INTRODUÇÃO

A compl= exidade dos cuidados prestados a neonatos criticamente enfermos, requer a uso de tecnologias, procedimentos avançados e profissionais qualificados. A Unidad= e de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é o ambiente terapêutico que fornece o suporte de intervenções diagnósticas e de tratamento. Porém, devido à instabilidade hemodinâmica e inúmeros procedimentos, neonatos em cuidados intensivos estão expostos a eventos adversos, entre os quais as lesões na p= ele ⁽¹⁾.

As lesõ= es por pressão por dispositivos médicos são frequentes no ambiente hospitalar, especialmente na UTIN, devido ao uso contínuo de tecnologias duras, associa= da ao tempo de internação prolongado. As Lesões por pressão (LPPs) são problemas de saúde pública, indicadores de saúde, que geram impacto negativo para o sistema público, podendo repercutir no tempo de internação e aumento da morbimortalidade⁽²⁾.

As Lesõ= es por Pressão Relacionadas a Dispositivos Médicos (LPP RDM), são comumente associ= adas ao uso de dispositivos para fins diagnósticos e terapêuticos, que se aprese= ntam em conformidade com o padrão ou adquirem a forma do dispositivo ^{(3).
A ocorrência desses agravos resulta de danos por pressão em decorrência do =
uso
prolongado dos dispositivos médicos ⁽⁵⁾, devido as alterações na
circulação, instabilidade hemodinâmica e/ou uso de drogas vasoativas ^(=
4).}

O período neonatal, corresponde a uma fa= se de vulnerabilidade à saúde do recém-nascido (RN) pela maior exposição a riscos biológicos, ambientais, sociais e culturais. Dos óbitos infantis, 60 a 70% ocorrem nesse período, principalmente até o 6º dia de vida, dentre esses, decorrentes de infecções secundárias a lesão de pele ⁽⁶⁾.

A pele = do prematuro, por ser imatura e possuir algumas particularidades que a diferem= da pele do RN termo, torna-se mais vulnerável ao surgimento das LPP. O desenvolvimento epitelial ocorre com o avançar da idade gestacional, assim o estrato córneo no pré-termo encontra-se em desenvolvimento e a epiderme apresenta-se mais fina comparada a do RN a termo ⁽⁷⁾.

Assim, buscou-se responder o seguinte questionamento: Quais os fatores de risco que envolvem a ocorrência de lesão por pressão relacionada a dispositivos médic= os em neonatos que estão em cuidados intensivos?

Nesse sentido, os fatores de risco para = LPPRDM no contexto neonatal, se fazem importantes para compreender a ocorrência das lesões. Logo, esse estudo objetiv= ou identificar nas evidências científicas os fatores de risco e principais dispositivos que envolvem a ocorrência de lesão por pressão em neonatos em cuidados intensiv= os.

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MÉTODO

Trata-s= e de uma revisão integrativa da literatura, seguiu as recomendações e o percurso metodológico proposto por Mendeset a= l. em seis etapas, a saber: elaboração da pergunta de pesquisa, busca na literatura, categorização dos achados, avaliação dos estudos que foram incluídos, interpretação dos resultados, bem como a apresentação da revisão= ⁽⁸⁾.

Diante da delimitação do interesse e objeto de estudo, para formulação da pergunta norteadora, utilizou-se, conforme recomendação, a estratégia com o mnemônico PICo, sendo “P” a população (neonatos), “I” Interesse (Fatores de risco para lesão por pressão por dispositivos médicos), e “Co” (Cuidados intensivos) p= ara o contexto da investigação em questão. Desse modo, adotou-se a seguinte questão de pesquisa: Quais os fator= es de risco que envolvem a ocorrência de lesão por pressão relacionada a dispositivos médicos em neonatos que estão em cuidados intensivos?

O levantamento bibliográfico foi realizado no mês de outubro de 2020, nas seguintes bases de dados: National Library of Medicine MEDLINE via PubMed, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literatura (CINAHL), Base de Dados de Enfermagem Brasileira (BDEnf), Literatura Latino-Americana e do Ca= ribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Web of Science, com busca direta nas bases = de dados ou por meio do Portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (CAPES).

