ARTIGO ORIGINAL

 

ACEITAÇÃO À TERAPIA FARMACOLÓGICA ENVOLVENDO O USO DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS POR IDOSOS

 

ACCEPTANCE OF PHARMACOLOGICAL THERAPY INVOLVING THE USE OF GENERIC MEDICINES BY ELDERLY PEOPLE

 

ACEPTACIÓN DE TERAPIA FARMACOLÓGICA QUE IMPLICA EL USO DE MEDICAMENTOS GENÉRICOS POR PARTE DE PERSONAS MAYORES

 

https://doi.org/10.31011/reaid-2025-v.99-n.1-art.2092

 

Yorrane Kelly Gomes Alves1

Samilla Gonçalves de Moura2

Francilene Figueirêdo da Silva Pascoal3

Marcela Paulino Moreira da Silva Queiroz4

Mariana Albernaz Pinheiro de Carvalho5

 

1Enfermeira. Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité/Paraíba, Brasil. E-mail: yorranekelly11@gmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-3835-0885.

2Enfermeira na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/EBSERH. Hospital Universitário Alcides Carneiro/HUAC. Universidade Federal de Campina Grande/UFCG. E-mail: samilla_1988@hotmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5634-8573.

3Enfermeira. Docente da Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité/Paraíba, Brasil. E-mail: fancypaschoal@hotmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6220-0759.

4Enfermeira na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares no Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, Brasil. E-mail: marcelasmp@hotmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-3947-0312.

5Enfermeira. Docente da Universidade Federal da Paraíba, Brasil. E-mail: mary_albernaz@hotmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-2911-324X.

 

Autor correspondente

Samilla Gonçalves de Moura

São José, S/N. Campina Grande/PB. Brasil. Telefone: +55(83) 2101- 5531. E-mail: samilla_1988@hotmail.com.

 

Submissão: 24-11-2023

Aprovado: 16-12-2024

 

RESUMO

Introdução: Com a criação da Lei Nº 9.787 dos genéricos no Brasil, passou a existir três modalidades de medicamentos diferenciados: o medicamento de referência, o medicamento similar e o medicamento genérico. Os medicamentos genéricos são intercambiáveis a um produto de referência, desde que consigam comprovar sua eficácia, segurança e qualidade. Objetivo: Analisar a aceitação à terapia farmacológica envolvendo medicamentos genéricos sob o ponto de vista de idosos. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa voltado ao propósito de analisar a aceitação à terapia farmacológica envolvendo medicamentos genéricos sob o ponto de vista de idosos. A pesquisa foi realizada na Atenção Básica do município de Cuité, situada na microrregião do Curimataú Ocidental no interior do estado da Paraíba Participaram da pesquisa 12 idosos, após a coleta foi realizado o processamento do corpus textual no IRAMUTEQ, onde ocorreu o trabalho de categorização. Resultados: Nesse contexto, obteve-se o dendograma de Classificação Hierárquica Descendente constituído a partir do material final que analisou seis textos e gerou seis categorias: “Prescrição médica”; “Confiança no medicamento genérico”; “Qualidade do medicamento genérico”; “Custo-benefício”; “Diferença entre as classes medicamentosas” e “Resistência na aceitação”. Considerações finais: houve aumento significativo do conhecimento, aceitação e uso dos genéricos. Para tal, fica evidente que o preço é o fator mais favorável à escolha dos medicamentos. A enfermagem desempenha um papel fundamental na promoção da adesão ao uso de medicamentos genéricos.

Palavras-chave: Cultura de Aceitação; Medicamento Genérico; Idoso.

 

ABSTRACT

Introduction: With the creation of Law No. 9.787 on generics in Brazil, there are now three different types of drugs: the reference drug, the similar drug and the generic drug. Generic drugs are interchangeable with a reference product, provided they can prove their efficacy, safety and quality. Objective: To analyze acceptance of pharmacological therapy involving generic drugs from the point of view of the elderly. Methods: This is a descriptive study with a qualitative approach aimed at analyzing acceptance of drug therapy involving generic drugs from the perspective of the elderly. The research was conducted in Primary Care in the municipality of Cuité, located in the microregion of Curimataú Occidental in the interior of the state of Paraíba. 12 elders participated in the research, after collection, the text corpus was processed in IRAMUTEQ, where the categorization work occurred. Results and Discussion: In this context, we obtained the Descending Hierarchical Classification dendogram constituted from the final material that analyzed six texts and generated six categories to be discussed, being these: "Medical prescription"; "Confidence in the generic drug"; "Quality of the generic drug"; "Cost-effectiveness"; "Difference between drug classes" and "Resistance in acceptance". Final considerations: We conclude that there was a significant increase in generic drug knowledge, acceptance and use. To this end, it is evident that the factor that most favors the choice of these drugs is price. Nursing plays a key role in promoting adherence to the use of generic drugs.

