AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS COM CRIANÇAS DURANTE A PANDEMIA: REVISÃO INTEGRATIVA
EVALUATION OF FOOD AND NUTRITIONAL SECURITY OF FAMILIES WITH CHILDREN DURING THE PANDEMIC: INTEGRATIVE REVIEW
EVALUACIÓN DE LA SEGURIDAD ALIMENTARIA Y NUTRICIONAL DE LAS FAMILIAS CON HIJOS DURANTE LA PANDEMIA: REVISIÓN INTEGRATIVA
1Alicyregina Simião Silva
2Natália Germano Ferreira
3Ludmila Alves do Nascimento
4Ádria Marcela Vieira Ferreira
5Leidiane Minervina Moraes de Sabino
1Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8337-2728.
2Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4148-1165.
3Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8054-534X.
4Universidade Maurício de Nassau (UNINASSAU), Fortaleza, Brasil. ORCID: https://orcid.org/ 0000-0001-9008-4292.
5Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Brasil. ORCID: http://orcid.org/0000-0003-2938-870X.
Autor correspondente
Alicyregina Simião Silva
Av. da Abolição, n° 3, Centro, CEP: 62790-000. Telefone: +55 (85) 98871-2666. E-mail: alicy.reginasilva@gmail.com
Submissão: 27-01-2023
Aprovado: 15-05-2023
RESUMO
Objetivo: Identificar na literatura científica o impacto da pandemia de COVID-19 sobre a segurança alimentar e nutricional de domicílios com crianças menores de cinco anos. Metodologia: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura realizada nas bases de dados Pubmed, Web of Sciene, Scopus e no periódico The American Journal Clinical Nutrition, com a utilização dos descritores COVID-19; Food Security/Segurança Alimentar; Child/Criança e do operador booleano AND. A busca incluiu estudos nos idiomas inglês, português e espanhol, com ano de publicação entre 2019 a 2022, sendo realizada a coleta de dados em fevereiro e março de 2022. Resultados: Ao final da análise, selecionou-se seis artigos. A renda e o desemprego representaram os principais desafios associados ao acesso das famílias à alimentação adequada, bem como apresentou-se a relação da insegurança alimentar com a saúde infantil, através da identificação de alterações na estatura e peso das crianças. Observou-se ainda a prevalência de insegurança alimentar em 50% dos estudos componentes da amostra final. Conclusões: Os achados da presente pesquisa podem contribuir na ampliação do olhar da enfermagem, bem como dos demais profissionais/agentes sociais e políticos sobre a importância da elaboração e implementação de propostas que visem reduzir vulnerabilidades de perfis populacionais específicos.
Palavras-chave: Segurança Alimentar e Nutricional, COVID-19, Pandemias, Enfermagem.
ABSTRACT
Objective: To identify in the scientific literature the impact of the COVID-19 pandemic on the food and nutritional security of households with children under five years old. Methodology: This is an Integrative Literature Review carried out in the Pubmed, Web of Science, Scopus and The American Journal Clinical Nutrition databases, using the descriptors COVID-19; Food Security/Food Security; Child and the Boolean AND operator. The search included studies in English, Portuguese and Spanish, with year of publication between 2019 and 2022, with data collection being carried out in February and March 2022. Results: At the end of the analysis, six articles were selected. Income and unemployment represented the main challenges associated with families' access to adequate food, as well as the relationship between food insecurity and child health, through the identification of changes in children's height and weight. There was also a prevalence of food insecurity in 50% of the studies comprising the final sample. Conclusions: The findings of this research can contribute to broadening the view of nursing, as well as of other professionals/social and political agents on the importance of elaborating and implementing proposals that aim to reduce vulnerabilities of specific population profiles.
Keywords: Food and Nutrition Security, COVID-19, Pandemics, Nursing.
