ANÁLISE DO APOIO SOCIAL NA PERCEPÇÃO DE INDIVÍDUOS ACOMETIDOS POR SARS-CoV-2

 

ANALYSIS OF SOCIAL SUPPORT IN THE PERCEPTION OF INDIVIDUALS AFFECTED BY SARS-CoV-2

 

ANÁLISIS DEL APOYO SOCIAL EN LA PERCEPCIÓN DE LAS PERSONAS AFECTADAS POR EL SARS-CoV-2

 


 

1Antônia Antonieta Alves da Silva

2Gabriel Alves Desiderio

3Matheus de Sousa Nobre

4Miguel Vicente Ucó

5Ana Lydia Franco

6Elbin Djedjo

7Jairo Domingos de Morais

8Gilvan Ferreira Felipe

 

1Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Redenção, CE-Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5467-8202. E-mail: santonieta534.aluna@gmail.com

2Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Redenção, CE-Brasil ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0337-5110 E-mail: gabrieldesiderio345@gmail.com

3Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Redenção, CE-Brasil ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8632-4177 E-mail: sousanbr@gmail.com

4Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Redenção, CE-Brasil ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4183-0444 E-mail: miviu@aluno.unilab.edu.br

5Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Redenção, CE-Brasil ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2376-9176 E-mail: lydiapesquisas@gmail.com

6Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Redenção, CE-Brasil ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1404-7398 E-mail: elbindjedjo25@gmail.com

7Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Redenção, CE-Brasil ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8383-7871 E-mail: jairo@unilab.edu.br

8Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Redenção, CE-Brasil ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0674-4396 E-mail: gilvanfelipe@unilab.edu.br

 

Autor correspondente

Antônia Antonieta Alves da Silva

R. Benjamin Constant, Redenção, CE-Brasil. CEP- 62790.000. Telefone: +55 (85)98424-7385 E-mail: santonieta534.aluna@gmail.com

 

 

RESUMO

Objetivo: Analisar o Apoio Social percebido pelos usuários com confirmação de SARS-CoV-2 no Município de Redenção–CE. Método: Trata-se de um estudo qualitativo de caráter exploratório e descritivo realizado em fevereiro e março de 2021, por meio de entrevista semiestruturada. A população do estudo foi composta por 10 usuários com confirmação de SARS-CoV-2 residentes do município. Resultados: O isolamento social contribuiu para que a rede de apoio social não cumprisse o seu papel em ofertar o apoio social, o que prejudicou e dificultou o enfrentamento das condições oriundas da doença e dos cuidados em saúde nas diversas relações interpessoais oriundas do ciclo de convivência do indivíduo. Conclusão: Ao analisar o apoio social dos indivíduos durante a pandemia, foi possível perceber a necessidade de todos os tipos de apoio social para o enfrentamento da doença por partes dos usuários com SARS-CoV-2 o que deve ser observado para formulação de estratégias de enfrentamento ao SARS-CoV-2.

Palavras-chave: Apoio Social; SARS-CoV-2; Saúde Pública.

 

ABSTRACT

Objective: To analyze the Social Support perceived by users with confirmation of SARS-CoV-2 in the Municipality of Redenção-CE. Methods: This is an exploratory and descriptive qualitative study carried in February and March 2021, through semi-structured interviews. The study population consisted of 10 users with confirmation of SARS-CoV-2 residents of the municipality. Results: Social isolation meant that the social support network did not fulfill its role in offering social support, which hindered and made it difficult to cope with the conditions arising from the disease and health care in the various interpersonal relationships arising from the individual's life cycle. Conclusion: By analyzing the social support of individuals during the pandemic, it was possible to see the need for all types of social support for coping with the disease by users with SARS-CoV-2 what should be observed when formulating strategies to face SARS-CoV-2.

Keywords:

 

RESUMEN

Objective: Analizar el Apoyo Social percibido por los usuarios con confirmación de SARS-CoV-2 en el Municipio de Redenção-CE. Método: Se trata de un estudio cualitativo exploratorio y descriptivo realizado en febrero y marzo de 2021, a través de una entrevista semiestructurada. La población de estudio estuvo conformada por 10 usuarios con confirmación de SARS-CoV-2 residentes en el municipio. Resultados: El aislamiento social contribuyó a que la red de apoyo social no cumpliera con su rol de brindar apoyo social, lo que perjudicó y dificultó el enfrentamiento de las condiciones derivadas de la enfermedad y el cuidado de la salud en las diversas relaciones interpersonales derivadas del ciclo de convivencia de la individual. Conclusión: Al analizar el apoyo social de los individuos durante la pandemia, fue posible percibir la necesidad de todo tipo de apoyo social para el enfrentamiento de la enfermedad por parte de los usuarios con SARS-CoV-2, lo que debe ser observado para formular estrategias de enfrentamiento a la enfermedad SARS-CoV-2.

