APLICAÇÃO DE ENTREVISTA MOTIVACIONAL NO ÂMBITO DA SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA
APPLICATION OF MOTIVATIONAL INTERVIEWS IN THE SCOPE OF HEALTH: INTEGRATIVE REVIEW
APLICACIÓN DE LAS ENTREVISTAS MOTIVACIONALES EN EL ÁMBITO DE LA SALUD: REVISIÓN INTEGRATIVA
1Alicyregina Simião Silva
2Natália Germano Ferreira
3Deborah da Silva Jardilino
4Ludmila Alves do Nascimento
5Leidiane Minervina Moraes de Sabino
1Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8337-2728.
2Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4148-1165.
3Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3639-2205.
4Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8054-534X.
5Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Brasil. ORCID: http://orcid.org/0000-0003-2938-870X.
Autor correspondente
Alicyregina Simião Silva
Endereço: Rua Monsenhor Manuel Cândico, Centro, Baturite – CE - Brasil. CEP: 62.760-000. Contato: +55(85) 98871-2666
E-mail: alicy.reginasilva@gmail.com
RESUMO
A Entrevista Motivacional (EM) é considerada uma importante tecnologia educacional implementada na prática assistencial de profissionais da saúde, com intuito de auxiliar no empoderamento da população, além de contribuir para melhor vínculo entre profissional e paciente. Diante disso, objetiva-se identificar na literatura científica o modo como a EM é utilizada no contexto da Enfermagem. Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, elaborada a partir do questionamento “Quais evidências científicas existem acerca da implementação da EM no Contexto da Enfermagem?”. A pesquisa foi realizada nas bases de dados LILACS, Pubmed, Web of Sciene e Cinahl, com a utilização dos descritores Enfermagem/ Nursing e Entrevista motivacional/Motivational Interviewing, com estudos no período de 2016 a 2021. A coleta e análise dos dados foi feita a partir da leitura de títulos, resumos e textos completos dos artigos científicos. A amostra final do estudo foi de 19 artigos. Observou-se que a EM é uma tecnologia utilizada em diversos contextos que englobam a saúde, em que se destaca o acompanhamento de pacientes portadores de doenças crônicas. Em relação ao modo de aplicação da tecnologia observou-se preferência pela abordagem presencial, sendo realizada na maioria dos estudos em ambiente hospitalar. Os resultados apontaram também que a EM é uma tecnologia eficaz na promoção da autonomia do indivíduo e na melhora dos padrões de saúde. Conclui-se que a EM é importante e necessária para uma assistência em saúde holística e integral, objetivando, sobretudo, garantir a autonomia da comunidade sobre o processo de saúde-doença.
Palavras-chave: Enfermagem; Entrevista Motivacional; Educação em Saúde.
ABSTRACT
Motivational Interviewing (MI) is considered an important educational technology implemented in the care practice of health professionals, with the aim of helping to empower the population, in addition to contributing to a better bond between professional and patient. Therefore, the objective is to identify in the scientific literature the way in which MS is used in the context of Nursing. This is an Integrative Literature Review, based on the question “What scientific evidence exists about the implementation of MI in the Nursing Context?”. The research was carried out in the LILACS, Pubmed, Web of Sciene and Cinahl databases, using the descriptors Nursing/Nursing and Motivational Interviewing/Motivational Interviewing, with studies from 2016 to 2021. Data collection and analysis was performed from the reading of titles, abstracts and full texts of scientific articles. The final study sample consisted of 19 articles. It was observed that MS is a technology used in different contexts that encompass health, in which the monitoring of patients with chronic diseases stands out. Regarding the mode of application of the technology, a preference for the face-to-face approach was observed, being performed in most studies in a hospital environment. The results also showed that MS is an effective technology in promoting individual autonomy and improving health standards. It is concluded that MS is important and necessary for a holistic and integral health care, aiming, above all, to guarantee the community's autonomy over the health-disease process.
Keywords: Nursing; Motivational Interviewing; Health Education.
RESUMEN
La Entrevista Motivacional (EM) es considerada una importante tecnología educativa implementada en la práctica asistencial de los profesionales de la salud, con el objetivo de ayudar a empoderar a la población, además de contribuir a un mejor vínculo entre profesional y paciente. Por lo tanto, el objetivo es identificar en la literatura científica la forma en que la EM es utilizada en el contexto de la Enfermería. Se trata de una Revisión Integrativa de la Literatura, basada en la pregunta “¿Qué evidencia científica existe sobre la implementación de la EM en el Contexto de Enfermería?”. La investigación se realizó en las bases de datos LILACS, Pubmed, Web of Sciene y Cinahl, utilizando los descriptores Enfermería/Enfermería y Entrevista Motivacional/Entrevista Motivacional, con estudios de 2016 a 2021. La recolección y análisis de datos se realizó a partir de la lectura de títulos, resúmenes y textos completos de artículos científicos. La muestra final del estudio consistió en 19 artículos. Se observó que la EM es una tecnología utilizada en diferentes contextos que engloban la salud, destacándose el seguimiento de pacientes con enfermedades crónicas. En cuanto al modo de aplicación de la tecnología, se observó una preferencia por el abordaje presencial, realizándose en la mayoría de los estudios en un ámbito hospitalario. Los resultados también mostraron que la EM es una tecnología eficaz para promover la autonomía individual y mejorar los estándares de salud. Se concluye que el SM es importante y necesario para una atención holística e integral a la salud, visando, sobre todo, garantizar la autonomía de la comunidad sobre el proceso salud-enfermedad.
