ARTIGO REVISÃO
DESAFIOS NO ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE POR PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA
CHALLENGES IN ACCESSING HEALTH SERVICES BY PEOPLE WITH DISABILITIES: INTEGRATIVE REVIEW
DESAFÍOS EN EL ACCESO A LOS SERVICIOS DE SALUD DE LAS PERSONAS CON DISCAPACIDAD: REVISIÓN INTEGRATIVA
1Francisco Jardsom Moura Luzia
2Neucilia Oliveira Silva
3Josemara Barbosa Carneiro Lucas de Sousa Silva
4Luana Costa Rodrigues
5Monaliza Ribeiro
6Mariano Grimaldi
7Paula Marciana Pinheiro de Oliveira
[1] Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Brasil. ORCID: 0000-0002-8386-6103
2 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Brasil. ORCID: 0000-0002-5674-5760
3 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Brasil. ORCID: 0000-0003-4650-9809
4 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Brasil. ORCID: 0000-0002-5801-1875
5 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Brasil. ORCID: 0000-0003-3233-2037
6 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Brasil. ORCID: 0000-0002-8718-4783
7 Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Brasil. ORCID: 0000-0001-9091-0478
Autor correspondente
Francisco Jardsom Moura Luzia
Rua Santos Dumont n° 442, Centro, Redenção-Ce, CEP: 62790-000, (85)98959-4312
E-mail: jardsommouraenf@aluno.unilab.edu.br.
Submissão: 02-05-2023
Aprovado: 09-10-2022
RESUMO
Objetivo: Investigar quais os principais desafios enfrentados pelas Pessoas com Deficiência no acesso aos serviços de saúde entre 2010 entre 2020. Método: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, com coleta de dados, produzido com base em fontes secundárias. Foram investigadas as bases SciELO, LILACS, CINAHL, SCOPUS e MEDLINE. Os descritores utilizados foram: “Pessoas com Deficiência”; “Barreiras ao Acesso aos Cuidados de Saúde”; “Serviços de Saúde”. Resultados: Nas buscas foram encontrados 1.859 artigos no total. Após análise, 21 artigos fizeram parte da amostra final a ser analisada. Discussão: Os achados foram divididos em três categorias para análise: 1. Atitude dos profissionais no atendimento às Pessoas com Deficiência; 2. Comunicação entre profissionais e Pessoas com Deficiência; 3. Arquitetura, transporte e acessibilidade aos serviços de saúde. Conclusão: Conclui-se que são muitos os desafios na utilização dos serviços de saúde por Pessoas com Deficiência, necessitando de mudanças para promoção da saúde dessas pessoas.
Palavras-Chave: Pessoas com Deficiência; Acessibilidade; Barreiras ao Acesso aos Cuidados de Saúde; Vulnerabilidade em Saúde; Saúde da Pessoa com Deficiência.
ABSTRACT
Objective: To investigate the main challenges faced by People with Disabilities in accessing health services between 2010 and 2020. Method: This is an integrative literature review study, with data collection, produced based on secondary sources. The SciELO, LILACS, CINAHL, SCOPUS and MEDLINE databases were investigated. The descriptors used were: “People with Disabilities”; “Barriers to Access to Health Care”; “Health Services”. Results: In the searches, 1,859 articles were found in total. After analysis, 21 articles were part of the final sample to be analyzed. Discussion: The findings were divided into three categories for analysis: 1. Attitude of professionals in caring for People with Disabilities; 2. Communication between professionals and People with Disabilities; 3. Architecture, transport and accessibility to health services. Conclusion: It is concluded that there are many challenges in the use of health services by People with Disabilities, requiring changes to promote the health of these people.
Keywords: Disabled People; Accessibility; Barriers to Access to Health Care; Health Vulnerability; Health of Persons with Disabilities.
RESUMEN
Objetivo: Investigar los principales desafíos enfrentados por las Personas con Discapacidad en el acceso a los servicios de salud entre 2010 y 2020. Método: Se trata de un estudio integrador de revisión bibliográfica, con recolección de datos, producidos a partir de fuentes secundarias. Se investigaron las bases de datos SciELO, LILACS, CINAHL, SCOPUS y MEDLINE. Los descriptores utilizados fueron: “Personas con Discapacidad”; “Barreras para el Acceso a la Atención de la Salud”, “Servicios de Salud”. Resultados: En las búsquedas se encontraron 1.859 artículos en total. Después del análisis, 21 artículos formaron parte de la muestra final a analizar. Discusión: Los hallazgos fueron divididos en tres categorías de análisis: 1. Actitud de los profesionales en el cuidado de las Personas con Deficiencia; 2. Comunicación entre profesionales y Personas con Discapacidad; 3. Arquitectura, transporte y accesibilidad a los servicios de salud. Conclusión: Se concluye que existen muchos desafíos en el uso de los servicios de salud por parte de las Personas con Discapacidad, requiriendo cambios para promover la salud de estas personas.
Palabras clave: Personas con Deficiencia; Accesibilidad; Barreras al Acceso a la Atención de la Salud; Vulnerabilidad en Salud; Salud de las Personas con Discapacidad.
INTRODUÇÃO
A deficiência é definida como qualquer impedimento de natureza física, sensorial, mental ou intelectual que, somadas às barreiras existentes no contexto dos quais estão inseridos, podem promover impedimentos para participação irrestrita nas atividades e no processo de interação social com os demais componentes da sociedade, atenuando problemas pertinentes e de responsabilidade do poder público. Considerando isso, essa pode ser classificada como: auditiva, visual, física, intelectual ou deficiência múltipla (1).