Palabras clave: Apoyo Social; SARS-CoV-2; Salud Pública.

 

 


Submissão: 07-03-2023

Aprovado: 09-12-2023

 

 

INTRODUÇÃO

 

O distanciamento social ocasionado pela pandemia do novo coronavírus (SARS-COV-2) impactou todas as camadas sociais, dificultando relações interpessoais e reformulando os modos de interação. Para os indivíduos com SARS-CoV-2, foi determinante a modificação das relações dentro do ciclo social, que durante e após os sintomas se mostrou importante no apoio social desses indivíduos (1).

Indivíduos em processo de adoecimento, muitas vezes, desenvolvem sentimento de angústia, sofrimento psíquico e questionamentos referentes a sua condição. Nesse contexto, a rede de apoio social e o apoio social por ela ofertado vão além do tratamento e da cura (2).

Logo, o apoio social surge como estratégia na qual as relações interpessoais ficam mais estreitas por meio do auxílio emocional, material e/ou de outro tipo, que gera no beneficiado um efeito positivo para a superação dessa condição, e no beneficiador um sentimento de participação na melhora da saúde física e mental do indivíduo. Assim, essa assistência de menor ou maior grau é definida como apoio social e se insere na vida do indivíduo em diferentes camadas do ciclo social, sendo percebida em maior dimensão em contextos relacionados à saúde (3).

O apoio social, como mecanismo de enfrentamento a problemas relacionados à saúde, pode ser identificado sobretudo nas áreas que abrangem o apoio material, o apoio afetivo/interação social positiva e o apoio emocional/informacional (4). O papel da rede de apoio e o apoio social por ela ofertado demonstram que em todos os seus aspectos o apoio social é fator determinante para a procura de ajuda profissional, reduzindo riscos, e essencial para o enfrentamento de situações negativas durante o processo de cuidado (5).

Por esse ângulo, além da família, outros grupos que não pertencem ao ciclo familiar do indivíduo, como é o caso da equipe multiprofissional em saúde, reafirmam o papel do apoio social para além de contextos de sofrimento (6).

O apoio social é visto como um recurso de suporte para pessoas cujo medo, incerteza e desconhecimento sobre a doença têm influenciado o cotidiano de forma sem precedentes. A realização de estudos, diante do cenário de emergência de Saúde Pública por conta do SARS-CoV-2, que analisem as especificidades deste público-alvo e analisem medidas de cuidado integral são de extrema importância epidemiológica e sanitária (7), visto que existe restrita literatura nacional referente à importância do apoio social aos usuários com confirmação de SARS-CoV-2.

Todos esses aspectos oriundos dos efeitos da SARS-CoV-2 nas condições de saúde e bem-estar, assim como nas condições socioeconômicas da população, remetem à compreensão dos caminhos utilizados pela população em termos de resolutividade dos seus problemas de saúde, visando a atenção biopsicossocial no contexto da pandemia. Assim, buscou-se responder: Qual papel do apoio social para usuários com casos confirmados de SARS-CoV-2? Qual a percepção do apoio social recebido por estes usuários? Qual o tipo de apoio social é mais evidente por estes usuários? Com base no exposto, o presente estudo tem como objetivo analisar o Apoio Social percebido por usuários com confirmação de SARS-CoV-2 no Município de Redenção – Ceará.

 

MÉTODOS

 

Tipo de estudo

Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter exploratório e descritivo.

 

Local do estudo

A pesquisa foi desenvolvida com usuários acompanhados por equipes de saúde da família do município de Redenção-CE.

 

Participantes do estudo

A pesquisa utilizou como critério de inclusão: usuários maiores de 18 anos, com diagnóstico de SARS-CoV-2 e identificados pela Secretaria Municipal de Saúde de Redenção-CE, totalizando uma população de 10 usuários com confirmação de SARS-CoV-2 que aceitaram participar do estudo.

 

Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada entre fevereiro e março de 2021, por meio de entrevista semiestruturada, conduzida pelos pesquisadores e realizada via telefone. As entrevistas foram realizadas em dia e horário pré-agendados, sendo os participantes identificados por meio de um código, com a letra A e numeral sequencial, para manter o sigilo dos sujeitos das pesquisas. Utilizou-se o critério de saturação de dados para encerrar a coleta. As entrevistas semiestruturadas foram escolhidas por descrever os fenômenos sociais, e também a compreensão em sua totalidade. Elas foram gravadas em meio digital por aplicativo de mensagem e gravação de voz do aparelho celular marca Samsung, e depois fielmente transcritas na forma de texto.