Keywords: Acceptance Culture; Generic Drug; Aged.

 

RESÚMEN

Introducción: Com a criação da Lei Nº 9.787 dos genéricos no Brasil, passou a existir tres modalidades de medicamentos diferenciados: o medicamento de referencia, o medicamento similar y o medicamento genérico. Los medicamentos genéricos se intercambian con un producto de referencia, desde que consigamos comprobar su eficacia, seguridad y calidad. Objetivo: Analizar a aceitação à terapia farmacológica envolvendo medicamentos genéricos sob o ponto de vista de idosos. Métodos: Trata-se de un estudio descriptivo de abordaje cualitativo voltado con el propósito de analizar a aceitação à terapia farmacológica envolvendo medicamentos genéricos sob o ponto de vista de idosos. A pesquisa foi realizada na Atenção Básica do município de Cuité, situada na microrregião do Curimataú Ocidental no interior do estado da Paraíba Participaram da pesquisa 12 idosos, após a coleta foi realizada o Processamento do corpus textual no IRAMUTEQ, onde ocorreu o trabalho de categorização. Resultados: Nesse contexto, obteve-se o dendograma de Classificação Hierárquica Descendente constituído a partir del material final que analiza seis textos y genera seis categorías: “Prescrição médica”; “Confiança no medicamento genérico”; “Calidad del medicamento genérico”; “Custo-benefício”; “Diferencia entre clases medicamentosas” y “Resistência na aceitação”. Considerações finais: houve aumento significativo do conhecimento, aceitação e uso dos genéricos. Para tal, fica evidente que el precio es o factor más favorável à escolha dos medicamentos. A enfermagem desempenha um papel fundamental na promoção da adesão ao uso de medicamentos genéricos.

​Palavras-chave: Cultura de Aceitação; Medicamento Genérico; Idoso.

 

 

 

INTRODUÇÃO

Medicamento pode ser definido como um produto farmacêutico que contém um ou mais fármacos e algumas substâncias com finalidade profilática, curativa, paliativa e diagnóstica, sendo necessário o emprego de uma técnica para a sua elaboração. Com a criação da Lei Nº 9.787 dos genéricos no Brasil, em 1999, passou a existir três modalidades de medicamentos: o de referência, o similar e o genérico(1-2).

É importante destacar que, se os medicamentos genéricos são utilizados de maneira adequada, acarretam resultados positivos para a economia, sobretudo no âmbito da saúde pública, com a redução de custos. É o que acontece em alguns países da Europa, como a Espanha por exemplo, onde o comércio dos medicamentos genéricos faz com o que a economia lucre 1.000 milhões de euros todos os anos. Por outro lado, admite-se que a confiança do paciente está relacionada com o uso dos medicamentos. Para mais, um estudo  realizado no Brasil indicou que 30% de sua população acredita que estes medicamentos são tão eficazes quanto os de marca(3).

No entanto, em alguns casos, há uma certa resistência dos médicos que acaba refletindo consequentemente nos idosos, quando se trata da procura por medicamentos genéricos, mesmo existindo uma diferença considerável no valor. Pode-se afirmar que os maiores consumidores de medicamentos é a população idosa. Nessa perspectiva, cerca de 80% deste público faz uso de pelo menos um medicamento diariamente, e 30% deste número, consome no mínimo, cinco medicamentos de forma simultânea, ou seja, é a faixa etária da sociedade que mais necessita do mercado farmacêutico(4).

Com o advento da globalização, o uso das redes sociais se tornou cada vez mais comum, de modo que as informações são propagadas rapidamente. Ademais, o Brasil contém uma população de aproximadamente 28 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Nessa perspectiva, a veiculação de notícias falsas acerca dos medicamentos genéricos, muitas vezes de forma intencional, pode acabar se tornando algo costumeiro pelo grupo geriátrico. A partir do momento que essas notícias são compartilhadas, mesmo sem fundamentos, podem acabar influenciando na opinião pública em geral, trazendo consequências como o abandono de tratamentos, maior facilidade de interações medicamentosas, além do agravamento de doenças já existentes(5).

Apesar disso, ainda existem dúvidas por parte da população sobre a eficácia dos genéricos, agravadas por fatores como a cultura, a divulgação a respeito deles, a baixa prescrição médica desses produtos, o comprometimento dos farmacêuticos na prestação de informações, o baixo grau de conhecimento da população e a insegurança do paciente ao fazer a troca do medicamento original pelo genérico. Mesmo diante desses fatores, tem havido um aumento considerável nessa aceitação, evidenciando a importância da atenção farmacêutica ao dispensar os medicamentos genéricos, principalmente à classe mais humilde da população(6).