Palabras clave: Enfermería; Entrevista Motivacional; Educación en Salud.
INTRODUÇÃO
Os profissionais de saúde lidam com grandes desafios durante a assistência ao cliente. Dentre estes, pode-se citar a dificuldade em estabelecer uma comunicação ativa, que facilite o momento de conscientização para mudança de comportamentos prejudiciais à saúde. Para isso, é importante que o profissional busque formas e técnicas que despertem no paciente o anseio de estabelecer seus próprios objetivos, de forma a conquistar sua autonomia no cuidado com a saúde. Nesse contexto, estudos demostram que o uso de tecnologias, como a Entrevista Motivacional (EM), auxiliam na comunicação entre o profissional e paciente, facilitando o processo de mudança de comportamento(1-3).
A EM é uma abordagem baseada em evidências, que visa o aumento da motivação do paciente para mudar o estilo de vida disfuncional e aumentar o comprometimento com a mudança comportamental. Nessa abordagem, o profissional se relaciona de forma empática e não confrontativa com o paciente, por meio de um vínculo colaborativo que conduz ao diálogo, respeitando a autonomia do mesmo em resolver a ambivalência sobre as mudanças que são desejadas para melhorar uma determinada condição de saúde(4).
Além disso, a EM apresenta-se como uma técnica adaptável ao indivíduo, problema e cultura, estando passível de ser conduzida por profissionais treinados em diversos cenários. Desse modo, sua utilização no contexto da saúde visa a proposição de novos comportamentos e mudança de hábitos que encontram resistência por parte considerável da população e que impactam diretamente sobe a saúde e qualidade de vida. Por isso, é essencial que sejam desenvolvidas estratégias alternativas que elevem a motivação do cliente no cuidado com a própria saúde, e que possam ser utilizadas em diferentes situações(5).
Diante disso, destaca-se que o enfermeiro e os demais membros que compõem a equipe multiprofissional desempenham importante papel na orientação e educação dos comportamentos associados ao autocuidado e à promoção da saúde. Entretanto, compreender e contribuir com a adesão dos pacientes é um processo considerado complexo que inclui não somente o acompanhamento e o cumprimento do tratamento prescrito, como também engloba a participação dos pacientes na definição do seu plano de cuidados e na promoção da saúde, representada através de mudanças no estilo de vida. Desse modo, o autocuidado e a melhora da adesão ao tratamento é um processo que exige, primeiramente, a motivação intrínseca do paciente, podendo ser utilizada a EM para que esses fatores sejam alcançados(6).
Nesse contexto, os benefícios da utilização da EM com diferentes profissionais ligados ao cuidado em saúde são importantes, visto que o profissional terá habilidades positivas de comunicação e o paciente terá a capacidade de adotar comportamentos preventivos e mais saudáveis. Assim, a competência do profissional da saúde para ouvir e explicar pode ter um efeito benéfico sobre a satisfação e autonomia do paciente e, consequentemente, sobre os resultados do tratamento(7).
Apesar de a educação em saúde não ser de competência meramente exclusiva de uma única profissão, ela deve ter a participação da equipe multiprofissional em saúde. Dante disso, o enfermeiro, enquanto integrante da equipe multiprofissional, desempenha uma atuação importante frente às ações de educação em saúde. O mesmo desempenha papel primordial visando a melhoria da saúde do indivíduo, da família e da comunidade em geral, à medida que utiliza da educação em saúde para sensibilizar as pessoas a terem estilos de vida mais saudáveis e terem autorresponsabilidade para manutenção da própria saúde(8).
No entanto, embora essa estratégia seja considerada eficaz e benéfica em diversos contextos da atenção à saúde, estudo realizado com discentes de Enfermagem demostrou que os participantes não consideraram o uso dessa abordagem importante, embora apresentassem confiança em relação às estratégias básicas, caso precisassem utilizá-las(9). A falta de estímulo para aplicação dessa técnica apresenta relação com o fato de muitas vezes a prática do enfermeiro estar intimamente ligada a tarefas consideradas prioritariamente operacionais(9).
Tal achado demostra que o uso das técnicas relacionadas à EM ainda não é integrada de modo padronizado no processo de trabalho da equipe de enfermagem, destacando o quanto é necessário o investimento em treinamentos e estudos sobre a temática durante e após a formação profissional, como forma de aprimorar o ensino e a prática em atendimentos de qualidade, o que refletirá em melhoria na autonomia e qualidade de vida dos pacientes(9). Assim, para melhor compreender sobre os benefícios do uso dessa importante abordagem no atendimento à saúde, é necessário compreender o impacto da utilização da EM e como a mesma pode ser utilizada na assistência à saúde.
Considerando o exposto, o presente estudo tem como objetivo identificar, na literatura científica, o modo como a entrevista motivacional é utilizada no contexto da Enfermagem.
MÉTODOS
Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura. Esse tipo de estudo corresponde a um dos métodos de pesquisa utilizados rotineiramente na Prática Baseada em Evidências (PBE), pois possibilita a incorporação de evidências associadas à prática clínica, fundamentando-se em conhecimento científico e garantindo a apresentação de resultados de qualidade(10).
