SOFRIMENTO MENTAL DE MULHERES EM ISOLAMENTO SOCIAL DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
MENTAL SUFFERING OF WOMEN IN SOCIAL ISOLATION DURING THE COVID-19 PANDEMIC
SUFRIMIENTO MENTAL DE MUJERES EN AISLAMIENTO SOCIAL DURANTE LA PANDEMIA DEL COVID-19
1Amélia Raquel Lima de Pontes
2Patrício de Almeida Costa
3Tainá Oliveira de Araújo
4Francilene Figueirêdo da Silva Pascoal
5Luciana Dantas Farias de Andrade
6Heloisy Alves de Medeiros Leano
1Residente Multiprofissional em Atenção Primária à Saúde pelo Centro Universitário de Patos-UNIFIP. Bacharela em Enfermagem pela Universidade Federal de Campina Grande- UFCG. Patos, Paraíba, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7881-6953.
2Mestrando em Saúde Coletiva, pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – PPGSA Col da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal de Campina Grande- UFCG. Pedra Lavrada, Paraíba, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-1111-7733.
3Graduanda em Enfermagem pela Universidade Federal de Campina Grande UFCG. Frei Martinho, Paraíba, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5069-7243.
4Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande. Cuité, Paraíba, Brasil.E-mail:francilene.figueiredo@professor.ufcg.edu.br.Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6220-0759.
5Doutora em Psicologia. Docente do Curso de Enfermagem da UFCG/CES. Cuité, Paraíba, Brasil. E-mail:luciana.dantas.farias@gmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-2081-2869.
6Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande. Cuité, Paraíba, Brasil. E-mail: heloisy.alves@professor.ufcg.edu.br. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7337- 4079.
Autor correspondente
Amélia Raquel Lima de Pontes
Rua: Carmelita Braga, Nº 63, Novo Horizonte, Patos- Paraíba- Brasil, CEP:58704-718, Telefone: +55(83) 99611-3916; E-mail araquel.lima@hotmail.com.
Submissão: 05-05-2023
Aprovado: 16-10-2023
RESUMO
Objetivo: Analisar a frequência e características relacionadas ao possível sofrimento mental das mulheres em isolamento social durante a pandemia de covid-19. Metodologia: Estudo analítico, transversal, com abordagem quantitativa, realizado com 138 mulheres em diferentes regiões do estado da Paraíba. Os dados foram coletados por meio de questionário virtual entre janeiro e fevereiro de 2021, utilizando-se da técnica metodológica Bola de Neve Virtual. Sendo a análise subsidiada com o suporte da estatística descritiva e analítica por meio do software SPSS versão 20.0. Resultados: foi observado entre as participantes do estudo, que 51,4 % (71) das mulheres apresentaram escore compatível para o possível sofrimento mental. Quando relacionado com as variáveis sociodemográficas, econômicas, de hábitos de vida e de convivência no isolamento social, evidenciou-se que apenas a variável “está em confinamento com mais alguém” mostrou uma relação estatisticamente com o possível sofrimento mental entre as participantes. Conclusões: A pandemia da Covid-19 e consequentemente o isolamento social tem provocado sofrimento mental entre as mulheres, especialmente no que diz respeito ao viver confinado com outra pessoa. Logo, recomenda-se fortalecer a atenção integral à saúde da mulher, com ênfase ações voltadas para a saúde mental durante o período pandemia e pós-pandemia. Também, faz-se necessário refletir sobre aspectos da responsabilização imposta pela sociedade para as mulheres, assim como, da sobrecarga e desigualdade na divisão de tarefas no ambiente doméstico e laboral.
Palavras-chave: Saúde da Mulher; Covid-19; Isolamento Social; Angústia Psicológica.