Assim, a pertinência de levantamento de informações  acerca da aceitação e eficiência dos medicamentos genéricos torna ainda mais relevante o estudo, sobretudo pela população idosa, principalmente quando se considera que esta faixa etária faz uso diariamente de medicações, algumas de alto custo que podem impossibilitar o tratamento, além de difundir  a importância e o real papel do medicamento genérico, contribuindo para conscientizar seu uso entre a população idosa.

Nesse sentido, o estudo tem como objetivo geral: Analisar a aceitação à terapia farmacológica envolvendo medicamentos genéricos sob o ponto de vista de idosos. E como objetivos específicos: Identificar se há dificuldade ou resistência por parte de idosos no tocante ao uso de medicamentos genéricos; Descrever os fatores que influenciam na aceitação e confiança em medicamentos genéricos por parte de idosos e Investigar a frequência de uso de medicamentos genéricos por parte de idosos.

 

MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa, realizado no município de Cuité, situada na microrregião do Curimataú Ocidental, no interior do estado da Paraíba. Atualmente a cidade  possui 10 Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs), sendo seis na zona urbana e quatro na zona rural. O município tem área territorial de 733,818km e uma população estimada de 20.331 pessoas(7).

Fizeram parte da pesquisa 12 idosos atendidos na Atenção Básica do município de Cuité-PB. Incluiu-se os idosos atendidos nas UBSFs e considerados aptos cognitivamente, a partir do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e excluídos os idosos incapazes de compreenderem os questionamentos apontados no instrumento de coleta.

Para a coleta do material empírico, utilizou-se um roteiro de entrevista semiestruturada, composto por duas partes: uma relacionada às informações do perfil sociodemográfico do idoso e outra abordando questões voltadas à aceitabilidade e utilização  de medicamentos genéricos. As entrevistas foram instrumentalizadas por meio de gravações diretas em aparelho celular.

O material empírico foi analisado com base na análise de conteúdo temática proposta    por Bardin, que é amplamente utilizada em pesquisas qualitativas. Para facilitar essa etapa foi empregado o software IRAMUTEQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires), através do método de Reinert ou CHD (Classificação Hierárquica Descendente) que se caracteriza pela lógica de correlação, utilizando as segmentações do corpus textual e esquema hierárquico de classes(8).

A pesquisa foi regida pela Resolução n° 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS)(9) e, a coleta foi iniciada apenas após aprovação no CEP e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os entrevistados foram designados pela letra “E” seguida do número sequencial das entrevistas, tomando-se por base sua ordem de realização. Assegurou-se o sigilo, privacidade e anonimato dos participantes, os quais foram esclarecidos acerca das questões envolvendo a pesquisa.

 

RESULTADOS

Dos 12 idosos que participaram da pesquisa, 10 (83,3%) eram do sexo feminino e                  dois (16,7%) do sexo masculino. A média de idade foi de 75,3 anos. A idade mínima foi de 66 anos e a máxima de 88 anos. No que diz respeito ao estado civil, sete (58,3%) eram casados, três (25%) viúvos e dois (16,7%) divorciados. Quando questionados com quem residiam, quatro (33,3%) relataram morar com filhos, sete (58,3%) com o cônjuge e apenas um (8,4%) com cônjuge e filhos.

No que tange à religião, nove (75%) declararam-se católicos, dois (16,7%)  declararam-se evangélicos e um (8,4%) não quis declarar. Quanto a cor da pele, cinco (41,7%) eram de cor branca e sete (58,3%) de cor parda. Quando interrogados se sabiam ler e escrever, todos (100%) afirmaram saber. Quando perguntados se possuíam cuidador, sete (58,3%) relataram não ter e cinco (41,7%) afirmaram que sim.

As informações acerca do perfil sociodemográfico dos idosos(as) assistidos pela Atenção Básica da zona urbana do município de Cuité-PB, estão apresentadas na tabela 1.

Tabela 1 - Caracterização do perfil sociodemográfico dos idosos(as) que participaram da pesquisa. Cuité, PB, Brasil, abril de 2023 (n=12).

 

VARIÁVEIS

f(%)

Idade

 

De 60 a 69

03 (25%)

De 70 a 79

05 (41,7%)

De 80 a 89

04 (33,3%)

Gênero

 

Masculino

02 (16,7%)

Feminino

10 (83,3%)

Situação conjugal

 

Casado(a)

07 (58,3%)

Viúvo(a)

03 (25%)

Separado ou divorciado(a) Com quem reside

Filho Cônjuge

Filho e cônjuge Religião

Católico (a) Evangélico (a) Não quis declarar

02 (16,7%)

04 (33,3%)

07 (58,3%)

01 (8,4%)

09 (75%)

02 (16,7%)

01 (8,4%)

Etnia

 

Pardo(a)

07(58,3%)

Branco(a)

05 (41,7%)

Negro(a)

0 (0%)

Alfabetização

 

Sabem ler e escrever

12 (100%)

TOTAL

12

Fonte: Dados da pesquisa, 2023.

