ARTIGO DE REFLEXÃO
IMPACTO DA COVID-19 NA ASSISTÊNCIA ÀS PESSOAS ACOMETIDAS PELA HANSENÍASE
IMPACT OF COVID-19 ON CARE FOR PEOPLE SUFFERED BY LEPROSY
IMPACTO DEL COVID-19 EN LA ATENCIÓN A LAS PERSONAS QUE PADECEN LEPRA
1Shirley Priscila Martins Chagas Diniz
2Débora Lorena Melo Pereira
3Dorlene Maria Cardoso de Aquino
4Bruno Luciano Carneiro Alves de Oliveira
5Poliana Pereira Costa Rabelo
6Isaura Leticia Tavares Palmeira Rolim
1Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-4851-3369
2Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000- 0001-7883-1830
3Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-9604-052X
4Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-8053-7972.
5Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000- 0003-0161-1359
6Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-8453-2543
Autor correspondente
Shirley Priscila Martins Chagas Diniz
Rua Saramanta nº 10. Condomínio Porto das Dunas. Bairro: Maiobinha – São José de Ribamar - MA - Brasil. Telefone: +55(98) 99997211433
E-mail: shirleypriscila85@gmail.com
Submissão: 06-01-2023
Aprovado: 15-05-2023
RESUMO
Objetivos: refletir acerca do impacto ocasionado na assistência prestada a essa população durante a pandemia de Covid-19. Métodos: Trata-se de um artigo de reflexão, o qual busca discutir os impactos ocasionados à assistência da pessoa acometida pela hanseníase durante o período pandêmico, com base em documentos oficiais e artigos que buscaram orientar os processos de trabalho e estratégias dos profissionais atuantes na APS. Resultados: a hanseníase é problema de saúde pública no Brasil e um agravo que demanda atenção contínua, bem como atendimento oportuno e detecção precoce de casos, sobretudo, devido seu potencial incapacitante. No entanto, a pandemia influenciou o diagnóstico e acompanhamento dos casos da doença no Brasil. Com a necessidade de reorganização da Atenção Primária à Saúde a fim de reduzir as chances de contaminação por Covid-19, houve uma da procura pelo diagnóstico, tratamento e/ou acompanhamento de pacientes portadores de outras doenças, inclusive hanseníase. Considerações finais: Fez-se então necessária uma abordagem reflexiva acerca do impacto ocasionado na assistência prestada a essa população durante a pandemia de Covid-19, no sentido de contribuir para o desenvolvimento de estratégias utilizadas para manutenção dos atendimentos no nível de Atenção Primária à Saúde, haja vista o longo e desconhecido período de convivência com o Sars-Cov, e principalmente no sentido de evitar o retrocesso nos avanços alcançados no enfrentamento e eliminação da hanseníase enquanto problema de saúde pública.
Palavras-chave: Hanseníase; COVID-19; Atenção Primária à Saúde.
ABSTRACT
Objectives: to reflect on the impact caused in the care provided to this population during the Covid-19 pandemic. Methods: This is a reflection article, which seeks to discuss the impacts caused to the assistance of people affected by leprosy during the pandemic period, based on official documents and articles that sought to guide the work processes and strategies of professionals working in the APS. Results: leprosy is a public health problem in Brazil and a condition that demands continuous attention, as well as timely care and early detection of cases, mainly due to its disabling potential. However, the pandemic influenced the diagnosis and monitoring of cases of the disease in Brazil. With the need to reorganize Primary Health Care in order to reduce the chances of contamination by Covid-19, there was a decrease in demand for diagnosis, treatment and/or follow-up of patients with other diseases, including leprosy. Final considerations: A reflective approach was then necessary regarding the impact caused in the assistance provided to this population during the Covid-19 pandemic, in order to contribute to the development of strategies used to maintain care at the level of Primary Health Care, given the long and unknown period of coexistence with Sars-Cov, and mainly in the sense of avoiding a setback in the advances achieved in the confrontation and elimination of leprosy as a public health problem.