ABSTRACT
Objective: To analyze the frequency and characteristics related to the possible mental suffering of women in social isolation during the covid-19 pandemic. Methodology: Analytical, cross-sectional study with a quantitative approach, carried out with 138 women in different regions of the state of Paraíba. Data were collected through virtual tests between January and February 2021, using the Virtual Snowball methodological technique. The analysis was subsidized with the support of descriptive and analytical statistics through the SPSS software version 20.0. Results: it was observed among the study participants that 51.4% (71) of the women had a compatible score for possible mental distress. When related to the sociodemographic, accelerated, life habits and coexistence variables in social isolation, it was evidenced that only the variable "is in confinement with someone else" showed a statistically relationship with possible mental suffering among the participants. Conclusions: The Covid-19 pandemic and, consequently, the social isolation it provokes, causes mental suffering among women, especially with regard to living in confinement with another person. Therefore, it is recommended to strengthen comprehensive care for women's health, with emotional actions for mental health during the pandemic and post-pandemic period. Also, it is necessary to reflect on aspects of the accountability imposed by society on women, as well as the overload and inequality in the division of tasks in the domestic and work environments.
Keywords: Women's Health; Covid-19; Social Isolation; Psychological Distress.
RESUMEN
Objetivo: Analizar la frecuencia y características relacionadas con el posible sufrimiento psíquico de mujeres en aislamiento social durante la pandemia de covid-19. Metodología: Estudio analítico, transversal con enfoque cuantitativo, realizado con 138 mujeres en diferentes regiones del estado de Paraíba. Los datos fueron recolectados a través de pruebas virtuales entre enero y febrero de 2021, utilizando la técnica metodológica Virtual Snowball. El análisis fue subsidiado con apoyo de estadística descriptiva y analítica a través del software SPSS versión 20.0. Resultados: se observó entre las participantes del estudio que 51,4% (71) de las mujeres tenían puntaje compatible para posible malestar mental. Al relacionarse con las variables sociodemográficas, aceleradas, hábitos de vida y convivencia en aislamiento social, se evidenció que solo la variable “está en confinamiento con otra persona” mostró relación estadística con el posible sufrimiento psíquico entre los participantes. Conclusiones: La pandemia de Covid-19 y, en consecuencia, el aislamiento social que provoca, provoca sufrimiento psíquico en las mujeres, especialmente en lo que se refiere a vivir en confinamiento con otra persona. Por ello, se recomienda fortalecer la atención integral a la salud de la mujer, con acciones emocionales para la salud mental durante la pandemia y pospandemia. Asimismo, es necesario reflexionar sobre aspectos de la rendición de cuentas impuesta por la sociedad a las mujeres, así como la sobrecarga y desigualdad en la división de tareas en el ámbito doméstico y laboral.
Palabras clave: Salud de la Mujer; Covid-19; Aislamiento Social; Distrés Psicológico.
INTRODUÇÃO
A covid-19 é uma doença transmitida pelo SARS-COV-2, surgido pela primeira vez na China em dezembro de 2019 (1). A infecção, logo disseminou-se por diversos países no mundo, caracterizando-se como uma pandemia de maior emergência internacional de saúde pública já enfrentada nos últimos anos, provocando mudanças no modo de viver das famílias, sociedade e comunidades (2). No Brasil o primeiro caso registrado ocorreu em fevereiro de 2020, e desde então, permanece, embora mais atenuado, com registros diários da infecção (3).
Devido a sua alta transmissibilidade, medidas de controle e prevenção da doença tiveram que ser devidamente adotadas pelas autoridades sanitárias nas três esferas administrativas do governo (3). Entretanto a medida preventiva mais recomendada foi a prática do isolamento social domiciliar, impactando a vida das pessoas, requerendo adaptações e flexibilidade por parte de seus membros familiares em ambiente doméstico, resultando em alterações psicoemocionais, como estresse, ansiedade e sofrimento mental na maioria dos isolados (4).