Para entrevista, foi utilizado um roteiro que abordou: questões do perfil sociodemográfico, a doença, o isolamento social, o apoio percebido durante o período de isolamento social, as ações percebidas pelos usuários que lhe fizeram sentir algum tipo de apoio durante esse período de recuperação da doença.

 

Análise dos dados

Para tratamento e análise do material empírico qualitativo, foi utilizada a técnica da análise de conteúdo de Bardin (8) visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos, descrição do conteúdo das mensagens. A análise temática se desdobrou em três etapas: uma pré- análise, exploração do material colhido e por último tratamento dos resultados obtidos e interpretação. O artigo está estruturado com base nas seguintes categorias encontradas: sinais e sintomas da doença, isolamento social e apoio social percebido.

A base teórica que sustenta a estrutura do estudo está vinculada na abordagem teórica dos sistemas familiares (9) e atrelada à perspectiva do curso de vida, o que pressupõe que as características e experiências dos membros familiares, entendida no presente estudo também como membros da rede de apoio social, influenciam a saúde dos indivíduos uma vez que suas vidas estão interligadas.

Essas bases teóricas enfatizam uma perspectiva socioecológica, que analisa as dinâmicas e interrelações, abordando fatores de interação ao nível micro, meso e macro, o que permite analisar as percepções do apoio social durante o percurso da SARS-CoV-2 por parte dos entrevistados.

 

Aspectos éticos

Os participantes receberam todas as informações detalhadas sobre os objetivos, métodos e questões éticas da pesquisa constante do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e manifestaram aprovação para participação na pesquisa. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira-UNILAB sob o número do CAAE: 31669120.9.0000.5576 seguindo as recomendações da Resolução 466/2012.

 

RESULTADOS

 

Dentre os 10 usuários participantes do estudo, com confirmação do diagnóstico de SARS-CoV-2, todos residiam no município estudado, com idade entre 20 e 55 anos, em sua maioria do sexo feminino (90,0%), casados/união estável (80,0%), pardos (90,0%) que trabalhavam (80,0%) e residiam com mais de 3 pessoas em média.

Após a análise de conteúdo, desenvolvida a partir do construto teórico oriundo das entrevistas, três categorias foram criadas a partir da similaridade identificada nas falas dos sujeitos, sendo elas: sinais e sintomas da doença, isolamento social e apoio social percebido.

 

Sinais e sintomas da doença

No tocante à doença, os discursos das participantes se mostraram semelhantes ao expressarem os sinais e sintomas que tiveram, cujo quadro clínico sintomático vivenciado foi evidenciado por: febre alta, tosse, falta de ar e dores no corpo, além de relatos sobre perda do paladar e olfato, dor na garganta e menos referenciado dor de cabeça e dor no peito, identificados nas falas:

 

Tive febre alta e dor no corpo. (A7).

 

Eu tive perda de paladar e olfato. (A2).

 

Senti dor de garganta, dor no peito e febre acima de 40 graus. (A3).

 

Eu senti dor de garganta e tosse. (A5).

 

Tive dor no corpo, dor de cabeça, e falta de ar. (A9).

 

 

O isolamento social

 

Os sentimentos vivenciados no momento de isolamento social por causa do diagnóstico de SARS-CoV-2, expressos nas falas dos participantes, foram descritos como negativos, difíceis, insegurança, tensão, nervosismos e desespero, associado ao medo de transmitir a doença para outras pessoas nesse período de pandemia que estavam atrelados, muitas vezes, à falta de informação sobre a doença e o número de óbitos que aumentava consideravelmente no Brasil no período das entrevistas:

 

Fiquei nervosa, tensa, medo de passar o vírus para outras pessoas. (A1).

 

Foi horrível, não pretendo voltar a ter isso novamente, foi um momento difícil demais. (A4).

 

Os relatos dos participantes revelaram ainda que, durante o isolamento social, reduziram o número de contatos e deixaram de realizar atividades rotineiras. Esse isolamento pode limitar, ou mesmo impedir, que a rede de apoio social cumpra o seu papel de ofertar o apoio social, o que prejudica e dificulta o enfrentamento das condições de risco oriundas da doença:

 

Muito difícil, mexeu com meu psicológico, não podia sair para resolver as coisas no banco, foi complicado. (A9).

 

Ruim porque fica longe da família. (A3).

 

Eu reclamava muito porque ficava trancado dentro do quarto. (A7).