Para a busca, utilizou-se descritores em Ciênci= as da Saúde (DeCS) e no Medical Subject Headings (MeSH): “Recém-nascido” (Newborn), “L= esão por pressão” (Pressure Ulcer= ), “Pele” (Skin), “Ferimentos e Lesões”= (Wounds a= nd injuries), “Equipamentos e Provisões” = (Equipament and su= pplies) e “Cuidados Críticos”, “(Critical care), além das palavras-chave: “<= span class=3DSpellE>Pressury injury “, “Efe= itos adversos” (Adverse Effects),= para a base de dados Web of Science. A estratégia de busca ocorreu a partir de suas diferentes combinações, utilizando-se operador booliano AND= e/ou OR nas respectivas ba= ses de dados. A partir da seleção dos art= igos foi possível construir o fluxograma PRISMA com os dados de identificação, triagem, elegibilidade e inclusão dos estudos.

Como cr= itérios de inclusão, foram estabelecidos: estudos disponíveis na íntegra, com enfoq= ue em lesão por pressão em RN no âmbito da UTIN, nos idiomas português, inglês= e espanhol, sem delimitação temporal.

Foram e= xcluídos estudos que abordassem lesões por pressão em distintas populações, cartas ao editor, resenha, artigos de opinião, revisões de literatura, estudos de reflexão, editoriais e estudos duplicados.

Para facilitar a compreensão dos resultados a bu= sca e seleção de artigos foi realizada em pares. De forma a garantir uma criterio= sa avaliação dos resultados encontrados, optou-se por utilizar as recomendaçõe= s e instrumento do Preferred Rep= orting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses Extensi= on for Scoping Reviews (PRISMA-ScR). Além de seguir os tópicos de informações estabelecidos por Ursi ⁽⁹⁾: título, objetivo, método, periódico, autoria, resultados, conclusão, ano/país, tais variáveis apoiaram a constru= ção de um instrumento de coleta de dados.

A busca realizada de forma direta, nas bases de dados ou por meio do Portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (CAPES), usando a seguinte estrat= égia para cada base de dados elencada, conforme tabela 1.

RESULTADOS

Após seguir todas as etapas metodológicas determinadas para esta revisão integra= tiva da literatura, foram selecionados 16 estudos, dos quais 14 foram publicados= em periódicos internacionais, no idioma inglês. Desses, apenas dois foram publicados em periódicos nacionais e em português, conforme figura 1.

Todos os estudos trouxeram algum equipamento que levou a surgimento de LPP nos prematuros, essa constância nos achados torna-se condição sine qua non para que os profissionais revejam s= ua prática prevenindo a ocorrência de eventos adversos evitáveis.

DISCUSSÃO

Após análise dos textos, surgiram duas categorias: 1) Fatores de risco relaciona= dos a ocorrência de lesão por dispositivos médicos. 2) Prevenção das lesões pelo uso de dispositivos médicos no contexto neonatal.

1) Fatores= de risco relacionados a ocorrência de lesão por dispositivos médicos

A prematuridade é um dos principais fatores de risco para lesão por dispositi= vos médicos ^{(13-19-21-25)}.Pois, o desenvolvimento epitel= ial no prematuro é limitado, devido as reduzidas camadas de extrato córneo, fib= ras de colágeno e elastina que são sustentação, elasticidade e consequentemente proteção. A hipoderme no prematuro é atrofiada, bem como os anexos cutâneos= ⁽¹⁴⁾.

A imaturidade da junção dermo-epidérmica é respon= sável pelo desnudamento epidérmico, pois após a remoção de dispositivos, adesivos= de fixação, cateteres de acesso venoso, e demais dispositivos, a epiderme se s= epara de forma parcial ou total da derme ⁽¹⁴⁾.As características da pele imatura do neonato são decisivas, quanto a resistên= cia da pele a ação da pressão, fricção e forças de cisalhamento, sem perder o n= ível de irrigação e perfusão sanguínea ⁽¹⁰⁾.

Na primeira semana de vida o ressecamento da pele com a perda de água transepidérmica é maior em prematuros e de baixo peso, predispondo a LPP ^{(14-15-17-18)}.Bebês que apresentam baixo peso ao nascer demonstraram maior incidência e gravidade nessas lesões por dispositivos^{(13-15- 20- 21)}.

