MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01D7B08C.A82EFA40" Este documento é uma Página da Web de Arquivo Único, também conhecido como Arquivo Web. Se você estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor não oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que ofereça suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01D7B08C.A82EFA40 Content-Location: file:///C:/ACF69E54/1099-Textodoartigo-HTMLPT.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="windows-1252"
CUIDADOS
DE ENFERMAGEM EM RELAÇÃO A MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE
NURSING
CARES IN RELATION TO WOMEN VICTIMS OF DOMESTIC VIOLENCE IN PRIMARY HEALTH C=
ARE
Jhuliano Silva Ramos de Souza[1]
* Patrícia Lemos Magalhães[2]
* Sueli de Carvalho Vilella[3]
* Zélia Marilda Rodrigues Resck[4]
RESUMO
Objetivo:
refletir
sobre cuidados de enfermagem em relação a mulher vítima de violência domést=
ica
na Atenção Primária à Saúde. Método: Trata-se de um estudo
teórico-reflexivo, com a coleta de dados em março de 2021, por meio das bas=
es
de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS), National Library of Medicine (PUBMED) e Scientific
Electronic Library Online (SCIELO). Foram selecionados seis estudos dos
últimos dez anos (2010-2020), utilizando a análise de conteúdo para a
categorização dos artigos. Resultados: Emergiu duas categorias sobre=
o cuidado de enfermagem a mulher vítima de violência =
na
atenção básica e capacitação dos profissionais de enfermagem frente no reco=
nhecimento
da violência doméstica. Considerações finais: As dificuldades=
que
os profissionais de enfermagem têm ao cuidado a mulheres em situações de
violência, estão relacionadas a falta de formação qualificada, treinamento e
capacitação, trazendo sentimento de impotência e despreparo perante as
situações vivenciadas na prática clínica, como o encaminhamento aos serviço=
s de
referência e a familiaridade com a ficha de notificação compulsória.
Palavras-chave: Equipe
de Enfermagem; Atenção Primária à Saúde; Violência contra a Mulher.
ABSTRA=
CT
Object=
ive: to reflect =
on
nursing care in relation to women victims of domestic violence in Primary
Health Care. Method: This is a theoretical-reflective stud=
y,
with data collection in March 2021, through the databases data: Latin Ameri=
can
and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS), National Library of
Medicine (PUBMED) and Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Six
studies from the last ten years (2010-2020) were selected, using content
analysis for the categorization of articles. Results: Two
categories emerged on nursing care for women victims of violence in primary
care and training of nursing professionals in the recognition of domestic
violence. Final considerations: The difficulties that nurs=
ing
professionals have in caring for women in situations of violence are relate=
d to
the lack of qualified education, training and qualification, bringing a fee=
ling
of helplessness and unpreparedness in the situations experienced in clinical
practice, such as referral to patients. reference services and familiarity =
with
the compulsory notification form.
Keywords: Nursing,
Team; Violence Against Women; Pr=
imary
Health Care.
INTRODUÇÃO
A Organização Mundial=
da
Saúde define a violência como o uso intencional da força física, do poder ou
ameaça contra a si, a outrem, a um grupo ou até mesmo a seus pares, resulta=
ndo
danos não só de natureza física (lesões corporais), como psicológica e até a
morte (1). Existe diversas formas de
violência que as pessoas podem ser afetadas bem como pode acontecer em dive=
rsos
estratos, e um deles é a violência contra a mulher, essa é considerada
uma violação dos direitos humanos ao gênero feminino, independente da étnic=
a,
classe social, religião, questões culturais, fatores econômicos, dentre out=
ros,
podendo trazer diversas consequências traumáticas a vida dessa mulher =
(2).
Em 2018, 4.519 mulher=
es
morreram em decorrência da violência contra a mulher no Brasil, a maioria s=
endo
negras que residiam nas regiões norte e nordeste, destacando a causa morte =
por
feminicídio em que os autores desse crime eram seus parceiros/companheiros =
que
viviam em seu convívio familiar (3).
