MATERNIDADE ROMATIZADA: EXPECTATIVAS DO PAPEL SOCIAL FEMININO PÓS-CONCEPÇÃO
ROMATIZED MOTHERHOOD: EXPECTATIONS OF FEMALE SOCIAL ROLE POST-CONCEPTION
MATERNIDAD ROMATIZADA: EXPECTATIVAS DEL ROL SOCIAL FEMENINO POST-CONCEPCIÓN
1Tamires Alves Dias
2Patrícia Pereira Tavares de Alcantara
3Kamila de Castro Morais
4Yanca Carolina da Silva Santos
5José Wagner Martins da Silva
6Natália Bastos Ferreira Tavares
7Samara Calixto Gomes
8Ana Beatriz de Sousa Morais
1Universidade Regional do Cariri - URCA, Iguatu-CE, Brasil, https://orcid.org/0000-0001-5366-2065
2Universidade Regional do Cariri - URCA, Crato-CE, Brasil, https://orcid.org/0000-0003-3337-4845
3Universidade Regional do Cariri - URCA, Jaguaribe-CE, Brasil, https://orcid.org/0000-0002-3564-7993
4Universidade Regional do Cariri - URCA, Jucás-CE, Brasil, https://orcid.org/0000-0002-1848-5726
5Universidade Estadual do Ceará – UECE, Iguatu-CE, Brasil, https://orcid.org/0000-0001-5464-0546
6Universidade Regional do Cariri – URCA, Iguatu-CE, Brasil, https://orcid.org/0000-0002-1139-600X
7Universidade Federal do Ceará – UFC, Várzea Alegre-CE, Brasil, https://orcid.org/0000-0002-7929-3648
8Universidade Regional do Cariri – URCA, Cedro-CE, Brasil, https://orcid.org/0000-0002-1984-628X
Autor correspondente
Tamires Alves Dias
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RESUMO
O estudo objetivou compreender como a construção social em que a mulher está inserida, pode gerar implicações para a maternidade. Trata-se de um estudo de natureza exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa, que utilizou a investigação em campo. A população foi constituída por 13 participantes as quais estivessem no período puerperal, usuárias da Atenção Básica da rede pública de saúde do município de Iguatu-CE. A coleta ocorreu no período de agosto a novembro de 2020. Ressalta-se que as fala expostas nos resultados, retratam a existência de uma imposição social em torno da figura feminina para a maternidade, além disso, refere-se a alguns desafios e dificuldades oriundos após a descoberta da gravidez. Quanto as consequências da romantização, denota-se a existência de uma sobrecarga, podendo gerar uma gama de sentimentos, como angústia, tristeza, desamparo, frustração, entre outros. Verifica-se que maternidade é um momento ímpar, devendo se levar em consideração a história de cada mulher e sua subjetividade. Logo, a mulher necessita de apoio e suporte das pessoas mais significantes da sua vida.
Palavras-chave: Maternidade; Período pós-Parto; Representações Socias; Mulher; Iniquidades de Gênero.
ABSTRACT
The study aimed to understand how the social construction in which women are inserted can generate implications for motherhood. This is an exploratory and descriptive study, with a qualitative approach, which used field research. The population consisted of 13 participants who were in the puerperal period, users of Primary Care of the public health network in the city of Iguatu-CE. The collection took place from August to November 2020. It is noteworthy that the speeches exposed in the results, portray the existence of a social imposition around the female figure for motherhood, in addition, it refers to some challenges and difficulties arising from after discovering the pregnancy. As for the consequences of romanticization, there is an overload, which can generate a range of feelings, such as anguish, sadness, helplessness, frustration, among others. It appears that motherhood is a unique moment, and the history of each woman and her subjectivity must be taken into account. Therefore, the woman needs support and support from the most significant people in her life.
Keywords: Parenting; Postpartum period; Social Representations; Women; Gender Inequality.
