmicos afirmaram que seu pai era agricultor e 7 (41,18%) mencionaram que sua mãe era “Do lar”. Sobre a renda individual e familiar, 9 (52,94%) e 7 (41,18%) universitários tinham renda própria e familiar de até 1 salário mínimo e superior a 1 e inferior a 2 salários mínimos, respectivamente.

A respeito do estilo de vida dos acadêmicos do 1º semestre, constatou-se que 24 (51,06%) praticavam atividade física, dos quais 7 (29,17%) afirmaram fazê-la 1 vez por semana e 12 (50,00%) realizavam caminhada ou corrida. No que se refere ao hábito de fumar e consumo e frequência de bebida alcoólica, 45 (95,74%) participantes não tinham esse hábito, 15 (32,61%) relataram ingeri-la e 8 (53,33%) a bebiam esporadicamente, respectivamente.

No que diz respeito ao estilo de vida dos estudantes do 5º semestre, observou-se que 18 (46,15%) praticavam atividade física, dos quais 9 (50,00%) afirmaram fazê-la diariamente e 12 (66,6%7) realizavam academia, aeróbica e/ou hidroginástica. No tocante ao hábito de fumar e consumo e frequência de bebida alcoólica, nenhum participante tinha esse hábito, 11 (28,21%) relataram ingeri-la e 7 (63,64%) a bebiam esporadicamente, respectivamente.

Com relação ao estilo de vida dos universitários do 10º semestre, verificou-se que 14 (82,35%) praticavam atividade física, dos quais 11 (78,57%) afirmaram fazê-la 3 vezes por semana e 8 (57,14%) realizavam corrida e/ou caminhada. Quanto ao hábito de fumar e consumo e frequência de bebida alcoólica, 16 (94,12%) participantes não tinham esse hábito, 10 (58,82%) relataram ingeri-la e 8 (80,00%) a bebiam esporadicamente, respectivamente.

Ao analisar a relação entre a prática de atividade física e os aspectos sociodemográficos e econômicos dos estudantes do 1º primeiro semestre, não se observou qualquer relação entre essas variáveis (p > 0,05). Resultado semelhante foi obtido entre os participantes do 5º e 10º semestres (p > 0,05) (Tabela 1). 


 

Tabela 1 - Associação entre a prática de atividade física e os aspectos sociodemográficos e econômicos dos estudantes. Acarape e Redenção - CE, 2020

Variável

Prática de atividade física

Valor de p

Sim

N (%)

Não

N (%)

1º semestre

 

 

 

Nacionalidade (n = 47)

 

 

 

Brasileira

13 (44,83)

16 (55,17)

0,277

Estrangeira

11 (61,11)

7 (38.89)

Gênero (n = 47)

 

 

 

Feminino

20 (47,62)

22 (52,38)

0,187

Masculino

4 (80,00)

1 (20,00)

Idade (n = 47)

 

 

 

≤ 24 anos

20 (50,00)

20 (50,00)

0,524

> 24 anos

4 (57,14)

3 (42,86)

Situação conjugal (n = 47)

 

 

 

Com companheiro

1 (50,00)

1 (50,00)

0,744

Sem companheiro

23 (51,11)

22 (48,89)

Renda própriaa (n = 47)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

21 (50,00)

21 (50,00)

0,337

> 1 salário mínimo

3 (75,00)

1 (25,00)

Renda familiara (n = 47)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

15 (50,00)

15 (50,00)

0,846

> 1 salário mínimo

9 (52,94)

8 (47,06)

5º semestre

 

 

 

Nacionalidade (n = 39)

 

 

 

Brasileira

10 (37,04)

17 (62,96)

0,086

Estrangeira

8 (66,67)

4 (33,33)

Gênero (n = 39)

 

 

 

Feminino

12 (41,38)

17 (58,62)

0,257

Masculino

6 (60,00)

4 (40,00)

Idade (n = 39)

 

 

 

≤ 24 anos

15 (45,45)

18 (54,55)

0,590

> 24 anos

3 (50,00)

3 (50,00)

Situação conjugal (n = 39)

 

 

 

Com companheiro

1 (33,33)

2 (66,67)

0,559

Sem companheiro

17 (47,22)

19 (52,78)

Renda própriaa (n = 39)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

16 (44,44)

20 (55,56)

0,440

> 1 salário mínimo

2 (66,67)

1 (33,33)

Renda familiara (n = 39)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

8 (53,33)

7 (46,67)

0,477

> 1 salário mínimo

10 (41,67)

14 (58,33)

10º semestre

 