Para a realização da revisão seguiu-se seis etapas distintas e sequenciais que possibilitaram o agrupamento dos resultados de pesquisas sobre o tema de forma sistemática e ordenada: 1) estabelecimento do tema, da hipótese ou questão de pesquisa e dos descritores; 2) amostragem ou busca na literatura; 3) coleta de dados seguida das respectivas etapas de avaliação; 4) análise crítica da amostra do estudo; 5) interpretação dos resultados; 6) síntese do conhecimento e apresentação da revisão(11-12). Para nortear o estudo, utilizou-se a estratégia PICo (População, Interesse, Contexto) para formulação da questão de pesquisa(13). Logo, determinou-se, P: Enfermagem; I: Entrevista Motivacional e Co: Contexto da saúde. Assim, considerou-se a seguinte questão norteadora para identificação do problema: “Quais evidências científicas existem acerca da implementação da Entrevista Motivacional (EM) no Contexto da Enfermagem?”.
A busca na literatura foi realizada nas bases de dados: National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed), Literatura Latino-Americana e Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Web of Science. A seleção dos artigos ocorreu no período de abril a setembro de 2021. As buscas foram realizadas por meio do periódico da CAPES, sendo feito o login vinculado a uma Universidade Pública para visibilizar o acesso à base de dados e artigos que não poderiam ser acessados fora do ambiente acadêmico.
Os artigos foram delimitados às publicações dos anos de 2016 a 2021 para que os pesquisadores conhecessem a abordagem atual acerca da entrevista motivacional e sua aplicanilidade na prática. Foram excluídos os estudos de revisão, teses, dissertações e monografias; e pesquisas que não abordaram a temática da EM no contexto da enfermagem.
Para as buscas nas bases de dados, foram adotados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH): Enfermagem/ Nursing e Entrevista motivacional/Motivational Interviewing; e adotou-se o operador booleano AND. Na base de dados LILACS realizou-se o cruzamento: Enfermagem AND Entrevista motivacional. Nas bases de dados Pubmed, Web of Sciene e Cinahl, aplicou-se o cruzamento: Nursing AND Motivational Interviewing.
A coleta de dados consistiu na busca, seleção e sumarização das informações para interpretação dos resultados obtidos. Os artigos identificados nas bases de dados foram submetidos a duas etapas de avaliação, de forma que na primeira houve a apreciação de títulos, resumos e descritores dos artigos, seguida da verificação da adequação dos estudos aos critérios de inclusão. A segunda etapa correspondeu à leitura na íntegra dos artigos previamente selecionados, de modo a observar se o artigo se adequava à temática do estudo e respondia à pergunta norteadora.
Na última etapa, realizou-se a organização das publicações de acordo com a identificação do artigo e de seus autores, ano, país de publicação e local onde o estudo foi realizado, bem como se destacou aspectos referentes à intervenção realizada em cada material, especificando se houve uso combinado de outra tecnologia educativa e ressaltando os resultados alcançados. Assim, para organização dessas informações, utilizou-se a adaptação de um instrumento de coleta de dados(14).
Realizou-se também, nessa etapa, a categorização dos níveis de evidência dos estudos em: nível I – estudos resultantes de múltiplos ensaios clínicos randomizados e controlados; nível II - pesquisas individuais com delineamento experimental, incluindo ensaios clínicos randomizados e estudos de viabilidade; nível III - estudos quase-experimentais; nível IV – estudos qualitativos, descritivas e não experimentais; nível V - relatos de experiência; nível VI - opiniões de especialistas(12).
O processo de triagem dos estudos a serem incluídos na pesquisa foram realizados de forma independente, pelos autores, de modo a reduzir possível viés com relação à seleção dos materiais. Assim, em casos de divergências de opiniões, a decisão sobre a inclusão dos estudos era realizada em consenso.
Destaca-se, ainda, que o estudo respeitou os princípios éticos e legais referentes a pesquisas que envolvem informações de domínio público, de acordo com a resolução 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde(15).
RESULTADOS
A busca inicial resultou em 237 estudos. Após leitura dos artigos na íntegra, a amostra final da revisão foi composta por 19 estudos, sendo dois selecionados da base de dados LILACS e 17 da PubMed. A figura 1 apresenta o fluxograma com o quantitativo de artigos obtidos em cada etapa.
Figura 1 - Fluxograma do processo de seleção e identificação das publicações incluídas na Revisão Integrativa. Redenção/CE, Brasil, 2021.
Registos identificados a
partir das Bases de dados (n = 237): - LILACS (n = 10) - PUBMED (n = 172) - WEB OF SCIENCE (n
= 8) - CINAHL (n = 47) - Registros excluídos
(n=128): - Registros duplicados (n
= 4) - Estudos de revisão
(n=30) - Fora da temática do
estudo (n=94) - Registros
duplicados (n = 3)
Registros excluídos após
leitura do título e resumo (n = 39) Registros rastreados –
artigos elegíveis após aplicação dos filtros (n = 109)
Fonte: Autores, 2021. Modelo adaptado do fluxograma PRISMA(16).
Os estudos selecionados foram publicados do ano de 2017 a 2021, de modo que se observou maior prevalência de pesquisas realizadas em 2019 (33,3%). Com relação às demais variáveis analisadas, destaca-se que dos 20 artigos (100%) selecionados, 15 (78,9%) foram publicados em inglês e 4 estudos (21%) apresentavam o idioma português. O Brasil (n=5; 26, 3%) foi o país que apresentou a maior quantidade de pesquisas realizadas sobre a temática do estudo, seguido de Estados Unidos (n=3; 15,8%), China (n=3; 15,8%), Irã (n=2; 10,5%) e Itália (n=2; 10,5%), os demais países apresentaram menor prevalência na amostra.