RESUMEN
El estudio tuvo como objetivo comprender cómo la construcción social en la que se inserta la mujer puede generar implicaciones para la maternidad. Se trata de un estudio exploratorio y descriptivo, con abordaje cualitativo, que utilizó la investigación de campo. La población estuvo constituida por 13 participantes que se encontraban en el período puerperal, usuarias de la Atención Primaria de la red pública de salud en la ciudad de Iguatu-CE. La recolección se realizó de agosto a noviembre de 2020. Se destaca que los discursos expuestos en los resultados, retratan la existencia de una imposición social en torno a la figura femenina para la maternidad, además, se refiere a algunos desafíos y dificultades surgidos a partir del descubrimiento de la el embarazo. En cuanto a las consecuencias de la romantización, existe una sobrecarga, que puede generar una gama de sentimientos, como angustia, tristeza, impotencia, frustración, entre otros. Parece que la maternidad es un momento único, y hay que tener en cuenta la historia de cada mujer y su subjetividad. Por lo tanto, la mujer necesita apoyo y apoyo de las personas más importantes de su vida.
Palabras clave: Maternidad; Periodo pós-Parto; Representaciones Sociales; Mujeres; Inequidad de Género.
INTRODUÇÃO
A gravidez é um episódio biologicamente natural, porém uma fase de importante vulnerabilidade emocional para a mulher, pois esta, vivencia diversos sentimentos durante um período ímpar, que envolvem significativas modificações sistêmicas e sociais. Dentre essas mudanças, destacam-se alterações de imagem, personalidade, autocuidado e redefinição de papéis. Por consequência, a gravidez é um momento que exige uma dedicação e cuidado distinto, e estes, devem ser iniciados desde a descoberta, se estendendo para além do parto, a depender da vivência de cada mulher. (1,2)
A maternidade pode ser encarada como um período marcado por um estado de tensão, devido à expectativa das grandes mudanças que estão e continuarão a acontecer, principalmente para a mulher, que passa então, a se ver, e ser vista de maneira diferenciada, assumindo um novo papel social, o de ser mãe. (3)
Esse estado de tensão pode estender-se ao decorrer das modificações que surgem após o parto, na etapa conhecida como puerpério, perdurando até que o corpo retorne às conjunções fisiológicas habituais. Essa circunstância vivenciada pela mulher pode gerar frustrações, uma vez que esta, se depara com muitas situações que fogem daquilo que lhe é repassado, através de uma visão romantizada da maternidade, por vezes fazendo-a sentir-se fora do padrão, sozinha e incompreendida. (1)
A sociedade atual em que a mulher está inserida, ainda reproduz perspectivas históricas, que atribuem a imagem feminina apenas sua função reprodutiva. Desse modo, destina-se a plena realização da mulher ao fato de tornar-se mãe, mas caso decida não ter filhos, passa a ser vista como um ser incompleto. Assim, a maternidade pode ser considerada para muitas mulheres um momento especial, mas nem todas compartilham o mesmo pensamento. Para algumas, essa decisão pode estar atrelada a expectativas e vivências de sentimentos negativos, o que torna imprescindível a compressão das inter-relações ligadas ao processo. (3,4)
A mulher, além de enfrentar todas as transformações e mudanças decorrentes da maternidade, lida com as desigualdades de gênero. Por tornar-se mãe, acaba se desligando de muitas responsabilidades para prestar os cuidados adequados à criança. Desse modo, entendemos que existe uma nova mulher, mas que vive sob o manto das velhas representações, pois continua-se cobrando delas o velho modelo de grandes expectativas quanto ao papel social esperado de mãe. (5,6)
Essas desigualdades de gênero reproduzem-se muitas vezes, em consequência à cultura machista e patriarcal que ainda está enraizada na sociedade, atribuindo a mulher o papel de principal responsável em gerar e criar os filhos, além de realizar os serviços domésticos. Essa perspectiva equivocada de divisão de papéis faz muitas vezes com que as mulheres vivenciem uma sobrecarga, o que pode gerar uma gama de sentimentos, como angústia, tristeza, desamparo, frustração, entre outros. (7,6)
Estudos evidenciam, a existência das novas configurações familiares, formadas por mães solteiras, divorciadas, lésbicas ou trans. Essas mulheres enfrentam resistência ao modelo heteronormativo socialmente prevalente, além de todas as outras dificuldades relacionadas a maternidade. Desse modo, a decisão em realizar o projeto de ter filhos, confronta um contexto no qual estão em jogo valores culturais e simbólicos associados ao ideal de conformação de uma verdadeira família. (8)
Outro ponto importante, é o enfoque dos sentimentos como anseios e incertezas, além dos fatores emocionais como estresse e frustração. Isso polemiza o que a mídia e sociedade mostram, através de uma visão romantizada, que difunde uma realidade apenas de amor e carinho, que nem toda mulher consegue alcançar. (9,4)
Devido à repressão e julgamento, poucas mulheres sentem-se à vontade para relatar suas angústias ou medos, embora possa ser natural a vivência destes sentimentos. Por não se sentirem seguras ou amparadas, muitas fazem o uso da internet, como meio para exteriorizar suas dúvidas e vivências em relação à maternidade, desmistificando-a, e apontando aspectos frustrantes e ambivalentes em relação a ser mãe. Desse modo, muitas mulheres conseguem ter na rede, o apoio de outras. (10,4)
Diante disso, faz-se necessário verificar a percepção das mulheres, visando definir seus conhecimentos, expectativas e dificuldadesacerca da maternidade. Assim, surge o seguinte questionamento: “Como o papel social esperado de mãe pode gerar consequências negativas a mulher?”.
