MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01D7D198.097BC720" Este documento uma Pgina da Web de Arquivo nico, tambm conhecido como Arquivo Web. Se voc estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor no oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que oferea suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01D7D198.097BC720 Content-Location: file:///C:/AA7559EC/1107-Textodoartigo-PTHTML.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="utf-8"
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SA=
ÚDE NO
BRASIL
PERSONS WITH DISABILITIES IN BRAZIL AND PUBLIC HEALTH POLICIES
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt'>
A<=
/b>driana Sousa Carvalho de Ag=
uiar[1]
* =
Morgama Mara Nogueira Lima<=
/b>[2] *
Raimundo Augusto
Martins Torres[3]
* =
Lucilane Maria Sales da Silva[4]
* Paulo C=
sar
de Almeida[5]
* =
Monaliza Ribeiro Mariano Grimaldi=
span>[6]
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt'>
RESUMO=
=
Com este estudo objetivou-se
realizar uma análise reflexiva sobre a assistência em s=
aúde às pessoas com deficiência. Trata-se de=
um estudo reflexivo com aporte teórico das políticas públicas de s=
aúde brasileiras direcionadas =
a essa população e das publicações recentes sobre o assunto. A discussão se desenvolveu=
em dois eixos temáticos: rede de=
cuidados em saúde da pessoa com deficiência e acessibilidade nas políticas públicas
de saúde. A situação da assistência
à pessoa com deficiência=
ainda apresenta um perfil de fragilidade, desarticulação e descontinuida=
de
de ações nas esferas pública e privada. Uma rede que garanta a integralidade do cuidado =
às pessoas com deficiência precisa dispor de ações e serviços articulados ent=
re si que favoreçam as parcerias entre os diversos serviços e atores da rede, o financiamento<=
/span> adequado, além do comprometimento de profissionais e gestores
de saúde para lidar com as particularidades da=
assistência em saúde para pess=
oas
com deficiência.
Palavras-chave: Políticas
Públicas de Saúde; Pessoas com Deficiência; Legislação; Serviços de S=
aúde;
Acesso aos Serviços de Saúde.
ABSTRACT
This study=
aimed to carry out a reflective analysis of health care for people with disabilities. This is a <=
span
class=3DSpellE>reflective study with theoretica=
l
support of Brazilian public health policies aimed at this population and recent publications on th=
e subject. The discussion w=
as
developed along two themat=
ic
axes: health care network for people with disabilities and accessibility=
span> in
public health policies. The situation of assist=
ance
to people with disabilities still presents a pr=
ofile
of fragility, disarticulat=
ion
and discontinuity of actio=
ns
in the public and private =
spheres.
A network that guarantees =
comprehensive
care for people with disabilities needs
to have articulated action=
s
and services that favor pa=
rtnerships
between the various servic=
es
and actors in the network, adequate
funding, in addition to the
commitment of health professionals and managers=
to deal with the particularities of
health care for people with disabilities.
Keywor=
ds: Public
Health Policy; Disabled Persons; Legislation; Hea=
lth
Services; Health Services Acessibility.
INTROD= UÇÃO
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>Políticas
públicas devem ser criadas para contribuir com a execução das leis, inst=
ituindo
intervenções nos diversos setores da sociedade, sendo essenciais para o a=
lcance
da saúde. Garantir o direito de todos de ter acesso à saúde, incluindo a=
s pessoas
com deficiência, ainda é um desafio.
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'> Essas pessoas têm maior exposição a =
fatores de
risco, baixa condições socioeconômicas, pouco acesso à educação e ser=
viços de
saúde, além de déficit de informações. Assim, elas tornam-se mais vuln=
eráveis ao
desenvolvimento de doenças, exigindo atenção diferenciada à saúde devi=
do às
peculiaridades de sua deficiência.(1)
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>No Brasil, 23,91% da populaç=
ão
possui alguma deficiência, com maior concentração entre as mulheres, na =
área
rural, nas regiões norte e nordeste do Brasil. Sendo em primeiro lu=
gar a
deficiência visual (18,6%); seguida da deficiência motora (7,0%), defici=
ncia
auditiva (5,10%) e da deficiência mental ou intelectual (1,40%). Quanto à=
faixa
etária, 59% das pesso=
as com
deficiência pertencem ao grupo de idade entre 15 a 64 anos. Mais de 23,7
milhões de pessoas com deficiência em idade ativa não possuem ocupação=
; mais da
metade das pessoas com deficiência (61,1%) não possuem instrução ou apr=
esentam
nível fundamental incompleto.(4)
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>A
maioria das iniciativas no campo da atenção à saúde voltada a esse púb=
lico
ainda tem sido isolada e em desacordo com os princípios de integralidade,
equidade e acesso qualificado e universal à saúde, resultando em atenção
fragmentada e pouco inclusiva.(2)
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>A
perspectiva da integralidade e da equidade no cuidado em saúde no SUS define que o atendimento em=
saúde
aos indivíduos ocorra de acordo com suas necessidades (particularidades) e
articulado a todos os níveis de complexidade do sistema.(2,6) <=
/span>Diante
disso, são necessárias políticas públicas de saúde específicas e efic=
azes para
que esse grupo possa ter uma assistência em saúde qualificada.