Conforme a Lei nº 11.=
340,
de 7 de agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha que protege mulhe=
res
que sofrem/sofreram qualquer tipo de violência no Brasil, a mesma define que a violência a mulher é “qualquer
ação ou omissão que lhe
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial” trazendo diversas classificações quanto as tipologias da
violência, como a violência doméstica e a intrafamiliar (4).
No que se refere a
violência no âmbito doméstico, é todo ambiente de convivência de pessoas que
residem no mesmo local sem ter vínculo familiar de cunho biológico. Em rela=
ção
ao intrafamiliar entende-se como um grupo de pessoas que tem algum parentes=
co,
seja de cunho biológico ou não que estão interligados por alguma razão,
afinidade ou vontade (4). Os termos tanto da violência doméstica
como da intrafamiliar apresentam semelhanças entre seus conceitos, porém
apresentando pequenas distinções entre suas definições (5).
Em vista desse fenômeno de natureza criminal, o mesmo se torno=
u um
sério problema de saúde pública. Neste sentido, os profissionais de saúde, =
em
especial, os da enfermagem devem estar preparados para o atendimento a essas
mulheres em situações de violência nos serviços de saúde, como na Atenção
Primária à Saúde (APS) uma vez que essa modalidade de serviço é a porta de
entrada no atendimento de mulheres em situações de violência (6).
A atuação da equipe de
enfermagem na APS no atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica
está relacionada ao acolhimento, empatia, escuta terapêutica, criação de
vínculo e de confiança entre enfermeiro-paciente para a criação de um bom r=
elacionamento
interpessoal, pois muitas mulheres têm resistência de compartilhar sobre a
violência que sofre em seu convívio familiar (7).
Os
profissionais da saúde que forem atender essas vítimas, devem possuir
competências e habilidades para o enfretamento da violência. No entanto, ai=
nda
há divergências sobre identificar quais papéis que os mesmos deverão ter na
identificação de sinais físicos da violência e no encaminhamento aos serviç=
os
de segurança pública, justiça e serviço social. A atuação dos profissionais demostra que eles ignoram
certas características da epidemiologia da violência contra a mulher,
especialmente com serviço pré-natal (8).
Quanto aos profission=
ais
de enfermagem, ainda falta de treinamento no cuidado a pessoas em situações=
de
violência, sendo uma das principais lacunas é a falta de formação, treiname=
nto
e capacitação dos mesmos, trazendo sentimento de impotência perante as
situações vivenciadas e os processos de enfermagem que deverão ser aplicado=
s na
prática clínica, bem como no encaminhamento aos serviços de referência (7).
Talvez pela falta de
capacitação para o cuidado com a mulher os profissionais de enfermagem
compreendem que a violência doméstica é apenas identificada pelos sinais
físicos, descartando outros indicadores que são extremamente presentes nas
vítimas de violência contra a mulher (9), podendo estar inserida=
em
diversos contextos da vida, dentre eles o privado, doméstica e familiar,
fazendo-se necessário que o acolhimento e o atendimento a essas vítimas seja
efetivo, proativo, humanizado e ético perante aos desafios e problemas que o
setores saúde acabam enfrentando no seu cotidiano (10).
Diante dessa
contextualização o objetivo desse estudo foi refletir sobre cuidados de
enfermagem em relação a mulher vítima de violência doméstica na APS.
MÉTODO
Trata-se de um estudo
teórico-reflexivo sobre cuidados de enfermagem em relação
a mulher como vítima de violência doméstica na APS. A coleta de dados
ocorreu em março de 2021, por meio das bases/portais de dados eletrônicas d=
a Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS): Literatura Latino-Americana e do Car=
ibe
em Ciências da Saúde (LILACS), e
Medical Literature and Retrivial Sistem onLine (MEDLINE)
e Scientific Electronic Library Online (SCIELO).
Foram utilizados os
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e do Medical Subject Headings da
U.S.National Library of Medicine (Mesh): Equipe de Enfermagem AND
Violência contra a Mulher; Atenção Primária à Saúde AND Violência co=
ntra
a Mulher; Nursing, Team AND Violence Against Women; Primary Health Care =
AND
Violence Against Women; Grupo de Enfermería AND Violencia contra=
la
Mujer; Atención Primaria de Salud AND Violencia contra la Mujer, nos
idiomas português, inglês e espanh=
ol nos
últimos dez anos (2010-2020).