RESUMEN
Objetivo: Identificar en la literatura científica el impacto de la pandemia de COVID-19 en la seguridad alimentaria y nutricional de los hogares con niños menores de cinco años. Metodología: Se trata de una Revisión Integrativa de Literatura realizada en las bases de datos Pubmed, Web of Science, Scopus y The American Journal Clinical Nutrition, utilizando los descriptores COVID-19; Seguridad Alimentaria/Seguridad Alimentaria; Child y el operador booleano AND. La búsqueda incluyó estudios en inglés, portugués y español, con año de publicación entre 2019 y 2022, con recolección de datos realizada en febrero y marzo de 2022. Resultados: Al final del análisis, fueron seleccionados seis artículos. La renta y el desempleo representaron los principales desafíos asociados al acceso de las familias a una alimentación adecuada, así como la relación entre la inseguridad alimentaria y la salud infantil, a través de la identificación de cambios en la talla y el peso de los niños. También hubo prevalencia de inseguridad alimentaria en el 50% de los estudios que componen la muestra final. Conclusiones: Los hallazgos de esta investigación pueden contribuir para ampliar la mirada de enfermería, así como de otros profesionales/agentes sociales y políticos sobre la importancia de elaborar e implementar propuestas que apunten a reducir las vulnerabilidades de perfiles poblacionales específicos.
Palabras clave: Seguridad Alimentaria y Nutricional, COVID-19, Pandemias, Enfermería.
INTRODUÇÃO
A COVID-19, causada pelo SARSCoV-2, é uma doença infecciosa de alta transmissibilidade e que possui como principal via de transmissão a respiratória. Desta forma, a infecção é transmitida através da liberação de aerossóis ou gotículas eliminadas pelos indivíduos infectados, seja por meio da fala, da tosse ou do espirro(1). Nesse contexto, ao analisar o aumento considerável do número de casos nos diversos continentes e países, bem como o elevado nível de transmissão da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia no ano de 2020(2).
Diante disso, o isolamento e o distanciamento social foram considerados uma das formas mais eficazes para prevenção da contaminação pelo SARSCoV-2, visando a redução da transmissibilidade da doença e a desaceleração da crescente tendência de transmissão, com intuito de evitar o colapso dos serviços de saúde. No entanto, embora o isolamento e distanciamento social tenha sido uma medida essencial para a tentativa de conter a disseminação do vírus, trouxe consigo inúmeros impactos nos diversos aspectos da vida e da saúde da população mundial, em especial em aspectos socioeconômicos(3).
Tal situação é considerada preocupante, visto que mudanças nos fatores econômicos das famílias interferem significativamente no acesso aos elementos essenciais para a manutenção da saúde, como o acesso à alimentação, importante para suprir as necessidades físicas e nutricionais das crianças e adultos, o que gera impacto direto na segurança alimentar e nutricional (SAN) de toda a população, em especial a população infantil(4).
Nesse sentido, pode-se afirmar que o conceito de SAN compreende o acesso das pessoas a uma alimentação suficiente para uma vida ativa e saudável. Assim, a insegurança alimentar e nutricional é definida como a disponibilidade incerta ou limitada de alimentos seguros e nutricionalmente adequados, e não exclui a incapacidade ou capacidade incerta de adquirir alimentos adequados de maneiras aceitáveis socialmente(5). Logo, o conceito de Insegurança Alimentar e Nutricional é considerado um fenômeno complexo, que envolve dimensões econômicas, culturais, sociais e políticas, associadas a situações de vulnerabilidade social e exposição a determinados tipos de riscos que reduzem os níveis de bem-estar dos indivíduos, famílias e comunidades(6).
No Brasil, cerca de 17,5% das famílias que em sua composição possui crianças menores de cinco anos de idade, residem em domicílios que apresentam grau moderado/grave de insegurança alimentar e nutricional, de modo que as regiões Norte e Nordeste (30,7%), as classes econômicas desfavorecidas (34%) e beneficiários de programas de transferência de renda (36,5%) destacam-se com índices mais elevados de prevalência de Insegurança Alimentar e Nutricional(7).
A situação torna-se ainda mais preocupante ao enfatizar-se que o período que compreende a gestação até os dois primeiros anos de vida é considerado crítico para a promoção e desenvolvimento do indivíduo, pois é nesse momento que ocorre a multiplicação celular em maior velocidade, de forma que a nutrição adequada nos primeiros anos de vida da criança é fundamental para o desenvolvimento completo e adequado, contribuindo para que essa criança se torne um indivíduo saudável futuramente(8).
