ARTIGO ORIGINAL

 

BEM-ESTAR E A SAÚDE OCUPACIONAL DOS DOCENTES DE ENFERMAGEM NO ENSINO SUPERIOR

 

WELL-BEING AND OCCUPATIONAL HEALTH FOR NURSING PROFESSORS IN HIGHER EDUCATION

 

BIENESTAR Y SALUD OCUPACIONAL DEL PROFESOR DE ENFERMERÍA DE LA EDUCACIÓN SUPERIOR

 


https://doi.org/10.31011/reaid-2023-v.97-n.3-art.1814 

 

1Girlene Ribeiro da Costa

2Márcia Teles de Oliveira Gouveia

3Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi

4Elaine Maria Leite Rangel Andrade

5Márcia Astrês Fernandes

 

1Enfermeira.  Docente na Faculdade Estácio de Teresina.  Preceptora no Centro Universitário Uninovafapi. Doutoranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (PPGENF).  E-mail:  gigiribeirocosta@hotmail.com. Orcid:  https://orcid.org/0000-0002-0214-4601

 

2Enfermeira.  Docente no Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Doutora em Enfermagem Fundamental pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto USP. E-mail:  marciateles@ufpi.edu.br. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-2401-4947

 

3Universidade Federal da Paraíba, Universidade de São Paulo Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP). E-mail:  avrmlccr@eerp.usp.br. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-2364-5787 

 

4Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (PPGEnf/UFPI). Teresina, Brasil. E-mail:  elairgel@gmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1772-7439

 

5Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (PPGEnf/UFPI). Teresina, Brasil. E-mail:  m.astres@ufpi.edu.br. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9781-0752

 

Autor correspondente

Girlene Ribeiro da Costa

Endereço: Rua Vitorino Orthigues Fernandes, 6166 - Uruguai, Teresina- PI, Brasil. CEP 64.073-505.

Tel:.+55 (86) 99935-1811

E-mail: gigiribeirocosta@hotmail.com

 

RESUMO

Objetivo: Analisar o bem-estar e a saúde ocupacional dos docentes do curso Bacharelado em Enfermagem no ensino superior. Métodos: Estudo descritivo, transversal, quantitativo. Amostra de 32 docentes a partir de entrevistas utilizando formulário sócio demográfico e ocupacional; Escala de Bem-Estar no Trabalho e Questionário de alterações de saúde. Os dados foram digitados em planilhas e analisados por estatística descritiva no software Statistical Package for the Social Science 25.0. Resultados: A maioria dos participantes era do sexo feminino e adulto-jovem, com 40 horas de trabalho semanal, em média. Os escores da referida escala foram 3,17 para afeto positivo; 1,68 para afeto negativo e 4,19 para sentir-se realizado no trabalho, sendo o bem-estar moderado. A saúde ocupacional foi caracterizada por cansaço físico e/ou mental, estresse, frustração, nervosismo, dentre outros. Conclusão: Os docentes demonstraram bem-estar, contudo, foram caracterizados com variáveis de adoecimento psíquico, afetos negativos, o que sugere demandas em saúde importantes.

Palavras-chave: Bem-estar; Saúde Ocupacional; Docentes; Enfermagem; Educação superior.

 
ABSTRACT

Objective: To analyze the well-being and occupational health of higher education nursing professors. Methods: Descriptive, cross-sectional, quantitative study. Sample of 32 professors from interviews using a socio-demographic and occupational form; Well-Being at Work Scale and Health Changes Questionnaire. Data were entered into spreadsheets and analyzed using descriptive statistics in the Statistical Package for the Social Science 25.0 software. Results: Most participants were female and young adults, working 40 hours a week on average. The scores on that scale were 3.17 for positive affect; 1.68 for negative affect and 4.19 for feeling fulfilled at work, with moderate well-being. Occupational health was characterized by physical and/or mental fatigue, stress, abscess, nervousness, among others. Conclusion: The professors justified well-being, however, they were characterized with variables of psychic illness, negative affects, which suggests important health demands.

Keywords: Welfare; Occupational Health; Teachers; Nursing; Education Higher.