 

 

Esse momento difícil também foi expresso no período pós-doença, exemplificado no relato da participante “A8”, que observou evidências que alguns membros da sua rede de apoio social se mostraram indiferentes e distanciados frente à experiência de ter sido acometido por SARS-CoV-2, logo após o término do prazo estabelecido de isolamento:

 

[...] pior foi sair depois e ninguém querer chegar perto de mim. (A8).

 

 

Os usuários com SARS-CoV-2 pesquisados permaneceram em isolamento social imediato após início dos sintomas, atendendo medida preconizada para prevenção e controle da doença, o que envolve diferentes demandas de apoio, podendo ocorrer nos diversos cenários de interação, de diferentes formas e provenientes de diferentes fontes.

 

O apoio social percebido

 

Pode-se observar nas falas dos participantes que os tipos de apoio oferecidos possuem focos direcionados, tanto para demandas relacionadas ao isolamento social (ajuda financeira para remédios, compra de alimentos; informação e dúvidas, atenção, acompanhamento aos serviços de saúde; ajuda nas atividades domésticas; orientações quanto à doença), como também para sinais e sintomas do SARS-CoV-2 (monitoramento de sinais vitais, acompanhamento, tratamento, prevenção e controle das complicações e riscos). Além disso, mostrou-se importante também para outros tipos de demanda que fazem parte do cotidiano dessas pessoas e que podem estar relacionadas às condições impostas pela doença como observado nas falas:

 

Tive apoio tanto material para compra de medicamentos e alimentação, como também recebi várias orientações sobre a doença e aconselhamento dos familiares. (A1).

 

Os profissionais de saúde estavam sempre à disposição para ajudar, monitorando e ajudando oferecendo o suporte. (A6).

 

 

No presente estudo, o apoio se deu muitas vezes por telefone, chamadas de vídeo, mídias sociais ou até mesmo visitas domiciliares, tendo como principais fontes de apoio social os familiares e instituições (igreja, grupos sociais e Unidade de Saúde). Enfim, uma diversidade de integrantes da rede de apoio social que, interagindo entre si ou não, tiveram suas ações percebidas:

 

Eu tive apoio dos meus amigos né, por rede social, que mantinha o contato virtual dos meus familiares, do meu pai e da minha irmã. (A6).

 

A minha família me ajudou viu e eu recebi as visitas das equipes de saúde. (A1).

 

Minha sogra, sogro, mãe e esposo me apoiou, além do grupo da igreja que sempre conversava comigo me dando palavras de conforto. (A8).

A busca de ajuda é uma reação natural de um indivíduo que passa por problemas ou por qualquer situação complicada. A família foi citada por todos os participantes como a fonte de apoio social mais presente nesse período, oferecendo apoio, segurança e resposta positiva frente à doença. Esta busca surge a partir da necessidade de encontrar alguma forma de resolver os problemas e sair do momento de crise, de modo que contar sobre a doença para os familiares e receber apoio, e não o abandono, foi uma forma de fortalecimento e conforto para quem teve SARS-CoV-2:

 

Tive apoio da minha mãe em tudo, que foi essencial na minha recuperação. (A4).

 

Porque minha família é que é mais importante, porque é minha base, é tudo para mim. (A3).

 

O meu esposo e minha mãe sempre estavam perguntando se eu estava precisando de alguma coisa, como eu estava e isso foi muito importante para mim, minhas maiores forças. (A5).

 

 

Os profissionais de saúde também foram referenciados pelos participantes da pesquisa, indicando que se sentiram bem atendidos e acompanhadas por agentes de saúde. Isso fica aparente nas falas quando se indica que os profissionais de saúde aconselhavam, além de acompanhar durante visitas domiciliares, bem como orientavam quais atitudes deveriam ser tomadas caso os sinais e sintomas mudassem durante o percurso natural da doença, conseguindo minimizar dúvidas, angústias e sentimentos negativos, oferecendo informações confiáveis sobre a doença:

 

Gostei do apoio das agentes de saúde, que estavam no monitoramento da SARS-CoV-2 e todos os dias falavam comigo. (A2).

 

Foi muito bom pois esclareceram tudo sobre a doença, ela é muito silenciosa. (A5).

 

Eles sempre mantinham contato comigo através de ligação, realizavam visitas na minha casa, então foram essenciais na minha recuperação. (A1).

 

 

O período de recuperação da doença e de isolamento social demonstrou que o apoio social tende a ser analisado como instrumento e, mediante esse distanciamento, não como componente das relações face a face que envolve os sujeitos, sendo possível identificar que os tipos de apoio predominantes foram: o apoio emocional e afetivo, o material e o informacional, todos ofertados pela rede de apoio social às pessoas com confirmação com SARS-CoV-2:

 

Tive apoio emocional e afetivo, porque eles me davam muitas palavras de apoio, me davam forças. (A3).