O surgimento de lesão por pressão são eventos adversos evitáveis, classificad= os como um indicador de segurança do paciente e qualidade da assistência. A incidência de LPP varia de acordo com a população e o ambiente de cuidado. = Nas UTINs a incidência pode variar de 3,7% a 16% ^(10=
-12). O prolongamento do internamento na UTIN, em decorrência da prematuridade, é= um fator de risco para lesões iatrogênicas da pele ⁽¹⁴⁾.

O uso de novas tecnologias em saúde para o cuidado neonatal contribuiu sobremaneira para a redução da taxa de mortalidade. Contudo, sendo o desenvolvimento da LPP multifatorial, a fragilidade da pele e mobilidade reduzida, em conjunto com a fricção, cisalhamento e pressão exercida sobre dispositivos médicos predispõe o RN a LPP RDM ^(10-12).

No contexto neonatal, 34,5% dessas lesões são oriundas da pressão devido uso contínuo de dispositivos médicos (qualquer dispositivo para fins terapêutic= os ou diagnóstico)^{(13-21- 23-24-25)}. Dessa forma, esses pacientes = têm 2,4 vezes maior chance de desenvolver uma LPP ⁽⁵⁾.

Na tentativa de reduzir esse risco surge a Escala de Avaliação de Risco de Pele Neonatal (e-NSRAS), uma importante estratégia de avaliação e predição do ri= sco de lesão de pele no RN, oportunizando o julgamento crítico e clínico do profissional ⁽¹⁰⁾.

Houve uma associação significativa do baixo escore da e-NSRAS e a ocorrência de lesão, cujo grupo classificado com risco na escala, obteve uma incidência de 36% de LP. Observou-se que 34 neonatos desenvolveram 63 lesões LPP, dessas, 84,1% associadas a um dispositivo médico, 54% estavam em uso da ventilação mecânica não invasiva (VNI), o nariz apresentou maior frequência de lesão <= sup>(10).

Diferentemente dos demais estudos, observou-se na pesquisa desenvolvida nos Estados Unidos= uma significância estatística nos fatores intrínsecos analisados como, níveis de saturação de oxigênio menor que 85%, alteração de temperatura, uso de medicamentos sedativos, inotrópico ou vasopressor, nutrição menor que as necessidades corporais. Dentre os dispositivos que mais causaram LP RDM for= am os de monitoramento, seguido de respiratório e os de acesso vascular ^(=
11).

Fatores intrínsecos associados a prematuridade, deficiências nutritivas e imunológi= cas, instabilidade hemodinâmica e sepse, aumentam os mediadores inflamatórios, vasodilatação e edema, elevam o risco de injúrias epiteliais ^(18).

A hipoxemia, condição clínica de níveis de saturação abaixo do normal por oximetria de pulso ou cianose central, é uma manifestação comum em pacientes com patologias cardíacas. Existe uma associação da hipoxemia com o surgimen= to de LPP, pois consideram a saturação de O₂ abaixo de 85% é um preditor de risco e os pacientes com cardiopatias são mais expostos ^(1=
1).

Os dispositivos de monitoramento permitem a captura de dados de pacientes por = uma rede de sensores, como oxímetro de pulso e eletrodos, comuns na UTIN, principalmente em pacientes cardíacos ⁽¹³⁾.

O uso da monitorização contínua do eletroencefalograma gera lesões em crânio e face, principalmente na região temporal, parietal e occipital associada aos eletrodos e as fitas de fixação ^(13-10).

A aplicação e remoção dos adesivos pode causar alteração da barreira epitelia= l do neonato, expondo a infecções secundárias. O uso de eletrodos revestidos de prata podem causar lesões quando expostos ao calor, inclusive queimaduras.<= span style=3D'mso-spacerun:yes'> Em contrapartida, os eletrodos revestid= os de ouro causam menos lesões quando expostos ao calor ⁽¹³⁾.

Quanto aos dispositivos respiratórios, houve uma prevalência de achados de LPP com= o uso da pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) através de prongas nasais. O trauma nasal é um evento adverso de= sse dispositivo, mesmo associando à vulnerabilidade cutânea e fatores anatômico= s da área, como vascularização da columela e narinas^{(13-15-18- 23)}.<= /p>

Devido a imaturidade pulmonar do prematuro, o uso de pressão positiva é empregado = para tratar a síndrome do desconforto respiratório. As lesões por CPAP estão associadas ao tamanho da pronga, tipo de fixação, uso e tamanho do gorro ou touca, ao desgaste e condições da pronga e o tempo de permanência ⁽¹⁹⁾⁼.