 

RESUMEN

Objetivo: Analizar el bienestar y la salud ocupacional de los profesores de enfermería en la enseñanza superior. Métodos: Estudio descriptivo, transversal, cuantitativo. Muestra de 32 docentes a partir de entrevistas utilizando un formulario sociodemográfico y ocupacional; Escala de Bienestar en el Trabajo y Cuestionario de alteraciones de salud. Los datos fueron digitados en hojas de cálculo y analizados por estadística descriptiva en el software Statistical Package for the Social Science 25.0. Resultados: La mayoría de los participantes era del sexo femenino y adulto-joven, con 40 horas de trabajo semanal, en media. Los puntajes de la referida escala fueron 3,17 para afecto positivo; 1,68 para afecto negativo y 4,19 para sentirse realizado en el trabajo, siendo el bienestar moderado. La salud ocupacional fue caracterizada por cansancio físico y/o mental, estrés, frustración, nerviosismo, entre otros. Conclusión: Los docentes demostraron bienestar, sin embargo, fueron caracterizados con variables de enfermedad psíquica, afectos negativos, lo que sugiere demandas en salud importantes.

Palabras clave: Bienestar; Salud Laboral; Profesores; Enfermería; Educación Superior.

                      

Submissão: 20-04-2023

Aprovado: 14-07-2023

 

 


INTRODUÇÃO                                               

No Brasil, o bem-estar do docente universitário tem sido um tema relevante para a comunidade científica nas últimas duas décadas. Em aspecto coletivo, esta demanda repercute na qualidade das instituições de ensino, motivada pela Saúde do Trabalhador. Os docentes de enfermagem fazem parte deste contexto e estão passíveis ao adoecimento ocupacional, contudo têm sido pouco estudados na atualidade(1). O bem-estar do docente deve, portanto, ser alvo de estudos na perspectiva da prevenção do adoecimento ocupacional deste grupo(2).

O conceito de bem-estar tem forte ligação com qualidade de vida e está intimamente relacionado aos anseios e desejos do indivíduo(3-4). Assim, envolve as individualidades do ser humano, sua relação com o trabalho, com as pessoas com quem convive e com o mundo, em um relacionamento que carece recíproca.

Na psicologia organizacional, o bem-estar tem sido associado à satisfação, à qualidade de vida, ao estresse e à saúde mental. No geral oferece dados que podem ser transportados para dimensões específicas da vida. O bem-estar no trabalho, por sua vez, é a junção de três elementos fundamentais: satisfação, envolvimento e comprometimento organizacional(5).

Assim, faz-se necessário que o trabalhador vivencie emoções positivas, e perceba no seu trabalho a oportunidade de desenvolver e expressar seus potenciais. Portanto, o bem-estar no trabalho inclui aspectos afetivos (emoções e humores), cognitivos (percepção de realização), e engloba os pontos centrais da abordagem hedonista e da realização pessoal(2). O bem-estar passou a ser mais focado pelos teóricos da psicologia positiva, que direcionaram seus estudos para os aspectos positivos da vida. Desde então, quatro tipos de bem-estar vêm sendo estudados: o subjetivo, psicológico, social e recentemente o bem-estar no trabalho(3).

No ambiente das instituições de ensino superior, as exigências laborais vêm sendo um entrave para o bem-estar dos docentes, tornando-os suscetíveis às tensões geradas pela constante responsabilidade inerente ao processo de ensino-aprendizagem. De modo particular, os docentes da área da saúde vivenciam maior possibilidade de apresentar alterações de saúde em razão da necessidade de promover simultaneamente o aprendizado do aluno e o cuidado ao usuário(4).

Nota-se que além das variações de bem-estar, outras alterações de saúde derivadas do contexto de trabalho demonstrando relevância e, portanto, impulsionam a busca por maior compreensão da saúde do trabalhador docente(6). É importante destacar que o adoecimento ocupacional pode afetar docentes de nível técnico e do ensino superior, com diferenças específicas entre os contextos. Os docentes de nível técnico lidam com riscos físicos relacionados a atividades práticas, ergonomia inadequada e ambientes de trabalho menos favoráveis. Já os professores do ensino superior além disso, ainda enfrentam demandas acadêmicas complexas, como pesquisa, publicações e prazos rigorosos, resultando em maior estresse e desgaste emocional.

Portanto, considerando o bem-estar enquanto um processo ativo e consciente nos âmbitos corporal, emocional, ocupacional, intelectual, social e espiritual(5); o equilíbrio entre essas variáveis envolve dinâmicas de saúde física, mental, e portanto ocupacional. Esta abordagem, facilitará intervenções que promovam a vivência duradoura de saúde e bons sentimentos pelos trabalhadores, enquanto fator de promoção da saúde nas situações de trabalho e indica a presença de bem-estar laboral(7).