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de um bilhão de pessoas no mundo vivem com alguma modalidade de deficiência (2). Nos países da União Europeia evidencia-se um quantitativo geral de cerca de 87 milhões de pessoas, percentual semelhante ao do continente africano e da América Latina e Caribe, de 84 e 85 milhões respectivamente (3-4-5). Consoante a esses dados, no Brasil, 8,4% se encaixam nos requisitos da definição de Pessoa com Deficiência e consideram ter um ou mais de um dos tipos, com destaque para motora de membros superiores e inferiores (6,5%) e visual (3,4%) (6)
Apesar do quantitativo significativo, muitos desafios estão incorporados a adoção de estratégias que promovam a acessibilidade e inclusão, principalmente no que se refere às populações que apresentam vulnerabilidades sociais, institucionais e características individuais que dificultam o processo de promoção da saúde, como as Pessoas com Deficiência (7).
Alguns obstáculos são mencionados quando se trata da utilização dos serviços de saúde por essas pessoas. O Estatuto da Pessoa com Deficiência considera que qualquer comportamento, impedimento ou atitude que impeça a utilização, participação social e o livre exercício dos direitos desse público seja considerado barreira. Além disso, o mesmo documento ainda cita os seguintes exemplos: urbanísticas, arquitetônicas e de transporte, de comunicação, atitudinais e tecnológicas (1).
Em virtude das condições intrínsecas a deficiência, as necessidades de saúde são singulares e necessitam de acompanhamento e atenção adequada em todos os níveis assistenciais, no entanto, essas demandas em alguns casos não são sanadas, seja por aspectos relacionados a formação profissional, seja por carências estruturais dos sistemas de saúde que impossibilitam a assistência integral ao público (8-9-10).
No concernente ao acesso, a Pesquisa Nacional de Saúde refere que das mais de 17 mil pessoas com deficiência que participaram da pesquisa, apenas um pouco mais de 4 mil receberam cuidados de reabilitação no Sistema Único de Saúde. Essa baixa procura pode ter relação direta com a prevalência de obstáculos que impactam diretamente na realização de assistência integral, considerando os padrões terapêuticos singulares de cada indivíduo na sua dimensão biopsicocultural (6).
Sendo assim, conhecer os principais desafios no acesso do público aos processos assistenciais corrobora para a implementação de estratégias que visem a adoção de melhorias que garantam a integralidade das ações e promovam a busca pelos serviços. Além disso, possibilita aos profissionais a identificação de fragilidades e potencialidades envolvidas no seu processo de trabalho voltados à Pessoa com deficiência.
Com isso, o presente estudo tem como objetivo investigar quais os principais desafios enfrentados pelas Pessoas com Deficiência no acesso aos serviços de saúde entre 2010 entre 2020.
MÉTODOS
Tratou-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, com coleta de dados, produzido com base em fontes secundárias, por intermédio de levantamento bibliográfico. Esse tipo de estudo objetiva sintetizar o resultado de pesquisas sobre determinado tema de maneira sistemática. A partir da síntese dos resultados encontrados nos estudos, torna-se possível a discussão crítica dos achados e a adoção de estratégias que poderão impactar diretamente na prática diária nos serviços de saúde (11).
Para a realização desse estudo de revisão integrativa foram seguidas as seis etapas propostas por Mendes, Silveira e Galvão, 2008 que são: 1) Identificação do tema e elaboração da questão de pesquisa; 2) Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão dos estudos; 3) categorização dos estudos selecionados; 4) Avaliação dos estudos; 5) Análise e interpretação dos resultados e 6) Apresentação da revisão e síntese do conhecimento (12).
Para o estudo, formulou-se a seguinte questão de pesquisa: Quais os principais desafios encontrados na literatura, no acesso aos serviços de saúde por Pessoas com Deficiência na década (2010-2020)?
A busca dos artigos foi realizada entre os meses de Novembro e Dezembro de 2020, por meio das bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Cummulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (MEDLINE) ,SCOPUS e do buscador eletrônico Scientific Electronic Library Online (SciELo). A ampliação do número de bases consultadas minimiza possíveis vieses durante a realização da pesquisa.
Para a realização das buscas foi utilizado a estratégia PICo, por se tratar de um método que possui uma sensibilidade para junção de estudos que trabalham os fenômenos sociais, com foco nas experienciais humanas, eixo principal desse estudo, sendo P (População), I (Fenômeno de interesse) e Co (Contexto) (13).
Após foram delimitados os descritores (DECS/MESH): Pessoas com Deficiência (P), Barreiras ao Acesso aos Cuidados de Saúde (I) e Serviços de Saúde (Co). Com base nos descritores foram delimitadas estratégias de busca com os seguintes cruzamentos: PxIxCo, PxI e PxCo, chegando a um total de 1.859 estudos encontrados. Optou-se pela realização dos três cruzamentos nas buscas pela possibilidade de alcance de mais estudos para a amostra. Para a composição das estratégias de busca foram utilizadas às versões em inglês e espanhol dos descritores presentes no site Descritores de Ciências da Saúde (DeCS) e o operador booleano “AND”.
Quadro 1- Estratégias de Busca PICo
Bases/Portal de Dados |
Estratégias de Busca |
Total |
||
PxIxCo “(Pessoas com Deficiência; Disabled persons; Personas com discapacidad) AND (Barreiras ao Acesso aos Cuidados de Saúde; Barriers to Access of Health Services; Barreras de Acceso a los Servicios de Salud) AND (Serviços de saúde; Health Services; Servicios de Salud)” |
PxI “(Pessoas com Deficiência; Disabled persons; Personas com discapacidad) AND (Barreiras ao Acesso aos Cuidados de Saúde; Barriers to Access of Health Services; Barreras de Acceso a los Servicios de Salud)” |
PxCo “(Pessoas com Deficiência; Disabled persons; Personas com discapacidad) AND (Serviços de saúde; Health Services; Servicios de Salud)” |
||
Scielo |
5 |
18 |
23 |
46 |
Lilacs |
3 |
89 |
116 |
208 |
Medline/ Pubmed |
2 |
51 |
607 |
660 |
Cinahl |
6 |
85 |
152 |
243 |
Scopus |
6 |
347 |
349 |
702 |
Total |
1.859 |
Fonte: Autores.
