FATORES RELACIONADOS À DIFICULDADE DE CATETERISMO PERIFÉRICO
EM PACIENTES ONCOLÓGICOS ADULTOS: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
FACTORS RELATED TO THE DIFFICULTY OF PERIPHERAL
CATHETERIZATION IN ADULT ONCOLOGICAL PATIENTS: INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW
FACTORES
RELACIONADOS CON LA DIFICULTAD DEL CATETERISMO PERIFÉRICO EN PACIENTES
ONCOLÓGICOS ADULTOS: REVISIÓN INTEGRADORA DE LA LITERATURA
1Danielle Pimentel Carvalho
2Gisella de Carvalho Queluci
3Teresa Tonini
1Mestranda em Saúde e Tecnologia no Espaço
Hospitalar (UNIRIO). Especialista Enfermagem Oncológica no modelo de Residência
(INCA). Enfermeira da Central de Quimioterapia do INCA.
Orcid.org/000-0002-1801-0480
2Doutora em enfermagem.
Professora Associada do Departamento de Enfermagem Fundamental da EEAP/ UNIRIO.
Orcid.org/0000-0003-0496-8513
3Doutora em enfermagem. Professora Associada do
departamento de Enfermagem Fundamental da EEAP/ UNIRIO.
Orcid.org/0000-0002-5253-2485
Autor correspondente
Danielle Pimentel Carvalho
Rua Benedito Jardim, 75,
apto 301, Santa Catarina, São Gonçalo, RJ, Brasil CEP: 24465-280, Tel: +55 21 96476-5911 E-mail: danipcar@hotmail.com.
Submissão: 19-05-2023
Aprovado: 04-07-2023
RESUMO
Objetivo: Analisar as evidências científicas na literatura acerca dos fatores de risco que
caracterizam um acesso venoso periférico difícil em pacientes oncológicos. Método: Revisão integrativa nas bases: SCOPUS, MEDLINE, EMBASE e LILACS. Incluídos estudos
completos com o tema central e excluídos artigos
relacionados à pediatria, cateter venoso central e com ultrassom. Resultados: Foram selecionados 13
estudos. Houve predominância de Estudos de Coorte (53,8%), evidência 2B; Transversais
(15,4%), 2B; Revisões Sistemáticas de estudos de coorte (15,4%), 2A; Controlado
randomizado (7,7%), 1B; Caso-controle (7,7%), 3B. Encontrados 44 fatores relacionados à dificuldade da punção venosa
periférica. Não-palpabilidade,
não-visibilidade e histórico anterior de difícil acesso venoso, foram os mais
apontados e com maior evidência. Conclusão: Existem poucos estudos desta temática
na oncologia, quando a avaliação do enfermeiro necessita ser precisa e
sistemática, principalmente nos acessos venosos difíceis. Ampliação de pesquisas pode melhor conduzir a
decisão do enfermeiro na escolha do acesso venoso mais adequado.
Palavras-Chave:
Cateterismo Periférico; Oncologia; Antineoplásicos; Adulto; Revisão.
ABSTRACT
Objective: To analyze
the scientific evidence in the literature about the risk factors that
characterize difficult peripheral venous access in cancer patients. Method: Integrative review in the
databases: SCOPUS, MEDLINE, EMBASE and LILACS. Complete studies with the
central theme were included and articles related to pediatrics, central venous
catheter and ultrasound were excluded. Results:
13 studies were selected. There was a predominance of Cohort Studies (53.8%),
evidence 2B; Transversal (15.4%), 2B; Systematic Reviews of Cohort Studies
(15.4%), 2A; Randomized controlled (7.7%), 1B; Case-control (7.7%), 3B. Found
44 factors related to the difficulty of peripheral venipuncture.
Non-palpability, non-visibility and previous history of difficult venous access
were the most pointed out and with greater evidence. Conclusion: There are few studies on this topic in oncology, when
the nurse's assessment needs to be precise and systematic, especially in
difficult venous access. Expansion of research can better guide the nurse's
decision in choosing the most appropriate venous access.
Keywords: Peripheral
Catheterization; Oncology; Antineoplastics; Adult; Revision.
RESUMEN
Objetivo: Analizar
la evidencia científica en la literatura sobre los factores de riesgo que caracterizan el acceso venoso periférico difícil en pacientes oncológicos. Método: Revisión integrativa en las
bases de datos: SCOPUS, MEDLINE, EMBASE y LILACS. Se incluyeron
estudios completos con el tema central y se excluyeron artículos relacionados con pediatría,
catéter venoso central y ultrasonido.