Assim, após os seis meses de aleitamento exclusivo o lactente poderá começar a introdução alimentar, sendo este um momento crucial para a inserção e o desenvolvimento de bons hábitos alimentares. Por isso, é fundamental que os familiares ofereçam alimentos saudáveis e variados para as crianças(8).
Diante do exposto, o profissional enfermeiro exerce um papel crucial na detecção precoce de problemas de saúde da criança e na prescrição de cuidados através da consulta de puericultura e atendimento domiciliar, bem como atua na promoção e vigilância no desenvolvimento de estratégias de assistência para a redução dos índices de morbimortalidade infantil. Este profissional também desenvolve ações educativas que visam fornecer informações importantes para os familiares sobre cuidados com a criança de forma individual, identificando situações de risco que envolvem a saúde da criança, como as relacionadas à alimentação adequada(9).
Logo, como apresentado, a Insegurança Alimentar e Nutricional pode trazer consequências danosas nas diferentes gamas do desenvolvimento infantil, por isso o aprimoramento do conhecimento relacionado às situações que apresentam maior risco para a saúde da criança e de seus familiares possibilitará o estabelecimento de meios de prevenção e cuidado de agravos no que tange ao acesso da população a uma alimentação saudável.
Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo identificar na literatura científica o impacto da pandemia de COVID-19 sobre a segurança alimentar e nutricional de domicílios com crianças menores de cinco anos de idade.
MÉTODOS
Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura. Este tipo de estudo é definido como um método que possibilita a síntese de informações através de um processo rigoroso e sistemático, bastante utilizado na enfermagem considerando a complexidade e grande quantidade de conhecimentos presentes na área da saúde(10-11).
Para a realização do estudo, optou-se por seguir etapas específicas, de modo a padronizar os aspectos metodológicos da pesquisa, sendo estas etapas: 1) determinação do tema, questão de pesquisa, hipótese e dos respectivos descritores; 2) busca na literatura; 3) coleta de dados com as etapas de avaliação dos materiais; 4) análise crítica dos estudos incluídos; 5) interpretação dos resultados obtidos; 6) síntese do conhecimento e posterior apresentação da revisão(12-13).
Formulou-se a questão de pesquisa baseada na estratégia PICo (População, Interesse, Contexto)(14). Assim, elencou-se, P: Famílias/domicílios com crianças; I: Insegurança Alimentar e Nutricional e Co: COVID-19. Ademais, com intuito de melhor nortear o estudo, considerou-se a seguinte questão norteadora para identificação do problema de pesquisa: “Quais evidências científicas disponíveis acerca do impacto/influência da COVID-19 na segurança alimentar e nutricional de domicílios com crianças menores de cinco anos de idade?”.
Realizou-se a busca nas bases de dados National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed), Scopus, Web of Science e no periódico The American Journal Clinical Nutrition (TAJCN). Para as buscas nas bases de dados, adotou-se os Termos Medical Subject Headings (MeSH) e os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) sendo estes: COVID-19; Food Security/Segurança Alimentar; Child/Criança. Utilizou-se o operador booleano AND. Em cada base de dados realizou-se o cruzamento: COVID-19 AND Food Security AND Child. Além disso, utilizou-se o filtro de identificação dos termos que estivessem contidos nos descritores dos artigos pesquisados. A busca e seleção dos artigos ocorreu no período de fevereiro a março de 2022.
Foram incluídos os artigos publicados de 2019 a 2022, nos idiomas português, inglês e espanhol, disponíveis gratuitamente para leitura na íntegra. A delimitação do tempo de estudo se deu considerando os anos em que surgiram as primeiras pesquisas referentes à COVID-19, visto que se trata de uma doença atual. Além disso, delimitou-se também o período para que os pesquisadores conhecessem o que estava sendo discutido atualmente acerca da temática. Não foram incluídos estudos de revisão, teses, dissertações e monografias. Além disso, pesquisas que não abordaram a temática da insegurança alimentar em famílias/domicílios com crianças menores de cinco anos de idade durante a pandemia da COVID-19 também não fizeram parte da amostra final.
