ARTIGO ORIGINAL

 

CARACTERIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE ATUAVAM EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA (UTIS) COVID: CRENÇAS, MEDOS E PERCEPÇÕES

 

CHARACTERIZATION OF HEALTH PROFESSIONALS WHO WORKED IN COVID INTENSIVE CARE UNITS (ICUS): BELIEFS, FEARS AND PERCEPTIONS
 
CARACTERIZACIÓN DE PROFESIONALES DE LA SALUD QUE TRABAJARON EN UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS (UCI) COVID: CREENCIAS, MIEDOS Y PERCEPCIONES
 
https://doi.org/10.31011/reaid-2024-v.98-n.3-art.2011
 

1Daiana Zambonato

2Juliana Maria Fachinetto

3Ana Paula Fell

4Lenara Krause

5Karine Raquel Uhdich Kleibert

6José Antônio Gonzalez da Silva

7Anna Paula Abreu

8Christiane de Fatima Colet

 

1,2,3,4,5,6,7,8Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí/RS/Brasil.

1ORCID: https://orcid.org/0009-0005-7550-3838

2ORCID: https://orcid.org/000-0002-0864-9643

3ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4999-7919

4ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6127-8899

5ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7511-1977

6ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9335-2421

7ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3910-1100

8ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2023-5088

 

Autor correspondente

Christiane de Fátima Colet

Rua do Comércio, 3000. Ijuí/RS. Brasil. CEP: 98700-000. +55(55) 99656-3288. E-mail: christiane.colet@unijui.edu.br

 

Submissão: 17-09-2024

Aprovado: 18-09-2023

 

 

RESUMO

A pandemia causada pelo novo coronavírus afetou diretamente a saúde mundial. Nesse cenário de enfrentamento da COVID-19, mudanças significativas foram vivenciadas na realidade do trabalho, em especial dos profissionais de saúde atuantes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) COVID. OBJETIVO: analisar o perfil sociodemográfico e de saúde de profissionais de saúde atuantes em UTIs COVID e suas percepções acerca da pandemia. METODOLOGIA: trata-se de um estudo transversal, analítico, quantitativo e multicêntrico, que foi realizado com profissionais de saúde que atuam nas UTIs COVID da região Missioneira do Rio Grande do Sul. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados o questionário sociodemográfico, laboral e clínico, elaborado pelas pesquisadoras e foi realizado análise descritiva dos dados. RESULTADOS: participaram do estudo 205 profissionais de saúde. Desses, 76,6% são do sexo feminino. A faixa etária predominante está entre os 18 a 30 anos (46,3%). Em relação ao estado civil, 105 (51,2%) declararam ter companheiros e, 52,7% têm filhos. CONCLUSÃO: a Enfermagem representa maior percentual de trabalhadores nas Unidades estudadas e, embora atue a pouco tempo na profissão, possuem especialização na área de atuação. Apesar da alta vigilância, do medo de contrair a doença e dos cuidados preventivos, muitos profissionais foram infectados pela COVID-19.

Palavras-chaves: Pandemia; Saúde do Trabalhador; Enfermagem; Cuidados em Saúde.

 
ABSTRACT
The pandemic caused by the new coronavirus has directly affected world health. In this scenario of coping with COVID-19, significant changes were experienced in the reality of work, especially for health professionals working in COVID Intensive Care Units (ICUs). OBJECTIVE: to analyze the sociodemographic and health profile of health professionals working in COVID ICUs and their perceptions about the pandemic. METHODOLOGY: this is a cross-sectional, analytical, quantitative and multicenter study, which was carried out in the COVID ICUs, located in the Missioneira region of Rio Grande do Sul. RESULTS: 205 health professionals participated in the study. Of these, 76.6% are female. The predominant age group is between 18 and 30 years old (46.3%). Regarding marital status, 105 (51.2%) declared having partners and 52.7% have children. CONCLUSION: Nursing represents the highest percentage of workers in the Units studied and, although they have been in the profession for a short time, they have specialization in their area of ​​expertise. Despite high vigilance, fear of contracting the disease and preventive care, many professionals were infected with COVID-19.
Keywords: Pandemic; Worker Health; Nursing; Health Care.
 