Resultados: se seleccionaron
13 estudios. Predominaron
los Estudios de Cohorte
(53,8%), evidencia 2B; Transversales (15,4%), 2B;
Revisiones Sistemáticas de Estudios de Cohorte (15,4%), 2A; Aleatorizados controlados (7,7%), 1B;
Casos y controles (7,7%), 3B. Se encontraron 44
factores relacionados con la dificultad de la venopunción periférica. La no palpación,
la no visibilidad y el antecedente de difícil acceso venoso fueron los más señalados
y con mayor evidencia. Conclusión: Hay pocos
estudios sobre este tema en oncología,
cuando la evaluación del enfermero necesita
ser precisa y sistemática, especialmente en el acceso
venoso difícil. La expansión de la investigación puede orientar mejor la decisión de la enfermera en la elección del acceso
venoso más adecuado.
Palabras clave:
Cateterismo Periférico; Oncología; Antineoplásicos;
Adulto; Revisión.
INTRODUÇÃO
O câncer é uma doença crônica não transmissível, de elevada
incidência, caracterizada como o principal problema de saúde pública no mundo,
estando entre a primeira ou a segunda causa morte antes dos setenta anos. Para
o Brasil, a estimativa para cada ano do triênio 2023-2025 aponta que ocorrerão
704 mil casos novos de câncer, 483 mil se excluídos os casos de câncer de pele
não melanoma(1).
O tratamento do câncer é composto por três pilares:
cirurgia, radioterapia e a terapia antineoplásica (TA), ou mais comumente
conhecida como quimioterapia. Essas modalidades terapêuticas podem ser
utilizadas isoladas ou, como na maioria dos casos, de forma combinada(2).
A terapia antineoplásica (TA), é uma modalidade sistêmica de
tratamento, pois é capaz de alcançar implantes da doença que se disseminam além do local de
onde ele começou (sítio primário) para outras partes do corpo (metástase).
A via intravenosa (EV) a mais usada e pode se dar através da utilização de
cateteres venosos centrais ou por meio da punção de uma veia periférica, que é
a forma mais utilizada(2).
Alguns agentes
antineoplásicos possuem características como extremos de pH, osmolaridade
elevada, características vesicantes e irritantes(2),
o que torna a sua administração por via parenteral periférica preocupante para
o enfermeiro, pois esses oferecem risco de apresentar complicações locais. Por
isso sua administração deve ser criteriosa e, principalmente, segura. Autores(3), afirmam que a infiltração
desses medicamentos para o tecido, pode resultar em necrose tecidual e,
dependendo de sua extensão, pode até alterar a capacidade funcional do membro
afetado.
Com isso, a punção venosa periférica (PVP) representa um
grandioso desafio para o enfermeiro do serviço de Terapia Antineoplásica. A
Resolução nº569/18 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) ressalta que a
administração de quimioterapia é uma atividade privativa do enfermeiro(5)
e ainda é o responsável pela administração das soluções parenterais e
prescrição de cuidados de enfermagem em ambiente hospitalar, ambulatorial e
domiciliar segundo a Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC) nº 45(6).
Estudo(7), demostrou que o que mais preocupa
a enfermagem que trabalha em um ambulatório de quimioterapia é a punção venosa,
esses profissionais relatam que os acessos venosos são frágeis, que as veias ficam
cansadas e finas, o que aumenta o risco de complicações.
‘Difícil Acesso Venoso (DAV)’, é conceituado como a uma
situação em que há duas ou mais tentativas com falhas e/ou a necessidade da
utilização de técnicas avançadas para o sucesso da punção(8).
Faz-se necessário, portanto, que o enfermeiro tenha conhecimento farmacológico
sobre o medicamento, sapiência aprimorada da anatomia e fisiologia do sistema
venoso e do sistema circulatório, somados a habilidade técnica. O que
proporcionará, uma escolha mais assertiva do acesso vascular, reduzir o
desconforto com as múltiplas punções e oferecendo ao paciente, como resultado,
uma terapia infusional de sucesso, com qualidade e segura.
Considerando a problemática existência do risco de
complicações na administração da terapia antineoplásica por acesso venoso
periférico associado à possibilidade de prever um acesso venoso difícil, para
evitar danos e múltiplas punções, o objetivo desta revisão foi analisar as
evidências científicas na literatura acerca dos fatores de riscos que caracterizam um acesso venoso
periférico difícil em pacientes oncológicos.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que
proporciona uma síntese de conhecimentos científicos sobre um determinado
problema de pesquisa, que darão suporte para a tomada de decisão com evidências
significativas e a melhoria da prática clínica. Além disso, aponta lacunas do
conhecimento, que podem corroborar com a necessidade de investigações futuras(9).
Esta revisão integrativa foi elaborada a partir das
seguintes etapas: desenvolvimento da questão norteadora; busca da literatura
nas bases de dados; coleta de dados dos estudos; avaliação crítica dos estudos
selecionados; análise e discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa(9).