A análise dos estudos foi dividida em duas etapas complementares, de forma que a primeira consistiu na apreciação de títulos, descritores e resumos dos artigos, para verificação quanto à adequação dos estudos aos critérios de inclusão e exclusão. A segunda etapa correspondeu à leitura na íntegra dos artigos selecionados na primeira etapa, com intuito de avaliar se o artigo respondia à questão norteadora e se adequava à temática do estudo.
Na etapa final, referente à coleta, realizou-se ainda a organização das publicações conforme a identificação do título de cada artigo, seus respectivos autores; local onde o estudo foi realizado; ano e país de publicação, bem como dos impactos da pandemia da COVID-19 sobre a segurança alimentar e nutricional das famílias no estudo, especificando se esta afetou os índices de segurança alimentar, renda familiar ou emprego; identificação de programa ou benefício social como estratégia de enfrentamento à situação pandêmica e identificação do impacto da situação de segurança alimentar sobre a saúde da criança. Para isto, utilizou-se um instrumento de coleta de dados adaptado(15).
Ademais, realizou-se também nesta etapa a categorização do nível de evidência referente a cada estudo, classificados entre: Nível I- a) Revisões sistemáticas de Ensaios Clínicos Randomizados, b) Revisões sistemáticas de ensaios não randomizados; Nível II– a) Ensaios Clínicos Randomizados Individuais; b) Ensaios não randomizados; Nível III– Revisão Sistemática de estudos de observação/correlação; Nível IV-Pesquisas de observação/correlação; Nível V- Revisão Sistemática de Estudos Descritivos/qualitativos/fisiológicos; Nível VI- Estudos qualitativos, descritivos; Nível VII– Comitês de especialistas e opiniões de autoridades(10).
Salienta-se ainda que o estudo respeitou os princípios éticos referentes ao desenvolvimento de pesquisas que envolvem informações de domínio público, conforme os itens expostos na resolução 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde(16).
RESULTADOS
A etapa referente à busca dos materiais nas bases de dados, a partir do uso dos descritores estabelecidos, resultou em 179 artigos. Após a leitura completa dos materiais, obteve-se uma amostra final composta por seis estudos, sendo três da base de dados Web of Science e três selecionados da Scopus.
A figura 1 apresenta o fluxograma com o quantitativo de artigos obtidos em cada etapa da pesquisa.
Figura 1 - Fluxograma do processo de seleção das publicações incluídas na Revisão Integrativa. Redenção/CE, Brasil, 2022.
Estudos identificados nas bases de
dados (n= 179): -Pubmed (n= 11) -Scopus
(n= 42) -Web of Science (n= 111) -TAJCN (n=
15)
-Registros
excluídos (n= 144) - Registros
duplicados (n= 3)
Registros
rastreados: Artigos elegíveis após aplicação dos filtros (n= 35) Registros
excluídos após leitura do título e resumo (n= 19)
Artigos lidos
na íntegra e avaliados quanto à elegibilidade (n= 16) Registros
excluídos por não responderem à questão do estudo (n= 10) Artigos
incluídos na revisão (n= 6)
Fonte: Autores, 2022. Modelo adaptado do fluxograma PRISMA (2020) (17).
Os estudos selecionados para compor a amostra final foram publicados entre os anos de 2020 e 2021, observando-se maior prevalência de pesquisas realizadas em 2021 (n=4; 66,7%). No que se refere às demais variáveis analisadas, destaca-se que todos (100%) os artigos selecionados apresentaram-se no idioma inglês. Os Estados Unidos (n=2; 33,3%) representaram o país com a maior quantidade de pesquisas realizadas sobre a temática.
No que se refere aos níveis de evidência e tipos de estudo, as pesquisas de observação/correlação apresentaram maior prevalência, com um total de cinco artigos, de modo que o nível de evidencia IV apresentou grande frequência na amostra (61,3%). As pesquisas qualitativas (n=1; 9,7%) contemplaram o segundo maior percentual referente aos artigos selecionados.
O quadro 1 apresenta os principais dados dos estudos selecionados na amostra final.
Quadro 1 - Apresentação dos artigos quanto ao autor, ano de pesquisa, tipo de estudo, nível de evidência, objetivo e impacto da COVID-19 sobre a segurança alimentar e nutricional conforme os estudos analisados. Redenção/CE, Brasil, 2022.