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman";
background:white;mso-highlight:white'>Historicamente a temática da defici=
ncia
na esfera pública foi entendida inicialmente como “ação social” e ho=
je é
tratada pela ótica da cidadania e dos direitos humanos. Instrumentos
legais vêm sendo estabelecidos, desde então, regulamentando os ditames
constitucionais relativos a esse segmento populacional, inclusive na área =
da
saúde.
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman";
background:white;mso-highlight:white'>Ao longo da trajetória histórica
percebe-se que avanços foram obtidos em relação às políticas públicas=
para
pessoas com deficiência no Brasil, entretanto, o desafi=
o de
concretizar uma política pública de saúde capaz de responder às necessi=
dades de
saúde dessa população, ainda existe. Diante desse contexto, questiona-se=
: Quais
os desafios precisam ser enfrentados para efetivar o cuidado em saúde a pe=
ssoa
com deficiência?
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman";
background:white;mso-highlight:white'>Diante disso, o estudo objetivou realizar
uma análise reflexiva sobre a assistência em saúde a pessoas com defici=
ncia.
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman";
background:white;mso-highlight:white'>Por se tratar de um estudo reflexivo,=
com
aporte teórico das políticas públicas de saú=
de
brasileira direcionada a essa população e das publicações recentes sobr=
e o
assunto, o presente tr=
abalho
foi estruturado em dois eixos reflexivos que propuseram discutir: A =
Rede
de cuidados em saúde da pessoa com deficiência e A questão da acessibili=
dade
nas políticas públicas de saúde.
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>
REDE DE CUIDADOS EM SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
=
Esse
eixo temático faz suscitar algumas questões reflexivas: A atenção em sa=
úde à
pessoa com deficiência está restrita à área da reabilitação? Como se =
organiza a rede de cuidado=
s em
saúde dessa clientela? Quais as barreiras para sua implantação
=
O
Estatuto da Pessoa com Deficiência, também conhecido como Lei Brasileira =
de
Inclusão, assegura a atenção integral à saúde da pessoa com deficiênc=
ia em
todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso
universal e igualitário.(5)
=
Para um atendimento universal e de
qualidade é preciso considerar as particularidades inerentes à pessoa com
deficiência. Esta tem direito a ser atendida no SUS
nas suas necessidades básicas e específicas de saúde, por meio de açõe=
s de
promoção, prevenção e reabilitação, incluindo a aquisição de recurs=
os ópticos,
órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção.(4)
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>A
Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, instituída em 200=
2,
destaca que uma pessoa com deficiência, além da necessidade de atenção =
à saúde
específica da sua própria condição, também pode ser acometida por doen=
ças e
agravos comuns às demais pessoas, necessitando, portanto, de outros tipos =
de
serviços além daqueles estritamente ligados à sua deficiência.(2,6=
)
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>Nesse
sentido, outro aspecto a ressaltar é a importância da capacitação dos
profissionais que assistem esta população. São frequentes os debates sobre as competên=
cias
profissionais necessárias para que as pessoas com deficiência possam ver
garantidos seus direitos de acesso a esses serviços com qualidade, sobretu=
do,
no que se refere à interface interdisciplinar.
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>A
Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência faz menção à cap=
acitação
de recursos humanos para melhor direcionamento das ações em saúde. Refor=
ça que
todos os profissionais das equipes de saúde da família deverão receber
treinamento que os habilite para o desenvolvimento de ações de prevençã=
o,
detecção precoce, intervenção específica e encaminhamento adequado des=
se
público.(6) Isso deve ser considerado, pois o cuidado às pesso=
as com
deficiência deve ser realizado em redes de atenção à saúde em função=
das
necessidades dessa população.