Diante disso, delimitou-se a seguinte questão de pesquisa: Como se apresentam o bem-estar e a saúde ocupacional de docentes do curso Bacharelado em Enfermagem no ensino superior? 

Com base nas informações expostas, o objetivo deste estudo é analisar o bem-estar e a saúde ocupacional dos docentes do curso Bacharelado em Enfermagem no ensino superior de uma instituição pública no nordeste do Brasil.

 

MÉTODOS

Este artigo trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, norteado pelo instrumento STROBE (Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology) da rede Equator.

Sendo este, um recorte da pesquisa multicêntrica intitulada “Bem-Estar e Alterações de Saúde no Ambiente de Trabalho da Universidade na Ótica da Promoção da Saúde”, desenvolvida em seis instituições de ensino superior distintas, localizadas nas regiões nordeste, sudeste, centro-oeste e sul do Brasil.

Este trabalho foi idealizado e desenvolvido no Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí e o recrutamento e a coleta de dados aconteceram no período de outubro a dezembro de 2016 em parceria com a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP.

Os princípios éticos que envolvem as pesquisas com seres humanos foram norteadores deste estudo, a partir da Resolução n°510/2016 do Conselho Nacional de Saúde(8). A coleta de dados ocorreu após consentimento favorável do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP e Universidade Federal do Piauí – UFPI, com CAAE nº 23111.009984/2014-46.

O universo do estudo foi composto por 35 participantes e a amostra final foi de 32 docentes vinculados ao Departamento de Enfermagem, sendo selecionada por amostragem não probabilística do tipo intencional.

Os critérios de inclusão foram: serem professores efetivos no serviço público vinculado ao Departamento de Enfermagem, em modalidade ativa de trabalho. Os critérios de exclusão foram: professores estarem afastados do serviço por licença médica ou férias durante o período de coleta de dados, sendo esta a razão da exclusão de 3 participantes.

Na coleta dos dados foram utilizados: o formulário contendo dados sociodemográficos e ocupacionais, bem como a Escala de Bem-estar no Trabalho (EBET) validada por Paschoal e Tamayo(9) e o questionário para avaliação das alterações de saúde.

A EBET possui 30 itens e é dividida em três fatores: emoções/humores positivos (9 itens) que avaliam a presença e intensidade de emoções e humores positivos experimentados pelos indivíduos no ambiente de trabalho. Envolve sentimentos de alegria, satisfação, entusiasmo e prazer associados às atividades e interações no trabalho, as emoções/humores negativos (12 itens) esse fator mede a presença e intensidade de emoções e humores negativos relacionados ao ambiente de trabalho. Inclui sentimentos de tristeza, ansiedade, raiva, estresse e frustração associados a situações desfavoráveis ou estressantes no trabalho e o fator expressividade/realização no trabalho (9 itens) avalia a percepção dos indivíduos em relação à expressão de suas ideias, sentimentos e opiniões no trabalho, bem como a sensação de realização e satisfação pessoal decorrentes de suas atividades profissionais(7,9).

O instrumento de avaliação das alterações de saúde e seu tratamento, foi elaborado e validado previamente pelo grupo de pesquisa universidade saudável: ciência, saúde, cidadania e bem-estar da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo - EERP/USP(10-15). Este instrumento apresenta trinta e seis itens de múltipla escolha (sim ou não), e faz referência a sintomas, doenças, tratamento e outras variáveis percebidas nos últimos seis meses.

Assim, primeiramente, os participantes da amostra foram selecionados no departamento de enfermagem da UFPI e informados sobre os objetivos da pesquisa. Após assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido, receberam os questionários, identificados com números arábicos. O preenchimento dos questionários foi realizado nas dependências do departamento, com um tempo disponível de 30-40 minutos. Os instrumentos utilizados permitiam que os participantes optassem por apenas uma alternativa dentro de cada item. Foi enfatizada aos participantes a importância de responderem a todos os itens. Não houve perda de dados durante o preenchimento dos instrumentos.

Após a coleta de dados, os instrumentos foram submetidos à extração de dados, os quais foram tabulados em planilhas no software Microsoft Excel 2013, exportadas ao programa software Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 25.0, onde foram analisados por estatística descritiva simples, por meio de frequência absoluta, relativa, média e desvio padrão.