As evidências apontam que o contato da pele e membranas mucosas com dispositiv= os para fins terapêuticos ou diagnóstico por tempo prolongado é um fator de ri= sco passível de intervenção ^{(13-21-23-24)}.

Considera-se um fator extrínseco para lesão, uso prolongado dos dispositivos médicos associados ao manejo profissional ^(15-19-23). Vale salientar, qu= e o número de dispositivos está proporcionalmente relacionado a probabilidade de ocorrência de injúrias epiteliais ⁽¹⁵⁾. As quais essas lesões po= dem se manifestar durante a remoção da fixação ou por extravasamento de medicaç= ões ⁽¹⁴⁾.

As lesões por extravasamento ocorrem do vazamento de medicamentos administrados por via endovenosa em tecidos adjacentes, por vezes, medicamentos ionotrópicos. Na neonatologia, esse evento se torna preocupante, devido a fragilidade epitelial. Em pesquisa realizada na Hungr= ia sobre a prevalência de lesões cutâneas iatrogênica, 4,8% das lesões eram por extravasamento, apresentando necrose cutânea como uma das consequências (14).

O julgamento clínico do enfermeiro, portanto, é essencial na identificação e diferenciação da LPP e LPP RDM. Assim, a fixação inadequada e retirada abra= siva do dispositivo são fatores de risco que cabem atenção profissional ^(22=
).

= ;

2) Prevenç= ão das lesões pelo uso de dispositivos médicos no contexto neonatal

Apesar = dos poucos fatores de risco evidenciados na literatura, nos serviços e institui= ções de saúde são estabelecidas e preconizadas medidas preventivas de lesões. No entanto, poucas são as evidências acerca da eficácia dessas intervenções pa= ra a prática clínica na neonatologia ⁽¹¹⁾.

O estudo de García-Molina ⁽¹⁰⁾ estabeleceu variáveis de medidas preventivas: uso de nutrição parenteral, nutrição enteral/oral, mudanças de decúbito, rodízio do sensor de oxímetro de pulso. Dessa análise, apenas o método canguru demostrou significância, trazendo benefícios para a humaniza= ção da assistência. ⁽¹⁰⁾.

As práticas de prevenção de lesões em sua maioria, são direcionadas a imobilid= ade e voltadas para pacientes adultos. Desse modo, a redistribuição de pressão,= uso de colchões diferenciados (espuma), travesseiros e rolos são formas de prevenção na UTIN ⁽¹¹⁾. Para prevenção das lesões por dispositiv= os, são necessárias recomendações para o manuseio correto, quanto a inserção do dispositivo, reposicionamento, fixação e remoção ⁽²²⁾.

Para a prevenção de queimaduras associadas ao uso da fototerapia, os eletrodos revestidos de prata devem ser evitados, pois podem causar lesões quando expostos ao calor. É importante avaliar a necessidade de utilização do dispositivo, e quando houver a exposição do recém-nascido a uma fonte de ca= lor, como o uso de incubadoras, deve optando pelo revestido de hidrogel ⁽¹¹⁾.

A quantidade excessiva de adesivos para a fixação dos eletrodos, o ressecamen= to e umidade presente no dispositivo são fatores de risco que devem ser consider= ados nas medidas de prevenção de lesões. Nesse sentido, é fundamental observar o tamanho com base na idade gestacional, peso, condição da pele e duração prevista do monitoramento ^(12-25).

Cabe ao profissional, monitorar as condições dos dispositivos, umidade e ressecamento, realizando troca periódica ou quando oportuno, optando por curativos de filme semipermeáveis, deixando o local limpo e seco, isento de sujidades em regiões adjacentes ⁽¹²⁾.

Este curativo possui boa aderência a pele, forma uma barreira de prevenção a fri= cção direta do dispositivo com a mucosa da pele. Outro tipo proposto é o Metalline®, um curativo flexível, macio, composto por algodão, viscose e uma camada aluminizada, empregado originalmente em traqueostomia e em prongas nasais ^(20).