<= span style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N= ew Roman"'>Nesse contexto, foi instituída, a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no= âmbito do SUS. É desafiador o apontado no inciso III, do Artigo 3º da portaria 793/2012, que define os objetivos gerais da rede, dando garantias de articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o atendimento ao ampliar o acesso.(7)<= o:p>
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>Estudos
apontam que há uma desarticulação das equipes da atenção básica de sa=
úde com a
rede de cuidados da pessoa com deficiência, além de barreiras no âmbito =
da rede
hospitalar, gerando reflexos na descontinuidade do cuidado da pessoa com
deficiência. Dentre as potencialidades da rede, a mais citada é a existê=
ncia de
serviços de reabilitação de referência, por outro lado, a dificuldade d=
e acesso
para esses serviços e a formação precária de profissionais e gestores d=
e saúde
para lidar com as particularidade desse público são referidas como as pri=
ncipais
limitações da rede.(4)
=
A
articulação integrada dos pontos de atenção das redes de saúde na conj=
untura do
SUS, muitas vezes não acontece, pois cada ponto de atenção atua exclusiv=
amente
em seu espaço, como limitado e isolado dos demais, gerando descontinuidade=
da
assistência.(3)<=
/span>
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>Outro
ponto que merece reflexão é o contido nos incisos I e II, do Art. 11, da
Portaria nº 793/12, dispondo sobre a organização da Rede de Cuidados à =
Pessoa
com Deficiência no âmbito da Atenção Básica, da Atenção Especializad=
a em
Reabilitação e da Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência.=
(7)
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>Anteriormente,
o cuidado à saúde da pessoa com deficiência estava restrito a equipament=
os e
serviços de reabilitação, o que é insuficiente para as demandas de saú=
de dessa
clientela. Essa nova rede instituída pela Portaria nº 793/12 entende que =
os
centros de reabilitação são necessários como pontos de atenção para a=
ções
específicas no cuidado à saúde da pessoa com deficiência, mas, também,=
são
concebidos como espaços de articulação com os outros pontos de atenção=
do SUS.
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>Pessoas
com deficiência neces=
sitam
de cuidado diferenciado e contínuo, o que implica a existência de uma red=
e de
assistência com mais interação entre os diferentes níveis e preparo dos
profissionais, em especial os da atenção primária, para acolher e atende=
r às
demandas de cuidados cotidianos e, quando necessário, fazer os encaminhame=
ntos.(8)
=
A
percepção das pessoas com deficiência de que não são tratadas adequada=
mente
quanto às suas especificidades de saúde, é outro componente preocupante.=
(9)
Apesar dos avanços alcançados pelos SUS nos últimos anos ainda é eviden=
te a
dificuldade em superar a intensa fragmentação das ações e serviços de =
saúde. A
Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência constitui uma rede de saúde em=
construção,
onde ocorre processo gradual de incorporação de suas diretrizes no cuidad=
o às
pessoas com deficiência.
=
Apesar
das garantias definidas nessas políticas públicas, ainda existem desigual=
dades
que podem agravar a situação de vulnerabilidade desse segmento populacion=
al. Faz-se necessário a presen=
a mais
efetiva do Estado para a garantia dessa política, como também muda=
nças
de comportamento da sociedade, além da capacitação dos profissionais da =
saúde
para uma atuação interdisciplinar.
A QUESTÃO DA A=
CESSIBILIDADE
NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
= Permeando aspectos relacionados à saúde, está a questão da acessibilidade. Nesse = sentido, duas questões se impõem: Os recursos humanos e físicos dos serviços de = saúde estão preparados para atender as pessoas com deficiência? Quais as princi= pais barreiras enfrentadas por esse público no acesso aos serviços de saúde?<= o:p>
=
Para
responder a tais questões é importante compreender que a acessibilidade a=
os
serviços de saúde possui relação direta com a consolidação dos princ=
pios do
SUS. Pois diz respeito à resolut=
ividade
dos serviços de modo que a oferta seja suficiente às necessidades da popu=
lação
no momento da procura pelo atendimento.
=
A
acessibilidade aos serviços de saúde tem sido relatada em pesquisas como =
um dos
principais problemas relacionados à assistência a pessoas com deficiênci=
a.