Os critérios de inclusão definidos, para a presente revisão integrativa, foram: Artigos publicados nos últimos 10 anos (2010-2020), por se tratar da necessidade de compreensão desses fenômenos no contexto atual de saúde e da inserção de um número maior de estudos, visto que delimitações temporais menores limita a quantidade de estudos inseridos. Além disso, esse período compreende os anos posteriores a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (2007). Foram inseridos também estudos nos idiomas inglês, português e espanhol pela escassez de estudos em português, que abordassem a temática de Pessoas com Deficiência e as barreiras de acesso aos serviços de saúde. Foram excluídos da pesquisa outros estudos de Revisão Integrativa e Sistemática, relatos de experiência e de casos, editoriais, artigos reflexivos e os artigos em duplicidade.
A análise dos artigos selecionados foi feita de forma descritiva, para facilitar a síntese das informações por meio de um quadro sinóptico que continha as seguintes informações: Nome do(s) autor(es), título do artigo, ano de publicação, idioma, país de origem, os tipos de deficiência e as principais barreiras enfrentadas pelas Pessoas com Deficiência relatadas pelos estudo que permitiram reunir o conhecimento elaborado sobre a temática abordada na revisão e discutir à luz da literatura científica os principais achados.
Por se tratar de uma pesquisa que utiliza apenas dados referentes a fontes secundárias e disponíveis para a consulta do público, não foi necessária aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa para realização.
RESULTADOS
Após a realização das buscas nas bases de dados, e aplicação dos filtros para inclusão e exclusão, foram encontrados 1.859 estudos que estariam possivelmente relacionados com a questão de pesquisa proposta. Posteriormente, os artigos foram analisados no programa Rayyan, onde foi realizada a exclusão por título e resumo por dois dos autores e caso houvesse divergência um terceiro autor também participava da análise, resultando num total de 322 artigos para leitura completa. Em seguida observou-se com a leitura na íntegra que apenas 21 estudos se enquadraram nos critérios pré-definidos e passaram a compor a amostra final a ser discutida nesse estudo.
Figura 1- Fluxograma detalhado da seleção dos artigos incluídos no estudo (PRISMA-2020). Ano, 2010-2020.
Fonte: Autores.
Na análise da produção científica voltada para as principais barreiras encontradas pelas Pessoas com Deficiência no acesso aos serviços de saúde foram selecionados vinte e um artigos para a construção da presente revisão. Os artigos selecionados estão sintetizados no quadro sinóptico abaixo.
Quadro 1 – Caracterização dos artigos leva selecionados para a pesquisa.
N° do Artigo |
Título do Artigo |
Tipo de Estudo/ Nível de Evidência |
Autores/Ano/País/Língua |
01 01 |
Challenges in accessing sexual and reproductive health services by people with physical disabilities in Kampala, Uganda. |
Estudo Qualitativo/V |
Ahumuza et al. (14)/2014/Uganda/ Inglês |
02 |
Meeting the healthcare needs of adults on the autism spectrum. |
Estudo Qualitativo/V |
Barber (15)/ 2017/Grã-Bretanha/Inglês |
03 |
Disability and physical and communication-related barriers to health care related services among Florida residents: A brief report. |
Estudo Qualitativo/ V |
Bauer et al. (16) /2016/ Estados Unidos/ Inglês |
04 |
Percepção da pessoa surda acerca da assistência à saúde em um município de médio porte: estudo descritivo-exploratório |
Estudo descritivo-exploratório/ IV |
Bentes, Vidal, Maia (17). /2011/ Brasil/Português |
05 |
Acesso aos serviços de saúde por mães cegas: dos enfrentamentos aos ensinamentos |
Estudo Qualitativo |
Bezerra et al. (18)/ 2020/ Brasil/ Português |
06 |
Acessibilidade da pessoa surda à rede pública de serviços de saúde |
Estudo Qualitativo |
Oliveira et al. (19)/2015/Brasil/ Português |
07 |
Health service accessibility for the visually impaired |
Estudo Qualitativo |
Medeiros et al. (20)/2017/ Brasil/ Inglês |
08 |
Are maternal healthcare services accessible to vulnerable group? A study among women with disabilities in rural Nepal. |
Estudo Qualitativo |
Devkota, Murray, Kett, Groce (21)/ 2018/ Nepal/ Inglês |
09 |
Perceived Barriers for Accessing Health Services among Individuals with Disability in Four African Countries. |
Estudo Qualitativo |
Eide et al. (22) /2015/ Sudão, Namíbia, Malawi e África do Sul/ Inglês |
10 |
Challenges Women with Disability Face in Accessing and Using Maternal Healthcare Services in Ghana: A Qualitative Study. |
Estudo Qualitativo |
Ganle et al. (23)/ 2016/ Gana/ Inglês |
11 |
They must understand we are people: Pregnancy and maternity service use among signing Deaf women in Cape Town. |
Estudo Qualitativo |
Gichane, Heap, Fontes, London (24)/ 2017/ Africa do Sul/ Inglês |
12 |
Physical Accessibility of Routine Prenatal Care for Women with Mobility Disability |
Estudo Qualitativo |
Iezzoni, Wint, Smeltzer, Ecker (25)/ 2015/ Estados Unidos/ Inglês |
13 |
Breast and cervical cancer screening for women with physical disabilities: A qualitative study of experiences and barriers. |
Estudo Qualitativo |
Kilic, Tastan, Guvenc, Akyuz (26) /2019/ Turquia/ Inglês |
14 |
'We both just wanted to be normal parents': a qualitative study of the experience of maternity care for women with learning disability. |
Estudo Qualitativo |
Malouf et al. (27)/ 2017/ Reino Unido/ Inglês |
15 |
Pregnancy among women with physical disabilities: Unmet needs and recommendations on navigating pregnancy. |
Estudo Qualitativo |
Mitra et al. (28) /2016/ Estados Unidos/ Inglês |
16 |
This one will delay us: barriers to accessing health care services among persons with disabilities in Malawi. |
Estudo Qualitativo |
Munthali et al. (29)/ 2019/ Malawi/ Inglês |
17 |
Reproductive Health Care Experiences of People with Physical Disabilities in Vietnam. |
Estudo Qualitativo |
Nguyen, Liamputtong, Horey. (30)/2019/ Vietnã/ Inglês |
18 |
Experiences of Austrian mothers with mobility or sensory impairments during pregnancy, childbirth and the puerperium: a qualitative study. |
Estudo Qualitativo |
Schildberger , Zenzmaier, König-Bachmann. (31) /2017/ Áustria/ Inglês |
19 |
Interactions of people with disabilities and nursing staff during hospitalization: A qualitative study finds that people with disabilities often feel unsafe and poorly communicated with in hospitals |
Estudo Qualitativo |
Smeltzer, Avery , Haynor.(32)/ 2012/ Estados Unidos/ Inglês |
20 |
We don't know. We've never had anybody like you before: Barriers to perinatal care for women with physical disabilities. |
Estudo Qualitativo |
Tarasoff.(33) /2017/ Canadá/ Inglês |
21 |
Acessibilidade do adolescente com deficiência auditiva aos serviços de saúde |
Estudo Qualitativo |
Thomaz et al. (34)/ 2019/ Brasil/ Português |
Fonte: Autores.
