INFORMA��ES SOBRE TRABALHO DE PARTO E NASCIMENTO DISPON�VEIS EM APLICATIVOS DE SMARTPHONES
INFORMATION ON LABOR AND BIRTH AVAILABLE ON SMARTPHONE APPLICATIONS
INFORMACI�N SOBRE EL TRABAJO DE PARTO Y EL NACIMIENTO DISPONIBLE EN APLICACIONES DE SMARTPHONE
J�nia Aparecida Laia da Mata1
Luciano Barroso Oliveira da Silva2
Cristianne Maria Famer Rocha3
1Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9062-8536
2Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9236-2380
3Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-3281-2911
Autor correspondente
J�nia Aparecida Laia da Mata
Avenida Francisco Petuco, n� 45, apartamento 1004-B1, Boa Vista, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, CEP: 90.520-620, +55(51) 99940-2505, E-mail: jumata.2905@gmail.com
Submiss�o: 08-09-2023
Aprovado: 27-03-2024
RESUMO
Objetivo: Conhecer as informa��es sobre trabalho de parto e nascimento dispon�veis em aplicativos de smartphones para gestantes/casais; e analisar o conte�do das informa��es sobre trabalho de parto e nascimento veiculadas nos aplicativos levantados. M�todos: Estudo explorat�rio, qualitativo, com an�lise tem�tica do conte�do, baseada em Bardin. A coleta ocorreu entre setembro e dezembro de 2022. Resultados: Foram selecionados cinco aplicativos, que a partir dos seus conte�dos geraram tr�s grandes categorias de an�lise: 1) Nascer por parto ou ces�rea; 2) Pr�ticas e atitudes para experimentar o trabalho de parto e nascimento de forma positiva; e, 3) Centralidade da aten��o ao trabalho de parto e nascimento na figura m�dica e a deten��o do poder nas decis�es relativas ao corpo de quem gesta e pare. Discuss�o: Existem inconsist�ncias em rela��o �s evid�ncias cient�ficas em algumas informa��es dispon�veis, como: assist�ncia ao parto centralizada na figura m�dica; indica��es equivocadas para a cesariana; rela��o verticalizada e autorit�ria entre profissional e quem gesta/pare. Conte�dos que podem contribuir para uma experi�ncia positiva de parto foram identificados: planejamento do parto; escolha de acompanhante; ado��o de estrat�gias n�o farmacol�gicas para o al�vio da dor; e promo��o da hora de ouro. Considera��es finais: A an�lise das informa��es veiculadas pelos aplicativos pode contribuir para (re)pensar conte�dos e integrar novos �s se��es analisadas, bem como trazer � luz a responsabilidade que os criadores de conte�do possuem na atual era digital. � fundamental promover informa��es seguras, baseadas na ci�ncia, e n�o sustentar mitos e cren�as equivocadas sobre trabalho de parto e nascimento.
Palavras-chave: Trabalho de Parto; Parto; Aplicativos M�veis.
ABSTRACT
Objective: To know the diverse information about labor and birth available in smartphone apps for pregnant women/couples; and to analyze the content of the information about labor and birth conveyed in the apps surveyed. Methods: An exploratory and qualitative study, with thematic analysis, based on Bardin. Data collection took place between September and December 2022. Results: Five apps were selected and three broad analysis categories were generated from their contents, namely: 1) Normal or C-section births; 2) Practices and attitudes to experience labor and birth in a positive way: and 3) Labor and birth care centered on the figure of physicians and holding power over the decisions related to the body of the pregnant and birthing women. Discussion: There are inconsistencies in relation to the diverse scientific evidence in part of the information available, such as: delivery assistance centered on the figure of physicians; incorrect indications for C-sections; and verticalized and authoritarian relationships between professionals and pregnant and birthing women. Some contents that may contribute to a positive delivery experience were verified: delivery planning; choice of a companion; adoption of non-pharmacological strategies for pain relief; and promotion of �The Golden Hour�. Final Considerations: The analysis of the information conveyed in the apps can contribute to (re)thinking contents and integrate new ones to the sections analyzed, as well as to evidencing the content creators' responsibility in the current digital era. It is fundamental to promote safe information based on science and not to advocate in favor of wrong myths and beliefs about labor and birth.
Keywords: Labor; Delivery; Mobile Apps.
RESUMEN
Objetivo: Conocer la informaci�n sobre el trabajo de parto y el nacimiento disponible en las aplicaciones de smartphones para mujeres embarazadas/parejas; y analizar el contenido de la informaci�n sobre parto y nacimiento que se transmite en las aplicaciones encuestadas. M�todos: Estudio exploratorio, cualitativo, con an�lisis tem�tico del contenido, basado en Bardin. La encuesta se llev� a cabo entre septiembre y diciembre de 2022. Resultados: Se seleccionaron cinco aplicaciones, que, a partir de sus contenidos, generaron tres grandes categor�as: 1) Nacimiento por parto o ces�rea; 2) Pr�cticas y actitudes para experimentar el trabajo de parto y nacimiento de forma positiva; y, 3) Centralidad de la atenci�n al trabajo de parto y nacimiento en la figura del m�dico y el ejerc�cio del poder en las decisiones relativas al cuerpo de quien gesta y pare. Discusi�n: Hay inconsistencias en relaci�n a la evidencia cient�fica en algunas informaciones disponibles, tales como: atenci�n al parto centralizada en la figura del m�dico; indicaciones err�neas de ces�rea; relaci�n verticalizada y autoritaria entre el profesional y quien gesta/pare. Se verificaron contenidos que pueden contribuir a una experiencia positiva del parto: planificaci�n del parto; elecci�n de un acompa�ante; adopci�n de estrategias no farmacol�gicas para el alivio del dolor; y promoci�n de �La Hora Dorada�. Consideraciones Finales: El an�lisis de la informaci�n que se transmite en las aplicaciones puede contribuir a (re)pensar los contenidos e integrar nuevos en las secciones analizadas, as� como a poner de manifiesto la responsabilidad de los creadores de contenidos en la actual era digital. Es fundamental promover una informaci�n segura, basada en la ciencia, y no sostener mitos y creencias err�neas sobre el trabajo de parto y el nacimiento.
Palabras clave: Trabajo de parto; Parto; Aplicaciones M�viles.
INTRODU��O
Ao longo dos anos, o modelo obst�trico vem sofrendo in�meras adapta��es, acompanhando o avan�o tecnol�gico no campo da sa�de. No imagin�rio popular, o nascimento tem sido associado � cirurgia cesariana, sendo essa a primeira op��o oferecida(1) dentro de um modelo brasileiro predominantemente tecnocr�tico.