Autores e Ano |
Tipo de Estudo e Nível de evidência |
Objetivo |
Impacto da COVID-19 sobre a segurança alimentar e nutricional |
Das S, Rasul MG, Hossain MS, Khan AR, Alam MA, Ahmed T, Clemens JD, 2020. (18) |
Estudo transversal. Estudo de observação/correlação. Nível IV. |
Identificar determinantes de insegurança alimentar familiar de áreas urbanas e rurais após a pandemia de COVID-19. |
Houve impacto na renda das famílias e na distribuição de alimentos, especialmente em domicílios urbanos. Cerca de 90% dos domicílios apresentaram alguma forma de insegurança alimentar. A prevalência de insegurança alimentar grave foi significativamente maior em domicílios urbanos (42%) do que nos rurais (15%). Por outro lado, na área rural, 70% dos domicílios apresentavam insegurança alimentar leve e moderada, enquanto na área urbana a prevalência foi de 50%. |
Jayatissa R, Herath HP, Perera AG, Dayaratne TT, Alwis NDD, Nanayakkara HPLK, 2021. (19) |
Estudo de coorte. Estudo de observação/correlação. Nível IV. |
Determinar as mudanças e os fatores associados à perda de peso infantil, baixa estatura, excesso de peso e insegurança alimentar antes e depois da primeira onda de pandemia de COVID-19 em assentamentos urbanos em Colombo. |
Cerca de 90% das famílias relataram uma redução da renda familiar mensal durante a pandemia, de forma que os principais fatores que contribuíram para a redução da renda foram perda de emprego (64,7%), redução do salário pelo empregador (49,2%) e perda de fonte de renda extra (40,1%). Aproximadamente 50% dos domicílios que antes apresentavam segurança alimentar passaram a apresentar algum nível de insegurança alimentar, resultando em um total de dois em cada três domicílios com insegurança alimentar no estudo. |
Nguyen PH, Kachwaha S, Pant A, Tran LM, Ghosh S, Sharma PK, Shastri VD, Alegria JE, Avula R, Menon P, 2021. (20) |
Estudo de coorte de base populacional. Estudo de observação/correlação. Nível IV. |
Avaliar a relação entre a insegurança alimentar doméstica, com práticas de alimentação infantil e estratégias de enfrentamento para lidar com dificuldades econômicas durante a pandemia de COVID-19. |
Os desafios relacionados à pandemia resultaram em desemprego/perda de renda em 78,4% dos domicílios. Apenas 19% das crianças atingiram a diversidade alimentar mínima. 62% das famílias do estudo transicionaram da segurança alimentar para algum nível de insegurança alimentar, durante a pandemia. Antes da pandemia, 21% dos domicílios apresentavam algum nível de insegurança alimentar. Seis meses após a pandemia, a prevalência de insegurança alimentar aumentou de 21% a 80%, variando entre os níveis leve, moderado e grave. |
Carroll N, Sadowski A, Laila A, Hruska V, Nixon M, Ma DWL, Haines J, 2020. (21) |
Estudo de coorte longitudinal; Estudo de observação/correlação. Nível IV. |
Identificar os comportamentos de saúde (atividade física, padrões alimentares e sono), nível de estresse familiar e segurança financeira/alimentar em famílias canadenses após as restrições físicas da COVID-19. |
Vários participantes relataram perda de renda, devido a perda do emprego ou fechamento do negócio. Aproximadamente 8% das famílias relataram preocupações sobre ter dinheiro suficiente para comprar comida nos próximos seis meses. |
Ceballos F, Hernandez MA, Paz C, 2021. (22)
|
Estudos longitudinal do tipo painel. Estudo de observação/correlação. Nível IV. |
Avaliar os efeitos de curto prazo do COVID-19 na segurança alimentar e nutrição de populações vulneráveis na Guatemala rural. |
A COVID-19 afetou a renda, segurança alimentar e padrões alimentares das famílias rurais. As famílias relataram menor disponibilidade de alimentos nos mercados locais e alta nos preços, acarretando experiências de insegurança alimentar desde o início do confinamento da COVID-19. |
Escobar et al., 2021. (23)
|
Estudo quantitativo com abordagem transversal. Nível VI. |
Determinar a segurança alimentar na situação de pandemia de COVID-19 e o impacto da pandemia na segurança alimentar em áreas urbanas e semi-urbanas. |
Observou-se redução na renda, aumento do preço dos bens de primeira necessidade, aumento dos preços dos alimentos e falta de transporte público em áreas urbanas e semi-urbanas, piorando a situação de desemprego e a condição de renda. |
Fonte: Autores, 2022.