Keywords: Leprosy; Covid-19; Primary Health Care.
RESUMEN
Objetivos: reflexionar sobre el impacto causado en la atención brindada a esta población durante la pandemia del Covid-19. Métodos: Se trata de un artículo de reflexión, que busca discutir los impactos causados a la asistencia de las personas afectadas por la lepra durante el período de pandemia, a partir de documentos oficiales y artículos que buscaron orientar los procesos y estrategias de trabajo de los profesionales que actúan en la APS. Resultados: la lepra es un problema de salud pública en Brasil y una condición que demanda atención continua, así como atención oportuna y detección temprana de casos, principalmente por su potencial incapacitante. Sin embargo, la pandemia influyó en el diagnóstico y seguimiento de los casos de la enfermedad en Brasil. Con la necesidad de reorganizar la Atención Primaria de Salud para reducir las posibilidades de contagio por Covid-19, se redujo la demanda de diagnóstico, tratamiento y/o seguimiento de pacientes con otras enfermedades, incluida la lepra. Consideraciones finales: Se hizo necesario entonces un abordaje reflexivo sobre el impacto causado en la atención brindada a esta población durante la pandemia de la Covid-19, a fin de contribuir al desarrollo de estrategias utilizadas para mantener la atención en el nivel de Atención Primaria de Salud, dada la largo y desconocido período de convivencia con el Sars-Cov, y principalmente en el sentido de evitar un retroceso en los avances logrados en el enfrentamiento y eliminación de la lepra como problema de salud pública
Palabras clave: Lepra; COVID-19; Primeros Auxílios.
INTRODUÇÃO
Covid-19 é uma infecção respiratória aguda, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global, desde seu aparecimento e seu crescente número de casos, a sociedade bem como a saúde dos indivíduos passou a sofrer impactos. A pandemia da Covid-19 limitou o acesso ao cuidado de muitos pacientes, especialmente, os acometidos pela hanseníase, os sinais e sintomas iniciais assemelham-se a um quadro gripal comum, podendo variar de uma pessoa para outra, manifestando-se de forma leve ou sob a forma de pneumonia grave ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) 1.
De modo a evitar o colapso na rede de assistência hospitalar, houve a necessidade da adoção de mecanismos de proteção, como por exemplo: o distanciamento social, e a suspensão de consultas e internações hospitalares não urgentes, tudo em função do aumento rápido do número de casos e da potencial transmissibilidade da Covid-19. Dessa forma, as pessoas que têm a necessidade de assistência contínua, como os portadores de doenças crônicas, a exemplo, as pessoas acometidas pela hanseníase, tem sofrido impacto negativo e dificuldades no acesso aos serviços de saúde, devido algumas medidas de enfrentamento estabelecidas durante a pandemia 2.
A hanseníase, considerada uma patologia muito antiga, que data desde os tempos bíblicos como lepra, é uma doença crônica, infecto-contagiosa, de evolução lenta e de notificação compulsória. É causada pelo Mycobacterium leprae, agente etiológico que tem predileção por células cutâneas e nervos periféricos, manifestando seus sintomas, principalmente, através de lesões na pele, com comprometimento de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil 3.
A doença constitui-se um problema de saúde pública persistente no Brasil, devido a manutenção da prevalência da doença. Dessa forma, a Atenção Básica assume papel de grande importância no sentido de identificar, oferecer tratamento oportuno, prevenir e tratar incapacidades, realizar manejo das reações hansênicas e eventos pós-alta, investigar contatos e formar grupos de autocuidado. As consequências negativas ocasionadas pela Covid-19 nas ações de combate à hanseníase merecem a atenção de autoridades políticas e da saúde. Uma vez que, a Atenção Primária à Saúde teve seu foco reduzido para as doenças tropicais negligenciadas frente a quantidade de casos de Covid-19, o que pode repercutir também na assistência voltada para a hanseníase 4.
Diante do exposto, entende-se que a hanseníase, além de constituir-se um problema de saúde pública no Brasil, é um agravo que demanda atenção contínua, bem como atendimento oportuno e detecção precoce de casos, sobretudo, devido seu potencial incapacitante.