Dos 21 artigos analisados, prevaleceram os anos de 2016 com 6 (28,5%) publicações e 2019 com 4 (19%). Em relação aos idiomas dos estudos analisados, 90,9% destes (n=17) encontravam-se disponíveis em inglês na sua versão original, e 10,1% (n=4) em idioma português. Não foram encontrados estudos em língua espanhola, apesar de alguns estarem disponíveis para consulta no idioma em versões traduzidas.
Em relação ao local de realização das pesquisas, observou-se uma predominância de pesquisas no continente americano (n=10; 47,6%), com destaque para o Brasil cinco (23,8%). Além disso, fazem parte da amostra pesquisas realizadas no continente africano cinco (23,8%), no continente asiático três (14,3%) e no continente europeu três (14,3%). Vale destacar ainda que a maioria dos estudos apresentam como metodologia a pesquisa qualitativa, sendo o nível de evidência V.
Quadro 2 – Caracterização dos resultados e tipos de deficiência presentes nos artigos selecionados.
N° do Artigo |
Resultados |
Tipo de Deficiência |
01 01 |
Atitudes dos prestadores de serviços, longas filas em unidades de saúde, unidades de saúde distantes, altos custos dos serviços envolvidos, estruturas físicas hostis e a percepção de que as PcD devem ser assexuados. |
Física |
02 |
Comunicação verbal com os profissionais e de adaptação a ambientes com excesso de luz e sons. |
Intelectual |
03 |
Locomoção até as unidades, barreiras de comunicação com os provedores, dificuldades para entrar nas salas e se locomover para a mesa de exames. |
Auditiva, Visual, Física e Intelectual |
04 |
Comunicação e necessidade de tradutor, ausência de conhecimento dos profissionais da Língua Brasileira de Sinais. |
Auditiva |
05 |
Prestação de assistência dos profissionais durante o pré-natal e o puerpério; Ausência de orientações sobre cuidados com o bebe e trabalho de parto. |
Visual |
06 |
Comunicação e necessidade de tradutor, ausência de conhecimento dos profissionais da Língua Brasileira de Sinais. |
Auditiva |
07 |
Locomoção até as unidades, comunicação com os profissionais e ausência de acessibilidade nas unidades |
Visual |
08 |
Acessibilidade e locomoção, comunicação durante as consultas de pré-natal e ausência de apoio durante o parto e puerpério. |
Auditiva, Visual, Física e Intelectual |
09 |
Transporte, falta de serviços disponíveis, medicamentos ou equipamentos inadequados e o custo da visita. |
Auditiva, Visual, Física e Intelectual |
10 |
Acessibilidade dentro das unidades, comunicação com os profissionais prejudicada pela deficiência e falta de empatia dos profissionais, vivenciadas durante a gravidez. |
Física, Visual e Auditiva |
11 |
Comunicação com os profissionais de saúde durante as consultas de pré-natal, trabalho de parto e puerpério. |
Auditiva |
12 |
Acessibilidade de mesas e balanças para as consultas de pré-natal e insegurança na transferência para camas ou mesas de exames. |
Física |
13 |
Estruturais de acessibilidade das unidades e atitudinais quanto a realização dos exames de mama e de colo do útero. |
Física |
14 |
Comunicação e interpretação das orientações dos profissionais sobre a maternidade, diferença de tratamento e julgamento dos prestadores de assistência |
Intelectual |
15 |
Acessibilidade durante os exames nas consultas de pré-natal principalmente na aferição de peso. |
Física |
16 |
Transporte para instalações de saúde, terrenos acidentados e inundação de rios durante a estação chuvosa, desafios de comunicação e atitude inadequada dos provedores de saúde. |
Auditiva, Visual, Física e Intelectual |
17 |
Atitudes dos profissionais e ausência de orientações sobre contracepção por ser Pessoa com Deficiência. |
Física |
18 |
Comunicação e atitudinais pela falta de apoio e confiança em suas habilidades parentais. |
Física |
19 |
Comunicação considerando apenas o que era dito por terceiros; Ausência de conhecimento e falta de sensibilidade dos profissionais sobre as particularidades de cada deficiência. |
Auditiva, Visual, Física e Intelectual |
20 |
Ambientais, Atitudes negativas dos profissionais, Falta de conhecimento e experiência, Falta de comunicação e colaboração e mal-entendidos sobre a deficiência e necessidades relacionadas à deficiência. |
Física |
21 |
Atitudes dos profissionais e relatos de preconceito e indiferença vivenciados dentro dos serviços de saúde, somados a dificuldade que os profissionais têm em comunicar-se com os surdos. |
Auditiva |
Fonte: Autores.
No que se refere aos tipos de deficiência encontrados na amostra analisada, oito (38%) trouxeram barreiras encontradas por Pessoas com Deficiência Física, seguidos pelas deficiências auditivas cinco (23,8%), visual e intelectual dois (9,5%) cada. Além disso, cinco (23,8%) dos artigos, evidenciaram a percepção de pessoas de todas as categorias de deficiência.