No que diz respeito aos tipos de estudos e níveis de evidência, os ensaios clínicos randomizados (n=14; 73,7%), apresentaram uma alta prevalência, de modo que o nível de evidencia II prevaleceu na amostra (n=15; 78,9%), incluindo ainda os estudos de viabilidade (n=1; 5,3%). Tal fato é considerado um aspecto positivo, visto que esses tipos de documentos são considerados como fortes evidências científicas. Os estudos quase experimentais (n=4; 21%) contemplaram a segunda maior porcentagem dos artigos selecionados. No quadro 2, são apresentadas as principais informações retratadas nos artigos.
Quadro 1 - Apresentação dos artigos quanto ao autor e ano da pesquisa, tipo de estudo e nível de evidência, objetivo, intervenção realizada e principais resultados alcançados. Redenção/CE, Brasil, 2021.
Autores e ano |
Tipo de Estudo / NE |
Objetivo |
Intervenção Realizada |
Principais Resultados |
Caponnetto P, DiPiazza J, Cappello GC, 2019.(17) |
Estudo quase experimental. Nível 2. |
Estimar a eficácia de vários tratamentos para a cessação do tabagismo. |
Entrevista motivacional (EM) e uso de medicação prescrita, para o tratamento da dependência do tabaco. |
11% dos participantes não pararam de fumar, mas 89% dos casos reduziram em média cerca de 20% o consumo de tabaco. |
Medina MG, 2019.(1) |
Ensaio clínico randomizado.Nível 2. |
Determinar a eficácia de uma intervenção de enfermagem, baseada na EM, para diminuir a ansiedade pré-operatória. |
EM, Escala de Ansiedade Pré-Operatória (APAIS) e tratamento habitual. |
Após seis semanas de acompanhamento, o escore de ansiedade pré-operatória foi menor no grupo que recebeu a intervenção em comparação com o grupo de controle. |
Dogru A, Ovayolu N, Ovayolu O, 2019.(18) |
Ensaio clínico randomizado. Nível 2. |
Avaliar o efeito da EM relacionada à percepção de autocuidado em pacientes com diabetes. |
EM associada a orientação sobre a diabetes e o tratamento. |
A EM aplicada ao grupo de intervenção afetou positivamente os sujeitos, com relação aos indicadores de controle metabólico e autocuidado. |
Oveisi S, Stein LAR, Babaeepour E, Araban M, 2020. (19) |
Ensaio clínico randomizado.Nível 2. |
Investigar a eficácia da EM para mulheres em tratamento para uso de drogas. |
EM em grupos e aplicação de um questionário semelhante ao questionário de linha de base. |
As mulheres submetidas à EM reduziram significativamente tanto o desejo ou urgência de usar substâncias e houve melhora da autoeficácia. |
Vellone E, Rebora P, Ausili D, Zeffiro V, Pucciarelli G, Caggianelli G, 2020.(20) |
Ensaio clínico randomizado.Nível 2. |
Avaliar se a EM melhora a manutenção do autocuidado do paciente com insuficiência cardíaca (IC). |
Realização da EM associada a aconselhamento sobre a IC e os cuidados relacionados a esta. |
A EM foi eficaz na promoção e manutenção do autocuidado. |
Dashtidehkordi A, Shahgholian N, Maghsoudi J, Sadeghian J, 2018.(21) |
Ensaio clínico randomizado.Nível 2. |
Investigar o efeito da EM sobre o estado de saúde de pacientes em hemodiálise. |
EM associada a sessões de discussão em grupo sobre cuidados relacionados a doença renal. |
A EM contribuiu para a melhora da ansiedade, depressão e da saúde de pacientes em hemodiálise. |
Movahedi M, Khamseh F, Ebadi A, Hajiamini Z, Navidian, 2018.(22) |
Ensaio clínico randomizado.Nível 2. |
Comparar os efeitos da EM sobre pessoas com hipertensão. |
EM associada a uso de software educacional de multimídia com tutorial sobre como utilizá-lo. |
A pontuação nas áreas de nutrição, autocuidado, saúde mental, e atividade física foi significativamente maior nos grupos após a intervenção. |
Chen J, Zhao H, Hao S, Xie J, Ouyang Y, Zhao S, 2018.(23) |
Ensaio clínico randomizado.Nível 2. |
Investigar o efeito da EM sobre os comportamentos de autocuidado em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) crônica. |
EM e aplicação da versão chinesa do Índice de Insuficiência Cardíaca de Autocuidado. |
A EM melhorou efetivamente o comportamento de autocuidado em pacientes com IC crônica, em comparação com a educação tradicional em saúde. |
Addicks SH, Mcneil DW, 2019. (24) |
Ensaio clínico randomizado. Nível 2. |
Determinar a eficácia de uma única sessão de EM durante o pré-natal para facilitar a amamentação. |
EM associada a aplicação de preceitos relacionados a Teoria do Comportamento Planejado (TCP). |
A intervenção foi eficaz para aumentar as atitudes de amamentação entre mulheres primíparas. |
Vakilian K, Molavi S, Zamani AR, Goodarzi M, 2018.(25) |
Ensaio clínico randomizado. Nível 2. |
Investigar o efeito da EM sobre o uso de DIU em mulheres com alto risco de gravidez. |