Para transformar esse cen�rio, � fundamental investir em uma abordagem educativa, tanto para os (as) profissionais de sa�de (educa��o permanente), quanto para as pessoas em idade reprodutiva/fam�lias (educa��o em sa�de), transpondo a educa��o sobre as vias de parto, contemplando os direitos da pessoa que gesta/fam�lia (ou casal) e o preparo mental e f�sico para a parturi��o.
� necess�rio reaver a participa��o e a autonomia da pessoa que gesta na decis�o sobre o desfecho de sua gesta��o(2). Segundo a Rede pela Humaniza��o do Nascimento (REHUNA), quem pare deve ser participante ativa (o) das decis�es, durante o trabalho de parto e suas prefer�ncias devem ser consideradas, devendo ser assistida (o) por algu�m treinada (o) para oferecer as orienta��es que se fizerem necess�rias. Estrat�gias n�o farmacol�gicas para a promo��o do conforto devem ser implementadas no cuidado, a presen�a de acompanhantes deve ser incentivada. No p�s-parto imediato, � importante que seja promovido o contato pele a pele e a amamenta��o, fortalecendo o v�nculo entre m�e-beb�(3).
A maternidade � uma experi�ncia transformadora e impactante e, por isso, � fundamental respeitar as decis�es da pessoa que gesta/fam�lia, fazendo com que a viv�ncia do parto seja positiva, promovendo protagonismo na parturi��o. Isso � importante para criar um espa�o acolhedor e respeitoso, bem como uma experi�ncia parturitiva satisfat�ria(4).
������������� Ser protagonista no parto envolve, dentre outros fatores, possuir conhecimento adequado e necess�rio para tomar decis�es e fazer escolhas. � direito de quem gesta decidir pela via de parto de sua prefer�ncia, sendo um exerc�cio para a sua autonomia. Por isso, o empoderamento � um caminho que pode garantir a participa��o ativa das/dos usu�rias (os) da sa�de no processo de parturi��o(5). Com a institucionaliza��o do parto, esse evento se tornou patologizado, m�dico-centrado e cir�rgico, focando o uso de altas tecnologias. A medicaliza��o e as a��es intervencionistas no trabalho de parto e nascimento resultaram na quantidade excessiva de ces�reas e no abuso de interven��es tecnol�gicas(6).
������������� A ces�rea constitui-se em um procedimento r�pido, programado e controlado, proporcionando altos n�meros de atendimentos em um curto espa�o de tempo, al�m de resultar em altas taxas de lucros para a categoria m�dica e institui��es. Quando realizada rotineiramente � fator de risco para baixo peso ao nascer, prematuridade, mortalidade neonatal e materna(6).
������������� No Brasil, foram tomadas iniciativas que buscaram qualificar a aten��o obst�trica e neonatal, bem como reduzir o uso deliberado de interven��es no parto e nascimento, propondo o uso de pr�ticas baseadas em evid�ncias cient�ficas e humanizadas. Uma delas foi a Rede Cegonha, disposta na Portaria 1.459 de 24 de junho de 2011, que prop�e a garantia das boas pr�ticas e seguran�a na aten��o ao parto e nascimento e de acompanhante durante o acolhimento para trabalho de parto, parto e p�s-parto imediato; realiza��o de classifica��o de risco nos servi�os de aten��o obst�trica e neonatal, entre outras medidas(7).
������������� Essa estrat�gia incentivou a inser��o da enfermagem obst�trica na aten��o ao parto, fomentando a forma��o em resid�ncias, bem como a ado��o de boas pr�ticas na aten��o � gesta��o, parto, nascimento e p�s-parto, repercutindo no modelo assistencial atual.
������������� Voltado ao contexto de aten��o qualificada, cabe ao profissional de sa�de, incluindo a (o) enfermeira (o) e a (o) obstetriz, disponibilizar informa��es � pessoa que gesta no que se refere aos tipos de nascimento, explicando sobre os benef�cios do parto vaginal como um processo fisiol�gico e esclarecendo sobre as indica��es absolutas e relativas da ces�rea. Dessa forma, a rela��o entre profissional-gestante, quando efetivada por meio do di�logo transparente, sincero, horizontal e baseado na confian�a, oportunizar� a/ao usu�ria (o) do servi�o de sa�de participar e decidir sobre os passos referentes � viv�ncia parturitiva(6).
������������� A sociedade contempor�nea vive uma era tecnol�gica e globalizada, tendo acesso �s informa��es de forma cada vez mais r�pida. Uma das tecnologias mais utilizadas pelas pessoas s�o os telefones celulares, que desde o seu surgimento, t�m evolu�do de forma constante, se tornando smartphones e nos apresentando um enorme leque de possibilidades/ferramentas que seguem sendo criadas e adicionadas a esses dispositivos. O desenvolvimento destes foi com certeza um fator positivo, pois possibilitou a realiza��o de tarefas de uma forma mais facilitada, reduzindo inclusive a burocracia com atividades cotidianas, facilitando o acesso a informa��es(8). Por�m, nem toda informa��o de f�cil acesso pode ser considerada confi�vel(9).
������������� Os aparelhos celulares, que antes serviam apenas para receber e enviar liga��es ou mensagens, ganharam nova utilidade, suas fun��es foram ampliadas com servi�os que possibilitam aos seus usu�rios assistirem v�deos, lerem livros digitais, acessarem mapas, navegarem nas redes sociais, compartilharem informa��es e muito mais. Junto � versatilidade que um dispositivo m�vel oferece aliado �s ferramentas da web 2.0, cujo tra�o principal � a colabora��o interatividade, surgiram os aplicativos (App) (10).
������������� Contemporaneamente, existe uma variedade de aplicativos para gestantes e casais, com conte�dos diversos. Diante disso, inquieta��es mobilizaram os autores dessa pesquisa, a saber: que tipo de informa��es sobre trabalho de parto e nascimento s�o veiculadas no mundo virtual; e como tais conte�dos podem influenciar nas decis�es e nos conhecimentos das mulheres acerca da parturi��o.
������������� Acredita-se que as informa��es sobre trabalho de parto e nascimento acessadas no per�odo gestacional tenham grande import�ncia na tomada de decis�o das pessoas que gestam (ou dos casais) acerca da via de nascimento e tamb�m influencia na experi�ncia parturitiva (ou de ces�rea). Por isso, defende-se o preparo para o trabalho de parto e nascimento no per�odo perinatal, por meio de educa��o em sa�de e o incentivo �s mulheres (ou casais) a acessarem informa��es seguras e de qualidade no mundo digital, tendo cautela com o que � acessado. Para isso, � preciso conhecer e analisar o que tem sido compartilhado no ambiente virtual, a fim de oferecer o melhor caminho na busca por informa��es em App.