Após leitura e análise dos artigos selecionados para compor a amostra da revisão, dividiram-se os principais desafios nas seguintes categorias: Atitudes dos Profissionais, Comunicação entre profissional e Pessoa com Deficiência, Arquitetura, Transporte e Acessibilidade.
Quadro 3 – Distribuição dos artigos, conforme numeração no quadro 1, para a composição das categorias de análise.
Categorias dos achados |
N° de referência dos artigos no quadro sinóptico |
Atitude dos Profissionais |
01,05,10,14,16,17,18,19,20,21 |
Comunicação entre profissional e Pessoa com Deficiência |
02,03,04,06,07,08,10,11,14,16,18,19,20,21 |
Arquitetura, Transporte e Acessibilidade. |
01,02,03,07,08,09,10,12,13,15,16,20 |
Fonte: Autores.
DISCUSSÃO
Atitude dos profissionais no atendimento às Pessoas com Deficiência
Consoante o Estatuto da Pessoa com Deficiência, as barreiras atitudinais estão relacionadas a comportamentos e atitudes que impactem diretamente na participação social dessas pessoas em igualdade de oportunidades e condições que as pessoas que não possuem nenhum tipo de deficiência (1). Sabendo disso, qualquer ato de julgamento ou atitudes que causem constrangimento e impossibilitem a participação plena desse público nas decisões voltadas ao seu processo saúde-doença, poderá ser considerado barreira atitudinal (18-29).
Dentre os diversos fatores que podem impactar diretamente na participação do público nos serviços de saúde, as atitudes dos prestadores de serviço, no que se refere ao acolhimento e a realização de consultas, aparecem com frequência nos estudos, discutidas como causadoras, muitas vezes, de experiências desagradáveis que desestimulam o retorno e surgem como importantes barreiras no acesso aos serviços (32-33).
Nos estudos selecionados, observaram-se relatos de mulheres com deficiência, principalmente física, visual e auditiva, que durante as consultas de pré-natal sentiam-se incapazes de desempenharem suas funções parentais devido às limitações da deficiência, além dos julgamentos e falas relacionadas a incapacidade de prosseguir os nove meses de gestação e de terem parto normal (14-23). Além disso, relatos sobre as questões de sexualidade também surgem como barreiras importantes, já que alguns profissionais, por questões de estigma, consideram essas pessoas como assexuadas, deixando de realizar orientações sobre métodos contraceptivos e não considerando as suas escolhas (30-31).
No que se refere às Pessoas com Deficiência Intelectual, pôde-se observar argumentos relacionados à dificuldade de interpretação das informações durante as consultas e a falta de empatia dos profissionais quanto às considerações das particularidades da deficiência, levando a falhas de comunicação e de garantia do acesso às atividades de educação e promoção da saúde e, a realização de consultas em ambientes conturbados e barulhentos, muitas vezes inacessíveis para pessoas com esse tipo de deficiência (27).
Um estudo de revisão que realizou uma análise bibliométrica sobre os padrões sexuais de Pessoas com Deficiência constatou que devido às barreiras atitudinais de profissionais e familiares, os indivíduos com limitações intelectuais importantes normalmente se informam com amigos e optam por relações sexuais escondidas e sem a utilização de preservativo (35). Com isso, os profissionais de saúde apresentam papel importante na educação sexual e conscientização quanto ao uso de métodos contraceptivos.
Diante disso, pode-se observar que a maioria dos estudos sugere que os profissionais devem buscar a obtenção, em sua totalidade, de conhecimentos relacionados a individualidade e particularidade de cada tipo de deficiência para que através disso possam adotar posturas adequadas e eficientes na prestação de assistência ao público, de modo que estigmas, percepções pessoais e comportamentos discriminatórios possam dar lugar a conhecimentos científicos e a um atendimento integral das necessidades dessas pessoas.
Estudo que objetivou avaliar as barreiras atitudinais no atendimento às Pessoas com Deficiência constatou que os profissionais envolvidos na assistência não se sentiam confortáveis para desenvolverem suas ações por não terem conhecimentos relacionados ao público, sugerindo a necessidade de estratégias de educação continuada (36).
Sendo assim, a realização de capacitações e cursos de educação continuada voltadas a temática, para os profissionais que prestam assistência a essa população ou sobre livre demanda nos serviços de saúde, devem fazer parte do plano de gestão das secretarias responsáveis, de modo que a integralidade da assistência possa ser garantida conforme recomendam as políticas de saúde vigentes.
Comunicação entre profissionais e Pessoas com
Deficiência
Os desafios de comunicação foram as mais citadas
dentre os artigos selecionados. Independentemente do tipo de deficiência e do
país de realização do estudo, o processo de comunicação entre os profissionais
de saúde gera uma série de situações que dificultam a realização de consultas e
a execução de orientações voltadas à promoção e educação em saúde. Sendo a
comunicação o principal meio para a troca de conhecimentos e informações. A
fragilidade desse processo pode afetar diretamente na qualidade dos serviços
ofertados (20-21).
Dentre as principais dificuldades de comunicação percebidas e evidenciadas pelos estudos podemos destacar a ausência de conhecimento da Língua de Sinais por parte dos profissionais nos diferentes contextos de investigação. Por não se tratar de um módulo obrigatório em boa parte dos cursos de graduação e a não configurar como um requisito para atuação nos serviços, poucos profissionais possuem essa habilidade de comunicação (17).
Apesar de não estarem nos currículos de formação, pesquisa realizada com profissionais de uma Unidade de Pronto Atendimento reforçou que os profissionais consideram o aprendizado da Lingua de Sinais como indispensável para a promoção de melhorias na assistência a saúde de Pessoas com Deficiência auditiva, além de aprimoramento de suas capacidades profissionais (37).