 

Tive tanto apoio emocional, porque foi através das palavras de carinho que deu forças para lutar. (A9).

 

Também recebi várias orientações sobre a doença e aconselhamento dos familiares. (A1).

Meus pais sempre compravam alimentação e medicamentos. (A7).

 

 

Foi possível observar a presença de diferentes sentimentos e a necessidade de diversos tipos de apoio social durante o período de recuperação da doença e de isolamento social. Tal apoio foi ofertado por parte da rede de apoio social dos participantes. Entretanto, ressalta-se que o tipo de apoio interação social positiva, que diz respeito à disponibilidade das pessoas com quem se divertir e relaxar, não foi citado nas falas dos usuários entrevistados.

 

DISCUSSÃO

 

As entrevistas realizadas permitiram identificar a frequência de determinados sintomas específicos, desde a tosse até a falta de ar, trazendo consigo uma série de diversos sintomas em potencial, fazendo com que a SARS-CoV-2 seja caracterizada pela variabilidade nas formas de acometimento de indivíduos, podendo apresentar quadros leves, moderados, graves e críticos (10).

Quanto a esse parâmetro, não há consenso quanto a um padrão sintomatológico único. Entretanto, identifica-se na literatura que os sintomas mais comuns são: tosse, febre e dispneia, sendo o último mais frequente em casos graves com possível evolução ao óbito (11). Encontra-se também a dor de garganta e espirros, e disfunções com relação a perda dos sentidos do olfato e gustação (12).

Outros estudos ainda apresentam informações mais específicas que descrevem fraqueza, mal-estar geral, fadiga, dificuldade de concentração e dificuldade respiratória como sintomas mais frequentes para casos SARS-CoV-2 longos (13), e que encontraram também uma maior prevalência de anosmia associada a quadros leves da doença (14). É notável a carga demandada pelas vítimas do SARS-CoV-2 relacionada à necessidade de ajuda em aspectos financeiros e psicológicos, tendo em vista o isolamento social como medida de proteção para outras pessoas.

Uma das principais formas de prevenção da transmissão do vírus indicada por autoridades sanitárias envolve o distanciamento social que, embora necessário, ocasionou uma série de problemas relacionados ao medo e insegurança do desconhecido. Nessa perspectiva, o isolamento social involuntário, ocasionado por fatores externos ao indivíduo, contribui para um aumento considerável de problemas emocionais (15), sobretudo pelas mudanças drásticas na rotina de pessoas que contraíram a doença, e nas que necessitam estar presentes no mesmo espaço. Logo, o sentimento relatado dentro das famílias foi de temor em ambos os lados (16).

O distanciamento social aplicado em solo brasileiro tem como agravante a elevada desigualdade social, com mais de 60 milhões de brasileiros vivendo na pobreza, necessitando todos os dias saírem de suas casas em busca de comida, ficando expostos ao vírus e dificultando o processo de declínio da índices alcançados pela doença (17).

Tal isolamento causou uma série de problemáticas de ordem biopsicossocial com possibilidade de ultrapassar, em longo prazo, os efeitos deletérios do vírus. É perceptível que o isolamento foi fator fundamental para queda do número de casos, mas proporcionou uma série de sentimentos de negativos, além de prejudicar boa parte das relações socioafetivas  (18).

Nesse sentido, com o impedimento do livre contato entre as pessoas, grande parte das relações interpessoais, bem como a busca de informações sobre a doença, passaram a ser realizados por meio de mídias sociais que, de modo geral, apresentam aspecto positivo, viabilizando parte das relações que foram rompidas durante a pandemia e, inclusive, auxiliando em processos educativos (19-20). Contudo, há de se ter cuidado em relação a possíveis aspectos negativos no enfrentamento do vírus, tendo em vista a possibilidade de contato com informações sem comprovação científica sobre a doença.

Reforçando os achados deste estudo, identificou-se que a maior parte do apoio social percebido por adultos egípcios era proveniente da família (40,6%), seguido de amigos (24,2%), e que para o compartilhamento de sentimentos confiavam na família (46,5%) (21). Os autores ainda encontraram maior predição negativa quanto ao apoio social relacionada à idade e residentes de zona rural, valendo ressaltar que o município de Redenção fica no interior do estado e possui um considerável contingente vivendo na zona rural.

Nota-se que, para os usuários acometidos pelo SARS-CoV-2, as composições de suas redes de apoio social são mais compostas pela família e esse apoio ajudou bastante nos processos de recuperação, reforçando a ideia do quão importante é ter uma família. Dentre as relações interpessoais, podemos dizer que o apoio social é aquilo que leva a pessoa a acreditar que é amada, cuidada e valorizada. Um sentimento que surge a partir de uma relação de confiança mútua, entre duas ou mais pessoas, na qual sentimentos e informações são compartilhados em qualquer circunstância (22).