A questão norteadora estabelecida para esta revisão foi:
quais os fatores de risco que determinam um acesso venoso difícil em pacientes
oncológicos adultos? Esta foi desenvolvida a partir do acrônimo PICo, em que o
P representa a população do estudo que são os pacientes oncológicos adultos, a
letra I é o fenômeno de interesse, que no caso, são os fatores de risco, e o Co
é o contexto que é o acesso venoso difícil. Na pré-seleção dos artigos, foi
utilizado filtro de idiomas português, inglês e espanhol, e o recorte temporal
dos dez últimos anos para obter uma maior quantidade de estudos.
A coleta de dados foi realizada no período de agosto a
dezembro de 2021 nas bases de dados: SCOPUS, Medical Literature Analysis (PUBMED/ MEDLINE) e EMBASE e Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências e
Saúde (BVS/LILACS). Na busca foram utilizados os descritores em Ciência
da Saúde (DeCs), Emtree e palavras-chave, que
foram combinados de forma diferente, utilizando os operadores booleanos AND e OR, para favorecer a
amplitude da busca dos estudos (Quadro 1).
Quadro 1 –
Cruzamento dos descritores realizado de acordo com as bases de dados
Bases de dados |
Cruzamento dos descritores |
SCOPUS |
“peripheral intravenous catheters” OR “peripheral intravenous access” AND “difficult intravenous access” |
PUBMED |
“catheterization” AND “vascular access devices” AND “difficult intravenous access” |
|
“peripheral intravenous catheters” AND “peripheral
intravenous access” AND “difficult
intravenous access” |
LILACS |
“peripheral intravenous catheters” OR “peripheral intravenous access” AND “difficult intravenous access” |
Fonte: elaboração própria.
A utilização de descritores relacionados à oncologia
limitou, sobremaneira, o resultado. Portanto, para haver mais robustez dos
resultados, optou-se por retirá-los das buscas.
Os estudos foram selecionados obedecendo aos seguintes
critérios de inclusão: artigos completos disponíveis na íntegra e que abordavam
fatores de risco para um acesso venoso periférico difícil em pacientes adultos.
Foram excluídas as pesquisas ainda não concluídas, as que abordavam a população
pediátrica, cateter venoso central e estudos com o ultrassom. A seleção dos
estudos foi realizada através da seguinte ordem: leitura cuidadosa dos títulos
e de resumos que relatam o tema central desta pesquisa que é o acesso venoso
difícil. E para a seleção final, foi realizada a leitura na íntegra dos textos,
sendo selecionados aqueles que apontavam os fatores de risco para um acesso
venoso periférico difícil em paciente adulto.
Para a coleta, organização e sistematização dos dados
necessários dos artigos, foi utilizado um instrumento elaborado, proposto e
validado por Ursi(10), e adaptado pela autora, o qual
apresenta os seguintes itens: identificação do artigo original, objetivos,
características metodológicas do estudo, resultados encontrados e nível de
evidência. O nível de evidência (NE) utilizado foi o proposto pelo Centro de
Medicina baseada em evidência de Oxford(11),
que possui quatro graus de recomendação (A, B, C, D), cada grau com níveis de
evidências.
Aspectos Éticos
Este manuscrito dispensa o parecer do Comitê de Ética, pois
não se trata de pesquisa que envolva seres humanos, mas sim uma pesquisa
bibliográfica na categoria de revisão de literatura.
RESULTADOS
O método para a seleção e inclusão dos estudos, ocorreu
seguindo as seguintes etapas: na busca de dados foram encontrados um total de
290 estudos, sendo retirados 26 por duplicidade. Em seguida, foi realizada a
leitura dos títulos e resumos, a partir dos critérios de inclusão e
selecionados 31. Desses 31 artigos elegidos para a leitura na íntegra, 18 foram
excluídos, totalizando, então, 13 artigos incluídos na revisão integrativa. A
Figura 1 esboça o fluxo da seleção dos estudos desta revisão, conforme o guia
internacional para preparo de artigos: Prisma.
Figura 1-
Fluxograma da seleção dos estudos da Revisão Integrativa, adaptado do PRISMA.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2023.
PUBMED (n= 42) EMBASE (n= 219) SCOPUS (n= 23) Registros
analisados (n= 264) Registros removidos
por duplicidade (n= 26) Registros excluídos (n= 233) Estudos avaliados
para elegibilidade (n= 31) Estudos incluídos
na revisão Integrativa (n= 13) Estudos avaliados
excluídos, por razões (n= 18) LILACS (n=6)
Fonte: elaboração própria, 2023
A
partir da seleção final dos estudos, obteve-se uma amostra final de treze
artigos, seis (46,2%) nas bases de dados EMBASE, quatro (30,7%) na PubMed/
MEDLINE e três (23,1%) na SCOPUS. Nenhum artigo nas bases de dados da LILACS
enquadrou-se no critério de inclusão. Nas demais bases não foram encontrados
artigos capazes de satisfazer o propósito deste estudo.