O estudo proporciona relevância para o meio acadêmico, bem como, para a saúde pública, em específica na área da mulher e sociedade em geral, no sentido de apresentar o conhecimento e dificuldades de mulheres que vislumbram uma maternidade romantizada, sob influência de expectativas socioculturais.
Perante o exposto, enfatiza-se a importância científica, social e profissional desse estudo, tendo em vista que irá servir de material de apoio para outros pesquisadores, bem como para a equipe de saúde envolvida para um cuidado mais holístico direcionado as mulheres que sofrem com as expectativas e pressão social através de um perfil romantizado da maternidade.
O estudo objetivou compreender como a construção social em que a mulher está inserida, pode gerar implicações para a maternidade.
MÉTODO
Trata-se de um estudo de natureza do tipo exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa, que utilizou uma investigação em campo com o objetivo de conhecer através da narrativa de puérperas, usuárias da rede de atenção básica à saúde, quanto as principais consequências da romantização na vivência da maternidade.
A pesquisa exploratória busca proporcionar uma visão ampliada sobre determinado assunto, desenvolvendo, esclarecendo e modificando ideias. No que tange à pesquisa descritiva, a mesma visa analisar, registrar e correlacionar aspectos que envolvem fatos ou fenômenos envolvidos no processo, sem que ocorra interferência do pesquisador. (11,12)
A pesquisa qualitativa trabalha com a complexidade de um problema, em um nível de informações que não são possíveis de serem quantificadas. (13)
Este estudo teve como cenário para a coleta de dados, a cidade de Iguatu, localizada na região Centro-Sul do Estado do Ceará. O referido município está localizado à 388 km da capital do estado, Fortaleza. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada é um total de 103.633 habitantes. (14)
A escolha do cenário justifica-se por a cidade de Iguatu constitui-se de 31 equipes de Estratégias Saúde da Família (ESF), sendo estas 18 equipes na zona urbana e 13 equipes na zona rural. Compondo assim, amplo acesso as puérperas usuárias da Atenção Básica (AB) na rede pública de saúde. (15)
A população desse estudo foi constituída por mulheres as quais estivessem no período puerperal, usuárias da Atenção Básica da rede pública de saúde do município de Iguatu- CE. A amostra estudada, foi composta por aquelas que concordaram em participar da pesquisa de maneira remota mediante concordância com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
As participantes tiveram a garantia da segurança por meio de medidas de prevenção do Covid-19 preconizadas pelo Ministério da Saúde, bem como em consonância as medidas adotas na rede Atenção Básica do município.
Fizeram parte dos critérios de inclusão para amostra da pesquisa: puérperas, maiores de 18 anos, que se encontravam até 60 dias após o parto, usuárias do aplicativo WhatsApp e residentes do município em questão, que realizaram obrigatoriamente no mínimo seis consultas de pré-natal. Foram excluídas aquelas mulheres que embora residam no cenário de estudo, realizem as consultas em outras localidades.
A amostra foi composta por 13 mulheres, as quais concordaram em participar mediante explicação do objetivo da pesquisa, seu caráter confidencial e voluntário, garantia da não exposição ao risco de transmissão por Covid-19, dentre outras informações do TCLE.
Para a coleta de dados foi realizada no período de agosto a novembro de 2020, por meio da aplicação de uma entrevista semiestruturada, contendo um roteiro de perguntas previamente elaboradas e pautadas na temática escolhida para o desenvolvimento da pesquisa em questão. Foi utilizada uma linguagem simples e objetiva, visando uma melhor compreensão por parte das entrevistadas.