Após o processamento do corpus textual no IRAMUTEQ, a partir da análise com CHD, ocorreu o trabalho de categorização. Nesse contexto, conforme a Figura 1, obteve-se o dendograma de CHD          constituído a partir do material final que analisou 6 textos, separados em 29 Segmentos de Textos (STs). O número de formas foi 192, que emergiram 1058 ocorrências (palavras, formas ou vocábulos), o número de lemas foi 152 e 108 estavam na forma ativa, ou seja, eram reveladoras de sentido, o número de formas suplementares foi igual a 40 e obteve uma retenção mínima de 24 STs (82,76%), implicando um aproveitamento satisfatório, visto ter ultrapassado idealmente os 75%. O conteúdo processado foi categorizado em 6 Classes: Classe 1 com 4 dos 24 STs (16,67%), Classe 2 com 4 dos 24 STs (16,67%), Classe 3 com 4 dos 24 STs (16,67%), Classe 4 com 4 dos 24 STs (16,67%), Classe 5 com 4 dos 24 STs (16,67%), Classe 6 com 4 dos 24 STs (16,67%).

Figura 1- Dendograma representativo das partições em Classes e percentagem das palavras.

Fonte: Processamento do corpus no IRAMUTEQ, 2023.

 


                

A Figura 2 apresenta o dendograma que expressa as relações entre as classes  resultantes da CHD. Foram obtidas 6 classes, onde o eixo 1 contempla as classes 3 e 6 e está relacionado às categorias “Prescrição médica” e “Confiança no medicamento genérico”. No eixo 2, estão inclusas as classes 1, 5, 4 e 2, referentes respectivamente às categorias: “Qualidade do medicamento genérico”, “Custo- benefício” “Diferença entre as classes medicamentosas” e “Resistência na aceitação”.

 

 

 

 

 

Figura 2 - Dendograma da Classificação Hierárquica Descendente (CHD) com a classificação do conteúdo do  corpus.

 


          

Fonte: Autor, 2023.

De acordo com a Figura 2, os textos presentes nas classes 03 e 06 são os que apresentam maior aproximação entre si e também, uma vez que quanto mais afastado na ramificação da CHD, menores serão as relações entre as palavras. Quanto mais aproximadas, maior a afinidade contextual entre as classes. O teste Qui-quadrado (χ2) apontou maior grau de significância estatística para as palavras na classe 2, indicando que esses termos possuem  forte relação com a classe. Assim, nessa classe as palavras estão mais relacionadas com os conteúdos e achados da pesquisa. Na tabela de processamento do IRAMUTEQ identifica-se que a classe 2 é caracterizada, sobretudo pelas palavras: Resistência (χ2 =24), Dificuldade (χ2 =24), Uso (χ2 =18,24), Medicamento (χ2 =11,66).

 

DISCUSSÃO

A seguir será apresentada a discussão das seis categorias de análise com base na análise extraída da Classificação Hierárquica Descendente, no IRAMUTEQ.

5.1   Prescrição médica

A prática da substituição genérica por prescrições de referência ocorre no mundo todo, principalmente devido a razões econômicas. Mesmo após 20 anos no mercado brasileiro, é visto   que   a   população   ainda   permanece   resistente   quanto   a utilização dos medicamentos genéricos e isso se dá principalmente, pelo baixo incentivo médico na prescrição, aliado à falta de conhecimento entre os profissionais da saúde para orientação quanto ao uso, e por fim pela descrença dos pacientes que ainda preferem os originais(2). As falas abaixo reforçam essa questão:

Na compra de algum medicamento na farmácia eu só       peço o legítimo. (E6)

Na compra de algum medicamento na farmácia eu costumo seguir a receita do médico, só faço trazer do jeito que ele passou. (E12)

Acredita-se que as indústrias interferem diretamente na inserção dos medicamentos genéricos no Brasil, uma vez que, elas oferecem incentivos (brindes, viagens, participação nos lucros) para os médicos receitarem seus medicamentos de referência ou similares. Outrossim, a indústria também oferta bonificação nas drogarias sobre as vendas de seus medicamentos de marca. Contudo, a objeção por grande parte dos prescritores, é vista muitas vezes quando usam carimbos inviabilizando a troca e um receituário de prescrição personalizado, indicando determinado medicamento. No SUS determina-se que seja feita a prescrição pelo princípio ativo, já que a receita não é caracterizada como propaganda. Todavia, nos consultórios particulares, isso é uma escolha do profissional(10).