O grupo de intervenção recebeu cinco sessões de EM. O grupo de controle recebeu o treinamento de rotina fornecido em clínicas. |
Os resultados mostraram que a inserção do DIU no grupo de EM foi o dobro do grupo controle. |
Sun X, Xue P, Qi X, Fan L, 2020.(3) |
Ensaio clínico randomizado.Nível 2. |
Avaliar o efeito da EM no controle de peso de pacientes com Síndrome da Apneia-hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS). |
O grupo de intervenção recebeu como intervenção a EM com base na rotina de cuidado. O grupo controle recebeu o cuidado de rotina no pós-operatório. |
A EM pôde controlar melhor o peso, o IMC e a circunferência da cintura e do pescoço de pacientes com SAHOS. Após EM efetiva, a incidência de complicações no grupo de intervenção foi menor do que no grupo controle. |
SATRE, D. D. et al., 2019.(26) |
Ensaio clínico randomizado.Nível 2. |
Avaliar a eficácia da EM por e-mail entre pacientes HIV-positivos em cuidados primários. |
A EM foi realizada com o grupo de intervenção. O grupo controle recebeu o cuidado usual. |
Houve declínio do consumo de álcool e dos problemas relacionados ao seu uso. O uso ou abuso de drogas ilegais foi mais baixo no grupo que recebeu a EM. |
Satre DD, Leibowitz AS, Leyden W, Catz SL, Hare CB, Jang H, 2017.(27) |
Estudo quase experimental. Nível 3. |
Usar tecnologia e intervenção na adesão ao tratamento e a progressão em uma população clínica de adolescentes HIV positivo. |
Foi realizada seções de EM, que aconteciam semanalmente por meio de contato telefônico. |
A EM foi responsável por elevar a adesão ao tratamento medicamento de jovens com HIV, porém tiveram muitos pacientes que não aderiram a intervenção por limitação no uso de tecnologias. |
Palacio AM, Vidot DC, Tamariz L, Uribe CL, Hazel-Fernandez LA, Li H, 2017.(28) |
Ensaio clínico randomizado. Nível 2. |
Identificar preditores de não adesão aos medicamentos antiplaquetários durante intervenção coronariana percutânea. |
As EM por contato telefônico. |
A EM foi eficaz para melhorar a adesão entre os sujeitos com os fatores de risco identificados. |
Weinberger CL, Rendina HJ, Mirandola M, Gios L, Folch C, Rafila A, Pachankis JE, 2018.(29) |
Estudo de viabilidade. Nível 2. |
Adaptar e testar, na Romênia, uma intervenção de saúde na prevenção do HIV. |
EMs que foram feitas por meio do recurso de chat de uma plataforma móvel própria de estudo. |
Os participantes evidenciaram um aumento acentuado da autoeficácia no uso do preservativo após a intervenção. |
Flores PVP, Rocha PA, Figueiredo LS, Guimarães TML, Velasco NS, Cavalcanti ACD, 2020.(30) |
Ensaio clínico randomizado. Nível 2. |
Analisar o efeito da EM no autocuidado de pessoas com (ICC). |
Três consultas de enfermagem presenciais utilizando como abordagem a EM.
|
A EM foi efetiva na melhora do autocuidado de pacientes com ICC de clínicas especializadas no Brasil e no Uruguai. |
Chaves AFL, Ximene LB, Rodrigues DP, Vasconcelos CTM, Monteiro JCS, Oriá MOB, 2019.(31) |
Ensaio clínico randomizado. Nível 2. |
Avaliar o efeito de uma intervenção telefônica na autoeficácia de puérperas na duração e exclusividade da amamentação. |
Foi utilizada os princípios da EM, usando a técnica evocar-informar-evocar, que aconteceram por contato telefônico. |
A intervenção educativa por telefone foi eficaz para melhorar a autoeficácia e duração do aleitamento materno. |
Lima TM, Ana Nicolau AI, Carvalho FHC, Vasconcelos CTM, Aquino PS,Pinheiro AKR, 2017.(32) |
Quase experimental. Nível 3. |
Testar a eficácia das intervenções comportamentais e educacionais por telefone sobre o comparecimento das mulheres à consulta para recebimento do laudo do Papanicolau. |
EM por meio de contato telefônico. |
As intervenções testadas demonstraram maior eficácia no contexto educativo e comportamental, em relação ao atendimento habitual, por motivarem o recebimento do laudo colpocitológico. |
Mourão CML, Fernandes AFC, Moreira DP, Martins MC, 2017.(33) |
Estudo quase experimental. Nível 3. |
Avaliar os efeitos da EM na mudança de comportamento de cuidadores de pacientes com câncer de mama em quimioterapia. |
Entrevista Motivacional Breve. |
A intervenção promoveu a mudança de comportamento, melhorando o apoio social fornecido pelos cuidadores para pacientes com câncer de mama em quimioterapia. |
Fonte: Autores, 2021.
Através da análise dos dados, identificou-se que a EM é uma tecnologia educativa desenvolvida e utilizada para diferentes finalidades, incluindo a adesão ou manutenção de regimes terapêuticos ou mesmo mudanças no estilo de vida, visando a promoção da saúde e prevenção de doenças em diferentes populações.