A entrevista é a estratégia mais utilizada na pesquisa de campo, destacando-se por ser realizada por iniciativa do entrevistador com a finalidade de construir informações válidas para o objeto da pesquisa. (13)
Em virtude das medidas de biossegurança que foram utilizadas para minimizar os riscos de transmissão da Covid-19 os discursos das entrevistadas puderam ser digitados ou enviados via áudio, ferramentas disponibilizadas pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, as quais posteriormente foram transcritos na íntegra.
Os dados foram analisados de acordo com a técnica de análise de conteúdo.A análise de dados compõe um conjunto de procedimento que visam compreender e interpretar os dados. (13)
A análise do conteúdo é um conjunto de instrumentos metodológicos desenvolvido dentro das ciências sociais empíricas, uma técnica mais utilizada nas pesquisas qualitativas, que
analisa diferentes fontes de conteúdo (verbais ou não-verbais) e que exige do pesquisador, disciplina, dedicação, paciência e tempo. (16)
Partindo do princípio que o ser humano é digno de respeito, ética e privacidade, este estudo seguiu as recomendações éticas e legais das resoluções do Conselho Nacional de Saúde (CNS) Nº 510/2016 e Nº 466/2012, referentes a aplicações de normas e diretrizes em pesquisas sobre Ciências Humanas e Sociais e que normatiza as regras para pesquisas envolvendo seres humanos, respectivamente. (17,18)
Foi realizado o cadastrado na Plataforma Brasil e encaminhada ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Regional do Cariri, no qual obteve parecer positivo de número 3.606.680.
Ressalta-se ainda, que as participantes não foram identificadas pelo nome, optando- se por utilizar o codinome “P” de PUÉRPERA, sendo atribuído apenas um número correspondente à ordem da entrevista, para que se preservasse o sigilo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir do desenvolvimento teórico e dos dados coletados, determinou-se a construção de categorias temáticas consideradas de grande significância para a compreensão dos resultados da pesquisa e cumprimento do objetivo desse estudo.
As categorias destacadas são as seguintes: Sentimentos conflitantes e renuncias: o que muda na vida da mulher após a maternidade?; Maternidade romantizada: o que fazer para ser considerada uma boa mãe?
Mediante objeto de estudo um questionado levantado para as entrevistadas, foi a reação inicial ao descobrirem a gravidez e se surgiram muitas dúvidas ou medo de como seria sua vida após o nascimento da criança, segue os relatos:
No começo quando eu soube, eu não queria! Na minha cabeça eu não ia poder mais trabalhar, nem fazer minhas coisas. (P1)
Senti medo de como ficaria minha vida e a rotina daqui pra frente, a gente que é mãe muda tudo. O pai por exemplo, nem tanto. (P3)
Durante toda a gestação tive muitas crises de ansiedade. Eu chorava só de imaginar como eu teria que mudar minha vida pra poder ser mãe. (P10)
Observou-se nas falas, que muitas entrevistadas enfatizam a vivência de sentimentos como medo e incerteza ao descobrirem a gestação. Este fato pode estar relacionado ao receio de não obterem êxito em cumprir tantas exigências e demandas, fazendo com que estas, enfrentem um período de dificuldades.
Nota-se nos discursos das entrevistadas a insatisfação das mães em relação a descoberta da gravidez está intensamente relacionada ao receio da reorganização em sua vida após o nascimento da criança.
É válido ressaltar, que fatores como o planejamento pessoal e o desejo da mulher em relação à maternidade, contribuem para o predomínio da vivência de sentimentos positivos. Outrora, na falta do apoio do companheiro ou da família, resultam em sentimento de insegurança, arrependimento e preocupação com a chegada do bebê.