A
distribuição dos anos das publicações foi: três artigos (23,1%) publicados em
2019, dois (15,4%) em 2012, dois (15,4%) em 2016, dois (15,4%) em 2021, um
(7,7%) em 2014, um (7,7%) em 2015, um (7,7%) em 2017 e um (7,7%) em 2020. Por
haver poucas publicações em cada ano, houve a necessidade de ampliar a busca,
de 5 para 10 anos.
Todos
os artigos foram publicados no idioma inglês e em periódicos interacionais, um
(7,7%) em periódico de Engenharia, três (23,1%) em periódico de enfermagem, um
(7,7%) em periódico de enfermagem oncológica e oito (61,5%) em periódicos de
medicina.
Em
relação à localização da realização dos estudos, o maior número foi na Itália
com total de três (23%) deles; Espanha, Holanda e EUA, cada país teve dois
estudos (15,4%) realizados; Brasil, Canadá, França e Turquia teve um estudo
(7,7%) apresentado em cada país. Da categoria profissional que realizou o
estudo, seis (46,1%) foram realizados por enfermeiros, cinco (38,5%) por
médico, um (7,7%) realizado por enfermeiro e médico no mesmo estudo (vale
ressaltar que ambos são especializados em anestesia) e um (7,7%) estudo não
especificou a categoria profissional que o realizou.
Sobre o perfil dos pacientes estudados para avaliar o acesso
venoso periférico difícil, todos (100%) eram adultos, porém em diferentes
situações clínicas. A saber: três (23,1%) eram pacientes cirúrgicos ou em
pré-operatório; três (23,1%) eram pacientes atendidos no setor de emergência,
sendo um estudo correlacionando com o Índice de Massa Corporal (IMC) do
paciente e um estudo avaliando acesso venoso difícil somente com pacientes
idosos; quatro estudos (30,7%) foram realizados com pacientes hospitalizados
(internados), porém não foi especificado a clínica que o paciente se encontrava; um (7,7%) com pacientes
atendidos no serviço de radiologia; um (7,7%) com pacientes em tratamento quimioterápico
e um estudo (7,7%) com pacientes de alta complexidade clínica e com
multimorbidade.
Quanto aos métodos dos estudos, houve a predominância de Estudos
de Coorte totalizando sete (53,8%) - evidência 2B, entre os quais seis são
Observacionais Prospectivos e um estudo do tipo Metodológico; dois estudos
(15,4%) são Transversais, um Retrospectivo e um Multicêntrico e
Multidisciplinar – evidência 2B. Dois estudos (15,4%) – evidência 2A- foram
Revisões Sistemáticas de estudos de coorte; um estudo Controlado Randomizado
(7,7%) - evidência 1B – com um IC de 95% e um estudo Caso-Controle (7,7%) –
evidência 3B- de caráter multicêntrico.
A caracterização dos estudos incluídos na revisão está sintetizada
no Quadro 2 e cada artigo recebeu uma numeração sequencial de 1 à 13 (A1,..., A13). Cada artigo foi organizado de acordo com
autores, título do artigo e ano de publicação, objetivo, tipo de estudo,
resultados, nível de evidência, categoria profissional e país onde o estudo foi
realizado.
Quadro 2- Caracterização dos estudos
incluídos na revisão- Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2023.