Em casos que necessitam se comunicar com pessoas com deficiência auditiva, recorrem a familiares, mímica ou escrita para conseguirem prestar assistência. Um estudo ainda relata a ausência de tradutores e intérpretes de libras nas unidades, o que dificulta ainda mais esse processo (19).
Outro desafio percebido e relatado pelas Pessoas com Deficiência é o fato de não serem instigadas durante os diálogos, mesmo estando presentes no ambiente, pois os profissionais consideram apenas o que é relatado por familiares ou cuidadores, deixando-os de lado de todo processo assistencial e decisório, atenuando também as barreiras comportamentais como já foi relatado (16-23-27).
Pesquisa que avaliou a acessibilidade dos serviços sob a perspectiva da Pessoa com Deficiência, evidenciou falas sobre a atitude de profissionais frente às mesmas, que em algumas situações fazia-se necessário a realização de uma intervenção para que as falas fossem direcionadas a elas e não ao acompanhante, gerando desconfortos e potencializando os obstáculos (38).
Além disso, foram mencionados dificuldades de compreensão das orientações durante as consultas, principalmente entre pessoas com deficiência auditiva e visual, que nos casos das consultas de pré-natal e ginecológicas mencionaram a ausência de informações devido à comunicação ineficaz e inadequada por parte dos profissionais, não sendo solucionados os problemas e sancionadas as dúvidas referentes a todo processo de trabalho de parto, amamentação, cuidados com o bebê e outras relacionadas a métodos contraceptivos e a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (15-24)
Para que essas dificuldades sejam sanadas, pesquisa que avaliou barreiras e facilitadores a comunicação para pessoas com déficits sensoriais explicitou a necessidade de profissionais capacitados para realizar o acolhimento seria um importante facilitador no processo assistencial, o que não acontece na maior parte dos serviços (39).
Com base nisso, os estudos recomendam que a comunicação entre os prestadores de assistência e as Pessoas com Deficiência sejam facilitados a partir da capacitação dos profissionais quanto a linguagem utilizada e alternativas para que esse processo seja facilitado e ocorra com fluidez e responsabilidade. Diminuindo as barreiras de comunicação, tornando o processo assistencial mais seguro, eficaz e, conseguirá abranger todas as necessidades dos usuários com deficiência.
Arquitetura, transporte e acessibilidade aos serviços de saúde
Pessoas com Deficiência podem enfrentar desafios de acessibilidade substanciais para acessarem integralmente os serviços de saúde. Pisos inadequados, ausência de rampas, ambientes de consulta inacessíveis com carência de mesas de consulta ajustáveis e balanças acessíveis, são citados nos estudos e já fazem parte da rotina dessas pessoas e aparecem como importantes questões a serem consideradas pelos gestores responsáveis pelas unidades de saúde e pelos profissionais que atuam diretamente na assistência (25).
Dentre os de transportes mencionados podemos citar a distância das unidades de saúde e a necessidade da utilização, em alguns casos, de mais de um transporte para o acesso aos serviços, promovendo custos onerosos aos usuários. Além disso, as cheias de rios durante as estações chuvosas e terrenos acidentados também foram citados como fatores que dificultam ainda mais o comparecimento de Pessoas com Deficiência, principalmente física e visual aos serviços de saúde (14,16,29).
Investigação que avaliou a acessibilidade a unidades básicas de saúde constatou como insatisfatórias as vias públicas de acesso que não dispunham de sinalização de obras, faixas de pedestre e semáforos, presença de buracos e pisos desnivelados, achados que configuram como importante desafio no translado de Pessoas com Deficiência até o destino com segurança (40).
Com base nos estudos selecionados para compor a amostra, vale destacar a presença desse tipo de limitação, principalmente no acesso de mulheres com deficiência aos serviços de pré-natal, parto e puerpério, que relataram ter sido muitas vezes examinadas nas próprias cadeiras, no caso das com deficiência física, e na aferição do peso terem pesado primeiro o acompanhante para depois o mesmo subir na balança juntamente com a paciente para posterior subtração do peso do acompanhante do peso total identificado (21,28). Além disso, relatos de portas estreitas e dificuldades de transferência da cadeira para as mesas de exame aparecem com frequência nos relatos (26-28).
Vale destacar que as condições de acessibilidade e utilização dos serviços por Pessoas com Deficiência também é um importante desafio no contexto internacional, estudo realizado na Inglaterra evidenciou que os mesmos relataram dificuldades para acessar os prédios (41). Investigação que avaliou a partir de entrevistas as barreiras ao acesso a serviços de câncer para adultos com deficiências físicas na Inglaterra e no País de Gales, apresentou achados relacionados a inacessibilidade física dos serviços (42)
Com isso, apesar de existirem legislações que reforçam a importância da utilização e participação das Pessoas com Deficiência nos serviços de saúde, os ambientes disponíveis ainda são inacessíveis e muitas vezes corroboram para um processo assistencial inexistente ou ineficaz. Considerando o quantitativo populacional que possui algum tipo de deficiência, é necessário que essas pautas sejam inseridas no planejamento governamental.
A principal limitação do estudo está relacionada à ausência de pesquisas que tratam dos desafios vivenciados na atenção secundária e terciária, já que os dados estão predominantemente associados aos serviços de saúde primários, necessitando de investigações mais amplas.
Como contribuições, a pesquisa traz informações relevantes sobre os desafios encontrados pelas Pessoas com Deficiência e mencionadas pelos estudos nos anos de 2010 a 2020. Dessa forma, a identificação dessas vulnerabilidades pode contribuir para a prática dos profissionais de saúde voltadas a atuação centrada nas particularidades de cada tipo de deficiência, promovendo a integralidade da assistência e a melhoria dos serviços ofertados ao público.
CONCLUSÕES
Conclui-se que são muitos os desafios que ainda dificultam a utilização dos serviços de saúde por Pessoas com Deficiência, dentre eles, os relacionados a comunicação e atitude dos profissionais e os de transporte, arquitetônicos e de acessibilidade aos serviços. Com isso, os gestores e os profissionais responsáveis pela assistência apresentam um papel significativo para serem adotadas mudanças que promovam a saúde e possibilitem o acesso igualitário dos serviços de saúde para o público.