Quanto aos cuidados com as prongas nasais, estudo comp= arou o uso da cânula de parede fina a cânula com cobertura de espuma, evidenciando= que apesar de mais leve e de fácil manuseio, a de parede fina obteve uma prevalência relativamente alta de lesões, comparado ao uso da espuma. O uso= de curativo de barreira de espuma evitou a LPP RDM na columela nasal, sem form= ação de necrose e sem comprometimento do efeito da pronga ⁽¹⁸⁾.

Na tentativa de prevenir as lesões, algumas unidades optaram pela padronização= de cuidados de enfermagem priorizando a inspeção da pele a cada 3 horas para identificação precoce de eritema, colapso, edema, posicionamento e reposicionamento dos dispositivos. Além da proteção epitelial com uso de protetor de polímero-líquido não alcoólico ⁽¹⁸⁾.

É preciso reconhecer, que cada dispositivo médico possui manejo diferenciados, exigindo do profissional conhecimento clínico para traçar um plano de assistência voltada para a prevenção da ocorrência desses desfechos evitáve= is e indesejados.

Duas escalas mostraram ferramentas eficazes para a prevenção de lesões, a saber: NSRAS ⁽¹⁰⁾ e a Braden QD ^{(11).
Fornecendo a classificação do risco para delimitação de intervenções dos
profissionais, reduzindo a exposição do paciente ⁽¹⁴⁾.}

O uso de escalas validadas = é uma importante ferramenta de avaliação do risco, contribuindo para o planejamen= to da assistência, além de subsidiar a tomada de decisão e julgamento clínico profissional. O estudo apresenta como limitação os achados nos estudos primários, os quais se limitaram a trazer apenas os fatores de risco extrínsecos, relacionados aos próprios dispositivos médicos.

CONCLUSÃO

Evidenc= iou-se que os fatores de risco quanto ao uso dos principais dispositivos que envol= vem a ocorrência de lesão por pressão em neonatos na UTIN foram considerados preveníveis. Contudo, devido ao prolongamento da internação na UTIN, aliado= ao uso dos dispositivos e prematuridade essa ocorrência torna-se presente. Den= tre os dispositivos que mais ocasionaram lesões foram os respiratórios, com destaque para ao suo da pronga nasal.

Embora as= LPP RDM estejam em evidência nas pesquisas científicas, observou-se uma lacuna quan= do se avaliam as produções no contexto neonatal. Logo, para realização de um cuidado seguro e qualificado, torna-se necessário evidências científicas ac= erca dos fatores de risco para lesões em neonatos. Assim, conhecendo-os, torna-se possível a elaboração e validação de protocolos assistências, estabelecendo medidas preventivas e estimulando a capacitação profissional.

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AGRADECIMENTOS

Os autor= es agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (CAPES).

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&nb= sp;

29- Giro= ndi JBR, Soldera D, Ramalho AO, Amante LN, Inácio BC, Si= lva BH. Lesão por pressão relacionada à dispositivos médicos: revisão integrati= va. Rev= ista Eletrônica de Enfermagem Universidade Federal de Goias, 2017;19:(1-25). Disponível em: http://dx.doi.org/10.5216/ree.v19.43331. Acesso em: 2= 0 de março de 2021

30- Ferreira DO, Silva MPC, Galon T, Goulart= BF, Amaral JB, Contim D. Método ganguru: percepções sobre o conhecimento, potencialidades e barreiras entre enfermei= ras. Escola Anna Nery. 2019;23(4):1-7. FapUNIFESP (SciELO). Di= sponível em: http://dx.doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2019-0100. Acesso em: 20= de março de 2021.

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Contribuiç= ões dos autores

João Emanuel Pereira Domingos contribuiu com a concepção e delineamento do traba= lho. Todos os autores participaram da revisão crítica do conteúdo e da aprovação= da versão final do manuscrito.

Autor correspondente:

João Emanuel Pereira Domingos, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Endereço (= Rua Irauçuba, 52, Joaquim Távora, 60130-190, Fortaleza, Ceará, Brasil), (88) 99628-1024, joao.emanuel@aluno.uece.br

Submissão: 2021-04-28

Aprovado: 2021-06-10

Base	Equação de busca
LILACS	Recém-nascido AND Lesão por pressão
BDEnf	Recém-nascido AND Lesão por pressão
Medline via PubMed	Newborn AND Pressure ulcer OR Equipament and supplies AND Critical Care
CINAHL	Infant, newborn AND pressure ulcer AND Advers= effects Newborn AND
Web of Science	Pressure ulcer OR Pressure injury AND Medical devices