Artigo |
Autor/
Título/ Ano |
Objetivo |
Tipo
de estudo |
Resultados |
Nível
de Evidência (NE) |
Categoria
profissional |
País |
A1(12) |
Sabri A, Szalas J, Holmes
KS, Labib L, Mussivand T. Failed attempts and
improvement strategies in peripheral intravenous catheterization. 2013. |
Analisar
a literatura científica quanto às dificuldades na implantação do acesso
venoso periférico e estratégias de melhoria. |
Revisão
Sistemática de Estudos de Coorte |
Sexo
feminino; Pele negra; Tatuagem; Obesidade; Veias não visíveis; Veias não
palpáveis; Veias tortuosas; Veias endurecidas; Hipotensão; Desidratação;
Cardiopatia; Uso abusivo de drogas EV; Múltiplas tentativas de punção;
Infiltração recente; Flebite; Queimadura extensa; Doença de pele; Edema;
Câncer; Diabetes: Hipertensão arterial; Hospitalização prolongada, Fobia a agulhas;
Doença renal; Presença de fístula arteriovenosa (FAV); Distúrbio de
coagulação; Mastectomia; Amputação de 1 braço; Estado de coma; Quimioterapia
(QT); Ansiedade. |
2A |
Não
especificada |
Canadá |
A2(13) |
Civetta G, Cortesi S,
Mancardi M, De Pirro A, Vischio M, Mazzocchi M, et al. EA-DIVA
score (Enhanced Adult DIVA score): A new scale to predict difficult
preoperative venous cannulation in adult surgical patients. 2018. |
Desenvolver
e validar uma escala especificamente projetada para ser aplicável a todos os
pacientes adultos durante o exame clínico pré-cirúrgico. |
Estudo
Observacional Prospectivo |
História
pregressa de punção venosa difícil; Quimioterapia; Uso de drogas endovenosas
(EV); Punções EV anteriores; Distúrbio de coagulação/ ingestão drogas
anticoagulantes ou antiplaquetárias; Neuropatia periférica e/ou Vasculopatia; Pele negra; Pele grossa; Pele frágil;
Obesidade; Veia não visível; Veia não palpável; Veia tortuosa; Veia móvel;
Disponibilidade de 1 braço (mastectomia/ amputação/ flebite); |
2B |
Médico |
Itália |
A3(14) |
Shokoohi H,
Boniface K, Vahali S, Eggleton
R, Ashraf R, Ding R, et al. 72 Predicting Difficult Peripheral Intravenous
Access in Adult Emergency Department Patients. 2014. |
Determinar
se os pacientes e os fatores clínicos preveem a dificuldade na implantação de
cateter intravenoso periférico em pacientes adultos no setor de emergência. |
Estudo
Randomizado Controlado (com IC95%) |
História
pregressa de punção venosa difícil; Veia não palpável; Veia não visível. |
1B |
Médico |
EUA |
A4(15) |
Yalçınlı S, Akarca FK, Can Ö, Şener A, Akbinar C. Factors
affecting the first‐attempt success rate of intravenous cannulation in older
people. 2019. |
Determinar
os fatores que afetam o sucesso na primeira tentativa de colocação do cateter
venoso periférico em pacientes idosos no setor de Emergência. |
Estudo
Observacional Prospectivo e Descritivo |
Punção
venosa em local que não seja antebraço; História pregressa de punção venosa
difícil; Enfermeiro com menos de 2 anos de experiência profissional; Veias
não palpáveis; Veias não visíveis; Grau de dificuldade de punção relatado e
avaliado pelo enfermeiro antes de executar o procedimento; Quimioterapia. |
2B |
Enfermeiro |
Turquia |
A5(16) |
Loon FHJ van, Puijn LAPM, Houterman S, Bouwman ARA.
Development of the A-DIVA Scale. 2016. |
Identificar
os principais fatores de risco para falha na punção venosa periférica na
primeira tentativa em pacientes adultos. |
Estudo
de Coorte Prospectivo e Transversal |
Veias
não visíveis; Veias não palpáveis; História pregressa de punção venosa
difícil; Cirurgia de emergência (não eletiva); Veia com diâmetro < 2mm. |
2B |
Enfermeiro
e Médico |
Holanda |
A6(17) |
Armenteros-Yeguas
V, Gárate-Echenique L, Tomás-López MA, Cristóbal-Domínguez E, Moreno-de Gusmão B, Miranda-Serrano E, et
al. Prevalence of
difficult venous access and associated risk factors in highly complex hospitalised patients. 2017. |
Estimar
a prevalência de acesso venoso difícil em pacientes de alta complexidade com multimorbidade e identificar os fatores de risco
associados. |
Estudo
Transversal Retrospectivo |
Sexo
feminino; Doenças orteoarticular; História
pregressa de punção venosa difícil. |
2B |
Enfermeiro |
Espanha |
A7(18) |
Pagnutti
L, Bin A, Donato R, Di Lena G, Fabbro C, Fornasiero L, et al. Difficult intravenous access tool in
patients receiving peripheral chemotherapy: A pilot-validation study. 2016. |
Desenvolver
uma ferramenta de avaliação de acesso venoso difícil em paciente oncológico
recebendo quimioterapia por veia periférica. |
Estudo
Metodológico – (com Coorte) Validação de Instrumento |
Veias
não visíveis; Veias não palpáveis; Veias esclerosadas (endurecidas); Sinais
de flebite; Veias de pequenos calibres; Quimioterapia por mais de 6 meses;