 

RESULTADOS

Caracterização sociodemográfica e saúde ocupacional

Participaram do estudo 32 docentes lotados no Departamento de Enfermagem de uma instituição pública. Prevaleceram os do sexo feminino (93,8%), cor auto referida parda (43,7%), faixa etária de 45,5 anos (dp=12,3), estado civil casado (78,1%). Os participantes tiveram dois ou mais filhos (59,4%), residiam em casa própria (90,6%). Em relação a carga horária de trabalho semanal, possuía jornada de 40h (84,4%), em regime de dedicação exclusiva. A renda média encontrada foi de 15,81 salários mínimos (dp=27,7), e o tempo médio de serviço na Instituição de 3 a 14 anos (62,5%).

Ao serem questionados se possuíam alguma doença, quase metade os docentes referiram que sim (40,6%) e deste quantitativo (25%) conviviam com a doença há pelo menos 10 anos. Assim, 37,5% dos participantes fazem algum tipo de tratamento, e metade faz uso de medicações (50,0%) Tabela 1.


 

Tabela 1 – Caracterização do perfil sociodemográfico, ocupacional e de saúde dos docentes de enfermagem. (n=32). Teresina- PI, Brasil, 2016.

Variáveis

N

%

Variáveis

N

%

Sexo

 

 

Quantos filhos?

 

 

Masculino

30

93,8

1

4

12,5

Feminino

2

6,3

2 ou mais filhos

19

59,4

Cor (autorreferida)

 

 

Nenhum

9

28,1

Branca

12

37,5

Moradia

 

 

Negra

4

12,5

Própria

29

90,6

Parda

14

43,7

Alugada

3

9,4

Amarela

2

6,3

Idade

Estado civil

 

 

(Média=45,5)

 

 

Solteiro

5

15,6

Carga horária semanal

Casado(a)/União estável

25

78,1

40 horas

27

84,4

Divorciado

2

6,3

Outra

5

15,6

Tempo de trabalho cargo/função

Renda por Salário Mínimo

3-14 anos

20

62,5

< 10 SM*

7

21,9

15-40 anos

11

34,4

> 10 SM

25

78,1

Variável                                                %

 

N

%

Possuem alguma doença

 

 

 

 

 

Não

19

59,4

Há no máximo 120 meses

8*

25

Sim

13

40,6

Há mais de 120 meses

4*

12,5

 

 

 

Não especificou

1*

3,1

Fazem tratamento

 

 

 

 

 

Sim

12

37,5

 

 

 

Não

20

62,5

 

 

 

Total

32

100

 

 

 

Nota: *(n=13, aqueles que possuíam doença); = média; s= desvio padrão; SM= Salário Mínimo: R$ 880,00. 

 


Identificação do bem-estar e as alterações de saúde na comunidade docente universitária investigada

 

A análise das variáveis pela EBET, resultou em evidências relacionadas ao afeto positivo “moderadamente” para a maioria das variáveis: alegre (50,0%), contente (50,0%); entusiasmado (46,9%); animado (43,8%); empolgado (40,6%); disposto (37,5%); tranquilo (37,5%); orgulhoso (31,2%). Contudo, a variável feliz (46,6%), recebeu a avaliação “bastante”.  Nas variáveis de afeto negativo prevaleceu a avaliação “nem um pouco”: deprimido (81,3%); nervoso (75,0%); frustrado (65,6%); entediado (65,6%); com raiva (65,6%); incomodado (59,4%); impaciente (53,1%); tenso (40,6%). Tabela 2.


 

Tabela 2 - Bem-estar dos docentes universitários do Departamento de Enfermagem: afetos
positivos e negativos (n=32). Teresina, PI, Brasil, 2016.

 

          Variáveis       

 

Nem um pouco

Um pouco

Moderadamente

Bastante

Extremamente

n(%)

n(%)

n(%)

n(%)

n(%)

Afeto positivo

Alegre

 

2(6,3)

2(6,3)

16(50,0)

9(28,1)

3(9,4)

Animado

 

1(3,1)

5(15,6)

14(43,8)

11(34,4)

1(3,1)

Contente

 

1(3,1)

4(12,5)

16(50,0)

8(25,0)

3(9,4)

Disposto

 

1(3,1)

6(18,8)

12(37,5)

11(34,4)

2(6,3)

Empolgado

 

5(15,6)

2(6,3)

13(40,6)

6(18,7)

5(15,6)

Entusiasmado

 

5(15,6)

2(6,3)

15(46,9)

7(21,9)