Através da análise de dados identificou-se que a COVID-19 influenciou de diferentes modos no acesso da população a uma alimentação adequada. A renda representou um dos principais desafios apresentados nos estudos, sendo citado esse aspecto em todos os artigos, de modo que tal fator estava associado à redução do salário pelo empregador em casos de empregos informais, ou mesmo decorrente do comprometimento de fontes de renda extra durante o período de isolamento e distanciamento social. Outro fator diretamente associado à renda familiar correspondeu ao desemprego (n=3; 50%) ao longo do período pandêmico. Além disso, o aumento dos preços dos alimentos (n=3; 50%) também representou um importante ponto considerado como desafio de acesso à alimentação das famílias.
Com relação ao nível de segurança alimentar e nutricional durante a pandemia, observou-se a prevalência de insegurança alimentar em 50% (n=3) das pesquisas que representaram a amostra final, de forma que 100% dos artigos, abordaram sobre os impactos negativos diretos ou indiretos da pandemia sobre a segurança alimentar familiar. Além disso, parte dos estudos (n=3; 50%) abordaram sobre os impactos da insegurança alimentar sobre a saúde infantil, especialmente com relação à sua influência sobre o desenvolvimento físico das crianças, onde se destacou mudanças relacionadas ao peso e estatura infantil.
Assim, optou-se por investigar também se os estudos abordavam sobre alguma estratégia de enfrentamento para lidar com as dificuldades de acesso à alimentação durante o período pandêmico. Observou-se que 50% (n=3) das pesquisas citaram estratégias utilizadas, de forma que essas incluíram ajudas governamentais (n=2; 33,3%) e não governamentais (n=1; 16,7%) referentes aos países onde os estudos foram desenvolvidos. Os programas citados incluíram os Serviços Integrados de Desenvolvimento Infantil (ICDS) e o Programa de Apoio Alimentar.
DISCUSSÃO
A análise do conteúdo dos estudos incluídos na amostra final possibilitou a categorização da pesquisa em três temáticas principais, sendo estas: 1. Impacto da COVID-19 em fatores que influenciam no acesso da população a uma alimentação adequada; 2. Níveis de segurança alimentar e nutricional em tempos de pandemia da COVID-19; 3. Estratégias de enfrentamento para lidar com as dificuldades de acesso à alimentação impostas pela pandemia. Assim, cada categoria listada será devidamente discutida a seguir.
1. Impacto da COVID-19 em fatores que influenciam no acesso da população a uma alimentação adequada
A pandemia causada pela COVID-19 trouxe consigo mudanças na vida da população de todo o mundo, com impactos diretos na saúde e também em aspectos econômicos e sociais. As medidas adotadas para a contenção da disseminação do vírus, tais como, distanciamento social, fechamentos de escolas, fechamento de fronteiras e adoção de etiqueta respiratória, impactaram diretamente na economia mundial(24).
Nesse contexto, os achados deste estudo demonstram que as demissões ocasionadas pela instabilidade das empresas em decorrência da COVID-19 mostrou ser uma das principais causas de diminuição da renda das famílias mais vulneráveis da sociedade. Em concordância com os achados da presente pesquisa, estudo quantitativo realizado no Reino Unido, apontou que cerca de 300.000 pessoas foram demitidas de seus cargos por efeito da atual pandemia, fator que ocasionou uma sobrecarga financeira nas famílias economicamente mais vulneráveis(19-25).
Diante disso, estudo que avaliou o impacto econômico causado pela COVID-19 nas famílias brasileiras, identificou que a maioria dos entrevistados tiveram sua renda reduzida, o que gerou maior necessidade de controle financeiro e exigiu a priorização de itens essenciais, tais como alimentação e saúde(26). Assim, vê-se que um dos principais fatores que contribuíram para o aumento da fome e consequentemente da insegurança alimentar foi o impacto direto do período pandêmico sobre a renda das famílias, visto que esse fator ocasionou maior instabilidade financeira e econômica.