Veias móveis; Disponibilidade de 1 braço; Múltiplas punções prévias. |
2B |
Enfermeiro |
Itália |
A8(19) |
Piredda M, Biagioli V, Barrella B, Carpisassi I, Ghinelli R,
Giannarelli D, et al. Factors affecting difficult peripheral intravenous
cannulation in adults: a prospective observational study. 2017. |
Identificar
os fatores de risco para apunção venosa difpicil em relação às características dos pacientes,
profissionais de saúde e dispositivos, em pacientes adultos no Serviço de
radiologia. |
Estudo
Observacional Prospectivo |
Veias
não visíveis; Veias não palpáveis; Veias frágeis; Veias com múltiplas
válvulas; Quimioterapia. |
2B |
Enfermeiro |
Itália |
A9(20) |
Sebbane M,
Claret PG, Lefebvre S, Mercier G, Rubenovitch J, Jreige R, et al. Predicting Peripheral Venous Access
Difficulty in the Emergency Department Using Body Mass Index and a Clinical
Evaluation of Venous Accessibility. 2013. |
Investigar
a relação entre o IMC e acesso venoso periférico difícil no setor de
emergência. |
Estudo
Observacional Prospectivo |
Obesidade;
Caquexia. |
2B |
Médico |
França |
A10(21) |
van Loon F, van Hooff L, de Boer H, Koopman S, Buise
M, Korsten H, et al. The Modified A-DIVA Scale as a Predictive Tool for
Prospective Identification of Adult Patients at Risk of a Difficult
Intravenous Access: A Multicenter Validation Study. 2019. |
Aprimorar
a escala A-DIVA por meio de validação externa. |
Estudo
Transversal Multicêntrico e Multidisciplinar |
História
pregressa de punção venosa difícil; Acesso venoso difícil avaliado pelo
profissional antes da realização do procedimento; Veias não visíveis; Veias
não palpáveis; Veias com diâmetro < 3mm. |
2B |
Médico |
Holanda |
A11(22) |
Bahl A, Johnson S, Alsbrooks
K, Mares A, Gala S, Hoerauf K. Defining difficult
intravenous access (DIVA): A systematic review. 2021. |
Buscar
evidências para definir acesso venoso difícil. |
Revisão
Sistemática |
Veia
não visível; Veia não palpável; História pregressa de punção venosa difícil. |
2A |
Médico |
EUA |
A12(23) |
Rodriguez-Calero MA, de Pedro-Gomez
JE, Molero-Ballester LJ, Fernandez-Fernandez I, Matamalas-Massanet C, Moreno-Mejias
L, et al. Risk
Factors for Difficult Peripheral Intravenous Cannulation. The PIVV2 Multicentre Case-Control Study. 2020. |
Identificar
os fatores de risco independentes de punção intravenosa difícil associada ao
paciente. |
Estudo
Caso- Controle |
Veias
não palpáveis; História pregressa de punção venosa difícil; Alterações nos
MMSS; Punção na fossa antecubital. |
3B |
Enfermeiro |
Espanha |
A13(24) |
DAT M, JC de la TM, AC N, Reis R,
MH B, SEM T. Prevalence of and factors associated with difficult peripheral
venipuncture in adult surgical patients. 2020. |
Determinar
a prevalência de difícil acesso venoso em pacientes adultos internados em uma
unidade cirúrgica. |
Estudo
Coorte prospectivo |
Veia
não visível; História pregressa de difícil punção venosa. |
2B |
Enfermeiro |
Brasil |
Fonte: elaboração
própria.
DISCUSSÃO
A punção de uma veia periférica é,
seguramente, o procedimento invasivo mais realizado nos pacientes em um
ambiente hospitalar com a finalidade de possibilitar a terapia por via
intravenosa, e é uma das tecnologias mais presentes na prática clínica da
enfermagem. Mais de 1 bilhão de cateteres venosos periféricos curtos (CVPC) são
inseridos em pacientes hospitalizados em todo o mundo(25).
Apesar de ser uma prática comum, não
é uma técnica inócua, ela exige uma avaliação sistemática da equipe de
enfermagem, pois pode acarretar danos ao cliente, como: flebite, tromboflebite,
hematomas/ equimoses, infiltração, extravasamento, infecção local e espasmo venoso(26,27). É um fator que aumenta
a morbimortalidade, prolonga o período de internação e eleva o custo hospitalar(27).
Embora a inovação das
drogas antineoplásicas administradas por via oral (VO) esteja em amplo
crescimento, facilitando o tratamento em domicílio, os medicamentos
administrados por via endovenosa (EV), continua sendo a mais utilizada no
recurso da terapia oncológica(4).
Alguns agentes antineoplásicos são irritantes ao endotélio venoso e vesicantes,
e sua administração por um acesso venoso periférico difícil (DAV), aumenta a
possibilidade de ocorrer alguma complicação local, se extravasados, suscitando danos ao paciente que
podem ser leves, graves e até permanentes.
Um DAV pode causar sucessivas
tentativas de punção ocasionando dor, estresse, atraso no início do tratamento (31)
e exaustão das veias viáveis, o que leva à necessidade do recurso do cateter
venoso central, não por necessidade clínica ou do protocolo da terapia
antineoplásica, mas por ser uma opção para dar segmento ou início ao tratamento(28).