OBJETIVO
Refletir acerca do impacto ocasionado na assistência prestada a essa população durante a pandemia de Covid-19.
MÉTODOS
Trata-se de um artigo de reflexão, o qual busca discutir os impactos ocasionados à assistência da pessoa acometida pela hanseníase durante o período pandêmico, com base em documentos oficiais e artigos que buscaram orientar os processos de trabalho e estratégias dos profissionais atuantes na APS. O texto foi organizado em duas partes abordando as seguintes temáticas: “A Atenção Primária à Saúde no enfrentamento da pandemia” e a “Assistência às pessoas acometidas pela hanseníase durante à pandemia”.
RESULTADOS
A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA
Há quase um século, vem sendo estruturada a APS no Brasil, baseada em diferentes concepções e se reorganizando de diferentes formas a depender do momento vivenciado, contando com a contribuição de organizações internacionais e com as mais variadas situações sanitárias enfrentadas por outros países 5.
A autora 6 define a APS como o contato inicial da assistência de forma centrada na pessoa, com a finalidade de atender às suas necessidades de saúde, e que somente referência à atenção especializada os casos considerados menos comuns. Sugerindo dentre algumas de suas práticas: o acesso de primeiro contato, a longitudinalidade, a coordenação e integralidade, a orientação comunitária e familiar.
A APS no Brasil teve a seus eixos orientadores a incorporação de tais atributos. E realiza rotineiramente atividades direcionadas aos cuidados da saúde da população adstrita, com vistas à proteção, promoção e recuperação da saúde das pessoas e da coletividade. Frente ao cenário ocasionado pela Covid-19, foram acrescidas outras atividades na rede de APS voltadas para o enfrentamento da pandemia 5.
Nesse sentido a APS foi reorganizada para atuar no enfrentamento à pandemia e manter a regularidade na oferta de suas ações. Por constituir-se a principal porta de entrada do paciente no SUS, e muito provavelmente o local de escolha do paciente para realização do primeiro atendimento, por ser a opção mais acessível, a APS assume um papel importante durante o período pandêmico, atuando como suporte ao sistema como um todo, como referência para o manejo da doença, apoio epidemiológico na vigilância e medidas de controle, além de ser uma opção a mais de atendimento para aqueles que necessitam do cuidado com foco em uma determinada patologia. A descentralização dos atendimentos, testagem de casos suspeitos, divulgação e incentivo às medidas de prevenção de contágio, busca por novos casos e acompanhamento dos casos confirmados, influenciaram no controle e na redução dos danos ocasionados pela pandemia, a exemplo, a sobrecarga dos sistemas de saúde1.
O Ministério da Saúde viabilizou o “Protocolo de Manejo Clínico do Covid-19 na Atenção Primária”, protocolo sugere a metodologia “fast-track”, baseada no protocolo de Manchester, a metodologia propõe um fluxo rápido e espacialmente diferenciado, com o objetivo de evitar a circulação desnecessária do paciente em outros ambientes da UBS. No entanto, diante das limitações de algumas UBS, foram desenvolvidas outras estratégias no sentido de evitar aglomerações e reduzir as chances de contágio 1.
Houve então a necessidade de reorganizar as Unidades Básicas de Saúde em relação ao seu espaço físico. Foram implantados fluxos e recomendados a utilização de locais ventilados para o atendimento daqueles que apresentassem sintomas gripais, tal medida teve o objetivo de reduzir as chances de contaminação. Outras UBS´s com maior dificuldade de cumprimento dos fluxos estabelecidos, e que não tiveram a capacidade de seguir essa recomendação, foi sugerida a separação, ou seja: algumas UBS´s tornaram-se exclusivas no atendimento às pessoas com sintomas da Covid-19 5.