Nesse contexto, pesquisas apontam que as mulheres, são as que mais sofreram os impactos provocados pela infecção do novo coronavírus (4). Uma vez que a maioria do público feminino se encontra expostas a carga horária extra de trabalho durante a pandemia, pois além das atividades laborais, cabem a elas as responsabilidades de cuidar da família, elevando o desempenho de atividades não remuneradas, que por não serem reconhecidas como trabalho, se tornam invisíveis, portanto, excluídas das estatísticas oficiais (5). As atividades em excesso desempenhadas por elas podem elevar a exposição a danos na saúde e agravos na qualidade de vida, dificultando o engajamento em atividades de lazer, autocuidado e descanso (6-7).
Somado a isso, é preciso ressaltar que, se por um lado o isolamento social protege ou impede o contágio pelo vírus, por outro, traz preocupações sobre o sofrimento psicológico, pois eleva-se a incidência ou agravamento de transtornos mentais (8), expondo a mulher à sintomas psíquicos, distúrbios emocionais, depressão, estresse, ansiedade, irritabilidade, insônia e sintomas de estresse pós-traumático (9), ligados a mudanças nas rotinas e nas relações familiares (10).
Nessa crise do cuidado intensificada pela pandemia da covid-19, é preciso olhar para quem cuida do quê, de quem e em que condições, além de questionar como está o cuidado de que presta essas atividades exaustivas diariamente em domicilio. Nessa primícia, a enfermagem tem um papel fundamental em detectar o possível sofrimento mental de mulheres que estão em isolamento social, procurando intervir precocemente em suas necessidades de saúde de modo a garantir uma assistência integral através da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que passa autonomia profissional para realizar a Consulta de Enfermagem à mulher, traçando assim um processo terapêutico cabível em sua subjetividade ou em coletividade (5,11).
Estudos epidemiológicos desvelam que o sofrimento mental decorrente da depressão e outros agravos é uma das três principais causas de morbimortalidade por doença entre as mulheres no século XXI (12), impactando negativamente seu funcionamento social, evidenciando assim uma pior qualidade de vida no período pandêmico da covid-19 em relação a outros sexos (13). Salienta-se ainda que o sofrimento mental pode se caracterizar tanto como sintoma ou como um condicionante para o adoecimento psíquico a curto, médio e longo prazo, logo é necessária uma análise interseccional, observando idade, raça, sexualidade, deficiência, território, classe, entre outros fatores que possam favorecer sua identificação precoce, e assim prestar um possível cuidado e promoção a saúde de maneira eficaz e adequada (14).
Por este encadeamento de ideias, esta pesquisa tem por interesse conhecer sobre os efeitos da pandemia da covid-19, que vem ocasionando problemas e prejuízos multidimensionais, sobretudo biopsicossociais no cotidiano da maioria das mulheres em isolamento social. Diante do exposto, o presente estudo objetivou analisar a frequência e características relacionadas ao possível sofrimento mental das mulheres em isolamento social durante a pandemia de covid-19. Dessa forma, busca-se reunir evidências para construção de ações que reconheçam as necessidades dessas mulheres e as contemplem nesse momento desafiador com novas possibilidades de assistência intervencionista da enfermagem.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal, analítico, com abordagem quantitativa, desenvolvido em diferentes regiões do estado da Paraíba, utilizando-se da técnica metodológica bola de neve virtual. Para melhor seguimento metodológico, sua redação foi desenvolvida seguindo todas as recomendações da diretriz Strengthening the reporting of observational Studies (STROBE).
Participaram da pesquisa, mulheres responsáveis pelo cuidado do lar durante a pandemia da covid-19 residentes nas mesorregiões da zona da Mata paraibana, Sertão paraibano, Agreste paraibano e Borborema. Para seleção das participantes do estudo foi aplicada a técnica Bola de Neve Virtual, uma adaptação da Snowball Sampling, tipo de amostragem não probabilística a qual sua formação se dá ao longo dos processos, não sendo determinada previamente (15). Essa técnica foi adotada devido o distanciamento social estabelecido pelo período pandêmico, para facilitar uma maior acessibilidade as mulheres e ter uma maior variabilidade de respostas (15).
