INTERFACES
DA ENFERMAGEM NA SA�DE DO TRABALHADOR
NURSING INTERFACES IN
WORKER'S HEALTH
INTERFACES DE ENFERMER�A
EN LA SALUD DEL TRABAJADOR
Ronan dos Santos1
Renata da Silva Hanzelmann2
Vanessa de Magalh�es3
Joanir Pereira Passos4
[1]Enfermeiro da
Educa��o Continuada do Hospital do C�ncer I/INCA, Doutorando do Programa de
P�s-Gradua��o em Enfermagem e Bioci�ncias (PPGENFBIO - Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)). Integrante do Laborat�rio de Pesquisa:
Enfermagem, Tecnologias, Sa�de e Trabalho (PENSAT). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1296-3328.
E-mail: ronan.santos@inca.gov.br
2Enfermeira Docente
e Coordenadora do Curso de Gradua��o em Enfermagem do Centro Universit�rio S�o
Jos� (UniS�oJos�/RJ). Vice-L�der do Laborat�rio de
Pesquisa: Enfermagem, Tecnologias, Sa�de e Trabalho (PENSAT).� ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4129-0481.
E-mail: profa.hanzelmann@gmail.com
3Pedagoga da
Educa��o Continuada do Hospital do C�ncer I/INCA. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8447-514X.
E-mail:
vanessamagalhaes.adsantos@gmail.com
4Professora Titular
do Departamento de Enfermagem de Sa�de P�blica, da Escola de Enfermagem Alfredo
Pinto, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), L�der do Laborat�rio de Pesquisa: Enfermagem, Tecnologias, Sa�de e
Trabalho (PENSAT). �ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6880-4545.
E-mail: joppassos@hotmail.com
A Enfermagem � uma profiss�o nuclear no contexto de sa�de, no Brasil e
no mundo. � organizada em tr�s categorias: Enfermeiro, T�cnico de Enfermagem e
Auxiliar de Enfermagem e constitu�da por um contingente de mais de 2 milh�es de profissionais
que desenvolvem as atividades laborais em
todas as estruturas organizacionais do sistema de sa�de brasileiro: p�blico,
filantr�pico e privado. � respons�vel pela assist�ncia de enfermagem em todo o
ciclo vital que vai desde o nascimento ao
cuidado com o corpo p�s-morte e nas diversas esferas do cuidado que abrangem
preven��o, promo��o, tratamento e a reabilita��o do processo de sa�de-doen�a
dos indiv�duos e popula��es1.
O mercado de trabalho da Enfermagem, segundo Pesquisa Perfil da
Enfermagem no Brasil, aponta para uma composi��o bastante desigual registrada
em todo o Pa�s, ou seja, 77% s�o t�cnicos e auxiliares, enquanto 23% s�o
enfermeiros. Este mesmo estudo observou que h� uma concentra��o desses
profissionais na Regi�o Sudeste, enquanto o Norte e o Nordeste sofrem car�ncia.
Da mesma forma, � poss�vel visualizar uma clara aglutina��o nos grandes centros
urbanos, em especial, nas capitais tendo mais da metade de todo o contingente
morando e trabalhando nestas localidades2.
Neste sentido, as interfaces da enfermagem com a Sa�de do Trabalhador
corroboram com a premissa de que o processo sa�de-doen�a dos trabalhadores tem
rela��o direta com o seu trabalho; e n�o deve ser reduzido a uma rela��o monocausal entre doen�a e um agente espec�fico. Trata-se de uma rela��o
multicausal, onde a doen�a est� relacionada a um grupo de
fatores de
riscos (f�sicos, qu�micos, biol�gicos, ergon�micos e de h�bitos de vida),
presentes no ambiente de trabalho3.
Sa�de e doen�a est�o associadas �s condi��es de vida das pessoas e s�o
expressas entre os trabalhadores tamb�m pelo modo como vivenciam as condi��es,
os processos e os ambientes de trabalho. Assim, a atua��o da �rea de Sa�de do
Trabalhador ultrapassa os limites do Sistema �nico de Sa�de (SUS). Por esta
raz�o deve ser realizada necessariamente em conjunto com outras �reas do poder
p�blico, com a coopera��o da sociedade e dos pr�prios trabalhadores organizados,
pois estes s�o os que conhecem de fato seu trabalho e os riscos a que est�o
submetidos3.