Os critérios de inclu=
são
foram estudos que relacionam a atuação da enfermagem no cuidado às mulheres=
que
sofrem violência na APS. Já os critérios de exclusão foram estudos que abor=
dam
sobre a violência contra a mulher sem a participação da enfermagem no cuida=
do
e/ou relacionado a outros tipos de violência, como por exemplo, contra
crianças, adolescentes e idosos.
Para análise dos estu=
dos
incluídos, foi utilizado a análise de conteúdo de Bardin (11)
RESULTADOS
A busca
bibliográfica resultou em 703 estudos na primeira seleção feita pelas leitu=
ras
de títulos e resumos, o qual foi feito a exclusão de artigos duplicados (14=
) e
os que não atenderam os critérios de inclusão (668) sendo estudos relaciona=
dos
a abordagem multiprofissional sobre a violência doméstica e/ou
relacionado a outros tipos de violência.
Por meio da primeira
seleção dos estudos, 21 estudos foram pré-selecionados, dentre os quais for=
am
lidos na íntegra sendo 15 encontradas na MEDLINE, 5 na LILACS e 1 na SCIELO,
não atenderam o objetivo de estudo por se tratar de temas relacionados a
abordagem de vítimas de violência no âmbito hospitalar, forense, paliativo,
psiquiátrico e saúde mental e de outros idiomas. Assim, a amostra resultou =
em
seis artigos.
Diante da
análise dos estudos selecionados, emergiram duas categorias para a discussão
sobre: I) O cuidado de enfermagem a mulher vítima de violência na atenção
básica; e II) Capacitação dos profissionais de enfermagem frente no
reconhecimento da violência doméstica.
DISCUSSÃO
I) O cuidado de enfermagem a mulher ví=
tima
de violência na atenção básica
A APS é um ambiente q=
ue
favorece na identificação de mulheres vítimas de violência doméstica por se=
rem
assistidas nesses serviços e por ser considerado um serviço de porta de ent=
rada
bem como pelo fato da estrutura do mesmo e do seu intercambio com a família=
e
com o habitat da população (12).
As características que
ajudam na identificação das mulheres vítimas de violência são relacionadas à
dependência econômica e afetiva em relação ao parceiro, medo do agressor, do
julgamento externo e até mesmo da morte por conta das ameaças. Assim como,
pelas lesões físicas, sinais de coerções, pelo aspecto psicológico e emocio=
nal
que podem ser percebidos durante a consulta de enfermagem ou mesmo em momen=
tos
de realização de procedimentos específicos e em visitas domiciliares. Dessa
forma, atenta-se que diferentes tipos de violência podem ser identificados,
quanto a violência doméstica definida como violação dos direitos da mulher,
podendo ser classificadas como física, verbal, moral e psicológica, sendo a
física, identificada como uma das mais conhecidas (9).
O cuidado a mulher ví=
tima
de violência doméstica envolve a assistência integral nos aspectos físicos e
biológicos, psicológicos, sociais, legais.
Identificar e compreender os sentimentos experenciados pelas vítimas=
de
violência, além de lesões físicas, possibilitam que as intervenções sejam
resolutivas. Para tanto, a comunicação e a escuta reflexiva são estratégias=
que
marcam a eficiência no atendimento, em que os
enfermeiros referem a existência de problemas entre a comunicação e a escuta
frente ao cuidado a essas mulheres(13). Outra vertente do cuidad=
o é
possibilitar o amparo, encorajamento, empoderamento para que a mulhe=
r se
sinta protegida, respeitada e segura quando estiver buscando atendimento nos
serviços de saúde, preservando assim sua saúde mental das mesmas (14)<=
/sup>.
Por outro lado, o
enfermeiro que atua na APS pode identificar as vítimas em relação as
consequências deixadas pela violência uma vez que podem gerar traumas marca=
ntes
a essas vítimas, como por exemplo, os quais irão afetar seu estado
biopsicossocial podendo ser precursor de sintomas depressivos, isolamento, =
medo
e incapacidade de tomar decisões e outros.
No âmbito legal, os
enfermeiros devem auxiliar as vítimas a buscarem seus direitos e proteção.