No começo me senti muito insegura. Não foi nada planejado. Eu não sabia como seria minha vida, se eu teria condições financeiras pra criar ele e cuidar. (P5)
Fiquei com medo, nervosa. Uma criança muda a vida, e as obrigações sempre caem mais sobre a mãe. O pai por exemplo, não muda nada. Vai continuar a faculdade dele. Eu tive que interromper a minha pra cuidar do meu filho. (P7)
Essa concepção atribuída a maternidade, deposita uma visão histórica sobre a mulher de ser a responsável, mais atenta e principal cuidadora dos filhos, passando a exercer um papel centralizador no desenvolvimento da criança. Essa perspetiva desmonta a corresponsabilidade do pai e reforça uma divisão retrógrada de papéis de gênero, mãe/cuidadora e pai/provedor, tornando-se um senso comum, e quando alguém foge a esse padrão, é fortemente criticado. (19)
Entretanto, fato é que as mulheres vêm reivindicando esse papel ao longo do tempo, através de movimentos feministas e do maior acesso ao conhecimento e mercado de trabalho, estas, vem buscando ativamente seus direitos. A mulher passou a não se sentir mais aprisionada à “sagrada missão feminina” de ser mãe e servil. Ressalta-se ainda, que a maternidade ainda se caracteriza como o eixo central da opressão das mulheres, uma vez que sua realização é fortemente cobrada pelo sociedade, no entanto, nem todas as mulheres são mães, algumas não querem ser por diversos motivos e outras são, mas não consideram esse o ponto central de sua vivência. (20,21)
Essas situações se reproduzem muitas vezes, em consequência ao machismo social que ainda está enraizado. Atribuindo a mulher a exigência de que a mesma torne-se mãe e assume o papel de principal responsável em criar os filhos, além de realizar os serviços domésticos. Essa perspetiva equivocada faz muitas vezes com que as mulheres vivenciem uma sobrecarga, podendo gerar uma gama de sentimentos, como angústia, tristeza, desamparo, frustração, entre outros. (6)
Por esses motivos acima apresentados, as entrevistadas foram questionadas sobre sua sobrecarga na rotina após a maternidade, se estudavam/trabalhavam antes e de que forma pretendiam conciliar esses afazerem. Segue os relatos:
Até ia fazer faculdade, só que como já estava grávida não fui fazer a prova. Ai hoje em dia é tanta coisa, criança, casa, roupa, etc. (P3)
Tento conciliar o estudo EAd (devido a pandemia) nos horários que minha filha está dormindo. Como preciso de uma renda investi mais ainda na confeitaria, onde vendo bolos e sobremesas. (P6)
Minha rotina é muito puxada, trabalhei até o dia que ganhei o bebê. Agora tenho 4 meses de licença e quando voltar, vai ser ainda pior, o trabalho, a casa, preocupação com meu filho. Uma verdadeira sobrecarga! (P11)
Diante dos relatos, é possível detectar como a exaustão diante dos cuidados com a criança, a rotina de afazeres domésticos, conciliação dos estudos, dentre tantas outras tarefas que afetam negativamente a qualidade de vida das entrevistadas.
Por consequência da estrutura social, é comum a própria mulher internalizar a obrigação desses afazeres, reservando pouco tempo para cuidar de si mesma ou descansar. Isso resulta em jornadas duplas ou até triplas de responsabilidades, tendo que conciliar os cuidados com os filhos, afazeres domésticos, acadêmico e trabalho. (22)
Sobre o acúmulo de papéis, se evidencia a sobrecarga física e emocional em tempos de pandemia, onde na maioria dos lares brasileiros os cuidados com os filhos e preocupação com o lar ficaram redobrados diante da nova rotina. Esse confinamento de pandemia implica em níveis elevados de estresse e podendo comprometer a saúde mental das pessoas, pois a diminuição das interações sociais limita o acesso a determinados grupos que o auxiliam em momentos de crise. (23,22)
É perceptível a distância existente entre mulheres sem filhos e mulheres com filhos, na construção de seus caminhos de independência, que passam pela possibilidade de acesso à formação e dedicação à carreira na esfera pública. Para compreender os fatores que geram tal distância, é necessário enxergar o dia-a-dia atravessado pelas responsabilidades advindas com a maternidade e o lar, além das cobranças sobre a maneira correta de agir como mãe.
É notório que a vivência da maternidade envolve renúncias, obstáculos, planejamento, sobretudo, responsabilidade por outra vida. No tocante a essa experiência, as entrevistadas foram questionadas sobre quais os maiores desafios e dificuldades enfrentados ao torna-se mãe, sendo possível perceber o quão árduo e dificultoso é a realidade materna:
Depois da dificuldade na gestação e dor no parto, vem a preocupação em olhar toda hora, acordar de madrugada pra ver se está tudo certo com a criança. (P1)
A amamentação está sendo complicada, não sabia que era tão doloroso. (P2)
Para mim, o pior foi o excesso de responsabilidade, tanto na gravidez quanto depois que o neném nasce, porque o bebê depende 100% da mãe. (P3)
As noites sem dormir, a falta de tempo, as dores. Eu choro as vezes por não ter tempo mais pra nada. Se quer dormir! (P4)
É válido evidenciar, que durante o contato com a realidade do cotidiano a mulher acaba descobrindo que a existência dessa idealização romantizada encobre muitas dificuldades comuns a rotina da maternidade, dentre as mais citadas pelas entrevistadas, está o parto, responsabilidades com os cuidados, sobretudo, a dor e o desconforto em amamentar seu filho.