Nesta revisão 44 fatores
relacionados à dificuldade da punção venosa periférica, dentro dos 13 estudos
analisados. Avaliando cada
fator, individualmente, os mencionados em um número maior de estudos, foram
àqueles relacionados à veia, onde: veias não visíveis foram citadas em onze
artigos (84,6%), veias não palpáveis em dez (76,9%) e histórico anterior de
dificuldade de punção venosa em nove (69,2%).
O manual de padrão de prática de
terapia infusional (Infusion Therapy
Standards of Practice) da Infusion
Nursing Society – INS(26), e a ANVISA(27) recomendam o uso de tecnologias
como o Ultrassom (USG) para auxiliar a visualização na punção de veias
periféricas nos casos de não- visibilidade, não- palpabilidade e histórico de
múltiplas punções. Outrossim, a Associação Americana de Enfermagem de
Emergência recomenda com evidência nível A, a utilização da ultrassonografia
para a punção de veias difíceis(8).
Em um estudo de coorte realizado com
pacientes categorizados como de difícil acesso venoso, esses pacientes foram
encaminhados a uma equipe capacitada para a utilização da USG em punções
venosas periféricas. O resultado mostrou que houve assertividade, na primeira
tentativa, de 9 em cada 10 punções venosas realizadas(29).
Veia endurecida/
flebite, veias de pequeno calibre (menor que 2mm), tratamento com
quimioterapia, múltiplas tentativas, mastectomia e amputação de um braço, foram
fatores relacionados à dificuldade de punção venosa periférica mencionados em
três estudos (23,1%). A flebite (GRAU 4) causa endurecimento da veia
comprometendo-a para punções futuras, pois inviabiliza o seu uso temporariamente(30). Um estudo
prospectivo, exploratório avaliou as alterações da rede venosa no início e no
final do tratamento de pacientes em tratamento de câncer ginecológico e
destacou que houve redução da visibilidade, palpação e diminuição do calibre
das veias periféricas(31).
Assim como os pacientes
com um braço amputado, os pacientes que sofreram mastectomia unilateral com
esvaziamento axilar (linfadenectomia) ipsilateral e os que possuem FAV têm
apenas um braço com possibilidade de punção venosa periférica. O esvaziamento
axilar contraindica punção venosa do membro superior que se encontra do mesmo lado(28). O que promove uma sobrecarga
ao único membro disponível.
Dificuldade de
localização da veia antes do procedimento, pele preta, uso abusivo de drogas
EV, sexo feminino, obesidade, hospitalização prolongada, pele frágil e fina e veias com muita mobilidade
foram fatores apontados em dois estudos (15,4%).
Os demais fatores foram citados em apenas um estudo (7,7%).
A literatura
especializada em oncologia indica dar preferência administrar os
antineoplásicos em veias mais calibrosas, menos tortuosas e móveis(2).
Com relação ao sexo feminino, o artigo A6, relata existência de viés no
resultado desta variável, pois no estudo havia o número significativamente
maior de pacientes do sexo feminino do que pacientes do sexo masculino.
O artigo A9 teve como
objetivo de um estudo observacional prospectivo, relacionar o índice de massa
corporal (IMC) dos pacientes no setor de emergência com a dificuldade da punção
venosa periférica. Como conclusão, com IC95%, os pacientes obesos e abaixo do
peso ideal apresentaram relação significativa com a dificuldade de punção
venosa periférica (32% e 29%, respectivamente).
Uma revisão sistemática com
meta-análise realizada por Calero e colaboradores(28), mostrou que a
obesidade foi um fator de risco estatisticamente significativo (p= 0,016). A
razão pela qual a obesidade está relacionada à DAV pode-se dar devido ao
aumento do tecido subcutâneo, tornando as veias mais profundas dificultando sua
visualização, palpação e, por conseguinte, o seu acesso.
Os artigos A1 e A11
foram os que apresentaram maior evidência- NE 2A. Ambos mostram veias não
visíveis e veias não palpáveis como fatores determinantes para dificuldade da
punção venosa periférica, e esses mesmos itens foram os mais apontados nos
artigos avaliados nesta revisão (n=11 e n=10, respectivamente).
O artigo A11 ainda traz
como fator a história anterior de punção venosa difícil (DAV) - terceiro item
mais citado nesta revisão (n=9). O mesmo estudo ressalta a importância de haver
essa informação no histórico juntamente com a avaliação clínica do paciente. O
conhecimento prévio desta informação serve como um indicador de alerta e
orienta o profissional em sua tomada de decisão para realizar a punção com
auxílio ou não de tecnologia ou indicar um acesso venoso central.