REFERÊNCIAS
1.Brasil. Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência) [Internet]. 2015 [citado em 14 de julho de 2022]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
2.United Nations Organization (ONU). Disability and Development Report [Internet]. 2018 [citado em 23 de abril de 2023]. Disponível em: https://social.un.org/publications/UN-Flagship-Report-Disability-Final.pdf
3.European Commission. Progress Report on the implementation of the European Disability Strategy (2010 - 2020) [Internet]. 2017 [citado em 23 de abril de 2023]. Disponível em: https://ec.europa.eu/social/BlobServlet?docId=16995&langId=en
4.Organização das Nações Unidas (ONU). Países africanos afirmam direitos de pessoas com deficiência em novo protocolo [Internet]. 2018 [citado 22 de março de 2023]. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2018/02/1611141
5.Banco Mundial. Inclusão das Pessoas com Deficiência na América Latina e no Caribe: Um Caminho para o Desenvolvimento Sustentável [Internet]. 2021 [citado em 22 de março de 2023]. Disponível em: https://documents1.worldbank.org/curated/en/099140012012113013/pdf/P1753830ce0fdc022096580be345ee9f027.pdf
6.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde [Internet]. 2019 [citado em 30 de novembro de 2022]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/9160-pesquisa-nacional-de-saude.html
7.Cruz RP, Silva RA, Pereira JS, Cruz VV, Rezende LK, Monteiro RS, et al. Acessibilidade para pessoas com deficiência na atenção básica de saúde em Três Rios, Centro Sul Fluminense. Enferm Bras. 2019;18(1):95–104. doi: https://doi.org/10.33233/eb.v18i1.2704
8.Rocha EF, Castiglioni MC, Sartorelli ME, Lopes ME, Oliver FC. Os sentidos atribuídos à deficiência pelos profissionais de saúde e o acesso das pessoas com deficiência aos serviços de saúde. Rev Ter Ocupacional Universidade São Paulo. 2022;32(1–3):e205240. doi: https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v32i1-3pe205240
9.Assunção MLB, Anacleto FNA, Missias-Moreira R, Ferreira Neto AJ, Bedor CNG. Atendimento em Saúde à Pessoa com Deficiência e a Formação Inicial do Profissional de Saúde: o que Há entre Nós?. Rev Bras Educ Espec. 2020;26:327–42. doi: https://doi.org/10.1590/s1413-65382620000100008
10.Lacerda JFE, Maia ER, Moreira MRC, Santos PSP, Farias AC. Competência cultural no cuidado de Enfermagem à pessoa com deficiência: notas sobre a formação do enfermeiro. Interface - Comun Saúde Educ [Internet]. 2022 [citado em 2 de dezembro de 2022];26. doi: https://doi.org/10.1590/interface.220289
11.Rodrigues ASP, Sachinski GP, Martins PLO. Contribuições da revisão integrativa para a pesquisa qualitativa em Educação. Linhas Críticas. 2022;28:e40627. doi: https://doi.org/10.26512/lc28202240627
12.Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto - Enferm. 2008;17:758–64. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-07072008000400018
13.Stern C, Jordan Z, McArthur A. Developing the review question and inclusion criteria. Am J Nurs. 2014;114(4):53–6. doi: 10.1097/01.NAJ.0000445689.67800.86
14.Ahumuza SE, Matovu JK, Ddamulira JB, Muhanguzi FK. Challenges in accessing sexual and reproductive health services by people with physical disabilities in Kampala, Uganda. Reprod Health. 2014;11(1). doi: https://doi.org/10.1186/1742-4755-11-59
15.Barber C. Meeting the healthcare needs of adults on the autism spectrum. Br J Nurs Mark Allen Publ. 2017;26(7):420–5. doi: https://doi.org/10.12968/bjon.2017.26.7.420
16.Bauer SE, Schumacher JR, Hall A, Marlow NM, Friedel C, Scheer D, et al. Disability and physical and communication-related barriers to health care related services among Florida residents: A brief report. Disabil Health J. 2016;9(3):552–6. doi: https://doi.org/10.1016/j.dhjo.2016.03.001
17.Bentes IMS, Vidal ECF, Maia ER. Percepção da pessoa surda acerca da assistência à saúde em um município de médio porte: estudo descritivo-exploratório. Online Braz J Nurs Online [Internet]. 2011 [citado em 23 de abril de 2023]. Disponível em: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/j.1676-4285.2011.3210.2/j.1676-4285.2011.3210.1
18.Bezerra CP, Nicolau AIO, Bezerra GPP, Machado MMT, Pagliuca LMF. Acesso aos serviços de saúde por mães cegas: dos enfrentamentos aos ensinamentos. Acta Paul Enferm. 2020;33:eAPE20190197. doi: https://doi.org/10.37689/acta-ape/2020AO01975
19.Oliveira YCA, Celino SD de M, França ISX de, Pagliuca LMF, Costa GMC. Accessibility of the deaf person to public health services. Rev Enferm UFPE Line. 2015;9(7):9018–26. doi: 10.5205/reuol.8074-70954-1-SM0907supl201511
20.Medeiros TMG, Costa KNFM, Costa TF, Martins KP, Dantas TRA. Acessibilidade de pessoas com deficiência visual nos serviços de saúde. Rev Enferm UERJ. 2017;25:e11424. doi: http://dx.doi.org/10.12957/reuerj.2017.11424
21. Devkota HR, Murray E, Kett M, Groce, N. Are maternal healthcare services accessible to vulnerable group? A study among women with disabilities in rural Nepal. PloS ONE. 2018;13(7):e0200370. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0200370
22. Eide AH, Mannan H, Khogali M, van Rooy G, Swartz L, Munthali A, Hem KG, MacLachlan M, et al.Perceived Barriers for Accessing Health Services among Individuals with Disability in Four African Countries. PloS ONE, 2015;10(5):e0125915. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0125915