Autores apontam que alguns fatores podem se tornar facilitadores para a ocorrência do desmame precoce, dentre os mais citados se sobressaem as dificuldades inerentes a prática da amamentação. Desse modo, por vezes a interrupção do aleitamento materno exclusivo pode suceder como resultado da interação complexa de diversos fatores preditivos, como a inexperiência materna, ausência de apoio, receio, desconforto, sobretudo, problemas relacionados a mama. (24)
Uma outra consequência a ser exemplificada, é o fato da amamentação ser exposta através da internet e dos recursos midiáticos como um momento tranquilo e romantizado, em que a mãe aproveita o momento para transmitir amor ao filho, no entanto, muitas mulheres tendem a se frustrar ao se depararem com uma realidade divergente como a dificuldade na pega, fissuras na mama, dores, dentre outras intercorrências. (25)
A maior parte das dificuldades se originam através de uma representação de perfeição, essa idealização leva muitas mulheres ao sofrimento e à frustração ao se julgarem incapazes de se encaixar em determinados padrões. Tal cenário torna- se uma fonte de estresse, ansiedade e pressão constante na rotina dos cuidados com o recém- nascido. (26)
Historicamente, o papel de mãe perfeita se mantém rígido através de uma romantização gerada desde a gravidez, não gerando espaço para prováveis ambivalências que a maternidade proporciona. Ao analisar a construção do ideal materno como o conhecemos hoje, é possível perceber a influência de imposições sociais utópicas. Isso dificulta a forma como as mulheres vão agir, pensar e sentir a maternidade, e processos decorrentes, como o puerpério. (10,27)
Essa realidade traz à tona alguns questionamentos sobre esse ideal materno, em vista disso, as entrevistadas relataram sobre o que as pessoas próximas exigem delas para que sejam consideradas boas mães. Segue relatos:
Esperam que eu não falhe, mas as vezes me sinto triste e pressionada a ser sempre perfeita, o pai da criança me cobra demais. (P2)
Os mais próximos a mim deveriam me ajudar, mas no lugar disso só me cobram! (P6)
Sinto que me cobram muito, devo estar sempre sorrindo pros familiares e amigos que vem nos visitar, sem reclamar, sem dores, sem estresse. Isso me sufoca! (P9)
É possível identificar nas falas citadas, a presença de cobranças excessivas frente de um ideal materno perfeito. Esse comportamento social pode resultar em um período de sofrimento e dificuldades para a mulher, que passa a dar tudo de si para alcançar essa idealização.
É possível perceber essa cobrança desde o momento em que a mulher e os outros tomam consciência da gestação. Já nas instituições de saúde ao longo do acompanhamento gestacional, o seu nome passa a ser excluso, sendo por vezes tratadas apenas por “mãe ou mãezinha”. (28)
A reflexão necessária, é que por trás da fala carinhosa surge de modo bastante sutil o soterramento da identidade da mulher, dando vida a ideia da mãe ideal que não se incomoda com os sacrifícios, pois, tal postura deve vir acompanhada de muita felicidade e dedicação.