������������� Diante do exposto, o presente estudo teve como quest�o norteadora: quais s�o as informa��es sobre trabalho de parto e nascimento veiculadas em aplicativos de smartphones para gestantes/casais? E objetivou: conhecer as informa��es sobre trabalho de parto e nascimento dispon�veis em aplicativos de smartphones para gestantes/casais; e analisar o conte�do das informa��es sobre trabalho de parto e nascimento veiculadas nos aplicativos levantados.
M�TODOS
������������� Tratou-se de um estudo explorat�rio, de abordagem qualitativa. A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, o que corresponde a um campo mais profundo, dos processos e dos fen�menos que n�o podem ser abreviados � operacionaliza��o de vari�veis(11). J� a explorat�ria busca explicitar um determinado problema podendo contribuir para o desenvolvimento posterior de investiga��es mais amplas sobre o assunto(12).
������������� A coleta dos dados se deu entre setembro e dezembro de 2022 e seguiu as etapas:
1) Levantamento, na rede mundial de computadores, de aplicativos para smartphones direcionados para o p�blico de gestantes/casais, dispon�veis no Brasil, que continham orienta��es e informa��es sobre trabalho de parto e nascimento. A sele��o foi intencional e se deu a partir da busca nas lojas de aplicativos com o sistema operacional IOS e Android, com as seguintes frases: Trabalho de parto e nascimento; e Gesta��o. Para sele��o, foram utilizados os seguintes crit�rios (Quadro 1). A amostra final se concentrou em cinco aplicativos para an�lise.
Quadro 1 - Crit�rios de inclus�o e exclus�o para a sele��o de aplicativos de smartphones. Porto Alegre, RS, Brasil, 2022.
Inclus�o |
1. App com maior n�mero de download e melhores avalia��es; 2. Ter vers�o em portugu�s; 3. Aplicativos que tratam sobre trabalho de parto e nascimento. |
Exclus�o |
1. N�o apresentar, em nenhuma sess�o, informa��o sobre trabalho de parto e nascimento. |
2) Download dos App e acesso aos campos (ou se��es) da interface que tratam sobre trabalho de parto e nascimento; O autor principal do artigo criou os perfis nos aplicativos, utilizando o pr�prio nome (masculino) e simulando a data da �ltima menstrua��o (DUM) para o c�lculo do App.
3) Leitura flutuante do material para posterior an�lise tem�tica de conte�do, com base em Laurence Bardin(13). Durante esta etapa, as informa��es selecionadas eram incorporadas em instrumento pr�prio para fichamento.
4) Para fundamentar a interpreta��o dos achados, foram levantados artigos originais, revis�es sistem�ticas e guidelines/protocolos nas bases indexadoras de dados Medline, Cochrane, LILACS e CINAHL, utilizando os seguintes Descritores em Ci�ncias da Sa�de (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH), nos idiomas portugu�s/ espanhol/ ingl�s: Parto/ Parto/ Parturition AND Pr�tica Cl�nica Baseada em Evid�ncias/ Pr�ctica Cl�nica Basada en la Evidencia/ Evidence-Based Practice; Trabalho de Parto/ Trabajo de Parto/ Labor Obstetric AND Pr�tica Cl�nica Baseada em Evid�ncias/ Pr�tica Cl�nica Basada en la Evidencia/ Evidence-Based Practice; Ces�rea/ Ces�rea/ Cesarean Section AND Pr�tica Cl�nica Baseada em Evid�ncias/ Pr�tica Cl�nica Basada en la Evidencia/ Evidence-Based Practice; Risco � Sa�de Humana/ Riesgo a la Salud/ Risks and Benefits AND Parto/ Parto/ Parturition: Risco � Sa�de Humana/ Riesgo a la Salud/ Risks and Benefits AND Ces�rea/ Ces�rea/ Cesarean Section.
������������� Na an�lise e interpreta��o dos achados foi aplicada a an�lise tem�tica de conte�do, de Bardin(13), que se organizou em tr�s etapas: a) a pr�- an�lise - escolha dos documentos/textos submetidos � an�lise, a formula��o das hip�teses e dos objetivos e a elabora��o de indicadores que fundamentaram a interpreta��o final; b) a explora��o do material � realiza��o de opera��es de codifica��o, decomposi��o ou enumera��o, considerando os objetivos e a pergunta da pesquisa; e, c) o tratamento dos resultados obtidos e interpreta��o � organiza��o dos resultados em quadros, tabelas e interpreta��o com base na literatura levantada.
������������� O conte�do das informa��es dispon�veis nos App foi descrito de forma narrativa, sendo interpretados com base nas evid�ncias cient�ficas dispon�veis nos materiais pesquisados nas bases de dados, bem como em diretrizes nacionais e internacionais.
������������� Como se tratou de uma pesquisa realizada em aplicativos de acesso p�blico, dispon�veis na internet e com dados abertos, n�o foi necess�ria a submiss�o � Comit� de �tica em Pesquisa. Entretanto, o projeto de pesquisa foi registrado na Comiss�o de Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sob o n� 37.797. Foram respeitados os preceitos �ticos na cita��o das informa��es acessadas e analisadas, bem como os direitos autorais dos aplicativos acessados. O estudo seguiu o Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research (COREQ) (14).
RESULTADOS
Caracteriza��o dos aplicativos
������������� Os cinco aplicativos selecionados, intencionalmente, abordavam sobre os tr�s trimestres gestacionais, apresentando em seu conte�do algumas informa��es sobre trabalho de parto e nascimento. Nenhum deles possu�a uma se��o espec�fica acerca da parturi��o.
������������� Um deles foi analisado pelos autores na vers�o em ingl�s (GentleBirth), por ter sido inicialmente configurado neste idioma. Ele foi selecionado intencionalmente por ser utilizado pelos autores na pr�tica profissional. Todos podem ser encontrados na Apple Store e na Play Store, com possibilidade de acesso a conte�do gratuito e tamb�m pagos (Tabela 1).
Tabela 1 - Caracteriza��o dos aplicativos selecionados para investiga��o. Porto Alegre, RS, Brasil, 2022.