Considerando o exposto, ressalta-se que a situação econômica afetou aspectos essenciais para a manutenção do bem-estar da nação, particularmente o poder de compra e de consumo, principalmente de alimentos, acometendo diretamente a segurança alimentar e nutricional das famílias. Ademais, estima-se que os impactos da situação alimentar imediatamente impostos pela atual situação ocasionada pela pandemia colocará cerca de 265 milhões de pessoas em situação de fome aguda em todo o mundo, atingindo principalmente as classes e as faixas etárias mais vulneráveis da população(27).
Assim, destaca-se que além dos impactos diretos sobre a renda, a pandemia da COVID-19 ocasionou o fechamento de escolas e creches, com o intuito de diminuir a onda de contágio do vírus. Tal situação também influenciou diretamente no acesso da população à alimentação, atingindo especialmente o público infantil e jovem, visto que nesses espaços oferecia-se alimentação gratuita e adequada para cada faixa etária. Ressalta-se que nas escolas e creches era garantido parte importante da dieta diária de crianças e adolescentes, de modo que o fechamento temporário desses locais durante o período pandêmico colaborou para a ameaça de insegurança alimentar nessa população(28).
2. Níveis de segurança alimentar e nutricional em tempos de pandemia da COVID-19
No que se refere aos níveis de segurança alimentar, observou-se que à medida que a pandemia da COVID-19 continuava, os impactos socioeconômicos cresciam e a proporção de famílias em insegurança alimentar aumentava. No ano de 2019, antes do início da pandemia, 13,6% das famílias compostas por crianças nos Estados Unidos vivenciaram algum grau de insegurança alimentar. Destaca-se que em famílias com crianças e adolescentes de 0 a 18 anos esse valor chegou a representar 38,7%. A análise desses dados durante o período de pandemia destaca que a prevalência de domicílios em situação de insegurança alimentar familiar aumentou significativamente, indicando uma porcentagem de 51,8% nos primeiros quatro meses do período pandêmico(29).
Diante disso, em estudo realizado nas cidades de Jacarta e Depok, na Indonésia, observou-se que 65% das famílias que tinham em sua composição bebês ou crianças pequenas, apresentaram diferentes níveis de insegurança alimentar, sendo, 15,5% insegurança alimentar grave, 28,2% com insegurança alimentar moderada e 21,3% com insegurança alimentar leve. O nível de insegurança alimentar e nutricional demonstrado no estudo revela que a atual pandemia ocasionou impactos significativos na alimentação das famílias, especialmente das que possuíam crianças(30).
Estudo de coorte realizado com três grupos distintos de famílias, identificou que as famílias participantes apresentaram baixas taxas de segurança alimentar e nutricional no período atual da pandemia da COVID-19, sendo observado que em um dos grupos o nível de insegurança alimentar chegou a 60%. Essa percentagem se mostrou ainda maior quando se observou o nível de insegurança alimentar em domicílios com crianças, com uma prevalência de 78%. Tais achados demostram que em domicílios com crianças os níveis de insegurança alimentar e nutricional apresentam-se maiores e mais prevalentes, sendo importante a realização de estudos mais aprofundados relacionados aos impactos diretos da pandemia sobre a segurança alimentar e nutricional desse público(23).
Como apresentado, a pandemia da COVID-19 ocasionou grandes impactos sobre a segurança alimentar e nutricional das famílias em diversos países, de forma que resultados semelhantes são encontrados no Brasil. Uma pesquisa realizada no país, que utilizou a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), identificou que em 2020, 55,2% da população apresentou algum grau de insegurança alimentar e nutricional, de modo que a análise desses dados em anos anteriores indicou valores inferiores aos encontrados na pesquisa recente. À exemplo disso, cita-se o levantamento realizado em 2018, que indicou uma porcentagem de insegurança alimentar e nutricional familiar de até 36,6%, representando, assim, um aumento de 18,6% quando comparado ao ano de 2020(31).