De acordo com o Ministério da Saúde a nova adequação da rotina das UBS´s implicou na diminuição pela procura ao diagnóstico, tratamento e/ou acompanhamento de pacientes, portadores de outras doenças, às UBS´s do SUS, o que pode resultar na sobrecarga dos serviços assim que seja controlada a pandemia 5.
ASSISTÊNCIA ÀS PESSOAS ACOMETIDAS PELA HANSENÍASE DURANTE À PANDEMIA
Diante dos dados preliminares publicados pelo próprio Ministério da Saúde, observa-se uma queda brusca dos números de notificações nos anos de 2019 e 2020, foram registrados respectivamente, 27.864 e 13.807 casos novos da doença no Brasil, assumindo assim a classificação de alta carga para a doença. A nível nacional, a Estratégia Nacional para o Enfrentamento da Hanseníase (2019 - 2022) elaborada pelo MS, tem como objetivo a redução da carga da doença até o final de 2022. E a pandemia da Covid-19 dificultou ainda mais o alcance da meta de redução da carga da doença no país, uma vez que a meta de eliminação está intimamente ligada a à qualidade do serviço e à capilaridade da Atenção Primária à Saúde - porta de entrada do SUS e promotora da atenção e do cuidado 5.
A queda do número de casos novos de hanseníase em países considerados endêmicos deve ser avaliada com cautela, devido à sua característica crônica, período de incubação longo e comportamento estável. O decréscimo observado pode estar relacionado à falta do diagnóstico e não a uma queda verdadeira da incidência, com consequente aumento da prevalência oculta. De acordo com o Ministério da Saúde as ações de combate e controle da hanseníase devem ser uma prioridade, e são amplamente recomendadas com a finalidade de fazer a detecção precoce dos casos, o tratamento oportuno sem interrupção e a prevenção de incapacidades físicas7.
No entanto, a pandemia ocasionada pela COVID-19 modificou a rotina das pessoas e impôs adequações com o objetivo de minimizar a disseminação da Covid-19 e acabou prejudicando as estratégias de combate à outros agravos, inclusive as preconizadas no enfrentamento da hanseníase, causando assim, alguns desafios a Atenção Primária à Saúde no cumprimento do seu papel, enquanto ordenadora do cuidado no SUS7.
A exemplo cita-se a restrição dos atendimentos, que foi uma medida adotada a fim de garantir um atendimento seguro dentro deste nível de atenção. Entretanto, a pessoa acometida pela hanseníase pode apresentar neurites e reações do sistema imunológico ao Mycobacterium leprae, os chamados episódios reacionais, que são as principais causas de lesões nos nervos periféricos, e por isso necessitam de atenção imediata da equipe de saúde a fim de evitar incapacidades físicas que tanto estigmatizam o indivíduo.
O Ministério da Saúde posicionou-se frente à emergência, por meio da elaboração de notas técnicas, que recomendaram a dispensação de medicamentos antirreacionais para até três meses aos usuários de prednisona, talidomida e/ou pentoxifilina. No entanto, Brandão8 chama atenção para o risco de desenvolvimento de incapacidades devido ao manejo inadequado das reações hansênicas, uma vez que as reações exigem um acompanhamento criterioso, modificações no tratamento e desmame medicamentoso.
De acordo com o Ministério da Saúde a OMS enfrentou dificuldades para manter os estoques da PQT multibacilar adulto e por isso iniciou o processo para a produção nacional da medicação, através de audiências públicas com laboratórios nacionais, a fim de assegurar o tratamento da hanseníase e não o comprometer o tratamento oportuno da doença e prevenção de incapacidades 5.
Houve a recomendação por parte do Ministério da Saúde para manutenção da dispensação da PQT, com uma ressalva em relação aos idosos, uma vez que esse grupo de pessoas foi identificado como mais vulnerável para desenvolver formas graves da Covid-19, além dos idosos, cita-se pessoas com comorbidades e imunossuprimidos. Por isso, a fim de garantir o tratamento dessas pessoas, o Ministério da Saúde recomendou a indicação de um membro da família para receber a medicação daquele que está em tratamento e que q dose supervisionada fosse administrada no domicílio sob a supervisão de um familiar ou profissional de saúde 9.