Nesse sentido, há despreparo da equipe de enfermagem quanto ao conhecimento=
da
legislação e da notificação compulsória, o que gera insegurança, medo e
dificuldades em prestarem informações corretas no atendimento de pessoas em
situações de violência (13).
As relações interpess=
oais
entre enfermeiros e mulheres vítimas de violência domesticas devem se
fundamentadas na criação de vínculos para que consigam encorajá-las e
emponderá-las sobre seus direitos e suas decisões frente a violência por
parceiro íntimo, assim como favorece a sensação de confiança, crença no sig=
ilo,
a empatia, a confiança no profissional. Por outro lado, favorece ao
profissional a emancipação dos conhecimentos técnico-científicos, habilidad=
es e
competências para assistir mulheres em situações violentas (10).=
Em vista disso, os
cuidados de enfermagem frente a mulher vítima de violência doméstica devem =
ser
pautados na promoção, segurança, acolhimento, respeito, planejamento de açõ=
es
estratégicas, políticas públicas e legislação vigente para a proteção e para
prevenção das consequências que a violência acarreta na vida dessas mulhere=
s.
Como também ao acolhimento, a escuta qualificada, a criação do vínculo, ao
encorajamento a denunciar, ao exame físico detalhado e na abordagem
psicoemocional, em que os serviços de atenção básica devem estar preparados
para receber/atender essas mulheres em situações de violência(9)=
.
Além disso, ainda per=
manece
as falhas no atendimento por não terem familiaridades com a ficha de
notificação compulsória, no acolhimento, no encaminhamento ao psicólogo, ao
assistente social e a segurança pública, não havendo retorno e o acompanham=
ento
de perto pelo enfermeiro que atua na atenção primária (12).
Quanto ao
conhecimento dos enfermeiros da APS a respeito da violência contra a mulher=
, observa-se
que há necessidade de uma abordagem interdisciplinar nos serviços de segura=
nça
pública, social, jurídico e de educação (15).
O
conhecimento dos profissionais sobre o cuidado a mulher vítima de violência=
, é
deficitário uma vez que esse não tem formação qualificada, desconhecem as
características epidemiológicas da violência, não sabem qual conduta correta
tomar frente aos casos, como também há a falta de
um instrumento que norteie esse tipo de atendimento específico, o qu=
e dificultando o atendimento, diminui a sensibilidade em
acolher a vítima e dificulta o encaminhamento para a segurança pública=
(16).
É importante que os
enfermeiros saibam identificar os comportamentos adequados, mas devido à
complexidade do problema de violência é necessária uma abordagem ampla e
interdisciplinar abrangendo ações de prevenção e de proteção contra a violê=
ncia
(16).
Além da realização da sistematização dos cuidados de enfermagem a
mulheres vítimas de violência doméstica, os enfermeiros que atuam na APS tê=
m a
função de capacitar sua equipe (12). Para tanto há que se tenha desenvolvido competênc=
ias
e habilidades específicas para que possam capacitar os demais, o que não é
evidente em alguns estudos (6,7,8,9,10,12). Nesse sentido, percebe-se que é importante que o profissional de
enfermagem busque estratégias de qualificação para tal.
II) Capacitação dos profissionais de enfermagem fr=
ente
no reconhecimento da violência doméstica
O reconhecimento dos enfermeiros da APS obre o que é a violência doméstica e seu importante pape= l no cuidado frente a ela, seja na anamnese, exame físico e escuta qualificada, ainda apresenta dificuldades causadas pelo medo e insegurança em atender vítimas de violência doméstica, pela falta de treinamento específico e capacitação profissional (12). Quanto ao despreparo, ainda existe devido a formação acadêmica dos profissionais de saúde em relação a identificação e no atendimento a pessoa= s em situações de violência, gerando sentimento de insegurança (17).<= o:p>
Além dos mais, os
enfermeiros da APS possuem conhecimentos e interesse sobre a temática da
violência contra a mulher, apresentando conhecimentos sobre política de
proteção a mulher, notificação compulsória e identificar esse fenômeno como=
um
problema de saúde pública, social, judiciário, econômico e cultural(18=
).