Os familiares que residem próximos uns dos outros tiveram maior oportunidade de contato direto, mesmo com todas as medidas de segurança, o que acabou por fortalecer esses vínculos de apoio (23). Além disso, uma rede de apoio social bem desenvolvida tem contribuído significativamente para a diminuição de sintomas de depressão (63% menor quanto maior o suporte) e de baixa qualidade de sono (52% menor quanto maior o suporte), tendo em vista que a suscetibilidade a transtornos mentais pode estar associada diretamente à SARS-CoV-2 (24).

O período da pandemia de SARS-CoV-2 tem sido desafiador, principalmente para os profissionais da saúde. Ainda assim, a análise feita das falas dos entrevistados permite observar que o apoio, o atendimento e o acompanhamento dos profissionais da saúde se mostraram positivos. Esse apoio contribuiu para recuperação dos sujeitos, para que saíssem do sofrimento, da angústia e das incertezas de cura.

É fundamental essa atitude, pois os profissionais de saúde não têm só papel de curar a doença, mas também uma visão integral do indivíduo, auxiliando-o emocionalmente e fazendo-o entender que a doença não é sinônimo de morte (25).

O profissional da saúde deve ser corresponsável do processo saúde doença e preocupar-se com o indivíduo em sua totalidade, com sentimentos e emoções, e não apenas no aspecto biológico. Um atendimento humanizado, acolhedor e agradável, com base na escuta qualificada do paciente, voltada para suas necessidades, ajuda estabelecer um bom vínculo, o que está diretamente relacionado à satisfação das necessidades pessoais de cada usuário, aumentando a adesão e efetividade na recuperação (26).

A percepção de provimento do apoio social, torna-se um aspecto psicossocial que influencia diretamente na recuperação das pessoas acometidas pelo SARS-CoV-2, pois ter com quem contar quando precisar, oferece um suporte emocional, afetivo, material. Dessa forma a valorização da família na prestação do cuidado constitui um importante olhar de como é necessária uma rede de apoio social nesse contexto de recuperação da doença (27).

 

Limitações

O apoio social percebido pelo usuário deve ser apreendido como uma experiência única e pessoal, e não apenas como um conjunto de interações diversas, o que demonstra a limitação da metodologia aqui utilizada que não tem o propósito de generalizar seus achados, evidenciando a necessidade de estudos com abordagens quantitativas e mistas, para aprofundar e trazer novos olhares sobre a influência do apoio social na saúde e cuidado aos usuários com SARS-CoV-2.

 

Contribuições para a prática

A presente pesquisa contribui para importantes reflexões na identificação do apoio social e seu papel durante a recuperação de pessoas com SARS-CoV-2, ampliando a compreensão de fatores que permeiam o processo de recuperação da saúde, permitindo a promoção de mudanças e, em certos casos, a reorientação das práticas adotadas no controle da referida pandemia.

 

CONCLUSÕES

 

Pela observação dos aspectos analisados no apoio social dos usuários com SARS-CoV-2, foi possível compreender que a atuação de uma rede de apoio social se caracteriza como fonte crucial para recuperação do usuário, auxiliando nas necessidades de receber apoio material, apoio afetivo/interação social positiva e apoio emocional, ajudando no fortalecimento psicológico, promovendo proteção de angústia e situações estressoras aos usuários.

O estudo destacou a relevância dos profissionais de saúde na prestação de apoio social na vida dos usuários, performando papel fundamental no apoio informacional e também no emocional, o que reduziu os riscos essenciais para o enfrentamento de situações negativas durante o processo de cuidados requeridos para o enfrentamento do SARS-CoV-2.

Diante da abordagem, pode-se inferir que essa prática se deu de diversas formas, não obstante, pesquisar especificamente como esses apoios ocorreram em cada um dos entrevistados, possibilitou de forma clara identificar a importância da busca e da propagação desse apoio para os indivíduos no período de isolamento social, sendo uma ferramenta a ser utilizada no contexto atual de pandemia do SARS-CoV-2.