Em consequência, muitas mulheres enfrentam um processo de culpabilização, caso não consigam alcançar as expectativas. Esses fatores podem resultar em danos psicológicos e estressores, além de tornarem-se propulsores para tristeza materna, depressão pós-parto, baby blues, crises de ansiedades, insônia e problemas decorrentes. (26)
A naturalização romantizada de determinados comportamentos considerados “maternos” acaba sendo arduamente exigidos apenas das mulheres. Assim, no imaginário sociocultural a maternidade ainda permanece sendo vista como uma experiência de exclusividade na vida da mulher, esquecendo-se, constantemente, de inserir os homens, nesse discurso idealizador. (25)
Em vista disso, a maioria das mulheres experimentam sentimentos contraditórios e inconciliáveis com a imagem culturalmente ditada. Ressalta-se, que até o aparecimento de intercorrências gestacionais, as próprias dores no trabalho do parto, recuperação e a exaustão, podem mobilizar sentimentos negativos e culpa. (27)
Essa cobrança em torno da mulher desconsidera suas subjetividades e singularidades, exigindo exclusivamente dedicação ao(s) filho(s), algo que não é igualmente cobrado dos homens/pais. E apesar de um número expressivo de mulheres continuarem seguindo à risca essas cobranças e opressões, muitas já assumem um papel de indagação frente a essas imposições. (26)
As falas ilustram:
Esperam que eu faça tudo certinho, abra mão da minha vida pra cuidar dos filhos e do marido e pra que? Agradar os outros? Eu não farei isso! (P6)
Eu já sofri muito com meu primeiro filho, eu me importava em agradar a todos ao meu redor, mas agora é diferente, vou me colocar em primeiro lugar! (P9)
Os trechos relatados denotam o surgimento de uma importante postura de negação e resinificado frente as imposições que lhe diminuem as mulheres enquanto sujeito.
Somente a partir do negacionismo da visão machista e patriarcal amplia-se as reflexões acerca do “ser mulher” e da maternidade compulsória, termo trazido por Simone de Beauvoir sobre o questionamento da maternidade como instrumento de dominação do sexo masculino sobre o feminino, de modo que a maternidade servia para delimitar o lugar das mulheres: em casa, cuidando dos filhos. (20)
Contextualizando o entendimento das entrevistadas sobre essa realidade, foi questionado acerca do significado do termo romantização da maternidade:
É as pessoas que enfeitam e dizem que é o momento mais feliz da vida da mulher, mas nunca mostram o lado difícil e cansativo. (P5)
Eu acho que romantização é as pessoas que só falam só das coisas boas e lindas, né? Comigo eu não diria que está sendo ruim, mas que é difícil é, realidade é dura! (P10)
É possível observar, que as entrevistadas não apenas tinham compreensão do que tratava o significado do termo, como também relataram sentir na pele o peso negativo da maternidade romantizada.
A visão romantizada pode acarretar, sobretudo, em sentimento de impotência na mulher, levando-a a uma busca obsessiva pela perfeição inalcançável. A ideia de que o amor materno é inato à figura feminina é passado de geração em geração como verdade absoluta, estabelecendo regras no comportamento materno, fazendo as mulheres conviverem até os dias atuais com o temor de não serem capazes de exercerem seu novo papel, o de mãe. (25)
No imaginário coletivo a maternidade é colocada como algo sublime, bebês risonhos, amamentação espontânea, afastando-se cada vez mais da realidade vivida. Essa idealização e naturalização, reduz muitas vezes a figura feminina a obrigação da existência do instinto materno, despertando, assim, sofrimento por parte dessas mães:
Tem dias que eu choro por conta de como é difícil cuidar do bebê, eu não consigo dormir direito, ele sempre chora, além das minhas dores, nem me cuidar eu consigo mais! (P8)
A gente vê na internet as mulheres tão plenas, mas ali é fachada, eu mesma não consigo se quer tomar um banho direito. Isso me deixa pra baixo! (P9)
Me cobram pra fazer coisas que normalmente não consigo, tem que tá sempre feliz em ser mãe. Isso me frustra, sabe? (P12)
É como se a mãe não sofresse, não pode reclamar, não pode chorar. Isso é uma das coisas que me deixa mais triste! (P13)
É possível perceber a angústia das entrevistadas frente a realidade vivenciada. Fato este, que pode ser justificado pelo modo como se difunde que a maternidade, impedindo que se discutam questões reais do cotidiano da mulher mãe, o que gera uma expectativa que não corresponde à realidade na maioria das vezes. Logo, essas questões tornam-se um tabu, o que silencia as mães na gestação e após o puerpério. (27)
É válido ressaltar, que outro fator potencializador na propagação desses discursos são as esferas midiáticas, que ditam regras e padrões de como deve ser mãe e de como a mulher deve ser para se tornar mãe, através de uma perspectiva fantasiosa e distorcida sobre a realidade do parto, aleitamento e outros processos da maternidade, fazendo com que muitas mulheres que não tenham as mesmas. (25)
Nesse contexto, a importância das mulheres resgatarem a autonomia sobre seu corpo, sobretudo, nas suas experiências ao tornar-se mãe. Desconstruir toda e qualquer imposição ou ideação social implicará em uma maternidade mais leve e prazerosa. (28)
Contudo, é necessário compreender que a maternidade é uma experiência única, com particularidades singulares a cada mulher, família e contexto social. No entanto, não existe nenhum parâmetro que mensure o quão “ruim” ou “boa” cada mãe é, em vista disso, é preciso romper com o modelo imposto culturalmente, que exclui a possibilidade da coexistência de sentimentos ambivalentes em momentos de alegria, bem como de dor, tristeza e muitas vezes arrependimento. (27)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As falas de mulheres fortes, mães, nordestinas puderam ganhar visibilidade. Suas experiências relatas demonstraram a importância da continuidade na luta por igualdade de gênero dentro das responsabilidades após o advento de um filho. No entanto, a sociedade ainda é alicerçada em estrutura machista e patriarcal, em vista disso, grande parte das experiências relatadas sobre as consequências da romantização da maternidade, nos levam a compreender que ser mãe não é falar de um paraíso unicamente perfeito, mas sim, falar em dificuldades, emoções e dores que geralmente são silenciadas ou não são ouvidas.