Várias barreiras limitam os cuidados a esses usuários de saúde, incluindo
atitudes profissionais e falhas na comunicação, até o acesso físico aos
serviços de saúde.(10-11)
=
As
barreiras arquitetônicas nas vias públicas e edificações, que impedem ou
dificultam a acessibilidade ao serviço de saúde, são algumas das dificul=
dades
vivenciadas pelas pessoas com deficiência. As dificuldades de acesso se
inserem, também, na interação paciente-profissional de saúde, pois, as
deficiências sensoriais contribuem para barreiras atitudinais no contexto =
desta
interação.(9)
=
Sendo
a atenção básica, teoricamente, a porta de entrada para o sistema públi=
co de
saúde, possivelmente essa seja a primeira instância onde a pessoa com
deficiência receberá atendimento. No entanto, há uma dificuldade em rela=
ção à
obtenção desse acesso.
=
Pesquisas
que objetivaram avaliar acessibilidade física de unidades de atenção pri=
mária à
saúde em municípios da região Nordeste mostraram que o acesso das pessoa=
s com
deficiência física ou com mobilidade reduzida a esses serviços é um des=
afio,
visto que ainda existem barreiras físicas, arquitetônicas e mobiliárias.
Resultados evidenciam que o acesso ao interior do prédio das unidades de s=
aúde
se dá por escadas, rampas e pisos inacessíveis. Portas parcialmente acess=
íveis
em relação a largura e ausência de obstáculos físicos, mobiliário com=
balcão,
assentos, bebedouros e telefones públicos inacessíveis.(10-11)=
=
O
conceito de acesso aos serviços de saúde é considerado como a liberdade =
de
escolher os serviços e sua disponibilidade no momento da procura pelo
atendimento. Ele também pode ser entendido como a associação entre alguns
elementos denominados disponibilidade, aceitabilidade e informação e cada=
vez
mais se confunde com o conceito de equidade em saúde.(11) Acesso e acessibilidade a aç=
ões e
serviços de saúde têm significados semelhantes e dizem respeito à capac=
idade de
obtenção de cuidados de saúde, quando necessário, de modo fácil e conv=
eniente.
=
Por
sua vez, a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência se refere à
acessibilidade como ferramenta para que as pessoas com deficiência atinjam=
sua
autonomia em todos os aspectos da vida. Destaca-se que a acessibilidade deve
ser garantida não apenas ao meio físico, mas também aos meios de informa=
ção e
de comunicação. Sendo que, a ausência de adaptações que promovam a
acessibilidade passou a ser considerada como um ato de discriminação por =
motivo
de deficiência.(12)
=
Acesso
com equidade deve ser preocupação constante no atendimento em saúde, como
princípio de justiça baseado na premissa de que é preciso tratar cada um=
de
acordo com a sua necessidade.(11)
Vale destacar que Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR 9050),
com base nos princípios do desenho universal,<=
/span>
estabelece normas de acessibilidade que devem ser seguidas e adotadas em edificações, espaços,
mobiliários e equipamentos urbanos e meios de transporte. Assim, visa
proporcionar à maior quantidade possível de pessoas independentemente de =
idade,
estatura ou limitação de mobilidade a utilização segura do ambiente ou
equipamentos.(13-14)
=
Contudo,
mesmo com a atual legislação, o processo de adesão às normas de acessib=
ilidade
aos locais públicos ainda mantém ritmo lento. As construções mais recen=
tes e
projetadas para abrigar órgãos públicos, como por exemplo, as unidades b=
ásicas
de saúde, ainda são alvos de reclamações dos usuários com deficiência=
por
apresentarem condições insatisfatórias que não garantem o livre acesso =
a todas
as pessoas.(10) A falta de inclusão nos serviços de saúde imp=
lica
uma redução no atendimento, contribuindo para a diminuição de atividades
educativas de promoção, prevenção e manutenção da saúde para este se=
gmento
populacional.