 

REFERÊNCIAS

1. Carvalho LS, Silva MVS, Costa TS, Oliveira TEL, Oliveira GAL. The impact of social isolation on people's lives during the COVID-19 pandemic period. Research, Society and Development. 2020; 9(7): e998975273. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.5273. [cited 2021 feb 6]. Available from: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/5273

 

2. Vargas GS, Ferreira CLL, Vacht CL, Dornelles CS, Silveira VN, Pereira AD. Social support network of women with breast cancer. Revista pesquisa.: cuid. fundam. 2020; 12: 73-78. DOI: 10.9789/2175-5361.rpcfo.v12.7030. [cited 2021 Feb 8]. Available from: http://www.seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/7030

 

3. Cabral CS, Cavalcanti DS, Barbosa JM, Vasconcelos ACCP, Faustino WM, Vianna RPT. Análise de uma estratégia educativa virtual voltada para o apoio ao aleitamento materno exclusivo. Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde. 2020;15: e45674. [cited 2022 Apr 6]. Doi: https://doi.org/10.12957/demetra.2020.45674.

 Available from: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/demetra/article/view/45674/34800.

 

4. Zanini DS, Peixoto EM, Nakano TC. Social support scale (MOS-SSS): proposal of standardization with reference in the items. Themes In Psicol [Internet]. 2018 [cited Feb 28, 2023];26(1):387–99. Available from: https://www.scielo.br/j/tpsy/a/n8WNWRD5wwfxG3D7vCvZHXk/

 

5. Pereira CCM, Verdana KGG. InspirAção: barriers and facilitators of safe communication about suicide. Research, Society and Development. 2021; 10(2): e32010212648. DOI: 10.33448/rsd-v10i2.12648. [cited 2021 Feb 10]. Available from: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12648

 

6. Domingos SR of F, Merighi MAB, Jesus MCP of. Experience and care in miscarriage: a qualitative study. Online Braz J Nurs [Internet]. 2011 [cited Feb 28, 2023];10(2). Available from: https://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/3236

 

7. Lipsitch M, Swerdlow DL, Finelli L. Defining the epidemiology of covid-19 - studies needed. N Engl J Med [Internet]. 2020 [cited Feb 28, 2023];382(13):1194–6. Available from: http://dx.doi.org/10.1056/NEJMp2002125

 

8. Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa. 4a ed: Edições 70; 2010.288p

 

9. Broderick CB. Understanding family process: basics of family systems theory. London: SAGE Publications; 1993.

 

10. World Health Organization (WHO). Clinical Management of COVID-19: interim guidance. 2020: 62; [cited 2021 Jul 12]. Available from: https://apps.who.int/iris/handle/10665/332196

 

11. Iser BPM, Sliva I, Raymundo VT, Poleto MB, Schuelter-Trevisol F, Bobinski, F. Suspected COVID-19 case definition: a narrative review of the most frequent signs and symptoms among confirmed cases. Epidemiol. Serv. Saude 2020; 29(3):e2019354. [cited 2021 Jun 11]. Available from: https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000300018

 

12. Giacomelli A, Pezzati L, Conti F, Bernacchia D, Siano M, Oreni L, et al. Self-reported olfactory and taste disorders in patients with severe acute respiratory Coronavirus 2 infection: A cross-sectional study. Clin Infect Dis [Internet]. 2020 [cited 2023 Mar 1];71(15):889–90. Available from: https://academic.oup.com/cid/article/71/15/889/5811989?login=false

 

13. Michelen M, Manoharan L, Elkheir N, Cheng V, Dagens A, Hastie C, et al. Characterising long COVID: a living systematic review. BMJ Glob Health [Internet]. 2021[cited 2023 Mar 1] ;6(9):e005427. Available from: http://dx.doi.org/10.1136/bmjgh-2021-005427

 

14. Lechien JR, Chiesa-Estomba CM, De Siati DR, Horoi M, Le Bon SD, Rodriguez A, et al. Olfactory and gustatory dysfunctions as a clinical presentation of mild-to-moderate forms of the coronavirus disease (COVID-19): a multicenter European study. Eur Arch Otorhinolaryngol [Internet]. 2020 [cited 2023 Mar 1];277(8):2251–61. Available from: http://dx.doi.org/10.1007/s00405-020-05965-1

 

15. Fogaça PC, Arossi GA, Hirdes A. Impact of social isolation caused by the COVID-19 pandemic on the mental health of the general population: An integrative review. Res Society Development. 2021; 10(4): e52010414411, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i4.14411. [cited 2021 Sep 6]. Available from: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/14411

 

16. Ahmed MZ, Ahmed O, Aibao Z, Hanbin S, Siyu L, Ahmad A. Epidemic of COVID-19 in China and associated Psychological Problems. Asian J Psychiatr [Internet]. 2020 [cited 2023 Mar 1];51(102092):102092. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.ajp.2020.102092

 