A seleção iniciou-se pelo envio/apresentação do link de acesso ao questionário eletrônico, através de convites por via redes sociais virtuais bem como por correio eletrônico. Neste tipo de recrutamento e coleta de informações, o (s) primeiro (s) participante (s) são normalmente escolhidos por conveniência do pesquisador que conhece esses indivíduos que passaram pela situação a ser estudada, proporcionando uma facilidade na comunicação com eles no momento da coleta de dados (15). Posteriormente, cada participante da pesquisa foi orientada a indicar/repassar para outra mulher, que se encaixasse nos critérios da pesquisa, dando continuidade à coleta. A fase de recrutamento foi finalizada ao atingir o ponto de saturação das informações, cujo os participantes não possuíam mais sugestões de indicações para acréscimo na amostra do estudo. Logo, participaram ao final da investigação 138 mulheres.
Durante o processo de seleção das participantes foram adotados os seguintes critérios de elegibilidade: ser/considerar-se do gênero feminino; residir no estado da Paraíba; se autodeclarar responsável pelos cuidados do lar durante a pandemia da covid-19; ter/estar cumprindo medidas de isolamento/distanciamento social; possuir idade maior ou igual a 18 anos; e atender as condições éticas da participação voluntária mediada pelo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram excluídas do estudo, aquelas participantes que após 03 tentativas não ouve êxito no contato ou não concluíram o preenchimento do instrumento online.
A fase de coleta de dados ocorreu no período de 05 de janeiro à 10 de fevereiro de 2021. Para sua operacionalização foi utilizado instrumento virtual, composto por duas partes distintas. A primeira com informações referentes as características sociodemográficas (faixa etária, cor da pele autorreferida , religião, estado civil, grau de escolaridade, nº de filhos), econômicas (Ocupação, renda familiar; participação na renda da família, e se é responsável pelo lar) e de estilo de vida das participantes (distanciamento social, prática de atividade física durante o confinamento, tabagismo, uso de álcool e consumo de alimentos durante o isolamento/distanciamento), e a segunda parte composta por variáveis referentes aos hábitos de vida e fatores do contexto de confinamento durante a pandemia contidas no Self-Report Questionnaire 20 (SRQ-20 )(16) utilizado para mensurar possível sofrimento mental.
Os dados foram tabulados no software Microsoft Excel 2007, e posteriormente analisados com o aporte estatístico do software IBM SPSS versão 20.0. Utilizou-se de medidas simples de estatística descritiva, frequência absoluta, relativa e desvio padrão, além do teste de associação de chi-quadrado. Para o estudo, foi considerada significância estatística cujo resultados evidenciaram p<0,05.
Destaca-se ainda, que na análise dos dados foram utilizadas as variáveis categóricas contempladas na primeira parte do instrumento (exposição), além do resultado do SRQ-20 (desfecho), categorizado em NASM - Não apresenta possível sofrimento mental -quando score menor que 7- e APSM - Apresenta possível sofrimento mental. Quando score maior ou igual a 7 (16). Para o SRQ-20 foram consideradas as recomendações de análise e interpretação contidos em seu estudo de validação para população brasileira (16).
A pesquisa seguiu as normas da Resolução CNS 466/12 com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer de número 4.487.681. Antes ao exposto, todas as participantes precisaram concordar em participar do estudo após lerem as informações contidas no TCLE que precedia as perguntas do instrumento de coleta e procedimentos éticos para sua realização.