3(9,4)

Feliz

 

2(6,3)

6(18,7)

9(28,1)

13(40,6)

2(6,3)

Orgulhoso

 

4(12,5)

5(15,6)

10(31,2)

8(25,0)

5(15,6)

Tranquilo

 

2(6,3)

8(25,0)

12(37,5)

3(9,4)

7(21,9)

Afeto negativo

Ansioso

 

11(34,4)

11(34,4)

7(21,9)

3(9,4)

-

Chateado

 

13(40,6)

16(50,0)

2(6,3)

1(3,1)

-

Com raiva

 

21(65,6)

8(25,0)

3(9,4)

-

-

Deprimido

 

26(81,3)

4(12,5)

1(3,1)

1(3,1)

-

Entediado

 

21(65,6)

10(31,2)

-

1(3,1)

-

Frustrado

 

21(65,6)

8(25,0)

1(3,1)

2(6,3)

-

Impaciente

 

17(53,1)

11(34,4)

4(12,5)

-

-

Incomodado

 

19(59,4)

8(25,0)

2(6,3)

3(9,4)

-

Irritado

 

9(28,1)

16(50,0)

7(21,9)

-

-

Nervoso

 

24(75,0)

6(18,7)

1(3,1)

1(3,1)

-

Preocupado

 

6(18,7)

12(37,5)

10(31,2)

2(6,3)

2(6,3)

Tenso

 

13(40,6)

12(37,5)

6(18,7)

1(3,1)

-

 


Na análise sobre a realização no trabalho, as variáveis que prevaleceram com o “concordo totalmente” foram: realizo o meu potencial (43,8%); desenvolvo habilidades que considero importantes (56,2%); realizo atividades que expressam minhas capacidades (50,0%); faço o que realmente gosto de fazer (59,4%); expresso o que há de melhor em mim (53,1%). Aos que simplesmente concordam, foram: supero desafios (40,6%); atinjo resultados que valorizo (46,9%); avanço nas metas que estabeleci para minha vida (43,8%). “Concordo em parte” prevaleceu como resposta a variável “Consigo recompensas importantes para mim” (34,4%) (Tabela 3).


 

Tabela 3 - Bem-estar dos docentes universitários do Departamento de Enfermagem: Realização no trabalho (n=32). Teresina, PI, Brasil, 2016.

 

 

 

Discordo Totalmente

Discordo

Concordo em parte

Concordo

Concordo Totalmente

n(%)

n(%)

n(%)

n(%)

n(%)

Realizo o meu potencial

-

-

9(28,1)

9(28,1)

14(43,8)

Desenvolvo habilidades que considero importantes

-

-

1(3,1)

13(40,6)

18(56,3)

Realizo atividades que expressam minhas capacidades

-

-

5(15,6)

11(34,4)

16(50,0)

Consigo recompensas importantes para mim

2(6,3)

3(9,4)

11(34,4)

8(25,0)

8(25,0)

Supero desafios

-

-

10(31,3)

13(40,6)

9(28,1)

Atinjo resultados que valorizo

-

-

6(18,7)

15(46,9)

11(34,4)

Avanço nas metas que estabeleci para minha vida

-

-

7(21,9)

14(43,8)

11(34,4)

Faço o que realmente gosto de fazer

-

-

3(9,4)

10(31,2)

19(59,4)

Expresso o que há de melhor em mim

-

-

5(15,6)

10(31,2)

17(53,1)

 


As médias e desvio padrão dos afetos positivos, negativos e realização do bem-estar no trabalho docente estão descritos na Tabela 3. O escore médio do afeto positivo foi de 3,17 (dp=1,06). Para afeto negativo, foi encontrada a média de 1,68 (dp=0,79) e para o fator realização, a média foi de 4,19 (dp=0,78). Tabela 4.


 

Tabela 4 – Análise descritiva dos afetos positivos, negativos e realização dos docentes universitários do Departamento de Enfermagem. Teresina, PI, Brasil, 2016.