Nome do App |
Criador/ Empresa |
Ano de Cria��o |
N�mero de Downloads e Avalia��o (Estrelas) |
Objetivo do App |
Formato dos Conte�dos |
Assinatura |
Gentle Birth |
Positive Birth App Development |
Abril de 2020 |
100.000 +
4,8 -⭐ |
Ajudar a reduzir o medo e a ansiedade e aumentar a confian�a ao aprender sobre a ci�ncia do parto positivo. |
�udio
Texto |
Teste gr�tis - uma semana, ap�s isso, R$ 66,90 - pagamentos mensais. |
Baby Center |
Baby Center |
Mar�o de 2011 |
10.000.000 +
4,9 -⭐ |
Orientar diariamente os pais durante a gesta��o, com dicas, ideias, informa��es e v�deos de desenvolvimento fetal para cada etapa do desenvolvimento. |
Texto
V�deos
Imagens |
Gratuito. N�o possui conte�do pago. |
Gravidez + |
Philips Digital UK Limited |
Janeiro de 2013 |
10.000.000 + 4,8 -⭐ |
Apresentar dicas de experts, artigos di�rios, dicas sobre como cuidar da mam�e e modelos 3D interativos, para acompanhar o desenvolvimento do beb�. |
Texto
Imagens |
R$ 22,90 - pagamento �nico. |
Minha Gravidez Semana a Semana |
Neiman |
Setembro de 2019 |
1.000.000 +
4,8 -⭐ |
Ser um guia informativo semanal para ajudar os pais ao longo da gravidez, atualizando as mudan�as que acontecem dentro do corpo e demonstrando o desenvolvimento do beb�. |
Texto |
Gratuito. N�o possui conte�do pago. |
Gravidez � Sprout |
Med ART Studios |
Agosto de 2014 |
1.000.000 +
4,8 -⭐ |
Demonstrar para os pais o desenvolvimento do feto durante a gesta��o, al�m de ajudar a organizar e facilitar o acompanhamento da gravidez dentro do App. |
Texto |
R$ 44,90 - acompanhamento de gravidez �nica.
R$ 54,90 - para gesta��es - ilimitado. |
�������������
Em tr�s deles, foram adquiridas as assinaturas para o acesso integral aos conte�dos, os outros dois permitiam acessar todas as se��es de forma gratuita.
������������� Os conte�dos dispon�veis nos aplicativos estavam em formato de �udio, v�deo e texto. Foram analisadas todas as se��es, iniciando com uma leitura flutuante do material escrito, depois, a escuta dos �udios e, por fim, foram assistidos os v�deos. A an�lise abrangeu somente materiais que tinham rela��o com o tema deste artigo.
������������� Para o acesso aos aplicativos � necess�rio fazer um cadastro e preencher algumas informa��es pessoais e de sa�de para que o algoritmo possa calcular o per�odo da gesta��o em que a/o usu�ria (o) se encontra, a saber: e-mail (3), idade (2), g�nero (1), data da �ltima menstrua��o (5). A partir da DUM informada, os App calculam a data prov�vel do parto e a idade gestacional, trazendo informa��es relacionadas ao per�odo em que a pessoa que gesta se encontra.
������������� Identificamos que a interface de cada App � de f�cil navega��o, mostrando diretamente a semana da gesta��o em que a/o usu�ria (o) est�, as modifica��es grav�dicas, o crescimento e desenvolvimento fetal e as principais queixas cl�nicas para aquele per�odo. Todos possu�am, em m�dia, 40 semanas de conte�do.
������������� Em quatro aplicativos, o conte�do era apresentado de forma objetiva, resumida e em forma de highlights. Somente o �Minha Gravidez Semana a Semana� apresentou seus conte�dos em formato mais extenso (textos prolixos). Todos eles apresentaram informa��es em linguagem rebuscada em algumas se��es, principalmente aquelas relacionadas aos temas das complica��es na gesta��o e no parto.
������������� Em tr�s dos aplicativos, n�o foi mencionado em nenhuma se��o sobre outros profissionais que podem estar ligados ao cuidado � sa�de durante o ciclo grav�dico-puerperal, como por exemplo, a Enfermagem ou Enfermagem Obst�trica.
������������� No aplicativo BabyCenter h� poucos artigos onde � mencionada a Fonoaudiologia e a Enfermagem, em quarenta e duas semanas dos conte�dos disponibilizados. O �nico que faz men��o constante � equipe multidisciplinar no cuidado � o GentleBirth, inclusive trazendo entrevistas com convidados de diferentes profiss�es, no formato de podcast.
������������� Quatro aplicativos apresentam uma agenda para organiza��o da gestante e, um, agrega as datas de exames a se fazer em cada trimestre, assim como alguns checklists de itens que devem estar em posse de quem gesta nas consultas e no parto.
������������� Al�m disso, alguns deles apresentam a proposta de complementar a experi�ncia da gesta��o, trazendo tamb�m algumas atividades de alongamento, relaxamento e exerc�cios, buscando envolver o/a parceiro (a), amigos e/ou familiares.
������������� Todos os aplicativos tratam extensamente sobre as mudan�as f�sicas que o corpo vivencia at� o momento do parto. Em alguns momentos, abordam sutilmente sobre os aspectos emocionais.
� medida em que s�o apresentadas as altera��es corporais, tamb�m s�o descritas algumas complica��es e o que fazer diante delas.
������������� Os aplicativos Gravidez � Sprout e Minha Gravidez Semana a Semana, apresentam conte�dos sobre o trabalho de parto e nascimento, bem como a defini��o das prefer�ncias de parto, somente na se��o relacionada ao terceiro trimestre gestacional. J� os aplicativos BabyCenter, Gentle Birth e Gravidez + abordam sobre o assunto em todos os trimestres.
Categorias de an�lise
������������� A partir da an�lise tem�tica de conte�do, foram identificadas as unidades de significado presentes nas m�dias dos aplicativos, emergindo nove subcategorias que culminaram em tr�s grandes categorias de an�lise, conforme apresentado no Tabela 2.
Tabela 2 - Subcategorias e suas respectivas categorias de an�lise. Porto Alegre, RS, Brasil, 2022.
Categorias de an�lise |
Subcategorias |
Nascer por parto ou ces�rea |
- Indica��es de cada via de nascimento - Benef�cios de cada via de nascimento - Riscos de cada via de nascimento |
Pr�ticas e atitudes para experimentar o trabalho de parto e nascimento de forma positiva |
- Estrat�gias farmacol�gicas para o al�vio da dor no trabalho de parto - Estrat�gias n�o farmacol�gicas para o al�vio da dor no trabalho de parto - Plano de parto - O (a) acompanhante e a doula - Acolhimento do beb� |
Centralidade da aten��o ao trabalho de parto e nascimento na figura m�dica e a deten��o do poder nas decis�es relativas ao corpo de quem gesta e pare |
- Discurso autorit�rio e unidisciplinar |
Indica��es de cada via de nascimento
������������� Nos aplicativos, o parto normal ou vaginal � apresentado como o de primeira escolha/ideal, pois trata-se de uma via de nascimento fisiol�gica e natural, que oferece menos riscos. O acompanhamento durante a gesta��o � feito tamb�m para averiguar as viabilidades do parto vaginal/natural, al�m de assegurar a sa�de da m�e e do beb�.