Nº=	Título	Autores<= /o:p>	Ano/Pais=	Estudo	Base/Periódic= o
1	Pressure ulcers’ incidence, preventive measures, and risk factors in neonatal intensive care and intermediate care units	García= -Molina et al ⁽¹⁰⁾	2018 Espanh= a	Observ= acional	PubMed/ Int Wound J.
2	Hospital-Acquired Pressure Injuries in Children With Congenital Heart Disease: Prevalence and Associ= ated Factors	Kulik et al ^(= 11)	2019 EUA	Coorte=	Pu= bMed/ Pe= diatric Critical Care Medicine
3<= /span>	= Successful Reduction in Electrode-Related Pressure Ulcers During EEG Monitoring in Critically Ill Neonates	Mietzsch et al ⁽¹²⁾	2019 EUA	Interv= enção	Pu= bMed/ Advances in Neonatal Care
4	Nasal trauma due to contin= uous positive airway pressure in neonates	Fische= r et al ⁽¹³⁾	2010 Suíça<= /p>	Observ= acional Prospectivo	PubMed/ Arch Dis Child Fetal Neonatal
5	Iatrogenic Skin Disorders = and Related Factors in Newborn Infants	Csoma et al ^(= 14)	2016 Hungri= a	Transv= ersal, prospectivo	PubMed/ Pediatric Dermatology
6<= /span>	= Factors associated with skin and mucosal lesions caused by medical devices in newborns: Observational study	Faria = et al ⁽¹⁵⁾	2019 Brasil=	Observ= acional Longitudinal	Web of Science/ J Clin Nurs.
7<= /span>	= Nasal Pressure Injuries Due to Nasal Continuous Positive Airway Pressure Treatm= ent in Newborns	Dai et al ^(16= )	2020 China<= /p>	Observ= acional Prospectivo	We= b of Science/ J Wound Ostomy Continence Nurs
8<= /span>	= Neonatal skin assessments and injuries: Nomenclature, workplace culture and clinic= al opinions—Method triangulation a qualitative study	August et al ⁽¹⁷⁾	2020 Austrá= lia	Qualitativo	Web of Science/ J Clin Nurs.
9<= /span>	= Pressure Injuries of the Nose and Columella in Preterm Neonates Receiving Noninvas= ive Ventilation via a Specialized Nasal Cannula	Boyar ⁽¹⁸⁾	2020 EUA	Coorte=	Web of Science/ J Wound Ostomy Continence Nurs.
10=	Fatores de risco associados à lesão n= asal por dispositivo de pressão positiva em recém-nascidos	Primo et al ⁽¹⁹⁾	2014 Brasil=	Quanti= tativo	LILACS= / Rev en= ferm UERJ
11	Método= de prevenção de lesão nasal causada por CPAP em recém-nascido pré-termo	Nunes et al ⁽²⁰⁾	2012 Brasil=	Estudo= de caso	LILACS= / Rev HC= PA
12=	= The frequency of nasal injury in newborns due to the use of continuous Positi= ve airway pressure with prongs	Nascim= ento et al ⁽²¹⁾	2009 Brasil=	Quanti= tativo	CINAHL= / Rev La= tino-am Enfermagem
13	Upper lip pressure ulcers = in very low birth weight infants due to fixation of the endotracheal tube	Fujioka et al ⁽²²⁾	2008 Japão<= /p>	Estudo= de Caso	CINAHL/<= /p> Journal of Neonatal Nursin= g
14	Neonatal facial pressure u= lcers related to noninvasive ventilation: Incidence and risk factors	Bonell-Pons et al ⁽²³⁾	2014 Espanh= a	Observ= acional	CINAHL= / EWMA J= ournal
15	Úlcera= s Por Pressão em Neonatos Internados em uma UTI neonatal Série de Casos	Faria = et al ⁽²⁴⁾	2017 Brasil=	Estudo= de Caso	CINAHL= / Estima=
16	= The Pressure Is On! Neonatal Skin and Nasal Continuous Positive Airway Pressu= re	Ottinger et al ⁽²⁵⁾	2016 Virgín= ia	Estudo= de Caso	CINAHL/<= /p> Advances in Neonatal Care<= span style=3D'mso-bidi-font-style:italic'>