Além disso, através da análise dos achados obtidos na presente pesquisa, revelou-se que os níveis de insegurança alimentar e nutricional que antes já eram considerados significativos, principalmente em famílias de classes menos favorecidas e de baixa escolaridade, passou a apresentar níveis ainda mais agravantes diante do início da pandemia da COVID-19. Tal aspecto torna nítido que a insegurança alimentar e nutricional é um problema de saúde pública que deve gerar um olhar mais aprofundado de gestores e profissionais, não somente para descobrir as reais consequências da insegurança alimentar no público acometido, como também para contribuir na elaboração de estratégias que visem intervir diante desses casos, e fornecer suporte às famílias acometidas ou em situações de risco.
3. Estratégias de enfrentamento para lidar com as dificuldades de acesso à alimentação impostas pela pandemia
No que se refere às estratégias para minimizar os impactos sobre a alimentação ocasionadas pela pandemia da COVID-19, observou-se que o governo teve uma grande participação na ajuda de custo e na criação de diversos programas que auxiliaram as famílias no que concerne à renda e ao acesso a itens considerados essenciais. A exemplo disso, pode-se destacar um programa identificado em um dos estudos analisados, criado nos Estados Unidos, com intuito de diminuir os índices de insegurança alimentar e nutricional. O mesmo é intitulado como Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP) e oferece ajuda financeira para custear a compra de alimentos, a fim de garantir uma alimentação adequada e saudável para as famílias mais carentes(29).
No contexto brasileiro, também foram implementadas estratégias com intuito de tentar reduzir os impactos da pandemia sobre o acesso a itens básicos para a sobrevivência das famílias, incluindo a alimentação. Nesse contexto, o Programa Auxílio Emergencial (PAE), criado pelo governo brasileiro, apresentou como intuito principal a disponibilização de uma fonte de renda para as partes mais vulneráveis da população, principalmente aos inscritos em programas governamentais existentes, como exemplo, os beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF). O PAE buscou, assim, diminuir os impactos socioeconómicos ocasionados pelas medidas sanitárias para a contenção da propagação do vírus(32).
Tais suportes são considerados fundamentais, considerando que diante do atual contexto vivenciado faz-se necessária a criação e a intensificação de programas destinados à implementação de ajuda para custear uma alimentação digna às famílias que mais necessitam, em especial às crianças, para que os abalos sofridos sobre a insegurança alimentar sejam amenizados, e para que as famílias possam alcançar o bem-estar e a saúde(20,23).
A insegurança alimentar e nutricional de famílias com crianças é um dos aspectos relevantes a serem estudados e explorados, considerando o seu agravamento durante o período de pandemia da COVID-19, que ocasionou mudanças consideráveis na vida de grande parte dos indivíduos, incluindo o acesso à alimentação adequada, definido como um dos aspectos mais importantes para a manutenção da qualidade de vida e saúde. Diante disso, é indispensável o aprofundamento de estudos que possam buscar alternativas para a melhora dos índices apresentados.
CONCLUSÕES
Os achados da presente revisão apontam que as diversas dificuldades associadas à alimentação das famílias com crianças menores de cinco anos durante a pandemia da COVID-19 impactaram de forma direta nos níveis de insegurança alimentar e nutricional deste público. Assim, foi possível observar as consequências de fatores socioeconômicos, como a renda familiar, emprego e acesso alimentação sobre a saúde infantil.
No entanto, a presente pesquisa apresenta limitações, especialmente no que se refere ao número de bases de dados utilizadas e pelo fato de terem sido incluídas na amostra final somente publicações eletrônicas disponíveis gratuitamente, de modo que esses aspectos podem ter limitado o acesso à estudos sobre a temática. Nesse contexto, outros estudos de revisão, com diferentes cruzamentos e bases de dados, podem contribuir para o aprimoramento e construção de conhecimentos atualizados sobre o tema, bem como para a compreensão dos impactos da atual pandemia sobre a situação de segurança alimentar das famílias nos diferentes contextos avaliados.
Tal análise é considerada essencial, à medida que possibilita a ampliação do olhar da enfermagem e dos demais profissionais/agentes sociais e políticos sobre a importância da elaboração e implementação de propostas que visem reduzir vulnerabilidades prevalentes na população e que foram potencializadas pela pandemia atual.
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Fomento e Agradecimento: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).