Embora alguns enfermeiros incluem em sua prática profissional um planejamen=
to
de ações referentes ao atendimento de mulheres vítimas de violência, relata=
ram
que não fizeram cursos de capacitação para atuar na área. havendo
desqualificação sobre as leis e decretos que amparam essas mulheres e a
necessidade de fortalecer as redes de saúde que recebem esse público (=
18).
Quanto ao
conhecimento dos enfermeiros da atenção primária a respeito da violência co=
ntra
a mulher, verifica-se um bom res=
ultado
dos participantes do que era a violência, perfil epidemiológico, cuidados
frente as vítimas, bem como identificar as características do agressor (15).
Além do mais, quando são ofertados cursos que capacitam esses
profissionais sobre o atendimento às vítimas de violência, demonstra um pon=
to
satisfatório aos resultados após a sua conclusão que os mesmos se sentem ma=
is
preparados e qualificados para atender esse público (17).
Os desafi=
os
que os serviços de atenção básica enfrentam quanto a violência contra a mul=
her
evidencia que os enfermeiros que estão na linha de frente a assistência dev=
erão
estar capacitados para desempar funções e condutas humanizadas, educativas e
éticas. No entanto, ainda é observado dentro dos serviços da APS a escassez=
de
preparação dos mesmos no reconhecimento biopsicossocial, necessitando ser
desenvolvido educação continua para melhorar e preencher as falhas na
assistência interdisciplinar (12).
As limita=
ções
que muitos profissionais apresentam é a falta de preparo e formação quanto a
abordagem da violência contra a mulher, apresentando falhas desde seu proce=
sso
de formação consequentemente havendo deficiência não só na assistência fren=
te
aos casos de violência, mas o desenvolvimento de competências e habilidades
profissionais (19).
É notório=
que
os profissionais de enfermagem que estiveram inseridos nos serviços de aten=
ção
primária estejam familiarizados com a temática para que os mesmos possam
desempenhar seu papel perante a mulher em situações críticas quanto a
violência, bem como desenvolver condutas necessários para que se sintam
respaldados e amparos em relação ao encaminhando as redes especializadas e a
notificação como ferramenta de identificar os casos de violência doméstica.=
CONSIDERAÇÕES FINAIS =
Evidenciou-se que as =
dificuldades
que os profissionais de enfermagem têm ao cuidado a mulheres em situações de
violência, estão relacionadas a falta de formação qualificada, treinamento e
capacitação, sendo identificado sentimento=
de
impotência e despreparo perante as situações vivenciadas na prática clínica,
como o encaminhamento aos serviços de referência e a familiaridade com a fi=
cha
de notificação compulsória.
Deve-se refletir quais
dificuldades essa assistência básica de saúde está enfrentando, proporciona=
ndo
aos profissionais capacitação, por meio de educação continuada,
instrumentalizando-os para identificar e compreender os sentimentos e
experiências pelas vítimas, para que fique mais fácil o acolhimento e a
qualidade no atendimento.
Sugere-se estudos fut=
uros
sobre atuação da equipe de enfermagem na APS sobre vítimas de violência con=
tra
crianças e adolescentes e idosos, cuja abordagem é completamente distinta e,
esses profissionais deverão estar atentos a esses tipos de sinais de violên=
cia.
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Autor
correspondente:
Jhuliano Silva Ramos de Souza, Rua da Liberdade,
nº72, Vila Betânia, CEP: 37-137-090, (35) 991299524. E-mail:
jhulianoramoz@hotmail.com
Submissão:
2021-04-29
Aprovado: 2021-05-29
[1]=
Enfermeiro, Mestr=
e e
Doutorando em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da
Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: jhulianoramoz@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4338=
-4433
[2]=
Enfermeira, Mestr=
ando
em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade
Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: patilemos37@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5974-5451
[3]=
Enfermeira, Douto=
ra
em Ciências pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de =
São Paulo
(EERP/USP). Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universid=
ade
Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: suelicvilela@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3034=
-3904
[4]=
Enfermeira, Pós-d=
outorado
em Ciências pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de =
São
Paulo (EERP/USP). Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da
Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). E-mail: zmrresck57@gmail.com ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-3752-8381
= =