17. Sousa de Oliveira D, Cristian Firmo A, Cunha Bezerra I, Helder Campos Leite J. COVID-19: from coping to strengthening mental health strategies - Narrative review. Health Residencies Journal - HRJ [Internet]. 2020 [cited 2023 Mar 1];1(4):41–61. Available from: https://escsresidencias.emnuvens.com.br/hrj/article/view/34

 

18. Bittencourt RN. Pandemic, social isolation and global collapse. Rev Acad Space [Internet]. 2020 [cited 2023 Mar 1];19(221):168–78. Available from: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/espacoacademico/article/view/52827

 

19. Santos GPG, Costa RMPG, Gouveia MT de O, Fernandes MA. Transitions of professional nursing practice in coping with the new coronavirus. Enferm. Foco [Internet]. 2020 [cited 2023 Mar 1];11(2.ESP). Available from: http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/4270

 

20. Galvão DDS, Reis NFC de C, Cardoso SV, Reis TDN, Ferreira AA. Psychosocial aspects of nursing students during the COVID-19 pandemic. Enferm. Foco [Internet]. 2020 [cited 2023 Mar 1];11(2.ESP). Available from: http://revista.cofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/4001

 

21. El-Zoghby SM, Soltan EM, Hm Salama. Impact of the COVID-19 pandemic on mental health and social support among adult Egyptians. J Community Health [Internet]. 2020 [cited 2023 Mar 1];45(4):689–95. Available from: http://dx.doi.org/10.1007/s10900-020-00853-5

 

22. Antoniolli LPM, Echevarría-Guanilo ME, Martins CL, Longaray TM, Nascimento L, Braz DL, et al. Social support and quality of life from the perspective of people who have suffered burns. Rev Bras Burns [Internet]. 2016 [cited 2023 Mar 1];15(3):142–7. Available from: http://rbqueimaduras.com.br/details/309/pt-BR/apoio-social-e-qualidade-de-vida-na-perspectiva-de-pessoas-que-sofreram-queimaduras

 

23. Gilligan M, Suitor JJ, Rurka M, Silverstein M. Multigenerational social support in the face of the COVID-19 pandemic. J Fam Theory Rev [Internet]. 2020 [cited 2023 Mar 1];12(4):431–47. Available from: http://dx.doi.org/10.1111/jftr.12397

 

24. Grey I, Arora T, Thomas J, Saneh A, Tohme P, Abi-Habib R. The role of perceived social support on depression and sleep during the COVID-19 pandemic. Psychiatry Res [Internet]. 2020 [cited 2023 Mar 1];293(113452):113452. Available from: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0165178120331139

 

25. Oliveira AC. Desafios da enfermagem frente ao enfrentamento da pandemia da Covid19. Rev Min Enferm. 2020 ; 24: e-1302. [cited 2021 Sep 29]. Available from: https://cdn.publisher.gn1.link/reme.org.br/pdf/e1302.pdf

 

26. Araújo MMT's, Silva MJP da. Communication with the patient in palliative care: valuing joy and optimism. Rev. Esc. Enferm. USP [Internet]. 2007 [cited 2023 Mar 1];41(4):668–74. Available from: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/pCsdGFyV45fnyQmNpTGh5Bz/

 

27. Gonçalves N, Echevarría GME, Carvalho FDLD, Miasso AI, Rossi LA. Factores biopsicosociales que interfieren en la rehabilitación de víctimas de quemaduras: revisión integradora de la literatura. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2011; 19(3): 622-30.

 

Fomento e Agradecimento: Ao projeto com o título análise do apoio social na percepção de indivíduos acometidos por COVID-19, vinculado ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/UNILAB, pela concessão de bolsa e por colaborar a execução deste trabalho. Aos orientadores Dr° Jairo Domingos de Morais e ao Dr° Gilvan Ferreira Felipe, pela dedicação, compreensão e amizade, e ao grupo de Pesquisa e Estudos em Saúde Pública-GPESP, pela força e empenho.

Contribuição dos autores

 

Antônia Antonieta Alves da Silva. Concepção, redação, interpretação dos dados e revisão crítica dos conteúdos do artigo.

Gabriel Alves Desiderio. Redação e interpretação dos dados.

Matheus de Sousa  Nobre. Redação e interpretação dos dados.

Miguel Vicente Ucó. Redação e interpretação dos dados.

Ana Lydia Franco. Redação e interpretação dos dados.

Elbin Djedjo. Redação e interpretação dos dados.

Jairo Domingos de Morais. Concepção, redação, interpretação dos dados, revisão crítica dos conteúdos do artigo, orientação e aprovação da versão final do artigo.

Gilvan Ferreira Felipe. Concepção, redação, interpretação dos dados, revisão crítica dos conteúdos do artigo, orientação e aprovação da versão final do artigo.