RESUMEN

La pandemia provocada por el nuevo coronavirus ha afectado directamente a la salud global. En este escenario de enfrentamiento al COVID-19, se vivieron cambios significativos en la realidad laboral, especialmente para los profesionales de la salud que trabajan en las Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) COVID. OBJETIVO: analizar el perfil sociodemográfico y de salud de los profesionales de la salud que trabajan en las UCI COVID y sus percepciones sobre la pandemia. METODOLOGÍA: se trata de un estudio transversal, analítico, cuantitativo y multicéntrico, que se realizó con profesionales de la salud que actúan en UCI COVID de la región Missioneira de Rio Grande do Sul. Se utilizó como instrumento de recolección de datos el cuestionario sociodemográfico, laboral y Se realizó un análisis clínico, elaborado por los investigadores y descriptivo de los datos. RESULTADOS: Participaron del estudio 205 profesionales de la salud. De ellos, el 76,6% son mujeres. El grupo de edad predominante es el de 18 a 30 años (46,3%). En cuanto al estado civil, 105 (51,2%) declararon tener pareja y el 52,7% tener hijos. CONCLUSIÓN: Enfermería representa el mayor porcentaje de trabajadores de las Unidades estudiadas y, aunque tienen poco tiempo de ejercer la profesión, tienen especialización en el área de actividad. A pesar de la alta vigilancia, el miedo a contraer la enfermedad y los cuidados preventivos, muchos profesionales resultaron infectados por la COVID-19.

Palabras clave: Pandemia; Salud de los Trabajadores; Enfermería; Cuidado de la Salud.
 

INTRODUÇÃO

A pandemia causada pelo novo coronavírus afetou diretamente a saúde mundial.¹ Nesse novo cenário da saúde global, diante do enfrentamento da COVID-19, mudanças na realidade do trabalho em saúde foram vivenciadas. As instituições de saúde, sejam elas públicas ou privadas, depararam-se com a necessidade de adaptar-se ao novo contexto da assistência e cumprir as exigências preconizadas. Aliado a isso, o contato direto com indivíduos contaminados, causou angústias e medo da contaminação, bem como, risco de exposição e transmissão do vírus aos seus familiares.²

Neste sentido, por estarem expostos diariamente, ao prestarem cuidados aos pacientes infectados, recebendo alta carga viral, os profissionais de saúde se tornaram um grupo de risco para a COVID-19.³ Tal cenário mostrou-se ainda mais complexo nas UTIs COVID, cujos pacientes internados apresentavam condições grave e número elevado de dispositivos invasivos instalados, que acarretaram um risco maior de adoecimento para esses profissionais.

Foram realizadas buscas em bases de dados e observou-se que existe uma escassez de dados publicados sobre perfil de profissionais de saúde que atuaram na pandemia, mas especialmente os que trabalharam em UTIs. Estudos prévios sobre a COVID-19 e profissionais da saúde abordam classes profissionais distintas ou outras unidades assistenciais, que não as Unidades Intensivistas, e não foram encontrados estudos multicêntricos que contemplem essa temática. Entre os estudos durante a pandemia por COVID-19 já publicados cita-se: Ruiz-Fernández et al.4 avaliaram apenas médicos e enfermeiros de centros de atendimento aos pacientes; Cabral, Pimentel e Silva5 realizaram a sua pesquisa com médicos; Freitas et al.6 estudaram os técnicos de enfermagem.

Diante da importância desta temática, buscou-se analisar o perfil sociodemográfico, de saúde e as percepções de trabalhadores da saúde que atuaram em UTI-COVID acerca da pandemia.

 

METODOLOGIA

 

Trata-se de um estudo transversal, descritivo, quantitativo e multicêntrico, realizado nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) hospitalares, das cidades da região Missioneira do Rio Grande do Sul/Brasil.

Na região do estudo supracitada, fazem parte 46 municípios. Foram selecionados aqueles que possuíam hospital geral de médio e grande porte, e que apresentam UTIs, sendo contemplados cinco municípios.

Foram convidados para participar do estudo todos os profissionais de saúde que atuam nas UTIs hospitalares do município selecionado entre eles: médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e nutricionistas.