RESULTADOS
Participaram do estudo 138 mulheres residentes em diferentes regiões do estado da Paraíba. As mulheres eram predominantemente jovens, na faixa etária de 20 a 35 anos (51,4%), autorreferidas pardas (52,6%), católicas (72,8%), casadas (49,3%), com ensino superior completo (72,5%) e genitoras de pelo menos um filho (60,6%). No que diz respeito à distribuição dos dados segundo ocupação e renda, 111 mulheres (80,4%) possuem ocupação remunerada, com predomínio de mais de 4 salários mínimos (33,6%) por participante, cujo maioria (39,1%) autodeclarou participar de maneira complementar na renda familiar.
Em relação aos hábitos de vida das participantes, 105 mulheres (76,6%) referiram estar em confinamento com mais alguém, 73 (52,9%) relataram não praticar nenhuma atividade física durante a pandemia, 135 (97,8%) declararam-se não tabagistas, 57 (41,3%) relataram não fazer uso de álcool, e 68 (49,3%) referiram o aumento de consumo de alimentos durante o confinamento/distanciamento social.
Ao avaliar o score do Self-Report Questionnaire, foi observada entre as participantes do estudo, que 51,4 % (71) das mulheres apresentaram escore compatível para o possível sofrimento mental (SRQ-20 ≥7), conforme representado na tabela 1.
SRQ-20 |
f (%) |
APSM** |
71 (51,4 %) |
NASM* |
67 (48,6%) |
*NASM - Não apresenta possível sofrimento mental, **APSM- Apresenta possível sofrimento mental.
Fonte: dados da pesquisa, 2021.
Ao relacionar as variáveis sociodemográficas, econômicas, de hábitos de vida e de convivência no isolamento social, com o resultado do Self-Report Questionnaire (Tabela 2), evidenciou-se que a variável “está em confinamento com mais alguém” mostrou uma relação estatisticamente significativa para o possível sofrimento mental nas participantes (p= <0,010).
Tabela 2 - Distribuição da análise da correlação das variáveis do estudo com o Self Report Questionnaire (SRQ-20) Paraíba, Brasil (n=138).
Variáveis |
SRQ-20
|
p-valor* |
||
NASM** |
APSM*** |
|||
Faixa Etária |
20 a 35 anos |
42,3% |
57,7% |
0,238 |
36 a 50 anos |
52,2% |
47,8% |
||
51 a 70 anos |
61,9% |
38,1% |
||
Cor/raça |
Branca |
48,3% |
51,7% |
0,725 |
Parda |
51,4% |
48,6% |
||
Negra |
25,0% |
75,0% |
||
Amarela |
50,0% |
50,0% |
||
Indígena |
0,0% |
100,0% |
||
Religião |
Católica |
49,5% |
50,5% |
0,403 |
Evangélica |
41,2% |
58,8% |
||
Espírita |
30,0% |
70,0% |
||
Ateu |
50,0% |
50,0% |
||
Outros |
75,0% |
25,0% |
||
Estado Civil |
Solteira |
52,2% |
47,8% |
0,921 |
Casada |
48,5% |
51,5% |
||
Divorciada |
38,5% |
61,5% |
||
Viúva |
40,0% |
60,0% |
||
Outros |
50,0% |
50,0% |
||
Filhos |
Sim |
50,6% |
49,4% |
0,481 |
Não |
44,4% |
55,6% |
||
Escolaridade |
Ensino Fundamental Completo |
100,0% |
0,0% |
0,138 |
Ensino Fundamental Incompleto |
16,7% |
83,3% |
||
Ensino Médio Completo |
47,8% |
52,2% |
||
Ensino Médio Incompleto |
60,0% |
40,0% |
||
Ensino Superior |
48,0% |
52,0% |
||
Ocupação Remunerada |
Sim |
49,5% |
50,5% |
0,634 |
Não |
44,4% |
55,6% |
||
Responsável pelo lar |
Não |
50,6% |
49,4% |
0,571 |
Sim |
45,8% |
54,2% |
||
Renda Familiar |
<1 salário mínimo |
33,3% |
66,7% |
0,633 |
De 1 a 2 salários mínimos |
50,0% |
50,0% |
||
2 a 3 salários mínimos |
41,2% |
58,8% |
||
3 a 4 salários mínimos |
30,8% |