������������� Caso haja alguma inadequa��o na via vaginal/natural de parto, faz-se necess�rio a interven��o cir�rgica, sendo citadas as seguintes situa��es: beb� grande demais para idade gestacional, beb� sentado - posi��o p�lvica, erup��o de herpes genital ativa, identifica��o de placenta pr�via, descolamento prematuro de placenta, m�e com problemas card�acos, problemas de sa�de do beb� que atrapalhem o parto vaginal, prolapso de cord�o umbilical, falta de dilata��o do colo do �tero e por ces�rea anterior ou eletividade.
������������� A ces�rea � tratada nos App como uma cirurgia para retirada do beb� do �tero e � indicada em situa��es onde o beb� ou a gestante correm riscos de danos � vida ou sa�de. Consta sobre a ces�rea eletiva, que � muito realizada no Brasil, mas n�o se tem uma indica��o real de nascimento, caso n�o haja problemas com a m�e ou o beb�.
������������� Nenhum dos aplicativos analisados apresentou a cesariana com uma forma de parto, mas como cirurgia, sendo a parturi��o entendida como uma maneira fisiol�gica de nascimento.
Benef�cios de cada via de nascimento
������������� Os aplicativos continham alguns artigos, v�deos e �udios que mencionavam sobre as diferentes vias de nascimento ou sobre a op��o por ces�rea. Todos entram em um consenso que o parto vaginal possui melhores taxas de boa recupera��o p�s-parto e do beb�, quando comparado � uma cesariana, considerando a anestesia e incis�es teciduais.
������������� No parto vaginal/natural/normal, foi bastante relatado como ben�fico a possibilidade de controle e autonomia de quem est� parindo, podendo ajustar-se em posi��es de conforto, utilizar estrat�gias de sua prefer�ncia para o al�vio da dor, al�m de que � uma forma menos invasiva para trazer um filho ao mundo e, portanto, oferece menos riscos e chances de poss�veis efeitos nocivos para o beb� e para quem pare.
������������� N�o s�o citados benef�cios claros sobre a realiza��o da cesariana, somente a manuten��o da vida, integridade f�sica ou imunobiol�gica da m�e ou do beb� em casos emergenciais.
Riscos de cada via de nascimento
������������� Para o parto normal/vaginal/natural s�o poucos ou nulos os riscos elencados, sendo eles de f�cil manejo e, na maioria das vezes, de resolu��o natural pelo processo fisiol�gico corporal. Os riscos elencados nos aplicativos s�o: asfixia pelo cord�o umbilical, lacera��o e dor no per�neo, sangramento vaginal, dificuldade na elimina��o ou na conten��o de urina, hemorroidas e dores agudas do tipo c�lica.
������������� Como riscos da cesariana para foram citados: infec��o, hemorragia e forma��o de co�gulos sangu�neos. Al�m da ces�rea elevar o risco de complica��es nas pr�ximas gesta��es, tamb�m podem haver danos a outros �rg�os como a bexiga e o intestino. Para o beb�, a cesariana eletiva pode acarretar problemas no aparelho respirat�rio.
Pr�ticas e atitudes para experimentar o trabalho de parto e nascimento de forma positiva Estrat�gias farmacol�gicas para o al�vio da dor no trabalho de parto
������������� S�o referidas nos aplicativos como estrat�gias farmacol�gicas para o al�vio da dor no trabalho de parto: a) inala��o de g�s e ar, mistura de �xido nitroso e oxig�nio administrada por meio de inala��o. � um m�todo que n�o remove completamente a dor, mas ajuda no controle e podem causar alguns efeitos adversos como n�useas e tontura; b) inje��es intramusculares com medicamentos relaxantes, s�o administrados medicamentos como, por exemplo, a morfina, que servem para relaxar a musculatura e aliviar a dor. Estes t�m efeito de m�dia dura��o, por�m possui contraindica��es para o uso pr�ximo ao trabalho de parto; c) anestesia epidural, que envolve o uso de anest�sicos aplicados por m�dico anestesiologista, aplicados nas costas e fazem a��o pr�ximo aos nervos respons�veis pela transmiss�o do est�mulo doloroso; d) analgesia raquidiana, que bloqueia as sensa��es do corpo da cintura para baixo, mantendo a consci�ncia da pessoa; e, e) anestesia local, que � geralmente usada quando h� lacera��es vaginais ou quando ocorre a episiotomia.
Estrat�gias n�o farmacol�gicas para o al�vio da dor no trabalho de parto
������������� Os aplicativos GentleBirth e Baby Center apresentam a hipnoterapia como estrat�gia de relaxamento, podendo ser praticada na gesta��o e no parto. Descrevem que ela foca no aprendizado do pensamento positivo, controle de respira��o e dos sentidos corporais; uso de �leos essenciais, florais de Bach e aromaterapia (auxiliam no manejo da dor e no relaxamento para o trabalho de parto); e, o reposicionamento da pessoa que est� parindo para promover o conforto. Ainda s�o apresentadas a realiza��o de massagem pelo (a) acompanhante, a estimula��o el�trica nervosa e a acupuntura, como m�todos de relaxamento. Uma t�cnica que foi mencionada repetidamente foi a de respira��o. Essa foi referida veemente na estrat�gia Mindfulness (Medita��o com Aten��o Plena) apresentada no App GentleBirth, destacando-a como um caminho para prestar aten��o no momento presente, aumentar a resili�ncia, melhorar a regula��o emocional e tomada de decis�es.
Plano de parto
������������� Foi referido em 100% dos aplicativos a cria��o de um plano de parto. Neste, devem constar os itens de prefer�ncia de quem gesta (ou casal) quanto: a escolha dentre as vias de nascimento, sobre a perman�ncia ou n�o de acompanhante, das estrat�gias de manejo da dor permitidos durante o parto, sobre quais as posi��es preferenciais para o trabalho de parto e, principalmente, sobre a equipe de profissionais que ir� auxiliar quem parir�.
������������� O plano de parto � abordado como um documento que protege a vontade da pessoa que gesta e pare, mas deve ser feito com certa anteced�ncia, pois as institui��es precisam se preparar para atender alguns dos pedidos que nele podem ser feitos.
������������� O aplicativo GentleBirth aborda o plano de parto como prefer�ncias de parto, destacando elementos do preparo mental na sua constru��o. Esse foi o aplicativo que mais apresentou a abordagem emocional no ciclo grav�dico-puerperal.
O (a) acompanhante e a doula
������������� Nos aplicativos consta que a escolha de um (a) parceiro (a) � a parte crucial do momento do parto, pois � quem vai estar l� para apoiar a pessoa que parir� no momento mais esperado dos �ltimos nove meses.
������������� O papel do (a) acompanhante vai muito al�m de estimular e tranquilizar quem est� parindo, ele (a) tamb�m est� l� para garantir a execu��o do seu plano de parto e prevenir interven��es desnecess�rias.