Frente a esse cenário, pode-se afirmar que o profissional médico está associado com a resistência na adesão ao medicamento genérico, principalmente quando se trata do público geriátrico. Isso pode se justificar pela confiança que os pacientes depositam nesses profissionais:

Na compra do medicamento na farmácia eu costumo     pedir do jeito que está na receita. (E3).

Paralelo a isso, ainda ocorre a dúvida induzida pelas campanhas de marketing dos fabricantes de marcas, que sugerem por exemplo, que quanto mais caros, maior sua eficácia. Dessa maneira, surge a relevância do trabalho em equipe dos profissionais de saúde para a adequação ao uso dos medicamentos, sobretudo do farmacêutico que fornece confiança e segurança para que os consumidores passem a aderir ao uso de medicamentos genéricos(11).

Para mais, constata-se que boa parte dos participantes desta pesquisa adquiriam os medicamentos genéricos com receita médica. Porém, na maior parte dos casos estão prescritos os medicamentos de referência, haja vista que o farmacêutico faz intercambialidade entre o medicamento de referência pelo genérico, conforme segue:

Na compra de algum medicamento na farmácia eu costumo pedir o medicamento genérico, o que já tem o       G na caixa. (E4)

Na compra de algum medicamento na farmácia eu sempre costumo dizer que se não tiver o medicamento original pode trazer o medicamento genérico, mas também gosto daquele. (E5)

Em síntese, afirma-se que os médicos têm papel fundamental na escolha dos medicamentos, seja na esfera pública ou privada. É pertinente que o poder público através do controle das propagandas, disponibilização dos medicamentos na rede e na política da diminuição dos preços, contribua para conscientizar a adesão no mercado. Ademais, o conhecimento técnico de profissionais também se faz relevante, pois poderá incentivar a intercambialidade entre o medicamento de referência e o genérico, proporcionando a aceitação dos usuários(12).

 

5.2   Confiança no medicamento genérico

O conhecimento, bem como a percepção dos consumidores perante os medicamentos genéricos é fundamental, dado que somente isso será capaz de conceder o alcance dessa classe medicamentosa nas diversas populações brasileiras(13).

Para existir entre os usuários uma confiabilidade e consequentemente a adesão a compra de medicamento genéricos, é preciso que haja o avanço da tecnologia e disseminação do conhecimento(14). As falas abaixo           corroboram com o exposto:

Nunca deixei de utilizar o medicamento por ser genérico, eu sei que eles têm qualidade. (E5)

Nunca deixei de utilizar o medicamento por ser genérico, minha filha já me explicou que eles são         seguros e com a mesma qualidade. (E4)

Mesmo que sejam aceitos por muitos, ainda existe uma certa insegurança em relação a aceitação dos medicamentos genéricos frente aos originais, uma vez que os usuários, algumas vezes, demonstram não acreditarem na eficácia do tratamento(15), conforme pode ser visto na fala abaixo:

Nunca utilizo o medicamento genérico, porque o médico não passa. Eu mesmo não acredito. (E6)

Assim como existem consumidores que acreditam na confiabilidade dos medicamentos genéricos, há também os que se expressam de maneira diferente e justificam  que esses fármacos apresentam menos eficácia no tratamento. Para mais, é visto que a população ainda tem uma visão de que a qualidade dos medicamentos está ligada à sua marca, já que se ambos dispõem do mesmo efeito, a única coisa que irá divergir entre eles é essa característica(16).

Em suma, a população deste estudo demonstrou confiança quanto à eficácia dos medicamentos genéricos, assim como ocorreu em outro estudo onde devido a falta dos  medicamentos de referência, os usuários acabaram optando pela aquisição do medicamento genérico(15). De forma geral, esse posicionamento de aceitabilidade se mostra como algo positivo, demonstrando que estes medicamentos são seguros e eficazes.

5.3   Qualidade do medicamento genérico

É indiscutível o quanto os medicamentos genéricos se tornaram um avanço no acesso da população à terapia medicamentosa, devido aos seus benefícios na facilitação da obtenção de um medicamento com qualidade, menor custo e com a segurança na utilização. Porém, ainda é vista uma certa insegurança pelos consumidores quanto à qualidade da intercambialidade do medicamento de referência pelo seu genérico, pois muitos alegam que   não conhecem tão bem a classe desses medicamentos. Nesse sentido, é possível afirmar que esse desconhecimento, bem como a falta de orientação do seu prescritor dificultam na implementação do uso desses fármacos(17).