69,2% |
||
|
|
|
||
>4 salários mínimos |
63,0% |
37,0% |
||
Participação na renda familiar |
Renda principal |
43,4% |
56,6% |
0,633 |
Renda complementar |
51,9% |
48,1% |
||
Não se aplica |
51,6% |
48,4% |
||
Confinamento com mais alguém |
Sim |
42,9% |
57,1% |
0,010A* |
Não |
68,8% |
31,2% |
||
Prática alguma atividade física |
Sim |
52,3% |
47,7% |
0,405 |
Não |
45,2% |
54,8% |
||
Tabagista |
Sim |
66,7% |
33,3% |
0,526 |
Não |
48,1% |
51,9% |
||
Uso de álcool |
Sim |
66,7% |
33,3% |
0,305 |
Raramente |
42,1% |
57,9% |
||
Casualmente |
60,0% |
40,0% |
||
Não |
43,9% |
56,1% |
||
Alimentação durante a pandemia |
Alterada |
20,9% |
15,5% |
0,236 |
Consumindo mais alimentos |
40,3% |
57,7% |
||
Redução do consumo de alimentos |
9,0% |
5,6% |
||
Sem alterações |
29,9% |
21,1% |
Fonte: Dados da pesquisa, 2021. A*Teste qui-quadrado de Pearson com p–valor<0,05; ** NASM - Não apresenta possível sofrimento mental, ***APSM- Apresenta possível sofrimento mental.
DISCUSSÃO
A pandemia da covid-19 tornou-se uma das principais preocupações internacionais em relação ao seu impacto na saúde mental da humanidade. Estudo realizado pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de São Paulo comprovou consequências significativas para saúde mental da população, em especial da população do gênero feminino, no qual 40,5% das entrevistadas responderam que desenvolveram algum tipo de transtorno psicoemocional somático durante o período pandêmico, sendo 34,9% sintomas depressivos, 37,3% episódios de ansiedade e 27,8% quadros de pânico, respectivamente (17).
Algumas mudanças significativas que ocorreram na vida das mulheres incluindo, o confinamento prolongado e forçado com outra pessoa, mudanças na rotina diária, limitação das interações sociais, conflitos familiares, meios de entretenimento reduzidos e dificuldades econômicas podem ter levado a pandemia a se transformar em uma crise psicossocial crescente, favorecendo o aparecimento distúrbios emocionais, e à exacerbação dos sintomas em pessoas com transtornos pré-existentes ou em maior susceptibilidade para o sofrimento mental (18).
Ademais, estudos constam, em geral, uma maior prevalência de queixas de saúde e de transtornos psicoemocionais presentes no sexo feminino (19). Essa diferenciação entres os gêneros pode ser justificada pelos fatores historicamente associadas ao sexo feminino, em que as mulheres ao longo da vida tiveram um reduzido acesso a escolaridade, menor possibilidade de trabalho formal, níveis mais baixos de renda, maior pressão social e sobrecarga doméstica, condições que contribuem para uma menor proteção, segurança, bem-estar socioeconômico e consequentemente maior sofrimento mental (20).
Além disso, autores alertam o papel biológico de gênero é um fator de vulnerabilidade ao estresse e sofrimento psicoemocional. Assim, o público feminino são os mais afetados, visto que suas variações hormonais são caracterizadas pelo aumento da reatividade fisiológica e comportamental a diversos estímulos levemente estressantes ao longo da vida, além de que fatores subjacentes podem influenciar sua resposta ao estresse potencializando seu adoecimento ou sofrimento mental, entre eles fatores genéticos, socioculturais e de desenvolvimento (18).