Nesse sentido, a utilização da EM destinada ao acompanhamento de pacientes com doenças crônicas apresentou maior prevalência, com 6 artigos (31,6%). Observou-se ainda a utilização dessa técnica em tratamentos de doenças específicas, como câncer e HIV, de forma que esses totalizaram 4 artigos (21%).
Além disso, estratégias de intervenção com relação ao uso de substâncias ou consumo de álcool e outras drogas (n= 2; 10,5%) representaram a quarta maior porcentagem da amostra. A adesão medicamentosa (n= 2; 10,5%) e a saúde sexual e reprodutiva (n= 3; 15,8%), englobando o uso de métodos contraceptivos e a realização periódica do exame de prevenção do câncer de colo uterino, mostraram-se como temáticas bastante abordadas em intervenções que utilizaram a EM. Observou-se também a utilização da EM no contexto da saúde materno infantil, a exemplo de estudos que abordaram sobre a amamentação (n= 2; 10,5%).
Sob essa ótica, ressalta-se que a análise de estudos que abordaram aspectos relacionados a mudanças no estilo de vida, incluindo a prática de atividades físicas e alimentação adequada, representaram dois dos materiais analisados (10,5%). Tais achados apontam para as diversas possibilidades da utilização de intervenções que envolvam a EM no contexto da saúde e da prática de enfermagem.
Com relação ao modo de aplicação da EM, destaca-se que a maior parte dos estudos indicaram que essa técnica foi realizada de forma presencial (n= 13; 68,4%), de modo que também foram observados casos onde realizou-se a intervenção através de contato telefônico (n= 2; 10,5%), ou de forma associada (n= 4; 21%), com a realização de algumas seções de modo presencial e as demais por via telefônica.
Ademais, considerando o uso da EM, pode-se afirmar que houve maior prevalência (n= 16; 84,2%) dessa intervenção realizada de forma isolada, ou seja, sem a utilização de outra tecnologia. No entanto, em alguns casos (n= 3; 15,8%) a técnica foi realizada de forma associada a outra tecnologia educativa, incluindo materiais informativos ou vídeos educativos.
No que se refere ao local de realização da intervenção, destaca-se que a maior parte das EM foram implementadas em ambientes hospitalares (n= 14; 73,7%), seguida de ambientes universitários (n= 2; 9,5%) e Unidades Básicas de Saúde (n= 1; 5,3%). Os demais locais destacados nos estudos incluem o ambiente domiciliar, casas de repouso e casas de parto.
Logo, a partir da análise realizada, é possível identificar que a EM está sendo amplamente utilizada no contexto da Enfermagem, sendo uma intervenção eficaz para promover a autonomia do indivíduo e melhorar padrões de saúde.
DISCUSSÃO
A análise do conteúdo dos estudos incluídos na amostra final possibilitou a categorização da pesquisa em três temáticas principais, sendo estas: 1. Pressupostos teóricos para realização e utilização da entrevista motivacional; 2. Principais temáticas abordadas nas Entrevistas Motivacionais; 3. Ambientes em que as entrevistas motivacionais são realizadas e sua associação com outras tecnologias. Dessa forma, as categorias serão discutidas a seguir.
1. Pressupostos teóricos para realização e utilização da entrevista motivacional
A escolha da EM como intervenção contempla aspectos essenciais relacionados ao aparato teórico para a implementação dessa técnica, visto que a EM é considerada uma intervenção centrada no paciente com intuito de ajudá-lo a resolver a ambivalência através da mudança de comportamento(27).
Nesse sentido, consideram-se os diversos fatores e agentes envolvidos durante a realização da técnica da EM, de modo que estes são considerados peças-chave para a mudança de comportamento. As habilidades dos pacientes de reconhecer as contradições e sentimentos ambivalentes, bem como expressar uma série de opiniões positivas, negativas e neutras são pontos primordiais para a construção de uma motivação intrínseca e de alta qualidade(34).
Tal fato exemplifica claramente o objetivo da educação em saúde em seu papel de transformar os usuários em autores de sua própria história, tornando-os aptos a resolver seus problemas de forma conjunta com a equipe de saúde, evidenciando também, a importância da atuação do enfermeiro em ações educativas durante o acompanhamento dos indivíduos nas diferentes condições de saúde e vida(8).
A utilização de metas incluídas no processo de intervenção também são consideradas como aspecto importante durante o planejamento e execução da EM. O estabelecimento de metas proporciona maior clareza para os participantes com relação aos resultados esperados, e este, se combinado com o automonitoramento, pode ser usado para informar e planejar objetivos futuros, tornando-se um fator essencial de manutenção da motivação(35). Além disso, o uso da EM apresenta-se como uma forma eficaz de capacitar os pacientes para resolver problemas, através do estabelecimento de metas e estimulação de mudanças comportamentais valiosas(36).
Ademais, fatores relacionados à promoção da autonomia do paciente durante e após a intervenção são considerados como benefícios relacionados ao uso dessa técnica. Nesse contexto, destaca-se que a EM possibilita o posicionamento do paciente frente ao desejo de mudança, de modo a ajudá-lo a reconhecer e cuidar de seus problemas atuais e futuros, melhorando, consequentemente, sua percepção de autoeficácia(1).