Variáveis

Média

Desvio padrão

Mínimo

Máximo

Realização

4,19

0,78

1,00

5,00

Afeto Positivo

3,17

1,06

1,00

5,00

Afeto Negativo

1,68

0,79

1,00

5,00

 


As alterações de saúde referidas pelos docentes universitários; foram: cansaço físico e/ou mental (71,9%), estresse (46,9%), tensão (43,8%), falta de disposição para prática de exercícios (43,8%), irritação nos olhos, garganta e narina (43,8%), ansiedade (40,6%), insônia/dificuldade de conciliar o sono (40,6%), aumento de peso (37,5%), alterações de memória e concentração (34,4%), dor muscular (34,4%), irritabilidade (31,2%), alteração visual (31,2%), desânimo (28,1%), alteração na autoestima (28,1%), dor de cabeça persistente (28,1%), episódios de choro/vontade de chorar (25,0%), vontade de discutir, brigar, intolerância com as pessoas (25,0%), diminuição do peso (25,0%), diminuição da percepção visual (25,0%) dentre outras alterações. Figura 1.


Figura 1- Alterações de saúde de docentes universitários. Teresina PI, Brasil, 2016. (n=32).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nota: Séries 1= N; Séries 2=%.

DISCUSSÃO

O bem-estar dos docentes de enfermagem alcançou níveis satisfatórios, com predominância de afetos positivos. No entanto, no que diz respeito às alterações de saúde, houve prevalência de cansaço físico e mental, estresse, tensão e irritação.

Houve predominância do sexo feminino, perfil semelhante ao majoritário na profissão, conforme demonstrado o estudo realizado nas cinco regiões do Brasil, que indicam prevalência das mulheres na docência(16-18). A idade dos participantes teve média de 44 anos e a carga horária de trabalho semanal de 40h, com tempo de trabalho no cargo/função de 3 a 14 anos.

Vale destacar que as mulheres, além do trabalho remunerado, frequentemente assumem uma segunda jornada de trabalho, que envolve as atividades domésticas e o cuidado com os filhos. Além disso, existem peculiaridades no cuidado que historicamente têm sido atribuídas às mulheres, o que contribui para a atual predominância feminina na profissão. Essa realidade pode ter impactos significativos na vida de um docente, especialmente se for uma mulher. A sobrecarga de trabalho resultante da dupla jornada, combinando responsabilidades profissionais com tarefas domésticas e cuidado com os filhos, pode levar ao aumento do estresse, exaustão física e mental, bem como dificuldades em conciliar todas essas demandas(19).

 

Bem-estar, alterações de saúde e satisfação do trabalho docente

Os resultados mostraram que as realizações e expressividades no trabalho são satisfatórias, com predominância de afetos positivos sobre os negativos, o que evidencia a sensação de realização profissional por parte dos docentes envolvidos. Esses achados estão em consonância com o estudo conduzido pelos autores(20), no qual constatou-se que 72,7% dos professores estavam satisfeitos e demonstravam uma atitude positiva em relação à sua profissão, sentindo-se entusiasmados, alertas e ativos. A satisfação profissional ocorre quando o indivíduo reage emocionalmente aos aspectos relacionados ao exercício do trabalho. Essa satisfação deve ser compreendida como uma atitude adotada pelo profissional em relação ao seu trabalho, abrangendo tanto os aspectos afetivos (emoções e sentimentos) quanto os aspectos cognitivos (crenças e julgamentos)(20).

Na análise descritiva do bem-estar no trabalho o fator realização teve a maior média, o que sugere que os docentes possuem uma percepção sobre a possibilidade de expressão pessoal e desenvolvimento, sobretudo quanto ao desenvolvimento e expressão de habilidades e capacidades, superação de desafios, aspectos que foram mais bem avaliados para o fator.

 O dinamismo presente na habilidade do professor de enfrentar os desafios, as adversidades e pressões do ambiente laboral podem ser refletidos no prazer em aprender e dominar as tarefas de trabalho, ou no uso de estratégias de coping, que constituem preditores de bem-estar e engajamento desses profissionais(21).

 

Presença de alterações de saúde e estresse entre docentes

As alterações de saúde identificadas apontam para sintomas típicos da Síndrome de Burnout entre os docentes.  Problema social relevante, uma vez que eles podem apresentar um rompimento com os hábitos normais, perda do entusiasmo e da criatividade, incapacidade para se concentrar, perda do autorrespeito e autocontrole em aula e reações exageradas para moderar o estresse(19). Esta demanda em saúde mental influenciam a satisfação laboral, já que os fatores psicossociais estão relacionados ao prazer e sofrimento no trabalho(22).