Doenças como Hipertensão arterial,
Cardiopatias, Doença renal, Diabetes, Câncer e doenças Osteoarticulares
foram citadas em um único estudo (7,7%). No entanto, Fields
e colaboradores(32) acredita que
pacientes com doenças crônicas possam demandar maior frequência de internação
hospitalar, por isso passam por uma maior necessidade de acesso ao sistema
vascular, ou seja, múltiplas punções venosas.
Três estudos (A4,
A7, A8), totalizando 23,1%,
mostraram que tratamento com quimioterapia é fator preditivo de acesso venoso
difícil. Corroborando com este resultado, um estudo observacional prospectivo
realizado na França, incluiu pacientes cirúrgicos e internados para intervenção
diagnóstica e com uma análise multivariada no grupo pertencente a história de
patologia, demostrou que tratamento com quimioterapia foi um forte preditor de
dificuldade no acesso venoso periférico(28).
Um outro estudo do tipo longitudinal, avaliou
alterações de veias periféricas utilizadas para infusão de quimioterapia em 59
mulheres com câncer de mama em um período de 4 anos. Durante esse período,
nenhuma das veias avaliadas retornou ao seu calibre inicial, em 59,3% das
mulheres o calibre da veia chegou a 0mm. Dos 24 acessos que tiveram alguma
recuperação, 62,5% apresentaram cordão venoso palpável e enrijecido, o que
impossibilita e invalida a funcionalidade desse acesso(30).
Apenas um estudo (7,7%), o A13, foi
realizado no Brasil, em 2021, o que demonstra a insuficiência de estudos nesta
temática no país. Uma revisão integrativa publicada por Marinho e colaboradores(33),
da mesma forma, objetivou identificar os fatores que dificultam a punção venosa
em paciente adulto, selecionaram doze artigos que foram publicados entre os
anos 2003 a 2017 e entre eles não foram encontrados estudos realizados no
Brasil. Com isso, fica notório que, desde 2003, a primeira publicação de
estudos no país, dentro desta temática com pacientes adultos, foi no ano de
2021.
Outrossim, dentro da temática da
oncologia, apenas um estudo (7,7%), o A7, abordou a dificuldade do acesso
venoso periférico em pacientes com câncer, o único encontrado em um espaço
temporal de dez anos. Vale ratificar que algumas drogas antineoplásicas são
vesicantes, irritantes, com baixo pH(2),
e que a administração delas em veias periféricas quando extravasadas para o
tecido extravascular acarreta em graves danos para o paciente. Este fato
destaca a necessidade e a importância de mais estudos relacionados a este
perfil de pacientes, com acesso venoso difícil.
A
escassez de estudos voltados para paciente oncológico pode ter interferido nos
resultados obtidos, apesar da amplitude da busca de termos que abrangessem o
universo do acesso venoso difícil.
CONCLUSÃO
O
resultado desta revisão integrativa mostrou 44 fatores relacionados à dificuldade da punção
venosa periférica. A não palpabilidade, a não
visibilidade da veia e a história prévia de DAV, foram os três fatores
mais descritos em uma maior quantidade de estudos, realçando, desta forma, a
significância destes três itens dentro desta problemática,
inclusive nos estudos de maior evidência, e nos diversos perfis de pacientes e
em diferentes países.
Apesar dos cateteres
periféricos curtos serem os mais frequentemente utilizados, existe, ainda, um
número significativamente menor de estudos relacionados a eles quando
comparados aos cateteres venosos centrais, principalmente no que tange a
dificuldade de punção venosa periférica em paciente adulto.
O enfermeiro oncologista do setor de
tratamento antineoplásico deve analisar, de forma
criteriosa e sistemática, o acesso venoso periférico antes e durante o curso do
tratamento antineoplásico. Tendo em vista as características existentes em
alguns desses fármacos, a infusão desses em acesso venoso periférico
classificado como difícil pode causar complicações, por vezes, irreversíveis ao
paciente.
Esta revisão mostrou, claramente,
uma considerada carência de estudos que abordam a
dificuldade do acesso venoso periférico em pacientes com câncer no Brasil e no
mundo. Igualmente, traz o enfermeiro a uma reflexão da
importância de sua prática dentro da terapia infusional, e entender como a
detecção prévia do acesso venoso difícil pode diminuir as múltiplas punções e
reduzir, deste modo, o desconforto e experiências negativas e dolorosas do paciente.
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https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/42567
Fomento e Agradecimento:
“Nada a declarar”.
Critérios de autoria (contribuições
dos autores)
1. contribui substancialmente na concepção e/ou no
planejamento do estudo;
2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados;
3. assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação
final da versão publicada.
Danielle Pimentel
Carvalho 1,2,3
Gisella de Carvalho Queluci 1,2,3
Teresa Tonini.
1,2,3
Declaração de conflito de interesses
“Nada a declarar”.