Nesse contexto, o gênero feminino está significativamente associado a níveis autorrelatados de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e impactos psicológicos de maior gravidade, cujo seus fatores de risco intensificaram-se no momento pandêmico. Durante a pandemia, as mesmas sofreram consequências em suas ocupações, lares e tarefas de cuidar. Muitas que possuíam emprego fora do ambiente doméstico encontraram um possível estranhamento, pois, mesmo sendo mãe, esposa e dona de casa, o sentido das suas vidas sempre foi o trabalho, mas o trabalho fora de casa, referente à profissão. Na modalidade home office imposta pela pandemia da covid-19, o trabalho passou a ser uma atividade ininterrupta, sem fronteiras nítidas entre casa, emprego e lazer, o qual prejudicou significantemente a saúde física e emocional dessas mulheres, além de trazer prejuízos diretos sobre sua qualidade de vida (21-22-23-5).
Em relação ao fato de conviver com outra(s) pessoa(s) durante o confinamento se associar significativamente com a presença de possível sofrimento mental no estudo atual, observa-se que o confinamento domiciliar e isolamento acaba sendo um ponto negativo para o comportamento mental da população. Devido ao distanciamento dos laços sociais mais próximos e, por outro, prolongar a convivência com pessoas do mesmo ambiente domiciliar (24).
O domicílio, cujo sinônimo deveria ser de resguardo, de segurança e tranquilidade, tem se transformado em um ambiente desfavorável às mulheres. Em relação ao papel de homens e mulheres durante o confinamento, ambos com condições de dividir as tarefas domésticas e cuidados com filhos e idosos no ambiente familiar. Entretanto, o acúmulo e a sobrecarga do trabalho doméstico atingem, de forma desproporcional, o sexo feminino, acarretando cansaço físico, emocional e mental que enfraquecem o sistema imunológico deixando-a mais susceptível a diversas doenças, inclusive ao coronavírus ou a afecções psicoemocionais (25).
A mulher se vê como responsável pelos afazeres domésticos, sendo ainda, em alguns casos, encarregadas de completar as necessidades da família, essa sobrecarga de duplos papeis, fragiliza as mulheres e as expõe ainda mais ao risco para experimentar a elevação no nível de estresse e consequentemente aflorar a manifestação de outras psicopatologias como a ansiedade e a depressão (25).
Paralelamente a esta situação de sobrecarga, os índices de violência doméstica, sexual, psicológica e gravidez indesejada aumentaram em decorrência da maior permanência da mulher no lar, muitas vezes com os seus agressores. As taxas de feminicídio crescem em inúmeros países, inclusive no Brasil, no qual as vítimas desse tipo de violência estão mais expostas aos agressores em uma época de enorme estresse psicológico, possuindo um menor acesso a locais seguros, fato que contribui diretamente na prevalência e agravamento de quadros clínicos psíquicos durante a pandemia por covid-19 (26 -27).
Dessa forma, observa-se que o impacto psicológico durante episódios de pandemias que exijam isolamento e quarentena na população pode levar a consequências negativas na saúde mental das mulheres, sendo uma preocupação o surgimento de ideação suicida ou o próprio suicídio durante esse período (28). Ademais, na ocorrência de suspensão de consultas regulares a esse público, devido ao isolamento social, os riscos de urgências psiquiátricas aumentam à medida que as pessoas são acometidas pelo estresse. Nesse contexto, o grande número de mulheres com problemas de saúde indica uma necessidade de serviços de saúde mental de urgência, bem como de um apoio multiprofissional a ser prestado dentro da compreensão holística do cuidado, auxiliando na promoção e manutenção de um bem-estar biopsicossocial (29).