Do ponto de vista legal a execu��o das a��es de Sa�de do Trabalhador,
segundo a Constitui��o Federal, Art. 200 � compet�ncia do SUS devendo este �...II
- executar as a��es de vigil�ncia sanit�ria e epidemiol�gica, bem como as de
sa�de do trabalhador; e...VIII - colaborar na prote��o do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho�4.
Al�m da Constitui��o Federal, tem-se o amparo legal da Pol�tica Nacional
de Sa�de do Trabalhador e da Trabalhadora- PNST (Portaria GM/MS n� 1.823/
2012), onde s�o definidos os princ�pios, as diretrizes e as estrat�gias nas
tr�s esferas de gest�o do SUS � federal, estadual e municipal. Essa pol�tica
tra�a diretrizes para o desenvolvimento das a��es de aten��o integral � Sa�de
do Trabalhador, com �nfase na vigil�ncia, visando � promo��o e a prote��o da
sa�de dos trabalhadores e a redu��o da morbimortalidade decorrente dos modelos
de desenvolvimento e dos processos produtivos5.
Deste modo, as diretrizes legais sobre a Sa�de do Trabalhador balizam a
seguran�a do trabalho da equipe de enfermagem, uma vez que o ambiente laboral
oferece variadas amea�as � sa�de desses profissionais. �Sendo assim, � poss�vel evitar ou minimizar a
exposi��o a situa��es que ofere�am riscos ocupacionais atrav�s de medidas de
prote��o, capacita��o e participa��o ativa na
preven��o de doen�as relacionadas ao trabalho6.
As quest�es que se refletem sobre a sa�de do trabalhador, precisam ser
mais amplamente discutidas nos ambientes de trabalho e nos espa�os de forma��o
profissional. Espera-se que tais reflex�es possam contribuir para o
desenvolvimento de um escopo de a��es que visem � promo��o da sa�de do trabalhador
de enfermagem6.
REFE�NCIAS
1.
Conselho Federal de Enfermagem - COFEN. Enfermagem em n�meros
[Internet]. [citado em 2021 dez 20]. Dispon�vel em: http://www.cofen.gov.br/enfermagem-em-numeros
2.
Machado MH, coordenadora. Pesquisa Perfil da Enfermagem no
Brasil: Relat�rio final Rio de Janeiro: Nerhus-Daps-Ensp/Fiocruz;
2017.
3.
Silva MCN, Machado MH. Sistema de Sa�de e Trabalho: desafios
para a Enfermagem no Brasil. Cien Saude Colet 2020 [citado em 21 dez 2021];5(1):7-13 Dispon�vel em: https://www.scielo.br/j/csc/a/wqFyYK4y49f8WZPmkvrwVsQ/?format=pdf&lang=pt
4.
Brasil. Constitui��o da Rep�blica Federativa do Brasil.
Di�rio Oficial da Uni�o, 5 de outubro de 1988. Bras�lia, DF: Presid�ncia da
Rep�blica; [2016].
5.
Brasil. Minist�rio da Sa�de. Portaria n� 1.823, de 23 de
agosto de 2012. Institui a Pol�tica Nacional de Sa�de do Trabalhador e da
Trabalhadora. [Internet]. Bras�lia (DF): Minist�rio da Sa�de; 2012 [citado em
21 dez 2021]. Dispon�vel em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt1823_23_08_2012.html.
Acesso em: 20 Mar. 2021.
5.
6.
Teixeira LP, Silva TASM. Doen�as ocupacionais na enfermagem:
quando o trabalho adoece. Revista Pr�-univerSUS
[Internet]. 2014 [citado em 2021 dez 21];05(2):19-24.
7.
Dispon�vel em: http://editora.universidadedevassouras.edu.br/index.php/RPU/article/view/516/345