As alterações de saúde apresentadas pelos docentes deste estudo foram cansaço físico e/ou mental, irritabilidade; alterações de memória e concentração. O cansaço físico ou mental é resultado do estresse cotidiano, que indica a possibilidade do desgaste por sobrecarga psicológica. Estudo realizado com docentes em Florianópolis (SC) mostrou que o estresse causa sinais e sintomas semelhantes, além de outros como formigamento de extremidades, cansaço constante, sensibilidade emotiva, que se manifestam a depender da fase do estresse que o indivíduo está vivenciando(23).

No presente estudo, os docentes em contexto de estrese apresentaram, ainda, tensão e insônia e/ou dificuldade de conciliar o sono, corroborando com os dados identificados pelo estudo(24) sobre grande parte dos profissionais (41,7%) perceberam muito estressados, sendo o trabalho referido como muito estressante (47,2%).

Com relação à dor muscular referida pelos docentes, o estudo realizado pelos autores(25) constatou que houve uma frequência maior de afastamentos de docentes de ambos os sexos devido a problemas osteomusculares, seguidos por problemas respiratórios e distúrbios psiquiátricos. Os autores sugerem a necessidade de desenvolver abordagens multidisciplinares, incluindo programas e políticas de prevenção, para promover a implementação de medidas de promoção da saúde e fornecer uma rede de apoio aos docentes(25).

Uma amostra de 259 docentes em dedicação exclusiva no Reino Unido e de Hong Kong, mostrou percepção de nível de estresse maior no último grupo e a relação com a imagem social. A maioria dos docentes apresentava alto esforço e baixa recompensa, vivenciando uma situação de desequilíbrio que resultou em estresse(26). 

A ansiedade foi mencionada por parte significativa dos docentes; e tem sido observadas em trabalhadores do mesmo grupo na universidade Federal de Ouro Preto, em que mais da metade dos participantes consideraram conflitos interpessoais com alunos e com a gestão que resultavam em sentimentos ansioso, sono irregular e estresse, comprometendo a qualidade de vida dos docentes(27).

Em relação à falta de disposição para prática de exercícios 43,8% dos docentes referiram indispostos. Este fato pode estar relacionado a jornada de trabalho intensa que dificulta adicionar essa prática na rotina(16). Isto instiga a busca de estratégias alternativas para prática de exercício físico em estudo realizado pelo autor(18) os docentes reconhecem os efeitos do exercício físico, promoção e manutenção da saúde física e psicológica. Além disso foram identificadas outras formas de enfrentamento às situações estressantes praticadas por docentes como: atividades culturais, religiosas, descanso, prática de exercícios físicos, entre outras(28).

No tocante ao peso corporal e hipertensão arterial neste estudo 37,5% dos docentes apresentaram aumento de peso e 9,4% hipertensão arterial. No estudo(29), mais da metade dos docentes foram classificados com sobrepeso e 14,4% com obesidade. Ser fisicamente inativo, ter excesso de peso, alimentar-se com menor frequência e apresentar um nível elevado de pressão arterial e de estresse pode contribuir para uma percepção de saúde desfavorável.  Nota-se que os hábitos de estilo de vida podem ter uma influência direta nas condições de saúde das pessoas(30).

A saúde física dos participantes também foi identificada por problemas do sistema digestivo como: gastrite, náuseas e vômitos. Outros problemas foram as alterações urinárias, frequente em todas as idades, com maior incidência ao avançar da vida adulta no sexo feminino(31).

A saúde física afetada envolve maior demanda dos serviços de saúde relacionados. Nesta direção, estudo realizado com 98 docentes universitários apontam que os docentes buscam ajuda médica e/ou psicológica, principalmente aqueles de programas de pós-graduação, com maior número de orientandos(32).

Em relação aos sintomas vocais, 15,6% dos docentes relataram ter apresentado essas alterações. Os autores(33) destacaram que docentes podem experimentar alterações vocais, sensações laringofaríngeas, rouquidão, perda de voz e cansaço ao falar. O docente ao perder a voz também perde a possibilidade de manter-se em sua função, perdendo assim sua identidade profissional, o que coloca em risco a sua carreira e a sua sobrevivência como educador(33). A carga horária excessiva e o tempo de magistério colaboram para o surgimento dessas alterações vocais; o ruído intenso no ambiente de trabalho, algumas vezes exige que o docente aumente o tom da voz, além de fatores ambientais e organizacionais(25,34)

O conhecimento acerca das alterações de saúde e a prevalência de fatores de risco que afetam o bem-estar dos docentes mostra a importância da elaboração e implementação de programas de prevenção, incentivando a adoção de hábitos de vida saudáveis voltados para a comunidade universitária.