Fatores de risco	Nº
Baixos e= scores na Neonatal Skin Risk Assessment Scale (e-NSRAS), uso de ventilação mecân= ica não invasiva e o tempo de internação prolongado.	1
Níveis de saturação menor que 85%, altas temperaturas do ambiente e dos gases, uso = de medicamentos sedativos, inotrópico ou vasopressor, nutrição menor que a c= ota calórica diária.	2
Eletrodos revestidos de prata podem causar queimaduras quanto expostos a fontes de calor, como aquecedor radiante; umidade; fonte de calor externa; quantida= de excessiva de adesivos; prematuridade.	3
Risco de= trauma nasal maior em neonatos <32 semanas; peso menor que 1500g ao nascer; t= empo de uso de CPAP nasal por mais de 5 dias; tempo de permanência na UTIN >= ;14 dias; imaturidade da pele.	4
Prematur= idade; peso ao nascer menor que 1000g; maior tempo de internação; uso de dopamin= a ou dobutamina; imaturidade da junção dermoepidérmica.	5
Maior nú= mero de dispositivos, prematuridade; pele seca apresentada a partir do 10º e 11º = dia de vida.	6
Idade gestacional menor que 32 semanas; tratamento com CPAP maior que 6 dias.	7
Condições clínicas do neonato; hiperatividade neonatal; falta de experiência clínica profissional. Condições do ambiente (umidade); posicionamento do bebê e do dispositivo; falta de experiência dos profissionais da assistência; condi= ção da pele (fragilidade, pele seca);	8
O uso de= uma cânula nasal de parede fina, comparado ao seu uso em combinação com curat= ivo de barreira de espuma, mal posicionamento do dispositivo facilita a fricç= ão e cisalhamento e consequentemente lesão.	9
Baixo pe= so ao nascer; prematuridade e maior tempo de internação.	10
Tamanho = e a fixação inadequada das prongas são fatores pontecializadores para o risco de lesões do septo n= asal; posicionamento inadequado (causando notória deformidade da face, encostan= do a ponte com o septo nasal).	11
Tempo pr= olongado de uso da pronga (maior que 01 dias) é um fator de risco para lesão; Idade menor que 37 semanas; baixo peso; posicionamento, fixação e tamanho inadequado; inserção da pronga além do diâmetro recomendado, levando o to= que da superfície do equipamento com o septo nasal.	12
Remoção inadequada da fixação do tubo; Dobramento da pele (lábio) produzido atrav= és da tração contínua do tubo e fixação de adesivo de fixação.	13
Maior te= mpo de internação e maior tempo de uso de ventilação não invasiva.	14
Uso do C= PAP com pronga por mais de 2 dias (tempo prolongado)	15
Prematur= idade; imaturidade da pele; tamanho inadequado do dispositivo.	16

Categoria do dispositivo	Dispositivos	Estudo
&nb= sp; Disposit= ivos vasculares &nb= sp;	AVP; CVC= ; PICC, Cateter umbilical (arterial ou venoso)	E2, E8 e= E5
&nb= sp; Disposit= ivos de monitores externos	Oxímetro= de pulso; Sensor de temperatura; eletrodos; PVC; Esfigmomanômetro pressórico (manguito).	E2, E6 E= 3
Tubos transdérmicos/ drenos/ monitores	Drenos t= ubular e penrose.	E2 &nb= sp;
Disposit= ivos genitourinários	SVD e SV= A	E2
&nb= sp; Disposit= ivos gastrointestinais	Bolsa de= Karaya (para colostomia e ileostomia); Sonda de gastrostomia; sonda nasoenteral e oroenteral; sonda nasogástrica e orogástrica.	E8, E6 e= E8
&nb= sp; &nb= sp; Aparelhos respiratórios &nb= sp; &nb= sp;	Tubo orotraqueal; Traqueostomo Máscaras faciais de ventilação de pressão positiva não invasiva; CPAP nasal; Pressão nasal positiva contínua nas vias aéreas	E2, E4, = E5, E6, E7, E8, E9, E10, E12, E11, E13, E14
&nb= sp; Adesivos= / Dispositivos de segurança e imobilização de aparelhos	Adesivos= de fixação de acessos intravenosos, cateteres, tubos; Adesivos de fixação de tubo orotraqueal	E5, E8, = E2, E8, 13
Fototera= pia	E2