A questão da acessibilidade também é abordada no Esta=
tuto da
Pessoa com Deficiência ao mencionar o direito à tecnologia assistiva, como
forma de acessibilidade à informação, autonomia e inclusão.(5)
Dentre os recursos de Tecnologia Assistiva destacam-se os
materiais e produtos que favorecem o desempenho autônomo nas atividades
rotineiras; dispositivos de comunicação alternativa; recursos de acessibi=
lidade
ao computador; auxílios de mobilidade; as órteses e próteses; recursos q=
ue
favorecem a prática de esporte e participação em atividades de lazer;
acessórios que possibilitem a mobilidade em veículos; além de auxílios =
para
ampliação da função visual e auditiva.(15)
=
Ainda
sobre este assunto, o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiênci=
a –
Plano Viver sem Limite tem dentre as suas diretrizes, a promoção do acess=
o, do
desenvolvimento e da inovação em tecnologia assistiva, com o objetivo de ampliar o desenvolvimen=
to
de tais produtos e o investimento em pesquisas na área.(16)
=
Sabendo-se
que a tecnologia assistiva pode ser relacionada à qualidade de vida de pes=
soas
com deficiência na medida em que é facilitadora de atividades é importan=
te que
seu uso seja incorporado nas práticas de cuidado e educação em saúde.
=
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>Garantir
qualidade de vida, acessibilidade e direitos às pessoas com deficiência e=
xige
além de projetos e pesquisas. É primordial uma legislação efetiva e pol=
íticas
públicas dirigidas àqueles com limitações, sejam elas, física, mental,
auditiva, visual e/ou múltipla.
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>A
situação da assistência em saúde à pessoa com deficiência no Brasil a=
inda
apresenta um perfil pouco inclusivo, de desarticulação e descontinuidade =
de
ações. O Sistema Único de Saúde, há mais de vinte anos, vem ressaltand=
o o
conceito de integralidade e equidade na assistência à população, porém=
ainda
com limitações na organização e operacionalização da atenção à sa=
de das
pessoas com deficiência.
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>A
partir das reflexões levantadas, observa-se que o Brasil vivenciou muitos =
anos
de luta para a incorporação dos direitos das pessoas com deficiência, ob=
tendo
várias formas de benefícios como direitos à educação, acessibilidade e=
à
informação, tendo um valor expressivo no combate às desigualdades. Contu=
do,
ainda se vive uma contradição, pois mesmo tendo uma legislação que cont=
emple os
direitos das pessoas com deficiência, ainda persiste um distanciamento ent=
re o
discurso legal e a vida prática, pois as pessoas com deficiência não usu=
fruem,
de forma plena, dos direitos de cidadania conquistados.
<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;mso-fareast-font-family:"Times N=
ew Roman"'>Uma
rede que garanta a integralidade do cuidado em saúde às pessoas com defic=
iência
precisa dispor de ações e serviços articulados entre si que favoreçam as
parcerias entre os diversos serviços e atores da rede, o financiamento
adequado, além do comprometimento e capacitação de profissionais e gesto=
res de
saúde.
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~:text=3DDECRETO%20N%C2%BA%207.612%2C%20DE%2017,Defici%C3%AAncia%20%2D%20Pl=
ano%20Viver%20sem%20Limite.
Autor
correspondente
Adriana
Sousa Carvalho de Aguiar.
Endereço
completo: Deusdedit Costa Sousa, 55. Bairro:Cocó
CEP: 60.192-460
Telefone: (85) 9 96158002
E-mail: adriana.aguiar@aluno.=
uece.br
Submissão: 2021-05-07=
Aprovado: 2021-06-10
[1]=
Universidade Estadual do Ceará (UECE), Programa de
Pós-Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde (PPCCLIS), Fo=
rtaleza, Brasil.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2726-8707.
[2]=
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira (UNILAB), Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (MAENF=
), Redenção,
Brasil. ORCID: htt=
ps://orcid.org/0000-0003-1012-0738.
[3]=
Universidade Estadual do Ceará (UECE), Centro de Ciênc=
ias da
Saúde (CCS), Fortaleza, Brasil. ORCID: <=
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style=3D'font-size:9.0pt;mso-fareast-font-family:sans-serif;background:whit=
e'>https://orcid.org/0000-0002-8114-4190
[4]=
Universidade Estadual do Ceará (UECE), Centro de Ciênc=
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style=3D'font-size:9.0pt;font-family:"Times New Roman",serif;mso-fareast-fo=
nt-family:
sans-serif;background:white'>https://orcid.org/0000-0002-3850-8753
[5]=
Universidade Estadual do Ceará (UECE), Centro de Ciênc=
ias da
Saúde (CCS), Fortaleza, Brasil. ORCID: <=
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style=3D'font-size:9.0pt;mso-fareast-font-family:sans-serif;background:whit=
e'>https://orcid.org/0000-0002-2867-802X
[6]=
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira (UNILAB), Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (MAENF=
), Redenção,
Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8718-4783
= =