Como critérios de inclusão: ser profissional de saúde, atuar ou ter atuado em UTI durante a pandemia COVID-19, independente do tempo de atuação nesta Unidade, na assistência direta ao usuário. Foram excluídos os profissionais de saúde que no decorrer da coleta de dados estavam em férias, atestado e licença maternidade, além de profissionais de saúde que após seis tentativas de contato não retornaram em diferentes horários. Abaixo estão apresentados a distribuição dos participantes do estudo.

Figura 1 - Alocação dos profissionais de saúde de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) COVID-19 em Hospitais da Região Missioneira do Rio Grande do Sul/RS, Brasil, 2021/2022.

 

Legenda: *7 profissionais trabalham em duas instituições, foi contabilizado apenas 1 resposta. P= profissionais; R= respostas.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

 

Dois hospitais (7 e 8), pertencentes a região do estudo, não aceitaram participar da pesquisa e por isso foram excluídos.

Foi utilizado como instrumento de coleta de dados sociodemográfico, laboral e clínico, elaborados pelas pesquisadoras, o qual incluía questões sobre a caracterização dos participantes, trabalho e condições de saúde, contabilizando 51 perguntas. Estas abordavam: dados pessoais, trabalho, saúde, saúde no trabalho, atividades físicas e lazer, bem como suas percepções acerca da própria contaminação por COVID-19.

O período de coleta de dados foi de julho de 2021 a fevereiro de 2022. A coleta de dados foi realizada via link de acesso ao questionário online, através do Google FormsÒ, sendo possível ao participante responder em horário e local que considerava mais oportuno. O questionário foi enviado via e-mail ou Whats appÒ, conforme o meio de contato que o participante disponibilizou para envio.

Em relação as percepções as questões norteadoras foram: quais os medos que você sente em relação ao COVID-19?

Os dados da pesquisa, inicialmente, foram inseridos em um banco de dados, com dupla digitação independente, no Microsoft Office Excel. Após verificar possíveis erros e/ou inconsistências, e excluídas respostas duplicadas, o mesmo foi corrigido e os dados transferidos para o Software Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 22.0, para análise estatística descritiva. As variáveis qualitativas foram descritas por meio de frequência absoluta e relativa.

O projeto foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob parecer CONEP - CAAE N° 30792920.5.1001.5350. 

 

RESULTADOS

  Participaram da pesquisa 205 profissionais de saúde atuantes em UTI Covid. Dentre estes, 157 (76,6%) eram do sexo feminino; 95 (46,3%) com idade entre 18 e 30 anos. Quanto ao estado civil, 105 (51,2%) declararam ter companheiros e 108 (52,7%) têm filhos.

A categoria profissional mais frequente foi técnico em enfermagem (73%), e observa-se que entre os enfermeiros, 9% ocupavam o cargo de coordenador; 86% funções assistenciais e 5% eram gerentes de enfermagem. 

Verificou-se que 40,5% dos participantes trabalha seis horas por dia e 31,7% trabalham à noite. Quanto ao tempo de atuação no hospital, 42,9% atuam há menos de um ano. A carga horária de trabalho dos entrevistados é predominantemente 36 horas semanais (54,1%) e 46,8% dos participantes referiram possuir outro vínculo de trabalho, além da UTI COVID. Em relação ao tempo de formação, a grande maioria dos profissionais estão formados de dois a cinco anos e 58,5% possuem curso de pós-graduação.

 

Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica e laboral de profissional de saúde (n = 205) que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) COVID em seis hospitais, RS, Brasil, 2021/2022.

Variáveis

Classe

n

%

Sexo

Feminino

157

76,6

Masculino

48

23,4

Idade

18 a 30 anos

95

46,3

31 a 40 anos

75

36,6

41 a 50 anos

30

14,6

> 50 anos

5

2,4

Estado civil

Com companheiro

105

51,2

Sem companheiro

100

48,8

Filhos

Sim

108

52,7

Não

97

47,3

Categoria

Enfermeiro (a)

71

34,6

Fisioterapeuta

34

16,6

Médico (a)

25

12,2

Nutricionista

2

1

Técnico (a) enf.