As condições de saúde dos docentes podem ser afetadas pelas alterações de saúde assim como seu bem-estar geral, sua habilidade e desempenho no trabalho. De acordo com a avaliação dos docentes neste estudo fica evidente a presença de alterações de saúde de nível físico e mental, com destaque para o último grupo. No exercício da atividade docente, diversos estressores encontra-se presentes, relacionados à natureza de suas funções, podendo estar vinculados ao contexto institucional e/ou social em que estas são exercidas.

As demandas em saúde do profissional docente contrapõem a referência ao bem-estar positivo no grupo estudado, contudo abre reflexões das potencialidades desse bem-estar enquanto motivador de melhorias em saúde física e mental. A Saúde mental representada pelo cansaço, estresse e sintomas ansiosos; bem como as afeções em saúde física como alterações na voz, urinárias e gastrointestinais, somadas as comorbidades e tratamentos preexistentes, mitigam a qualidade de vida do trabalhador docente, culminando no adoecimento generalizado.

Desta forma, o bem-estar no trabalho relaciona-se a valorização, ao desempenho e a qualidade de vida do trabalhador na Instituição. Logo, as instituições públicas de ensino superior no Brasil, devem repensar sua estrutura organizacional, a fim de oferecer condições de desenvolvimento laboral pleno e de qualidade(34).

 

Limitações do estudo

Em relação às limitações do estudo, pode-se mencionar a avaliação ter acontecido em apenas um departamento da instituição, sendo necessário que mais estudos impulsionem esta preocupação nos demais setores de trabalho docente.

 

Contribuições para a área da Enfermagem, saúde ou política pública

Espera-se que os resultados sejam úteis para reflexão e apontem direções para ações de prevenção e promoção do bem-estar docente universitário, podendo vir a auxiliar gestores de recursos humanos na área da educação.

Diante disso, sugere-se adoção de medidas: avaliação das alterações de saúde por meio de uma política institucional com atenção a saúde dos docentes, o que pode reduzir a prevalência doenças e melhorar as condições de saúde e o bem-estar no trabalho.

 

CONCLUSÃO

Os profissionais demonstraram bem-estar satisfatório. Entretanto os afetos negativos merecem destaque, e estão presentes devido ao cansaço físico/ou mental, estresse e tensão.  Isto resultou em variáveis de adoecimento psíquico.

Os participantes sentem-se realizados em trabalhar na docência, o que contribui para maiores níveis de contentamento, confiança e dedicação. Dentre as alterações em saúde dos trabalhadores ficaram evidenciados os aspectos em saúde psíquica.

Na análise do bem-estar dos docentes, verificou que o item da realização obteve maior média, os afetos positivos superarem os afetos negativos, e ambos se mostraram relevantes e presentes nesse ambiente de trabalho. Por haver exigência aos docentes em relação ao seu ambiente de trabalho, como múltiplos compromissos acadêmicos, destinados ao atendimento dos alunos, preparação de aulas, condições de trabalho, esses aspectos do ambiente podem interferir na saúde do trabalhador docente e acarretar doenças.

O estudo constatou presença de alterações de saúde nos docentes universitários como cansaço físico e/ou mental, estresse, tensão, falta de disposição para prática de exercícios, irritação nos olhos, garganta e narinas, ansiedade, insônia/dificuldade de conciliar o sono, dentre outras, que podem estar associadas ao bem-estar no ambiente de trabalho.

Os resultados apontam para aspectos satisfatórios relacionados ao trabalho, contudo ressaltam pontos-chave para melhorar o bem-estar do trabalhador docente, junto a prevenção do adoecimento do mesmo, tornando-se relevante para a elaboração de políticas. A originalidade do estudo, por sua vez, traz reflexões acerca das potencialidades do ensino, mediada pelo trabalho saudável dos docentes e clarifica a realidade de adoecimento/alterações de saúde vividas por este grupo de trabalhadores.

 

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Contribuições dos autores

1,2,3contribuíram na concepção e desenho do estudo, interpretação dos dados, na redação e revisão crítica do artigo e na aprovação final.

4,5 contribuíram na interpretação dos dados, na redação e revisão crítica do artigo, na aprovação final.

 

Fomento: não há instituição de fomento

 

Editor Científico: Francisco Mayron Morais Soares. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7316-2519

 

 

Rev Enferm Atual In Derme 2023;97(3):e023090                                      

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