 

 

Nacionalidade (n = 17)

 

 

 

Brasileira

8 (72,73)

3 (27,27)

0,242

Estrangeira

  6 (100,00)

     0 (0,00)

Gênero (n = 17)

 

 

 

Feminino

10 (83,33)

2 (16,67)

0,676

Masculino

4 (80,00)

1 (20,00)

Idade (n = 17)

 

 

 

≤ 24 anos

7 (77,78)

2 (22,22)

0,547

> 24 anos

7 (87,50)

1 (12,50)

Situação conjugal (n = 17)

 

 

 

Com companheiro

2 (66,67)

1 (33,33)

0,464

Sem companheiro

12 (85,71)

2 (14,29)

Renda própriaa (n = 17)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

10 (76,92)

3 (23,08)

0,420

> 1 salário mínimo

4 (100,00)

0 (0,00)

Renda familiara (n = 17)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

2 (50,00)

2 (50,00)

0,120

> 1 salário mínimo

12 (92,31)

1 (7,69)

aRenda mensal. R$ 998,00 - valor do salário mínimo em 2019. 


Ao analisar a relação entre o consumo de bebida alcoólica e os aspectos sociodemográficos e econômicos dos estudantes do 1º e 10º semestres, não se verificou qualquer relação entre essas variáveis (p > 0,05). Para os acadêmicos do 5º semestre, observou-se uma associação significativa entre ser universitário com renda familiar inferior ou igual a 1 salário mínimo e consumir bebida alcoólica (p = 0,019) (Tabela 2).


 

Tabela 2 - Associação entre o consumo de bebida alcoólica e os aspectos sociodemográficos e econômicos dos estudantes. Acarape e Redenção - CE, 2020

Variável

Consumo de bebida alcoólica

Valor de p

Sim

N (%)

Não

N (%)

1º semestre

 

 

 

Nacionalidade (n = 46)

 

 

 

Brasileira

10 (34,48)

19 (65,52)

0,723

Estrangeira

5 (29,41)

12 (70,59)

Gênero (n = 46)

 

 

 

Feminino

15 (36,59)

26 (63,41)

0,123

Masculino

0 (0,00)

5 (100,00)

Idade (n = 46)

 

 

 

≤ 24 anos

11 (28,21)

28 (71,79)

0,143

> 24 anos

4 (57,14)

3 (42,86)

Situação conjugal (n = 46)

 

 

 

Com companheiro

0(0,00)

2 (100,00)

0,449

Sem companheiro

15 (34,09)

29 (65,91)

Renda própriaa (n = 46)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

13 (31,71)

28 (68,29)

0,407

> 1 salário mínimo

2 (50,00)

2 (50,00)

Renda familiara (n = 46)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

9 (30,00)

21 (70,00)

0,605

> 1 salário mínimo

6 (37,50)

10 (62,00)

5º semestre

 

 

 

Nacionalidade (n = 39)

 

 

 

Brasileira

10 (37,04)

17 (62,96)

0,068

Estrangeira

1 (8,33)

11 (91,67)

Gênero (n = 39)

 

 

 

Feminino

9 (31,03)

20 (68,97)

0,409

Masculino

2 (20,00)

8 (80,00)

Idade (n = 39)

 

 

 

≤ 24 anos

9 (27,27)

24 (72,73)

0,553

> 24 anos

2 (33,33)

4 (66,67)

Situação conjugal (n = 39)

 

 

 

Com companheiro

0 (0,00)

3 (100,00)

0,358

Sem companheiro

11 (30,00)

25 (69,44)

Renda própriaa (n = 39)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

10 (27,78)

26 (72,22)

0,641

> 1 salário mínimo

1 (33,33)

2 (66,67)

Renda familiara (n = 39)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

1 (6,67)*

14 (93,33)

0,019

> 1 salário mínimo

10 (41,67)

14 (58,33)

10º semestre

 

 

 

Nacionalidade (n = 17)

 

 

 

Brasileira

7 (63,64)

4 (36,36)

0,484

Estrangeira

3 (50,00)

3 (50,00)

Gênero (n = 17)

 

 

 

Feminino

7 (58,33)

5 (41,67)

0,685

Masculino

3 (60,00)

2 (40,00)

Idade (n = 17)

 

 

 

≤ 24 anos

7 (77,78)

2 (22,22)

0,117

> 24 anos

3 (37,50)

5 (62,50)

Situação conjugal (n = 17)

 

 

 

Com companheiro

2 (66,67)

1 (33,33)

0,685

Sem companheiro

8 (57,14)

6 (42,86)

Renda própriaa (n = 17)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

9 (69,23)

4 (30,77)

0,161

> 1 salário mínimo

1 (25,00)

3 (75,00)

Renda familiara (n = 17)

 

 

 

≤ 1 salário mínimo

2 (50,00)

2 (50,00)

0,558

> 1 salário mínimo

8 (61,54)

5 (38,48)

aRenda mensal. R$ 998,00 - valor do salário mínimo em 2019. *Teste exato de Fisher.