Sob essa ótica, destaca-se que intervenções educativas baseadas na técnica clínica da EM podem extrair boas motivações dos pacientes para realização de mudanças de comportamento visando a promoção da saúde dos mesmos, com resultados ainda mais positivos, à medida que estes apresentam papel ativo no próprio cuidado(32). Ainda, reforça-se que intervenções educativas pautadas nos princípios da EM são capazes de despertar o interesse dos participantes em mudar sua falta de motivação em relação ao autocuidado e ocasionar mudanças que favorecem a prevenção de doenças (32). Desse modo, grandes resultados são alcançados quando os pacientes se interessam e mostram um papel ativo no tratamento, tornando a intervenção mais eficaz e com influência duradoura na saúde dos indivíduos.
Diante do exposto, destaca-se que a comunicação também é considerada como um fator essencial para a eficácia da implementação da EM. Por isso, é indispensável que esta tecnologia forneça uma estrutura ideal que proporcione uma comunicação eficiente entre os pacientes e profissionais envolvidos no processo, de modo a promover a elaboração de estratégias que visem otimizar o processo de adesão e identificação de barreiras que podem interferir neste percurso (37).
2. Principais temáticas abordadas nas Entrevistas Motivacionais
Observou-se que a EM pode ser utilizada em diversos contextos na área da saúde, havendo o predomínio de pesquisas incluindo o contexto das doenças crônicas, como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial e Insuficiência Cardíaca, sendo esses considerados temas bastante discutidos nos estudos atuais de diversas áreas da saúde, o que demostra a importância de estabelecer meios e tecnologias que auxiliem no acompanhamento das pessoas portadoras de doenças crônicas, englobando aspectos relacionados ao tratamento, à terapia medicamentosa e à mudanças nos hábitos de vida. Nesse contexto, a implementação de tecnologias, como a EM, pode ainda demonstrar diminuição significativa dos riscos atrelados às doenças crônicas, bem como auxiliar na melhora do estilo de vida e autocuidado dos pacientes, sendo estes aspectos primordiais para a manutenção da saúde(28).
Sob essa ótica, afirma-se que a EM associada a estratégias de comunicação colaborativa são consideradas intervenções capazes de promover mudanças no estilo de vida, apresentando efeitos benéficos no que se refere a doenças crônicas(38). Assim, os profissionais de saúde, em destaque o profissional enfermeiro, apresenta um papel crucial na implementação de tecnologias educativas, tais como a EM, já que estes são os principais agentes responsáveis por fazer com que o paciente se torne um indivíduo apto a realizar mudanças necessárias para manutenção da saúde.
Além disso, foi possível analisar que o uso das técnicas e princípios associados a EM que auxiliam na adesão medicamentosa e a tratamentos diversos, de forma que essas se apresentaram como temáticas prevalentes nos estudos analisados. A utilização de abordagens diretivas e centradas no paciente, como entrevistas motivacionais, melhoram a adesão aos medicamentos de uso contínuo. As razões para isso estão relacionadas ao foco da EM em despertar o desejo de mudança em cada indivíduo, visando melhorar sua autonomia e habilidade de resolução de problemas(28).
Neste contexto, observou-se que a EM também vem sendo utilizada como forma de aumentar a adesão ao recebimento de resultado de exames, incluindo o exame colpocitológico. Diante do exposto, pode-se destacar os resultados de um ensaio clínico randomizado, que comparou a utilização de tecnologias embasadas na entrevista motivacional com objetivo de elevar a adesão ao comparecimento de mulheres para recebimento do resultado de exame colpocitológico. Para isso, o estudou separou a amostra em três grupos, sendo o grupo 1-comparação, que recebeu o atendimento habitual; grupo 2- telefonema-educativo, onde se realizou uma intervenção educativa através de contato telefônico; e o grupo 3- telefonema-lembrete: que recebeu uma intervenção definida como lembrete. A pesquisa revelou que as mulheres dos grupos 2 e 3, correspondentes aos grupos de intervenção, obtiveram uma maior taxa no comparecimento na consulta para recebimento do exame em paralelo ao grupo comparação. Na avalição individual das intervenções, mostrou-se que foi possível evitar o não comparecimento do público feminino em 40% e 37%, nos grupos telefonema-lembrete e telefonema-educativo, respectivamente. Tais achados demostram que intervenções que utilizam a EM podem trazer maior eficácia no contexto educativo e comportamental dos pacientes(32).
Além das temáticas apresentadas que utilizaram a EM como forma de intervenção nos estudos, pode-se ressaltar que esta continua sendo implementada nos cuidados a pessoas com problemas relacionados ao uso de substâncias, como álcool e outras drogas. Um estudo desenvolvido com objetivo avaliar a eficácia da EM na redução do consumo de álcool em mulheres grávidas em tratamento relacionado ao uso dessa substância, apresentou efeitos significativos e benéficos referentes ao tratamento associado ao abuso de álcool e a consequente redução do seu consumo pelas pacientes(39).
Diante disso, observa-se as diferentes possibilidades de contextos e temáticas que podem envolver a implementação da EM, visando aumentar aspectos relacionados não somente à adesão e manutenção da terapêutica de diferentes condições e patologias, como também é uma forma de promover a saúde dos pacientes, considerando a individualidade destes. Desse modo, a variável temática analisada apresentou que há uma grande diversidade de áreas da saúde em que a EM está sendo desenvolvida, com prevalência nos estudos que buscam a mudança comportamental, seja como forma de auxílio à adesão a tratamentos ou como forma de contribuir com o bem-estar físico, comportamental e/ou social.