������������� O aplicativo Baby Center menciona que a gestante tem o direito de escolher entre ter o parto apenas com a equipe multidisciplinar ou com um ou mais acompanhantes, podendo um (a) deles ser a doula. Logo, nesse trecho do aplicativo, a doula � abordada como acompanhante e n�o como uma ocupa��o que oferece suporte no processo parturitivo.
������������� Nos App, a doula � descrita como um (a) profissional treinada (o) que oferece apoio emocional, f�sico e acompanhamento para os futuros pais ou m�es. Faz parte do trabalho dela, oferecer informa��es e instru��es para ajudar na tomada de decis�es sobre a gesta��o, o trabalho de parto, o nascimento e cuidados com o rec�m-nascido.
������������� O conhecimento dela � fomentado por estudos e pr�ticas do processo do trabalho de parto e da ces�rea, para que possam oferecer o suporte necess�rio em diferentes situa��es do nascimento. Al�m do apoio supracitado, algumas doulas auxiliam na adapta��o de m�es e pais de primeira viagem com a nova rotina do beb�.
Acolhimento do beb�
������������� Os aplicativos Baby Center, GentleBirth e Gravidez + trazem que o primeiro contato � uma das experi�ncias mais ricas que existem nos instantes iniciais da vida fora do �tero. A �hora de ouro� � a maneira como o momento � chamado e ela consiste na m�e receber o filho nos bra�os, ter o contato pele a pele, colocar no peito e trocar olhares, sons e toques. A busca pelo toque m�e-beb� deve ser promovida na primeira hora de vida, pois � o momento em que o beb� est� bem desperto e melhor condicionado a receber o leite materno e os est�mulos hormonais.
������������� Al�m disso, os Apps Baby Center e GentleBirth colocam que a forma como nascemos tem impacto em nossa personalidade. Muitas vezes, pode ocorrer de o acolhimento ao beb� n�o ser respeitoso e gentil, sendo acompanhado por medos e inseguran�as da m�e, viol�ncia ou muitas interven��es, com a temperatura do local de nascimento baixa, muita ilumina��o, o manuseio exagerado do rec�m-nascido e, principalmente, a falta de respeito � hora de ouro.
������������� A viol�ncia contra o rec�m-nascido � mencionada no aplicativo Baby Center, de forma pontual em um texto, sendo abordada como momentos de desrespeito ao acolhimento ao neonato. Nessa se��o, tamb�m � mencionada de forma sutil a viol�ncia obst�trica.
Centralidade da aten��o ao trabalho de parto e nascimento na figura m�dica e a deten��o do poder nas decis�es relativas ao corpo de quem gesta e pare
Discurso autorit�rio e unidisciplinar
������������� Os aplicativos Gravidez +, Minha Gravidez Semana a Semana e Gravidez � Sprout apresentam no seu conte�do um discurso que sustenta a verticaliza��o do cuidado (profissional-usu�ria/o), tendo em seu topo, a predomin�ncia da figura m�dica. Dentre esses aplicativos, o Gravidez � Sprout foi o que mais apresentou essa caracter�stica, pois suas sess�es eram divididas como �o m�dico diz [...]�.
������������� O aplicativo Baby Center apresentava alguns di�logos e refer�ncias � multidisciplinaridade do cuidado, de forma pontual. Quanto ao aplicativo GentleBirth, apresentou um �timo di�logo entre as categorias envolvidas na aten��o ao trabalho de parto e nascimento, visto que possu�a conte�do com participa��o multiprofissional, veiculando informa��es complementares, baseadas na ci�ncia, sobre a aten��o � parturi��o.
������������� Os dois aplicativos com presen�a de multidisciplinaridade nos conte�dos tamb�m se destacam em ser os que mais apresentam maneiras de manuten��o do parto vaginal/natural/normal e de forma humanista. Outro ponto importante � que ambos foram os �nicos que apresentaram as refer�ncias que nortearam e sustentaram as informa��es veiculadas.
DISCUSS�O
������������� A partir deste estudo, foi poss�vel identificar que os aplicativos voltados para o ciclo grav�dico-puerperal s�o amplamente utilizados no Brasil, j� que possuem um n�mero significativo de downloads no pa�s. As informa��es veiculadas em cada App abrangem pontualmente as vias de nascimento e pr�ticas e atitudes a se tomar para vivenci�-lo de maneira positiva. Entretanto, � preocupante o quanto os conte�dos presentes sustentam a verticaliza��o do cuidado (profissional de sa�de detentor do poder e da tomada de decis�es sobre o corpo que gesta e pare) e a centralidade da assist�ncia na figura m�dica.
������������� A seguir, ser� aprofundada a discuss�o das grandes categorias de an�lise que emergiram da an�lise dos conte�dos dispon�veis nos aplicativos.
������������� Na categoria �nascer por parto ou ces�rea�, foi verificado que a maioria dos aplicativos apresentam informa��es em prol do parto vaginal/natural/normal. Entretanto, apesar das tentativas de mudan�a sobre a forma de nascer e o modelo de aten��o obst�trica, na busca de uma experi�ncia do parto natural e mais positiva, no momento, nos deparamos no Brasil com altas taxas de interven��es, realizadas por meio da ces�rea(15).
������������� Atualmente, o modelo tecnocr�tico predominante, com alta valoriza��o de interven��es, gera mais riscos, tanto para a pu�rpera quanto para o beb�, ao longo da fase de recupera��o p�s-nascimento e durante o desenvolvimento do rec�m-nascido(16). Diante disso, �rg�os de sa�de, como por exemplo, a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), prop�em atualiza��es de manuais e guias com o prop�sito de melhorar os cuidados e resultados do trabalho de parto(17) e nascimento, baseando suas diretrizes e recomenda��es em evid�ncias cient�ficas de alto n�vel.
������������� O Brasil, possui desde 2017 um guia de �Diretrizes Nacionais de Assist�ncia ao Parto Normal�, que traz como objetivos promover, proteger e incentivar o parto normal, assim como buscar a padroniza��o de condutas, difus�o de pr�ticas baseadas em evid�ncias e a diminui��o do n�mero de interven��es desnecess�rias(18).
������������� Pode-se afirmar que o parto normal/vaginal/natural � amplamente recomendado e, nas situa��es que fogem da normalidade e oferecem riscos � sa�de materna ou fetal, as interven��es s�o ben�ficas para o processo do nascimento. Conforme cientistas(19-20) as principais indica��es para realiza��o da cesariana s�o: placenta pr�via, descolamento prematuro de placenta, vasa pr�via, despropor��o cefalop�lvica, dist�cia ou falha na progress�o do parto (ap�s falha da prova de parto vaginal), apresenta��o c�rmica, alguns casos por infec��es virais (HIV sem tratamento, herpes genital agudo) e prolapso do cord�o umbilical. Feto p�lvico, beb� grande demais para idade gestacional, falta de dilata��o do colo do �tero e ces�rea pr�via n�o s�o indica��es para cesariana, mas mitos sustentados no imagin�rio popular e pelo modelo tecnocr�tico predominante no cen�rio brasileiro.