 


DISCUSSÃO

Conhecer os aspectos sociodemográficos e econômicos e sua influência sobre o estilo de vida de universitários de diferentes nacionalidades, convivendo em um mesmo espaço e vivenciando os mais diversos desafios no início, meio e fim da graduação em Enfermagem, pode contribuir significativamente no seu estado de saúde e sua formação pessoal, acadêmica e profissional. Além do que, poderá direcionar ações de gestores e corpo docente da Universidade, visando propiciar uma atuação adequada e responsável do graduando na comunidade local, regional e dos países africanos de língua oficial portuguesa.    

Nesse sentido, ao se avaliar a média de idade dos acadêmicos, conforme o semestre estudado, o valor obtido no 1º e 5º semestres não superou a faixa etária predominante (18-24 anos) de ingressantes nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), no período de 2013 a 20184. Esse dado pode sugerir um ingresso mais precoce dos participantes dessa pesquisa na UNILAB e/ou uma dedicação maior à graduação. Essas suposições podem ser respaldadas pelo fato de que os estudantes do 10º semestre apresentaram uma média de idade próxima à idade máxima dos discentes que adentraram nas IFES no período acima citado.

Em relação ao predomínio de universitários brasileiros, independentemente do semestre investigado, esse achado pode resultar do aumento do número de vagas ofertadas a esses estudantes para o ingresso na UNILAB ocorrido ao longo dos anos5. Pode-se presumir ainda que esse maior envolvimento dos universitários brasileiros reflita o interesse desses em participar de pesquisas.  

Para a maior presença do sexo feminino em todos os semestres analisados, esse fenômeno corrobora com o fato de que, na UNILAB, há uma preponderância desse gênero entre os estudantes de graduação6. Particularmente, esse achado pode advir do processo de desconstrução do paradigma de que a Universidade é um espaço masculino, associado à necessidade de inserção do público feminino no mercado profissional7. Outra provável justificativa está no fato de que a prática profissional da Enfermagem se originou a partir do cuidado feminino, mesmo diante do envolvimento crescente do público masculino, continua a ser exercida predominantemente pela mulher8.

Quanto ao maior número de participantes que não tinham companheiro (a) evidenciado em todos os semestres pesquisados, esse resultado condiz com o perfil dos universitários apresentado por Bresolin et al.9, marcado por um maior quantitativo de jovens solteiros. Esse fenômeno pode estar correlacionado às excessivas e complexas demandas acadêmicas vivenciadas pelos cursos da área da saúde que, ao requererem do estudante dedicação e tempo, são capazes de interferir em diferentes aspectos de sua vida, inclusive no relacionamento afetivo.     

Quando analisado o grau de escolaridade dos pais dos discentes do 1º semestre, o maior nível de instrução apresentado pelos pais frente às mães pode ser uma consequência do papel que a mulher exercia nas sociedades antigas, dedicando-se ao lar e aos cuidados com os filhos, além da sua subordinação à figura masculina7. Essa influência histórica pode ter sido mais notável na amostra estudada por ser essa oriunda de municípios do interior do Ceará e de países africanos desfavorecidos economicamente. 

Sobre a semelhança de escolaridade observada entre os pais e mães dos acadêmicos do 5º semestre, ela pode ser um reflexo da ampliação do acesso à escola por grupos anteriormente excluídos da educação formal brasileira, como a mulher10. Esse fenômeno pode ter se potencializado entre as mães dos estudantes do 10º semestre, o que justificaria seu maior nível instrucional perante os pais. Entretanto, se considerada a contribuição das mães dos universitários estrangeiros do 5º e 10º semestres nesse resultado, esse foi surpreendente, já que a literatura menciona uma desigualdade educacional entre os gêneros nos países da África Subsaariana, especialmente desfavorecendo o sexo feminino11.    