O acompanhamento de prevenção de incapacidades e grupos de autocuidado em hanseníase deixaram de acontecer, visto que muitos profissionais que prestavam atendimento de forma exclusiva às pessoas com hanseníase foram direcionados às triagens de sintomáticos respiratórios e/ou suspensão dos serviços10.
Sugere que a educação em saúde, enquanto ferramenta que objetiva a prevenção, promoção e recuperação da saúde, nos mais variados níveis de atenção, sobretudo na APS, seja remodelada em tempos de Covid-19, por meio da utilização de meios de comunicação e mídias sociais 10.
A hanseníase deve ser pensada enquanto doença estigmatizante e incapacitante. A dupla barreira no acesso aos serviços de saúde, tanto por questões geográficas quanto por questões de prioridade à covid-19, ocasionadas devido o modelo de organização da assistência prestada na APS durante à pandemia, dificultou ainda mais a chegada do paciente até a porta de entrada no sistema de saúde e o diagnóstico dos casos de hanseníase, bem como o acompanhamento das pessoas que já estavam com tratamento em curso para a doença.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A hanseníase enquanto doença potencialmente incapacitante que demanda cuidados contínuos sofreu alguns impactos durante a pandemia, em virtude da priorização do atendimento para a Covid-19. Houve e redução no acesso aos serviços do SUS em todo o país, tanto por parte dos pacientes com suspeita de hanseníase que buscariam à unidade para receber diagnóstico tanto daqueles que precisam realizar acompanhamento regular devido o tratamento da doença.
Acredita-se que a hanseníase precisa ter maior visibilidade e deve ser priorizada nas ações de saúde mesmo em tempos de pandemia, mesmo diante da necessidade da implantação de medidas que priorizam a assistência dos casos de Covid-19 e que buscam minimizar o risco de contágio pelo coronavírus.
A APS sofreu adaptações em seus processos de trabalho no decorrer da pandemia a fim de oferecer atenção aos casos de Covid-19 e evitar maior disseminação da doença. No entanto, faz-se necessário manter a continuidade de suas atividades de rotina da APS, haja vista o longo e desconhecido período de convivência com o Sars-Cov, e principalmente com o objetivo de não retroceder nos avanços alcançados no enfrentamento e eliminação da hanseníase enquanto problema de saúde pública.
Sugere-se reflexões mais profundas sobre o atendimento prestado às pessoas acometidas pela hanseníase durante situações emergenciais, visto que mesmo com a implantação de estratégias que objetivaram a manutenção do atendimento voltado para esse público houve prejuízos na assistência integral das pessoas acometidas e queda da taxa de detecção de novos casos da doença.
É necessária uma análise mais robusta das lacunas e dos entraves enfrentados pela APS no cumprimento do seu papel e no enfrentamento da hanseníase diante de crises emergenciais como a ocasionada pela Covid-19.
REFERÊNCIAS
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7. Starfield B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidade de saúde, serviços e tecnologia. Brasília, DF: Ministério da Saúde: UNESCO; 2002.
9. Brandão PS. Pessoas atingidas pela hanseníase e a pandemia Covid-19: reflexões sobre o contexto. Cadernos Mohan. 2020.
10. Silva JMS, Nascimento DC, Moura JCV, Almeida VRS, Freitas MYGS, Santos SD, et al. Atenção às pessoas com hanseníase frente à pandemia da covid-19: uma revisão narrativa. REAS [Internet]. 2021 [citado 10 Out 2022];13(2):e6124. Disponível em: https://doi.org/10.25248/reas.e6124.2021
Contribuição dos autores:
Diniz SPMC contribui substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo; Pereira DLM, Aquino DMC, Oliveira BLCA, Rabelo PPC e Rolim ILTP participaram da revisão crítica do manuscrito, revisão da literatura e metodologia.
Fomento: não há instituição de fomento
Editor Científico: Francisco Mayron Morais Soares. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7316-2519