Conforme já mencionado, é importante destacar que o medicamento genérico tal como o medicamento de referência tem a mesma quantidade de ingrediente ativo e forma farmacêutica. Em razão disso, representam um tratamento eficiente para a população, possuindo a mesma dosagem, equivalência e biodisponibilidade do medicamento de referência. Com isso, garantem a qualidade e assistência efetiva. Essa confiança na qualidade do genérico foi descrita algumas vezes pelos entrevistados, conforme segue:

Eu aceito e confio no medicamento genérico, eu sei que ele tem qualidade sim. (E4)

Eu uso faz tempo e nunca houve alteração do medicamento original que eu tomava para o medicamento genérico. (E6)

Com base nisso, no setor privado boa parte da população tem optado pelo uso dos genéricos, tendo-se em vista que o preço acaba sendo um dos principais fatores e influencia,     de modo significativo, na qualidade e continuidade do tratamento(18).

Dessa forma, destaca-se que a efetuação de controle de qualidade nas indústrias farmacêuticas é excepcionalmente importante para assegurar segurança, eficácia e credibilidade de seus fármacos. A qualidade de um medicamento está diretamente relacionada ao cumprimento de boas práticas de sua fabricação. Todavia, por serem mais baratos, os medicamentos genéricos sempre foram questionados quanto à sua eficiência quando comparados com os originais(19). As falas a seguir comprovam essa realidade:

Eu já vi muito idoso na farmácia dizendo que não aceita, pois é mais barato e deve ter menos qualidade. (E11)

Às vezes minha irmã fala para eu comprar os medicamentos originais, ela diz que tem mais qualidade só que são caros, eu não tenho condição e tomo os medicamentos genéricos mesmo. (E2)

 

As falas de E2 e E11 revelam confiança na eficácia dos medicamentos genéricos, tendo em vista o posicionamento da aceitabilidade de forma positiva. No entanto, ainda é real a preferência por medicamentos genéricos em razão do menor preço e não por conta da  qualidade e eficácia que apresentam(15).

 

5.4   Custo-benefício

Os medicamentos genéricos tornaram-se fundamentais para a redução de custos, frente a complexidade do acesso à saúde, bem como das barreiras para diagnóstico e tratamento de doenças e das dificuldades econômicas da população. Não é novidade que os preços dos medicamentos são diversificados e sofrem influência do dólar e da atual situação  econômica do país. As falas abaixo endossam essa questão:

Uma vez o médico me passou um suplemento muito caro, a diferença de preço entre os medicamentos era enorme quase a metade do preço. (E3)

O medicamento genérico é o remédio mais barato porque não tem imposto, é a mesma coisa do original, são as mesmas composições. (E4)

Assim, os medicamentos genéricos passaram a ser uma possibilidade de escolha da população devido ao seu custo-efetividade e qualidade. Os idosos são o grupo de pessoas mais comumente atingidas  com os custos dos medicamentos. Reforça ainda que é o público que mais busca os serviços de saúde, se comparados com pessoas mais jovens. Além disso, o aumento da expectativa de vida dessa população é outro ponto importante que leva a esse consumo(18,20).

Sabe-se que os medicamentos no Brasil geram um alto custo para o orçamento familiar de parte da população, tornando-se um problema de saúde pública, pois o número de pessoas atingidas é preocupante. Além disso, uma parcela considerável dessas pessoas pode não conseguir adquirir os medicamentos para garantir o tratamento de saúde, devido à condição financeira ou ainda ao dificultoso acesso à saúde pública. Para isso, foram implantados os medicamentos genéricos com a finalidade de melhorar esse acesso e garantir o tratamento de forma segura e eficaz(21).

 Em estudo sobre os motivos que interferiam na escolha dos consumidores entre medicamentos genéricos e medicamentos de referência, constatando que as crenças e a falta de informação da população influenciavam significativamente na escolha do mesmo no momento da compra. Diante do exposto, é necessário que haja a conscientização e a divulgação para a população das características dos medicamentos genéricos, os quais detêm do mesmo princípio ativo, dose e fórmula do medicamento de referência e um custo muito mais acessível(22).

Assim, identifica-se que é importante que a população obtenha o tratamento medicamentoso, garantindo a promoção do bem-estar e a saúde de todos. Para isso o medicamento genérico foi criado de modo a facilitar o acesso de pessoas de menor poder aquisitivo, pois por serem mais baratos, tornam o tratamento viável(22).

Para mais, foi possível perceber que um dos fatores identificados que favorece a escolha desses medicamentos é o preço. Dessa forma, acredita-se que a implementação de programas que estimulem a prescrição de genéricos e campanhas de divulgação e esclarecimento sobre esses medicamentos para população de menor renda e escolaridade sejam de suma importância para um melhor conhecimento e utilização dessas drogas, garantindo, desse modo, o acesso farmacoterapêutico para todas as populações (12).