73

35,6

Jornada de trabalho

6 horas

83

40,5

8 horas

13

6,3

12 horas

73

35,6

Outra

36

17,6

Tempo de atuação

1 mês a 1 ano

88

42,9

1 ano a 5 anos

57

27,8

5 a 10 anos

36

17,6

> 10 anos

24

11,7

Turno de trabalho

Manhã

38

18,5

Manhã/Tarde

35

17,1

Misto/troca folgas

42

20,5

Tarde

25

12,2

Noite

65

31,7

Carga horária semanal

30 horas

41

20

36 horas

111

54,1

40 a 44 horas

27

13,2

Outra

26

12,7

 

 

Tempo de formação

 

< 1 ano

9

4,4

1 a 5 anos

87

42,4

6 a 10 anos

47

22,9

> 11 anos

62

30,2

Pós-graduação

Sim

120

58,5

Não

85

41,5

Possui outro vínculo de trabalho

Sim

96

46,8

Não

109

53,2

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Ao verificar as variáveis relacionadas aos hábitos de vida e saúde, na Tabela 2, 61,5% dos participantes consideram seu estado de saúde bom. Além disso, 65,9% referem realizar atividade física, 56,1% consideram seu tempo de lazer insuficiente. Em relação a problemas de saúde, 22% dos participantes referem ter alguma doença diagnosticada pelo médico, sendo a hipertensão arterial (19,6%) a mais citada. Do total da amostra, 151 participantes referem não fazer uso de medicamentos contínuos.

 

Tabela 2 - Hábitos de vida e saúde de profissionais de saúde (n = 205) que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) COVID em seis hospitais, RS, Brasil, 2021/2022.

Variáveis

Classe

N

%

 

Estado de saúde

Excelente

21

10,3

Bom

126

61,5

Regular

53

25,9

Ruim

5

2,4

Atividade Física

Sim

135

65,9

Não

70

34,1

Tempo para Lazer

Suficiente

90

43,9

Insuficiente

115

56,1

Possui algum problema de saúde

Sim

45

22,0

Não

160

78,0

Uso de medicamentos contínuo

Sim

54

26,3

Não

4

73,7

Fonte: Elaborado pelas autoras.

            Sobre as percepções que os profissionais de saúde vivenciaram em relação ao atendimento de pacientes com COVID 19, 44,39% dos participantes relataram medo de transmitir a doença aos seus familiares ou outras pessoas e, 39,02% de permanecer com sequelas decorrentes da doença, conforme Tabela 3.

Tabela 3 - Percepções acerca da contaminação por COVID-19 entre profissionais de saúde (n = 205) que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) COVID em seis hospitais, RS, Brasil, 2021/2022.

Classe

n

%

Medos relacionados com o COVID-19:

 

 

Transmitir para familiares e outros

91

44,39

Das complicações e sequelas

80

39,01

De morrer

26

12,70

Nenhuma preocupação

8

3,90

Fonte: Elaborado pelas autoras.

 

As complicações e sequelas contemplam o medo da evolução da doença, de ficar isolado, da recuperação, de internação da UTI, de não responder ao tratamento, do sofrimento e do desespero de não conseguir respirar. 

Ainda em relação à contaminação por COVID-19 e sua repercussão nas atividades laborais, quando questionados acerca do afastamento do trabalho, 70 (34,14%) profissionais afirmaram ter se afastado por motivo de doença e desses, 54 (77,10%) por suspeita/diagnóstico de COVID-19. Dentre os participantes da pesquisa, 83 (40,5%) referiram diagnóstico de COVID-19, sendo que destes, 31,2% usaram algum tipo de medicamento para tratamento dos sintomas.

 

 Tabela 4 - Consequências do COVID-19 no trabalho e na vida pessoal de profissionais de saúde (n = 205) que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) COVID em seis hospitais, RS, Brasil, 2021/2022.