No tocante à ocupação, o destaque para o profissional agricultor entre os pais dos estudantes, em qualquer dos semestres avaliados, pode estar associado ao local onde a pesquisa foi executada, especificamente na Região do Maciço de Baturité, em que o setor da agropecuária contribui com cerca de 15,33% do Produto Interno Bruto (PIB)12. Para os discentes estrangeiros, esse achado pode estar vinculado ao importante papel que o setor agrícola assume no cenário econômico dos países africanos, especialmente os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)13. Quanto à presença marcante de mães, cuja profissão era “Do lar”, esse dado pode estar relacionado ao papel que a elas era/é atribuído de naturalmente cuidar dos filhos. 

Com respeito à renda individual e familiar, o valor mencionado pelos participantes, o qual não superou 2 salários mínimos, condiz com os dados descritos na V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) Graduandos (as) das IFES4. De acordo com a pesquisa, grande parte dos estudantes tinham renda mensal familiar bruta de até 2 salários mínimos, condição evidenciada tanto no contexto nacional quanto da Região Nordeste. Com respeito aos universitários estrangeiros, a literatura relata que, em muitos países da África Subsaariana, a renda diária não ultrapassa US$ 1,914.   

No que concerne ao estilo vida, o maior quantitativo de estudantes do 1º e 10º semestres que praticavam atividade física, o que se assemelhou à Silva et al.15, foi inesperado, visto que a intensa demanda acadêmica compromete o tempo disponível para a realização de exercícios físicos regulares. Entretanto, essa atitude pode derivar da preocupação dos discentes com a estética corporal, notadamente pela busca de um corpo magro ou musculoso15.

Para o menor número de acadêmicos do 5º semestre que realizavam atividade física, esse dado pode ser explicado pela realidade experienciada pelo Curso de Enfermagem da UNILAB. Realmente, no 5º semestre, o curso exige muitas horas em sala de aula, em decorrência da transição das disciplinas do ciclo básico para as específicas, o que pode induzir esgotamento físico dos graduandos16.

Acerca do tipo de atividade física praticada pelos participantes, o destaque para a corrida e caminhada, no 1º e 10º semestres, pode ser compreendido se admitido que essas modalidades de atividade física são frequentemente realizadas de forma gratuita, sem a necessidade de equipamentos especiais e instrutor, em espaços públicos e ar livre 17. Esses benefícios condizem com a condição financeira de boa parte dos acadêmicos. Somado a isso, o ambiente natural onde os estudantes habitam, marcado pela presença de serras úmidas e secas e sertões18, pode favorecer essas práticas.

Para os universitários do 5º semestre, a preponderância da academia, entendida como a prática da musculação, corroborou com os achados de Farias et al.19. Segundo os autores, os estudantes brasileiros e estrangeiros da UNILAB têm a musculação como atividade física preferencial. Essa predileção pode ser explicada pela busca do “corpo belo”15.

Além da musculação, a atividade aeróbica e hidroginástica citada pelos discentes do 5º semestre pode ser praticada por eles como estratégia de melhoria da qualidade do sono e a necessidade de terapêutica em busca de bem estar e prazer, respectivamente20.

Quando pesquisada a frequência de realização da atividade física, a constatação da prática diária por metade dos participantes do 5º semestre foi um resultado inusitado, especialmente pela carga horária exigida pelo Curso de Enfermagem e por esse ocorrer em horário integral16. Esse dado sugere um elevado grau de consciência por parte desses estudantes, particularmente se admitido que o exercício físico pode estar envolvido com a melhora do sistema imunológico e qualidade do sono, redução dos níveis de estresse e tratamento de sintomas de depressão e ansiedade, bem como redução dos riscos de inúmeras condições crônicas e elevação da expectativa de vida21.

Para os discentes do 10º semestre, o destaque para a frequência de atividade física de 3 vezes por semana deve ser avaliado com base nas diferentes diretrizes em vigor, as quais incluem a intensidade do exercício22. Assim, é possível que os acadêmicos do 10º semestre realizem exercícios físicos em uma periodicidade abaixo ou no limite mínimo das diferentes recomendações existentes, já que eles costumam fazer principalmente corrida (tida como atividade física vigorosa) ou caminhada (tida como atividade física moderada).

Para os participantes do 1º semestre, o destaque para a prática de atividade física uma vez por semana, independentemente da diretriz considerada, parece ser inadequado. Esse fenômeno pode estar relacionado ao processo de adaptação ao meio universitário.

Acerca do hábito de fumar, o elevado número de estudantes, em qualquer um dos semestres pesquisados, que não possuíam esse hábito diverge da literatura, a qual relata que o período universitário é marcado pela maior adesão a esse hábito23. Entretanto, esse resultado pode ser entendido com base em condições vivenciadas no Brasil nas últimas décadas, relacionadas ao consumo de tabaco, representadas por: - instituição de políticas de controle desse produto; - elevação dos preços; - restrição de marketing; - realização de campanhas nacionais e crescente acesso a tratamentos farmacológicos de cessação desse hábito24.