5.5   Diferenças entre as classes medicamentosas

O medicamento de referência é aquele inovador, registrado primeiro e desenvolvido por um laboratório após anos de pesquisa e muito recurso investido. Com a comprovação de sua eficácia e segurança, tem comercialização exclusiva até que expire o prazo de patente do laboratório que varia de 10 a 20 anos. Para ter sua comercialização autorizada, o laboratório apresenta estudos clínicos comprovando sua eficácia e segurança. Basicamente, após um novo medicamento ser criado, somente o laboratório que o lançou tem o direito de sua comercialização(10,23).

Com o fim desse tempo, outros laboratórios podem utilizar o mesmo princípio ativo e reproduzir o medicamento original. Essas cópias são os medicamentos genéricos e os similares, com um custo-benefício melhor, tendo em vista que os laboratórios não empregaram tempo e recursos financeiros no desenvolvimento de um novo fármaco(24).

O medicamento genérico é caracterizado por ser similar a um produto original, que se propõe ser intercambiável(25). Além disso, só passa a ser produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade do medicamento de referência. Para tal, é necessário que seja comprovada a sua eficácia, segurança, qualidade, e designado pela Denominação Comum Brasileira – DCB. Isso é possível se existir um bom sistema de farmacovigilância e um rigoroso esquema de registro(16,26).

Há algum tempo, era preciso que os genéricos e similares passassem pelo teste de equivalência farmacêutica. Porém, apenas os genéricos precisavam passar pelo teste de bioequivalência. Atualmente no Brasil, ambos precisam passar pelos mesmos testes para evidenciarem que são cópias fiéis do medicamento de referência. Ademais, também é visto que as pessoas vêm buscando entenderem mais das classes medicamentosas, bem como de suas particularidades(23).

Independentemente de qual seja a fonte de informação, os usuários cada vez mais vem se tornando informados e conscientes sobre o que é o medicamento genérico, quais seus  benefícios e segurança. Entretanto, apesar do grau de conhecimento dos usuários quanto às diferenças entre os medicamentos genéricos, referência e similar ter se expandido, como apontou estudo onde quase metade dos entrevistados não sabiam diferenciar as classes medicamentosas, tampouco os aspectos envolvendo sua substituição e a analogia com os medicamentos de referências(27). Considerando a existência de falsos conceitos acerca desses medicamentos, seguem trechos que corroboram com esta assertiva:

 

A diferença entre o medicamento genérico e o medicamento de referência é que o primeiro tem menos vitamina do que o outro, para mim ele faz menos efeito. (E1)

Acho que a diferença entre o medicamento genérico e o medicamento de referência é que o medicamento de referência é melhor, dá mais resultado. (E6)

 

É possível notar que ainda há uma certa descrença nos medicamentos genéricos, e que alguns usuários não têm um regular conhecimento da identificação e diferenciação deles.  Porém, sabe-se que já ocorre confiança nos resultados e uma satisfação em relação ao custo, condicionando a preferência por eles(28).

Ainda há um longo caminho a ser percorrido para que os medicamentos genéricos sejam amplamente conhecidos, e dentre as principais medidas para melhorar essa realidade, cabe citar ações de intensificação, campanhas educativas, promoção do acesso aos medicamentos por meio das prescrições médicas e o estímulo ao consumo consciente e de credibilidade. Assim, espera-se que a política de medicamentos genéricos alcance o seu objetivo de garantir à toda a população o acesso integral aos meios de promoção e recuperação da saúde, além de melhorar de forma significativa a qualidade de vida da população(12).

 

5.6   Resistência na aceitação

Os genéricos estão alcançando cada vez mais destaque no mercado mundial. Basta analisar o crescimento de vendas que vem ocorrendo nas últimas décadas em todos os continentes(29).

Assim, considerando o público-alvo desta pesquisa, é importante enfatizar que com base nas mudanças sofridas ao longo do processo de envelhecimento, é necessária a utilização de medicamentos de forma terapêutica. Mesmo sendo receitados pela atenção básica de saúde, os medicamentos genéricos não são comumente utilizados pelos idosos. Ainda que a classe medicamentosa tenha um melhor custo-benefício, existe uma visão negativa destes medicamentos tanto por pessoas com menos poder aquisitivo e também entre os idosos, uma vez que boa parte desse público apresenta doenças crônicas e fazem uso de um grande número de medicamentos, impactando diretamente na renda. Por este motivo, é fundamental que os médicos prescrevam medicamentos genéricos, pois representam a melhor alternativa para o idoso, já que funcionam exatamente igual ao "produto original" e oferecem menor preço e a mesma qualidade(16).