������������� Na categoria �Pr�ticas e atitudes para experimentar o trabalho de parto e nascimento de forma positiva�, destaca-se a inova��o dos aplicativos que envolveram a promo��o de pr�ticas voltadas para os aspectos ps�quicos. A gesta��o e o trabalho de parto trazem consigo novos marcos emocionais, pois a experi�ncia � vivida de modo individual e subjetiva, podendo envolver sentimentos positivos e negativos, independentemente do n�mero de gesta��es anteriores(21-22).
������������� Uma das melhores maneiras de garantir uma gesta��o e um nascimento positivos, com menos medo e ang�stias, � a partir do plano de parto (PP). O PP � um documento legal, constru�do pela gestante, acompanhada ou n�o do (a) seu (sua) acompanhante, que formaliza quais s�o os tipos de interven��es e manejos que deseja que sejam realizados durante o seu trabalho de parto(23). Esse documento pode ser confeccionado em conjunto com um (a) profissional de sa�de durante as consultas de pr�-natal. Tamb�m funciona como facilitador para a educa��o da gestante acerca das op��es dispon�veis de parto, assim como os direitos de quem gesta e pare(24).
������������� O PP engloba uma grande categoria de a��es dispon�veis para a parturi��o. Dentre elas, salienta-se as estrat�gias de manejo da dor e promo��o do conforto. Pode-se citar como estrat�gias n�o farmacol�gicas: hidroterapia, Mindfulness, hipnoterapia, exerc�cios de respira��o, deambula��o, massagens, aromaterapia, escalda-p�s, auriculoterapia e musicoterapia (ou m�sica terap�utica, quando n�o aplicada por musicoterapeuta). Estas surgem como op��o menos invasiva e podem substituir o uso de analgesia e anestesias, al�m de proporcionar a diminui��o da ansiedade e promover conforto, seguran�a e poder de decis�o � pessoa que est� parindo(25-27).
������������� O manejo farmacol�gico, mencionado nos aplicativos, destacou a analgesia e a anestesia, sendo recomendados em algumas situa��es, dentre elas, na episiotomia. Defende-se que o uso de episiotomia de rotina na assist�ncia ao parto n�o possui sustenta��o nas evid�ncias cient�ficas. Essa interven��o n�o protege contra incontin�ncia urin�ria ou fecal, reduz a for�a muscular do assoalho p�lvico, aumenta o risco de lacera��es perineais de terceiro e quarto grau, de sangramentos, de infec��o, de dor perineal p�s-parto e dispareunia. Al�m disso, n�o reduz a ocorr�ncia de asfixia nos partos e n�o melhora os resultados perinatais(27-31).
������������� Ainda no quesito do parto positivo, destaca-se sobre o direito da gestante de decidir quanto � presen�a de acompanhante e/ou doula no nascimento18. Quem pare t�m assegurada a presen�a de um acompanhante, de sua livre escolha, durante o trabalho de parto e parto, como determina a lei n� 11.108, de 7 de abril de 2005(32).
������������� Outro direito a ser considerado � a presen�a da doula, sendo que ela n�o exclui a presen�a de um (a) acompanhante. A doula oferece apoio f�sico, informacional e emocional � pessoa durante o trabalho de parto e nascimento. No entanto, n�o � uma realidade no Brasil, ter a aceita��o da entrada da doula junto a um/uma acompanhante nas maternidades.
������������� Outra vertente que contribui para uma experi�ncia de parto positivo � o acolhimento do rec�m-nascido respeitoso, baseado em evid�ncias cient�ficas, e o oferecimento do contato imediato p�s-parto, ininterrupto, entre m�e-beb� (ou pai-beb�). Ap�s o nascimento deve-se oportunizar o contato pele a pele, pois estudos indicam que, por ser um per�odo sens�vel dos sentidos do beb�, h� um maior est�mulo para o sistema sensorial, e tamb�m uma estabiliza��o dos sinais vitais e fisiol�gicos da crian�a durante o contato, melhora o v�nculo entre m�e-beb� (pai-beb�), al�m de proporcionar a primeira mamada(33-35). A hora de ouro, como � chamada a primeira hora p�s-nascimento33, deve priorizar o contato entre m�e-filho (ou pai-filho) e a promo��o da amamenta��o.
������������� Durante a �hora de ouro�, deve ser estimulada a primeira amamenta��o, que se torna mais efetiva com a oportunidade do contato pele a pele e, que, quando realizada na primeira hora de vida, traz benef�cios na dura��o e efetividade do aleitamento materno e tamb�m se associa com uma redu��o nas taxas de mortalidade neonatal(33-35), al�m de colaborar para a hemostase uterina ap�s o parto.
������������� Sobre a categoria �Centralidade da aten��o ao trabalho de parto e nascimento na figura m�dica e a deten��o do poder nas decis�es relativas ao corpo de quem gesta e pare� identificou-se que muitos conte�dos eram focalizados no saber da medicina, sem di�logo com outras categorias profissionais da �rea da sa�de, bem como na rela��o verticalizada entre m�dico e quem gesta ou pare, sem participa��o efetiva deste (a) na tomada de decis�es. Isso se constitui em um grande problema de comunica��o das informa��es, visto que a forma��o m�dica tende a ser centrada em pr�ticas cir�rgicas e intervencionistas, enquanto a da enfermagem tende a ser humanista e hol�stica no cuidado(16, 27).
������������� Considerando a complexidade dos fen�menos de gestar, parir, nascer e da parentalidade, � fundamental uma abordagem minimamente multidisciplinar para a promo��o do bem-estar e de experi�ncias positivas. A assist�ncia em sa�de resolutiva depende da integra��o entre os diferentes saberes.
������������� Segundo estudos(27,33,36,37), o modelo de aten��o obst�trica predominante � centralizado na assist�ncia do m�dico obstetra, e no conjunto dessa centraliza��o est�o as altas taxas de cesarianas eletivas, al�m do uso de algumas t�cnicas que podem trazer mais preju�zo �s pessoas no p�s-parto, como por exemplo, a episiotomia. Com a inser��o do (a) enfermeiro (a) na equipe e na tomada de decis�es ocorre um decr�scimo no n�mero de interven��es durante a parturi��o(27).