Pode-se supor ainda que, pelo fato de os participantes serem da área da saúde e conhecerem os danos promovidos pelo tabaco, justifique-se a significativa não adesão ao hábito de fumar. Somado a isso, eles são tidos como referenciais e transmissores de informações/conhecimentos em saúde à comunidade23.

Quanto ao consumo de bebida alcoólica, o maior número de estudantes do 10º semestre que tinham esse hábito, apesar da prática de atividade física, evidencia a presença desse importante comportamento de risco entre adultos jovens, os quais incluem os universitários25. Entre os brasileiros, esse consumo pode ocorrer em mais de 80% dos universitários26 e, entre os africanos, esse quantitativo se aproxima dos 90% dos graduandos27.

Diante desse cenário, pode-se supor que os discentes do 10º semestre podem ingerir bebida alcoólica como forma de automedicação ou autogestão em reposta a estressores, como os interpessoais, intrapessoais, acadêmicos e ambientais, assim como pela facilidade do acesso e busca por diversão e prazer.

Para os participantes do 1º e 5º semestres, o menor número dos que consumiam bebida alcoólica pode estar ligado à percepção dos riscos e efeitos nocivos dessa substância. Realmente, o uso excessivo de álcool é tido como um fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis, prática de violência, envolvimento em acidentes e desenvolvimento de comportamento agressivo28. No meio acadêmico, essa ingestão pode desencadear baixo desempenho, alterações no sono, transtornos psicológicos e comportamentais e dependência do álcool29. Entretanto, essas consequências podem ser amenizadas, já que a frequência desse hábito entre os participantes dos diferentes semestres estudados foi rara. 

Em particular, para a associação entre ser acadêmico do 5º semestre e ter renda familiar inferior ou igual a 1 salário mínimo e consumir bebida alcoólica, embora se oponha a Fagundes et al. 30, pode ser justificada pela situação de pobreza conseguir promover sofrimento psíquico e/ou agravar quadros de transtornos mentais, os quais compreendem desde a depressão e ansiedade à ingesta de álcool e outras drogas30. É possível ainda que resulte do elevado nível de estresse apresentado por mais da metade dos estudantes do referido semestre (dados não mostrados).   

Apesar dos achados aqui relatados, cita-se, como maior limitação da pesquisa, o reduzido número de participantes, o que inviabilizou explorar os dados conforme o período letivo e nacionalidade. Outro fator limitante a ser apontado foi o baixo número de universitários que cursavam o 10º semestre do Curso de Enfermagem no período em que o estudo foi realizado. 

 

CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que, apesar das semelhanças dos participantes dos diferentes semestres em relação à idade, nacionalidade, sexo, estado civil, profissão dos pais e renda individual, o grau de escolaridade do pai dos estudantes concludentes e da mãe dos que iniciavam o Curso de Enfermagem divergiu dos demais pesquisados, apresentando maior desproporcionalidade em relação ao nível educacional do filho. Para a renda familiar, embora reduzida, mostrou-se menos inapropriada entre os universitários em fase de conclusão da graduação.     

Quanto ao estilo de vida, apesar de adequado, independentemente do semestre pesquisado, diferiu em relação à frequência de atividade física entre os participantes que estavam iniciando o curso, nos quais se evidenciou uma periodicidade limitada. Com respeito à modalidade praticada, os universitários que estavam na metade do curso praticavam atividades físicas distintas das realizadas pelos demais estudantes, apresentando uma maior variedade de exercícios, de diferentes finalidades, complexidades e investimento de recursos.

No que se refere à relação entre os fatores sociodemográficos e econômicos e o estilo de vida, embora não se tenha observado qualquer ligação entre a prática de atividade física e os aspectos sociodemográficos e econômicos, independentemente do semestre avaliado, uma associação entre uma reduzida condição financeira e a ingesta de bebida alcoólica foi constatada entre os acadêmicos que estavam na metade do curso.  

    Fomento e Agradecimento

Agradecemos à Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), por subsidiar a execução de parte desse trabalho. Somos gratos à Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e aos acadêmicos participantes do estudo, por viabilizarem a sua realização.

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Editor Científico: Francisco Mayron Morais Soares. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7316-2519

 

Rev Enferm Atual In Derme 2023;97(1):e023037