Variável

n

%

Se afastou do trabalho por motivo de doença

Sim

70

34,14

Não

135

65,85

Motivo do afastamento do trabalho

Suspeita de COVID

54

77,1

Outros

16

22,9

Diagnóstico da COVID

Sim

83

40,5

 Não

120

58,5

Não informado

2

1

Uso de medicamentos para tratamento de COVID

Sim

64

31,2

Não

125

61

Não informado

16

7,8

Houve necessidade de internação

Sim

29

14,1

Não

70

34,1

Não informado

106

51,7

Familiar contraiu COVID

Sim

114

55,6

Não

91

44,4

Familiar que contraíram COVID foi de forma grave

Sim

24

11,7

Não

141

68,8

Não informado

40

19,5

Foi necessária a internação do familiar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Sim

15

7,4

Não

76

37,1

Não informado

114

55,6

Fonte: Elaborado pelas autoras.

 

            Quanto à contaminação de familiares por COVID-19, 55,6% dos participantes referiram ter familiares contaminados, sendo que 11,7% desenvolveram sintomas graves da doença, e 7,4% foram internados em leitos de UTI. 

DISCUSSÃO

Dentre os profissionais de saúde que participaram da pesquisa, a maior frequência é do sexo feminino e da área da enfermagem. Corroborando com o presente estudo, Santos et al.7 avaliaram os profissionais de saúde do estado do Amapá, que atuaram na linha de frente do combate a COVID-19 e verificaram que a maior proporção de profissionais de saúde foi composta por trabalhadores de enfermagem. Para Souza8, a maior predominância de trabalhadores da saúde, seja na rede pública ou em unidades hospitalares, com maior frequência de mulheres. Ao encontro desta pesquisa, o predomínio do sexo feminino também foi inferido em uma revisão sistemática, com profissionais de saúde na COVID-19 de Teixeira et al.3

Em relação à idade, semelhante ao encontrado em Mbachu et al.9, com profissionais de saúde atuantes na COVID-19 em um estado do Sudeste da Nigéria, verifica-se que a faixa etária dos profissionais que atuam na área da saúde são de adultos jovens.

Foi identificado, no presente estudo, que a maioria dos entrevistados refere ter companheiro e filhos. Corroborando com Souza et al.10 que, avaliando a qualidade de vida de profissionais de enfermagem atuantes em setores críticos, identificaram que a maioria, também, é casado/união estável.  

No estudo verificou-se que os profissionais de saúde exerciam, em sua maioria, uma jornada de seis horas diárias de trabalho, o que corrobora com o estudo de Sahimi et al.11, realizado na Malásia. A jornada de trabalho dos profissionais de saúde tende a se equiparar, independentemente do local nos quais eles atuam, e está relacionado às regras trabalhistas que regulamentam à profissão12.

 A atuação em outro trabalho não foi predominante na presente pesquisa, dados esses que divergem do estudo de Freitas et al.6 realizado com técnicos de enfermagem atuantes em UTI COVID no norte de Minas Gerais, no qual 60,6% realizam dupla jornada de trabalho. Segundo este autor, a dupla jornada entre os profissionais de saúde é frequente pela flexibilidade dos turnos de trabalho e os horários que permitem adequação em dois empregos. No presente estudo a divergência dos dados pode se justificar por incluir outros profissionais da saúde e não ser sido realizada uma análise por classe.

Em relação ao turno de trabalho, a maior frequência ocorreu no turno da noite, e a carga horária semanal predominante entre os trabalhadores de saúde desta pesquisa é de 36 horas/semanais. Em relação ao turno de trabalho, Spiller, Dyniewicz, Slomp13 em estudo em ambiente hospitalar, não obtiveram os mesmos resultados, identificando em sua pesquisa que a maior atuação é nos turnos de trabalho diurnos (manhã e tarde). Referente a carga horária semanal, na pesquisa de Souza et al.10, os autores identificaram a predominância de 42 horas/semanais de trabalho para os profissionais de enfermagem atuantes em setores críticos. A diferença em relação ao turno de trabalho e a carga horária semanal de trabalho, está diretamente relacionada com as regras institucionais, podendo variar conforme o empregador determina, respeitando as normas trabalhistas dos profissionais de saúde em relação ao trabalho e descanso12.