Em sua dimensão assistencial, a enfermagem deve procurar suprir as necessidades de saúde das mulheres, de modo a garantir uma assistência integral através da Sistematização da Assistência de Enfermagem, que passa autonomia profissional para realizar a Consulta de Enfermagem à mulher, traçando assim um processo terapêutico cabível em sua subjetividade ou em coletividade (11). Logo, é de suma importância a realização de ações, que visem o apoio, proteção, e atenção integral à saúde da mulher, bem como, promoção do bem-estar mental durante o momento pandêmico e com acolhimento oportuno no período de pós-pandemia. Fazendo-se necessário refletir sobre aspectos da responsabilização imposta pela sociedade para as mulheres, assim como, da sobrecarga e desigualdade na divisão de tarefas no ambiente doméstico e laboral.
Cabe mencionar que o presente estudo deve ser interpretado levando em considerações algumas limitações relacionadas a delineamento transversal, amostragem, seleção das participantes e condicionamento do quadro de sofrimento mental. O percurso metodológico de um estudo transversal além de não permitir que se estabeleça a associação causa e efeito entre as variáveis, está propício ao viés de causalidade reversa entre os elementos de desfecho e exposição, dessa maneira não se pode afirmar que o sofrimento mental nas participantes é ocasionado pela pandemia da covid-9 ou pela convivência em isolamento social por ela provocado. Já a amostragem não probabilística, mesmo sendo uma metodologia que pode gerar quantidade amostral relevante, tais dados podem ser enviesados pela rede de contato das mulheres sementes do estudo, pois há uma tendência a se assemelhar suas condições de vida.
Além disso, era necessário ter e-mail para a acessar o formulário da pesquisa, podendo excluir uma certa camada da população. Por fim destaca-se a limitações na averiguação de sofrimento mental, uma vez que é necessário diagnóstico oportuno por profissional qualificado, sendo essa uma maneira de aproximar-se da realidade, por isso a utilização do termo “possível” sofrimento mental.
Ainda assim, mesmo com as limitações supramencionadas, reforça-se a importância da temática para contribuição na identificação das características prevalentes entre as mulheres com sinais de possível sofrimento mental no momento pandêmico, colaborando, portanto, no planejamento de estratégias de intervenção entres os profissionais de saúde durante e após a pandemia da covid-19 para com público alvo do estudo.
CONCLUSÕES
O isolamento social tem desencadeado situações estressoras e de desequilíbrio emocional, acarretando problemas mentais que podem ter sido causados ou agravados, devido momento pandêmico vivenciado nos últimos anos. Dessa maneira, observou-se no presente estudo que a maioria das mulheres, independente de classe, raça, renda e arranjos familiares estão vulneráveis ao risco de um possível sofrimento mental, sendo a necessidade de ficar em isolamento social com mais alguém se apresenta estatisticamente associado a esse possível sofrimento.
Essa condição de possível sofrimento mental pode estar associada a dupla jornada de trabalhos cujos a mulheres estão submetidas, conciliando diferentes rotinas, tanto profissionais, quanto domésticos e maternas, além do próprio temor do adoecimento pelo novo coronavírus e episódios de violência domesticas pela maior permanência em domicílio, revelando uma epidemia de desigualdade e violência de gênero vivenciada em seus próprios lares e agravada com o tempo.
Logo, é de suma importância a realização de ações, que visem o apoio, proteção, e atenção integral à saúde da mulher, bem como, promoção do bem-estar mental e acolhimento oportuno dessas mulheres no período de pós-pandemia. Também, faz-se necessário refletir sobre aspectos da responsabilização imposta pela sociedade para as mulheres, assim como, da sobrecarga e desigualdade na divisão de tarefas no ambiente doméstico e laboral. Dessa maneira, sugere-se que novos estudos sejam realizados afim de identificar as variáveis que permeiam o possível sofrimento mental das mulheres, bem como a desconstrução social dos papéis de gênero, que trazem em seu cerne a exclusividade da mulher frente ao cuidado e responsabilidades do lar.
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Contribuição dos autores
Todos os autores contribuíram substancialmente na concepção, no planejamento do estudo, na obtenção, na análise e interpretação dos dados, assim como na redação e revisão crítica e aprovação final da versão publicada.