3. Ambientes em que as entrevistas motivacionais são realizadas e sua associação com outras tecnologias
No que se refere à análise dos ambientes em que foram realizadas as EM, observou-se prevalência da implementação de intervenções no ambiente hospitalar, à medida que este é considerado um meio onde muitas vezes o indivíduo encontra-se mais fragilizado e que necessita de apoio relacionado à adesão terapêutica e muitas vezes incentivo ao autocuidado, o que demostra a importância da elaboração de estratégias que busquem fornecer apoio aos pacientes, favorecendo uma administração mais eficaz dos problemas de saúde e possibilitando uma resposta satisfatória ao tratamento.
Além disso, através da análise dos achados obtidos na presente pesquisa, revelou-se que as Unidades Básicas de Saúde foram pouco exploradas para uso das EM, o que ressalta a necessidade da elaboração de estratégias voltadas tanto para aproximar os usuários desse ambiente, como para a implementação de medidas que fortifiquem a comunicação e o diálogo entre pacientes e profissionais, visto que muitas vezes as Unidades Básicas de Saúde são a porta de entrada da população para o acesso aos demais serviços, o que contribui para que este seja considerado um espaço importante para a realização de atividades de educação em saúde.
Diante disso, o enfermeiro, considerado como um dos profissionais que compõe a equipe das Unidades Básicas de Saúde, tem importante papel na construção da ligação entre o cuidado de enfermagem e o uso de tecnologias com o objetivo de garantir uma assistência de qualidade e holística aos pacientes. Desta forma, o uso de tecnologias pelo profissional enfermeiro auxilia diretamente na sua prática assistencial e na criação de vínculo entre o profissional e o paciente(40).
Desse modo, a implementação de intervenções que utilizem a EM nesses ambientes pode representar ainda uma importante estratégia de prevenção e promoção da saúde, considerando que a EM demostrou ser uma ferramenta que auxilia no aumento significativo do conhecimento relacionado à saúde, contribuindo também para a melhoria das atitudes com relação ao cuidado dos pacientes(34).
Ademais, os ambientes acadêmicos, a exemplo das Universidades também foram espaços para a realização da EM, onde foram explorados diversos meios para a implementação desta ferramenta no contexto da educação continuada e como intervenção para diminuição do consumo de álcool. Destaca-se que estudos sobre a realização da EM nos ambientes universitários indicaram altos índices de aceitabilidade, contribuindo para a diminuição e conscientização do consumo de álcool pelos estudantes(41).
Com relação ao modo de uso da EM na amostra, destaca-se que, apesar da maioria dos estudos apresentarem a entrevista motivacional de forma isolada, algumas pesquisas demonstraram o uso desta ferramenta de forma associada com outras tecnologias, à exemplo de vídeos, simulações realísticas e aplicativos, demostrando que a EM é uma tecnologia dinâmica e que traz inúmeros benefícios tanto em contextos em que esta foi utilizada de forma isolada como nos casos em que a mesma foi implementada de forma associada.
À exemplo disso, pode-se citar pesquisa que contou com a realização de uma intervenção dividida em duas etapas, de forma que a primeira consistiu na formação dos enfermeiros baseadas nos preceitos da EM para melhorar a comunicação com os pacientes e a segunda etapa consistiu na intervenção propriamente dita, onde a EM foi implementada em associação com um filme educativo, para pacientes em tratamento de diálise que aguardavam o transplante renal. Os achados da pesquisa mostraram que, a partir da intervenção, foram obtidos benefícios associados aos pacientes e profissionais envolvidos, de modo que os pacientes apresentaram maior confiança com relação à realização do papel ativo destes durante o tratamento, e os enfermeiros aprimoraram habilidades relacionadas à melhoria na comunicação com seus pacientes(42).
Assim, é possível verificar que a utilização de EM vem sendo cada vez mais difundida nas diversas áreas do conhecimento e em diferentes ambientes, transformando e facilitando a comunicação, bem como auxiliando no processo de motivação intrínseca dos indivíduos, o que destaca a relevância do uso dessa técnica na prática dos profissionais e de estudantes da área da saúde.
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos evidenciaram que a EM pode ser utilizada em diversos cenários no âmbito da saúde, desde ações de promoção da saúde à reabilitação de doenças e comportamentos, apresentando-se como uma ferramenta em saúde de baixo custo, fácil aplicação e de resultados promissores.
Ao que tange a atuação do profissional enfermeiro, vale destacar que o mesmo é considerado um agente essencial na promoção e manutenção da saúde do indivíduo e da população. Assim, é imprescindível que a equipe de enfermagem utilize de ferramentas para promover o empoderamento da comunidade diante de sua condição de saúde-doença.
Portanto, a EM tem se mostrado cada vez mais útil e benéfica para a saúde pública, especialmente para as condições de doença mais prevalentes na sociedade, podendo ser implementada com intuito de tornar o processo de manutenção de saúde da população uma realidade cada mais acessível a todos. Além do mais, a utilização dessa abordagem demonstra na prática o quão é importante e necessário prestar uma assistência em saúde de forma holística e integral, objetivando, sobretudo, garantir o empoderamento da comunidade sobre seu próprio processo de saúde-doença, tornando-a protagonista no cuidado à saúde.
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Submissão: 12-07-2022
Aprovado: 07-10-2022