Em relação ao tempo de atuação, observa-se que a maior parte dos profissionais de saúde atuavam na UTI COVID há menos de um ano, e que o tempo de formação da maioria está entre dois e cinco anos. Esses dados corroboram com a pesquisa de Dal’Bosco et al.14, que investigaram a saúde mental da enfermagem no enfrentamento da COVID-19, em um Hospital Regional do Paraná. Isto pode estar relacionado aos hospitais que precisaram se adequar a demanda imediata de pacientes, durante a pandemia, sendo necessário a contratação de mais profissionais para atendimento e assistência aos leitos, criados emergencialmente15. Além disso, ter realizado curso de pós-graduação foi evidenciado no presente estudo, assim como por Repon et al.16.

Na análise das variáveis para hábitos de saúde, a maioria dos participantes autorreferiram um bom estado de saúde, o que não foi evidenciado por Pires et al.17. Tais autores justificam esses resultados relacionando com a pandemia, pois a mesma traz consigo privação de lazer e de atividades que possam melhorar o estado de saúde do indivíduo17. Destaca-se que os estudos supracitados apresentam diferenças de instrumentos de avaliação e que suas respostas foram autorreferidas pelos participantes.

Verificou-se que a maioria dos profissionais de saúde que participaram desta pesquisa realizavam algum tipo de atividade física. Já Kashyap et al.18 avaliaram o perfil sociodemográfico de profissionais de saúde que foram diagnosticados com COVID-19 em um hospital geral da Índia no qual 51% afirmaram realizar atividades regulares. Por outro lado, pesquisa de Souza, Andrade10 identificaram uma avaliação insatisfatória ao desenvolvimento de atividades físicas e justificaram pela privação de atividades físicas relacionada ao isolamento social e ao desgaste físico que o ambiente de trabalho gera no indivíduo10.

 Em relação ao tempo de lazer, os profissionais de saúde que participaram da pesquisa em tela avaliaram-o como insuficiente, dado esse que diverge da pesquisa de Silva, Dias19, realizada na pandemia COVID-19 em um hospital e no pronto atendimento, que apontou que os profissionais, mesmo em regime de plantão, conseguiam desenvolver atividades de lazer. Nessa perspectiva, o apoio social e as atividades que o permeiam, entre as quais de lazer, auxiliam no enfrentamento e andamento das funções diárias desses profissionais e na minimização dos riscos de adoecimento, sendo necessário o incentivo para que os participantes priorizem momentos de lazer nas suas rotinas diárias. 

No que tange aos problemas de saúde, um quinto dos participantes refere ter doença com diagnóstico médico e o principal problema citado é a hipertensão arterial. Rocha et al.20 igualmente identificaram em seu estudo com profissionais de saúde contaminados por COVID-19, a presença de comorbidades prévias, e dentre os principais diagnósticos médicos, a hipertensão é uma das doenças mais prevalentes no Brasil.

Dentre as percepções dos participantes do estudo sobre a pandemia, alguns medos foram apontados relacionados ao COVID-19, a saber: transmitir a doença para familiares ou outras pessoas, de morte e das complicações da doença. Teixeira et al.3 em pesquisa com profissionais de saúde apontou o medo de se infectarem ou transmitirem a infecção aos seus familiares, além de aumento de sintomas de ansiedade e redução da qualidade do sono. Corroborando, Arca et al.21 avaliaram os efeitos da pandemia da COVID-19 nos profissionais da linha de frente e verificou-se maior medo de ser infectado, além de maior preocupação com a transmissão da infecção aos seus familiares.

Contribuindo com estes dados, Portugal e colaboradores  realizaram um relato de experiência e descreveram a percepção do impacto emocional da equipe de enfermagem diante da pandemia da COVID-19 e o maior receio relatado foi de transmitir a doença para seus familiares, e para evitar esse risco, a rotina familiar desses profissionais foi alterada, evitando contato com familiares22. Esse resultado aponta que o medo de contaminação pelo vírus esteve presente na vida desses profissionais, mesmo fora do ambiente de trabalho, o que muitas vezes gerou incertezas quanto ao risco de adoecimento, recuperação e cura de seus familiares.