A romantização da maternidade é uma forma de descaracterizar as mulheres, pois, se impõe socialmente exigências sobre o que é “ser mãe”, além de enquadrarem em um padrão de comportamento. A representação do que se instituiu como perfil materno ideal, leva muitas mulheres a assumirem culpa caso não consigam atingir as cobranças sociais presentes inclusive em seu âmbito familiar. Esse discurso moralizador, mesmo nos dias atuais, ainda cobra das mulheres amor e cuidados incondicionais com seus filhos.
São inúmeras as pressões sofridas sobre o modo correto de agir, se vestir, orientação sexual, idade certa para ser mãe, condutas no parto e aleitamento, dentre tantas outras cobranças de abdicação materna difundidas na sociedade. Assim, todas as experiências devem ser respeitadas e valorizadas, sendo um direito da mulher viver esse momento conforme seu próprio desejo.
Compreende-se que ainda há, um longo caminho a ser trilhado na desconstrução desses preceitos, no entanto, sob qualquer circunstância, a mulher necessita de apoio e suporte das pessoas mais significantes da sua vida, bem como da atenção e atuação da equipe de saúde que participará de todo o percurso no pré-natal e puerpério.
Contextualizando as informações supracitadas, enfatiza-se a importância científica, social e profissional desse estudo, tendo em vista que irá subvencionar ferramentas para um cuidado mais holístico direcionado as mulheres que sofrem com as expectativas e cobranças sociais, através de um perfil romantizado da maternidade.
REFERÊNCIAS
1 Silva EAT. Gestação e preparo para o parto: programas de intervenção. O Mundo da Saúde [Internet]. 2013 [citado 2022 Jul 9];37(2):208-15. Disponível em: https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/444/386
2 Moraes LF. Representação social da gravidez em mulheres primigestas assistidas no ambulatório pré-natal da maternidade escola da universidade federal do Rio de Janeiro. Jardim Goiás: Monografias Brasil Esc., 2016. Disponível: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/enfermagem/representacao-social-gravidez-mulheres-primigestas-assistidas.htm
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6 Carneiro LF. O papel social das mulheres. Revista Mais. Set, 2017. Disponível em: http://www.revistamais.com/materias/o-papel-social-das-mulheres
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10 Azevedo RA. “Amo meu filho, mas odeio ser mãe” Reflexões sobre a ambivalência na maternidade contemporânea. [monografia]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2017. Especialização em Psicologia.
11 Podranov CC, Freitas EC. Metodologia do Trabalho Cientifico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo – RS: Universidade Feevale; 2013. Disponível em: https://www.feevale.br/Comum/midias/0163c988-1f5d-496f-b118-a6e009a7a2f9/E-book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf
12 Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Revista Atlas; 2010.
13 Minayo MCS. Análise qualitativa: teoria, passos e fidedignidade. Revista Ciência & Saúde Coletiva [Internet]. 2012[citado 2022 Jul 9];17(3):621-26. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/39YW8sMQhNzG5NmpGBtNMFf/?format=pdf&lang=pt
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18 Ministério da Saúde (BR). Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. DOU: ed. 98, s. 1, p. 44-6; 2016.
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