������������� Vale destacar que o (a) enfermeiro obstetra/ obstetriz tem respaldo legal para assistir o trabalho de parto eut�cico, puerp�rio e o rec�m-nascido, segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) (38).
������������� Acredita-se que os aplicativos para dispositivos m�veis possuem o potencial para contribuir na promo��o da sa�de materno-infantil, como meio para a educa��o perinatal. A educa��o perinatal tem por finalidade preparar as pessoas que gestam (ou casais), por meio do compartilhamento de informa��es baseadas em evid�ncias cient�ficas, sobre suas op��es para gestar, parir, maternar e paternar, proporcionando conhecimentos que permitem realizar escolhas conscientes e a melhoria na sa�de e bem-estar materno e da crian�a(39).
������������� O conte�do de texto, �udio e v�deo, presentes nos App, podem agregar �s consultas e atendimentos e colaborar para educar a popula��o quanto a temas importantes relacionados ao ciclo grav�dico-puerperal. Esse fator elucida a responsabilidade que os criadores de conte�do de App carregam na difus�o de informa��es baseadas em evid�ncias cient�ficas e na desmistifica��o de alguns assuntos.
������������� Como esse manuscrito se concentrou em cinco aplicativos dispon�veis no Brasil, considera-se um ponto fr�gil, j� que existe um n�mero extenso destes para o uso de pessoas que gestam (casais ou fam�lias). Por isso, sugerimos a realiza��o de outros estudos da mesma natureza.
CONSIDERA��ES FINAIS
������������� A partir deste estudo, foi poss�vel identificar as informa��es dos aplicativos voltados para pessoas que gestam (casais e fam�lias), assim como as funcionalidades deles. A an�lise tem�tica de conte�do permitiu verificar fragilidades e potencialidades dos mesmos no que se refere � promo��o da sa�de no ciclo grav�dico-puerperal.
������������� A s�ntese das informa��es veiculadas por esses aplicativos, bem como a discuss�o desenvolvida, podem contribuir para (re)pensar conte�dos e integrar novos �s se��es analisadas, bem como trazer � luz a responsabilidade que os criadores de conte�do possuem na atual era digital. � fundamental promover informa��es seguras, baseadas na ci�ncia, e n�o sustentar mitos e cren�as equivocadas sobre a gesta��o, o trabalho de parto e nascimento.
������������� Os aplicativos selecionados s�o de amplo acesso e podem ser importantes para ajudar no aconselhamento das pessoas que gestam, no preparo para a parturi��o e o empoderamento da popula��o por meio da promo��o de conhecimentos baseados em evid�ncias cient�ficas. Para isso, � preciso que os conte�dos que sustentam mitos e pr�ticas sem base na ci�ncia sejam substitu�dos.
������������� A maioria dos aplicativos apresentou conte�dos relevantes para o p�blico em geral, alguns se destacando mais que outros. No que tange �s informa��es sobre trabalho de parto e nascimento, sugere-se incremento nas se��es dos aplicativos, desde o princ�pio da gesta��o, pois se constitui um dos temas que mais gera d�vidas, medo e anseios �s pessoas.
������������� Al�m disso, para uma maior abrang�ncia de informa��es, recomenda-se a implementa��o de uma equipe com profissionais de diferentes �reas da sa�de, pensando principalmente na complementaridade dos saberes e na complexidade que � gestar, parir, maternar e paternar. Tamb�m deveriam conter as refer�ncias de onde as informa��es est�o sendo retiradas ou por quem foram escritas, o que n�o ocorreu na maioria dos App.
������������� Sobre a realidade abordada, tr�s dos cinco aplicativos foram desenvolvidos por empresas internacionais/estrangeiras. Esse crit�rio faz com que a realidade apresentada, por muitos deles, seja adaptada para os pa�ses nos quais foram idealizados, n�o representando o modelo de atendimento ao trabalho de parto e nascimento que predomina naquele contexto, sendo no nosso caso o Brasil. Seria importante que os aplicativos internacionais fossem adaptados para realidade do Brasil.
������������� � de suma import�ncia a realiza��o de estudos complementares a esse, pois ainda h� muito conte�do sendo divulgado por meio de App, sem rigor cient�fico, e acessado pela popula��o. Na era digital, as pessoas t�m adotado, cada vez mais, os aplicativos no seu cotidiano, os quais t�m influenciado nas atitudes, decis�es e modulado at� comportamentos.
������������� No �mbito da obstetr�cia, em um pa�s predominante tecnocr�tico e cesarista como o Brasil, � fundamental conhecer as informa��es que t�m sido veiculadas. Para transformar o modelo de aten��o obst�trica, a popula��o precisa ter acesso a informa��es seguras e baseadas em evid�ncias cient�ficas sobre o trabalho de parto e nascimento, que possam norte�-las nas escolhas e tomada de decis�es.
������������� Afinal, a assist�ncia resolutiva envolve uma rela��o horizontal, na qual o (a) cuidador compartilha o cuidado e conhecimentos com a (o) usu�rio do servi�o de sa�de, considerando suas prefer�ncias e decis�es no atendimento, isso favorece a autoefic�cia.
������������� Para um atendimento complementar, ainda pode-se sugerir esses aplicativos para o uso durante as orienta��es no pr�-natal, visto que s�o de f�cil acesso, estimulando pessoas que gestam/casais a acessar os conte�dos e trazer d�vidas para as consultas.
Conflito de interesses
N�o existiram conflitos de interesse durante a realiza��o deste estudo.
Agradecimento
In memoriam da Profa. Dra. Nayara Girardi Baraldi, da Escola de Artes, Ci�ncias e Humanidades da Universidade de S�o Paulo (USP). Agradecemos a colabora��o na qualifica��o do presente manuscrito.
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Agradecimento: In memoriam da Profa. Dra. Nayara Girardi Baraldi, da Escola de Artes, Ci�ncias e Humanidades da Universidade de S�o Paulo (USP). Agradecemos a colabora��o na qualifica��o do presente manuscrito.
Crit�rios de autoria (contribui��es dos autores)
Autora 1 � J�nia Aparecida Laia da Mata
Contribui��es: Administra��o do projeto de pesquisa; Orienta��o do projeto de pesquisa; Metodologia; Curadoria dos dados; An�lise formal; Escrita do rascunho; Escrita � revis�o e edi��o.
Autor 2 � Leonardo Hercilio Flor�ncio Silva
Contribui��es: Coleta dos dados; Metodologia; An�lise formal; Escrita do rascunho.
Autora 3 � Cristianne Maria Famer Rocha
Contribui��es: Escrita � revis�o e edi��o.���
Declara��o de conflito de interesses
�Nada a declarar�.
Editor Cient�fico: �talo Ar�o Pereira Ribeiro. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-0778-1447����