Verificou-se que, entre os profissionais de saúde que atuam nas UTIs COVID, a maioria foi afastado por suspeita de COVID-19, o que foi confirmado pelo teste positivo para COVID-19. Corroborando com este estudo, 6% dos casos confirmados de COVID-19 no Amapá, no período de março a maio de 2020, foram de trabalhadores da saúde.7 A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em relatório gerado em setembro de 2020, mostra que, até esta data, 570 mil profissionais da saúde foram infectados pela COVID-19 nas Américas, e 2,5 mil foram a óbito.23 Segundo Rocha et al.20 dados referentes ao mês de junho de 2021, registraram no Brasil, mais de 200 mil casos de trabalhadores da saúde acometidos por COVID-19, com aproximadamente 17 mil óbitos. Os autores ainda enfatizam que existiam profissionais contaminados e assintomáticos e outros que não foram testados.

Foi observado que mais da metade da amostra referiu ter familiares contaminados, que necessitaram de internação hospitalar ou de UTI. Dados atualizados do dia 22 de julho de 2022, do Ministério da Saúde, apontam que do total de contaminados 2,8% de pacientes internados necessitaram de unidades intensivas por suspeita de COVID-19.24 Quando analisadas as internações de pacientes em UTIs, os mesmos desenvolveram sintomas graves da doença e para tanto, necessitam de cuidados avançados e intensivos.

Observou-se que esta pesquisa demandou de um período longo de coleta de dados sendo considerada uma limitação do estudo.

 

CONCLUSÃO

Tal estudo conseguiu evidenciar os dados de perfil dos trabalhadores de saúde que atuavam em UTI COVID e verifica-se predomínio de mulheres, jovens e com companheiro. Verificou-se que uma parte importante dos entrevistados demonstrou medo de transmitir a doença aos seus familiares e de permanecer com sequelas decorrentes da doença. Tais dados apontados no presente estudos são necessários, visto que conhecer o perfil sociodemográfico desses profissionais e as percepções que os mesmos tiveram, durante a atuação na pandemia, pode trazer subsídios para ações de intervenção em saúde que podem minimizar agravos de adoecimento nesta população. 

Ainda verificou-se que apesar da alta vigilância, do medo de contrair a doença e dos cuidados preventivos, muitos profissionais foram infectados pela COVID-19, necessitaram de afastamento do trabalho e fizeram uso de algum tipo de medicamento para tratamento dos sintomas desta doença.

Identificar as percepções que esses profissionais vivenciaram durante suas rotinas diárias de trabalho, e suas percepções quando foram contaminados pela COVID-19, nos desperta reflexões acerca das atividades que os profissionais de saúde desenvolveram e o impacto em seu cotidiano de trabalho, em prol de auxiliar na saúde dos indivíduos gravemente doentes, e ao mesmo tempo, conhecer os riscos que estes enfrentam diante de uma doença pouco conhecida e de difícil manejo e planejar estratégias para minimizar os dados para essa classe de saúde tão importante em um momento de epidemia mundial.

 

REFERÊNCIAS

1.      Dantas ESO. Saúde mental dos profissionais de saúde no Brasil no contexto da pandemia por Covid-19. Interface - Comunicação, Saúde, Educação [Internet]. 2021 Jan 8 [cited 2022 Jul 2];25:e200203. Available from: https://www.scielosp.org/article/icse/2021.v25suppl1/e200203/

 

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Fomento e Agradecimento: UNIJUÍ

 

Critérios de autoria (contribuições dos autores)

Daiana Zambonato – 1. contribui substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo; 2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão publicada.

 

Juliana Maria Fachinetto - 2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão publicada.

 

Ana Paula Fell – 2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão publicada.

 

Lenara Krause - 2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão publicada.

 

Karine Raquel Uhdich Kleibert - 2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão publicada.

 

José Antônio Gonzalez da Silva - 2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão publicada.

 

Anna Paula Abreu - 2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão publicada.

 

Christiane de Fatima Colet - 1. contribui substancialmente na concepção e/ou no planejamento do estudo; 2. na obtenção, na análise e/ou interpretação dos dados; 3. assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão publicada.

 

Declaração de conflito de interesses

Nada a declarar

 

Editor Científico: Ítalo Arão Pereira Ribeiro. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-0778-1447

 

Rev Enferm Atual In Derme 2024;98(3): e024387                       

 Atribuição CCBY