Conforme exposto, existe uma resistência por parte dos médicos na aceitação e indicação dos medicamentos genéricos, o que contribui para que os idosos também tenham uma visão negativa, conforme se observa nas falas abaixo:

Eu não utilizo medicamentos genéricos, porque meu médico não trabalha com esse tipo de remédio. Para todos os pacientes só passa o original, ele nunca me explicou o motivo, sempre que eu vou comprar eu peço o original. (E5)

Se o doutor passar não tenho dificuldade ou  resistência para aceitar os genéricos, mas ele não  passa. (E8)

 

Em contraponto com algumas falas dos idosos desta pesquisa, estudos revelam que os medicamentos genéricos cada vez mais vêm apresentando uma boa aceitação, de modo que a preferência por esses eles ocorre, sobretudo, pela economia que estes oferecem(12). Com o passar do tempo, espera-se que a tendência seja existir cada vez menos preconceito e mais prescrições deste tipo de droga. Além disso, nos locais do Brasil onde a população estudada é considerada carente, o genérico ainda não é bem quisto. Esse aspecto pode ser justificado pela falta de informações. Diferentemente das falas supramencionadas, os idosos E4 e E10 trazem opiniões que remetem a uma boa aceitação dos medicamentos genéricos:

Não tenho dificuldade ou resistência em aceitar o uso de medicamentos genéricos, a maioria que uso é genérico. (E4)

Para mim é tudo igual, não tenho dificuldade ou resistência em aceitar o uso de medicamentos genéricos, eu peço o genérico porque ele é mais barato e faz o mesmo efeito. (E10)

 

Portanto, fica evidente que embora os medicamentos genéricos sejam considerados uma alternativa acessível, especialmente para os idosos, existe ainda uma resistência por parte de profissionais médicos que acaba refletindo na aceitação entre esse público-alvo. Dessa forma, a preferência da população pelos medicamentos genéricos é relacionada ao preço e não à qualidade e segurança, ou seja, a preferência pelo genérico ainda é menor quanto ao de referência(30).

Para mais, é de extrema importância os usuários conhecerem bem o medicamento genérico, proporcionando uma maior autonomia e segurança na escolha. Além disso, convém destacar que não só a população de baixa renda é beneficiada, uma vez que as diferentes populações e grupos escolhem drogas genéricas. Assim, pode-se afirmar que é necessário desconstruir essa descrença nos medicamentos genéricos para que, dessa forma, tenham um maior espaço no mercado(12).

A enfermagem desempenha um papel fundamental na promoção da adesão ao uso de medicamentos genéricos. Tendo em vista que podem fornecer informações claras e precisas sobre os genéricos, incluindo conceitos de equivalência terapêutica, segurança e eficácia em comparação aos medicamentos de marca. Eles abordam preocupações e mitos comuns associados aos genéricos, garantindo que os pacientes tenham conhecimento adequado. Além disso, os enfermeiros incentivam a comunicação aberta entre pacientes e médicos, permitindo que relatem problemas relacionados à terapia medicamentosa e façam perguntas sobre os genéricos prescritos. Essa comunicação eficaz contribui para resolver preocupações, melhorar a adesão ao tratamento e alcançar melhores resultados de saúde(31).

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o presente estudo, foi possível concluir que houve aumento significativo do conhecimento, aceitação e uso dos genéricos no decorrer dos anos. Tal conquista se deve às ações de propaganda que estimulam a divulgação do conhecimento sobre tais produtos, seja  nos estabelecimentos de saúde, através dos prescritores, ou até mesmo por meio de programas do governo. Ademais, ainda há uma parcela significativa da população, sobretudo idosa, que não conhece ou não utiliza os genéricos, possivelmente por não compreenderem que são confiáveis e intercambiáveis e que são submetidos a testes, a fim de assegurar sua eficácia, segurança e qualidade e receberem aprovação da ANVISA.

Quanto às limitações da pesquisa cabe mencionar o seu delineamento transversal e em razão da pesquisa ter sido realizada no domicílio dos idosos, as entrevistas só ocorreram na presença do agente comunitário de saúde, que nem sempre tinha disponibilidade, dificultando a realização da coleta. Além disso, foi identificada uma escassez de publicações atuais referentes à temática a ser discutida, visto que existem trabalhos envolvendo os medicamentos genéricos, porém grande parte destes não são         recentes.

Assim, é importante que novos estudos sejam desenvolvidos, de modo a discutir a aceitação dos medicamentos genéricos sob o ponto de vista de idosos, para que assim haja maior incentivo e compartilhamento de informações quanto à eficácia, comprovadamente equivalente, de medicamentos genéricos e de referência.

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Fomento e Agradecimento: A pesquisa não recebeu financiamento.

Declaração de conflito de interesses:

“Nada a declarar”.

Todos os autores participaram na composição do artigo

Editor Científico: Ítalo Arão Pereira Ribeiro. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-0778-1447    

Rev Enferm Atual In Derme 2025;99(1): e025006                  

 Atribuição CCBY