23. Ganle JK, Otupiri E, Obeng B, Edusie AK, Ankomah A, Adanu R. Challenges Women with Disability Face in Accessing and Using Maternal Healthcare Services in Ghana: A Qualitative Study. PloS ONE. 2016;11(6):e0158361. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0158361
24. Gichane MW, Heap M, Fontes M, London L. “They must understand we are people”: Pregnancy and maternity service use among signing Deaf women in Cape Town. Disabil Health J. 2017;10(3):434-439. doi: https://doi.org/10.1016/j.dhjo.2017.03.016
25. Iezzoni LI, Wint AJ, Smeltzer SC, Ecker JL. Physical Accessibility of Routine Prenatal Care for Women with Mobility Disability. J Womens Health. 2015;24(12):1006–1012. doi: https://doi.org/10.1089/jwh.2015.5385
26. Kilic A, Tastan S, Guvenc G, Akyuz A. Breast and cervical cancer screening for women with physical disabilities: A qualitative study of experiences and barriers. J Adv Nurs. 2019;75(9):1976-1986. doi: https://doi.org/10.1111/jan.14048
27. Malouf R, McLeish J, Ryan S, Gray R, Redshaw M. 'We both just wanted to be normal parents': a qualitative study of the experience of maternity care for women with learning disability. BMJ Open. 2017;7(3):e015526. doi: https://doi.org/10.1136/bmjopen-2016-015526
28. Mitra M, Long-Bellil LM, Iezzoni LI, Smeltzer SC, Smith LD. Pregnancy among women with physical disabilities: Unmet needs and recommendations on navigating pregnancy. Disabil Health J. 2016;9(3):457-63. doi: https://doi.org/10.1016/j.dhjo.2015.12.007
29. Munthali AC, Swartz L, Mannan H, MacLachlan M, Chilimampunga C, Makupe C. “This one will delay us”: barriers to accessing health care services among persons with disabilities in Malawi. Disabil Rehabil. 2019;41(6):683-90. doi: https://doi.org/10.1080/09638288.2017.1404148
30. Nguyen A, Liamputtong P, Horey D. Reproductive Health Care Experiences of People with Physical Disabilities in Vietnam. Sex Disabil. 2019;37(3):383-400. doi: https://doi.org/10.1007/s11195-019-09581-8
31. Schildberger B, Zenzmaier C, König-Bachmann M. Experiences of Austrian mothers with mobility or sensory impairments during pregnancy, childbirth and the puerperium: a qualitative study. BMC Pregnancy Childbirth. 2017;17:201. doi: https://doi.org/10.1186/s12884-017-1388-3
32. Smeltzer SC, Avery C, Haynor P. Interactions of people with disabilities and nursing staff during hospitalization. Am J Nurs. abril de 2012;112(4):30-52. doi: https://doi.org/10.1097/01.NAJ.0000413454.07369.e3
33. Tarasoff LA. “We don’t know. We’ve never had anybody like you before”: Barriers to perinatal care for women with physical disabilities. Disabil Health J. 2017;10(3):426-433. doi: https://doi.org/10.1016/j.dhjo.2017.03.017
34. Thomaz MM, Milbrath VM, Gabatz RIB, Freitag VL, Vaz JC. Acessibilidade do adolescente com deficiência auditiva aos serviços de saúde. Rev Eletr Enferm [Internet]. 2019;21:55502. doi: https://doi.org/10.5216/ree.v21.55502
35. Mendes MJG, Denari FE. Deficiência e sexualidade: uma análise bibliométrica. Rev Ibero-Am Estud em Educ. 2019;14(esp 2):1357-74. doi: https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.2.12124
36. Lentz JL de O. Barreiras atitudinais no atendimento à pessoa com deficiência nas unidades de saúde municipal de Balneário Gaivota - Santa Catarina [Internet]. [Dissertação - Mestrado Profissional] Universidade do Extremo Sul Catarinense. 2021 [cited 2022 Mar 14]; 52p. Available from: http://repositorio.unesc.net/handle/1/9109
37. Silva NGP dos S, Andrade EG da S. Comunicação eficaz através da língua brasileira de sinais do profissional de enfermagem com os deficientes auditivos. Rev Inic Cient Ext [Internet]. 2018 [cited 2023 Mar 14]. 1(1):11-7. Available from: https://revistasfacesa.senaaires.com.br/index.php/iniciacao-cientifica/article/view/36
38. Carvalho MEL de, Lima TNB de, Souza JLM de, Falcão TML, Taurino IJM, Terenci AP, et al. A acessibilidade nos serviços de saúde sob a perspectiva da pessoa com deficiência, Recife - PE. REAS [Internet]. 2020 [cited 2022 Mar 14];12(1):e1767. Available from: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/1767
39. Condessa AM, Giordani JM do A, Neves M, Hugo FN, Hilgert JB. Barreiras e facilitadores à comunicação no atendimento de pessoas com deficiência sensorial na atenção primária à saúde: estudo multinível. Rev Bras Epidemiol. 2020;23:e200074. doi: https://doi.org/10.1590/1980-549720200074
40. Araújo YF de L, Coura AS, França ISX de, Souto RQ, Rocha MA, Silva JC da. Acessibilidade da Pessoa com Deficiência Física às Unidades Básicas de Saúde. Cogit Enferm [Internet]. 2022 [cited 2022 Jun 11];27:e75651. doi: https://doi.org/10.5380/ce.v27i0.75651
41. Bright T, Wallace S, Kuper H. A Systematic Review of Access to Rehabilitation for People with Disabilities in Low- and Middle-Income Countries. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(10):2165. doi: https://doi.org/10.3390/ijerph15102165
42. Sakellariou D, Anstey S, Gaze S, Girt E, Kelly D, Moore B, et al. Barriers to accessing cancer services for adults with physical disabilities in England and Wales: an interview-based study. BMJ Open. 2019;9(6):e027555. doi: http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2018-027555
Fomento: não há instituição de fomento
Editor Científico: Francisco Mayron Morais Soares. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7316-2519