MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01D79479.AF50C9E0" Este documento é uma Página da Web de Arquivo Único, também conhecido como Arquivo Web. Se você estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor não oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que ofereça suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01D79479.AF50C9E0 Content-Location: file:///C:/ACF69E54/1130-Textodoartigo-HTMLPT.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="windows-1252"
A SAÚDE INFANTIL E A VIA DE NASCIMENTO: UMA REVISÃO
INTEGRATIVA
CHILD HEALTH AND THE BIRTH
PATH: AN INTEGRATIVE REVIEW
Daniela Sezíli=
o
Barreto[1] * Lilian Fernandes Arial Ayres[2]# * Bruno David Henriques[3] * Gabriela Diniz Pinto Coelho[4] * Mara Rúbia Maciel Cardoso do Pra=
do[5] * Tatiane Roseli Alves Castro[6]
RESUMO
Objetivo: identificar as evidências científicas
existentes na literatura sobre o impacto da microbiota adquirida pelo recém=
-nascido
na saúde infantil, conforme a via de nascimento. Métodos: trata-se de uma revisão integrativa. Utilizaram-se as
bases de dados PubMed, LILACS, IBECS e CUMED. Para uma indexação mais efici=
ente
das publicações, os filtros foram desenvolvidos para a busca em PubMed de
acordo com o Medical Subject Headings.
Para pesquisa na BVS, foram usados os Descritores em Ciência da Saúde. Os
artigos foram analisados utilizando-se um instrumento de coleta de dados. Resultados: A amostra deste estudo
constituiu-se de 21 trabalhos cujas publicações variaram de 2011 a 2018.
Verificou-se que os Estados Unidos e a Dinamarca foram os locais com maior
número de trabalhos publicados. Co=
nclusão:
Foram evidenciados fatores que podem interferir no desenvolvimento de d=
oenças,
na infância, em crianças nascidas por cesariana, como asma, dermatite,
obesidade, doença intestinal, metabólica e até mesmo alguns tipos de câncer=
es.
Palavras-chave: Microbiota; Cesárea; Parto; S=
istema
Imunitário; Recém-Nascido.
ABSTRACT
Objective: to identify t=
he
scientific evidence in the literature on the impact of the microbiota acqui=
red
by the newborn on child health, according to the route of birth. Methods=
:
this is an integrative review. The PubMed, LILACS, IBECS and CUMED databases
were used. For a more efficient indexing of publications, the filters were
developed for searching PubMed according to the Medical Subject Headings. F=
or
research in the VHL, the Health Science Descriptors were used. The articles
were analyzed using a data collection instrument. Results: The sampl=
e of
this study consisted of 21 works whose publications varied from 2011 to 201=
8.
It was found that the United States and Denmark were the places with the
largest number of published works. Conclusion: Factors that can inte=
rfere
in the development of diseases in childhood were evidenced in children born=
by
cesarean section, such as asthma, dermatitis, obesity, intestinal, metabolic
disease and even some types of cancers.
Keywords: Microbiota; Cesarean Section; Parturition; Immune
System; Infant, Newborn.
INTRODUÇÃO
Os números de cesariana (C=
S) aumentaram nas últimas dé=
cadas. A
taxa quase dobrou entre 2000 e 2015 e estim=
ou-se que 21,1% dos nascimentos ocorreram por este procedimento<=
/span>. Existem disparidades entre os países que variam de 44,3% na América Latina e
Caribe para apenas 4,1% na África Ocidental e C=
entral1. O Brasil possui um d=
os maiores percentuais de ce=
sáreas quando comparado a outros=
países.
Este aumento ocorreu mundialmente, sobretudo no Brasil, a partir da década de 1970 2.
Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), a cesarian=
a não deve exceder os limites de 10% a 15% do total de partos e, quando forem maiores do =
que 10%, =
não estão associadas à re=
dução de
mortalidade materna nem
neonatal 3. A taxa de cesárea no
Brasil realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é de 40%, já na saúde suplementar, fica em torno de 85% =
4,5=
sup>. Foi constatado em um estudo que 93,8% das vias de nascimento na rede
privada são por cesariana 6. Tais dados elucidam a qualidade da atenção<=
/span>
obstétrica no país.
A cesariana é uma operação segura quando re=
alizada
de acordo com a avaliação<=
/span>
médica e é responsável pela redução de mortalidade materna e perinatal, porém
é utilizada de forma errônea e sem critérios médicos, o que justifica suas
altas taxas no Brasil 4,7=
sup>. Essa via
de nascimento em gestantes de aproximadamente 37
semanas torna-se um fator de risco para o recém=
-nascido
(RN) e pode estar relacionada a diversos prejuízos
para o mesmo, como o risco aumentado de doenças=
e de outros problemas, tais co=
mo:
asma, gastroenterite, doen=
ça
celíaca, atraso no início da amamentação,
desconforto respiratório=
span>
neonatal e maior taxa de internações em unidades de terapia intensiva <=
!--[if supportFields]>ADDIN CSL_CITATION
{"citationItems":[{"id":"ITEM-1","itemDa=
ta":{"DOI":"10.1016/j.jaci.2015.07.040","ISSN=
":"10976825","PMID":"26371844","abs=
tract":"Background
Earlier studies have shown that delivery by cesarean section (CS) is associ=
ated
with an increased risk of disease associated with immune function in the
offspring, but these studies have generally not discriminated between the
effect of acute and elective CS. Objective We sought to further explore the=
se
associations using discrimination between the effects of acute versus elect=
ive
CS. Methods We performed a population- and national register-based cohort s=
tudy
including all children born in Denmark from January 1997 through December 2=
012.
Hazard ratios for diseases associated with immune function in children
delivered by acute and elective CS with vaginal delivery as the reference w=
ere
calculated by using Cox regression. All analyses were adjusted for gestatio=
nal
age, sex, birth weight, maternal age, maternal smoking during pregnancy, and
complications during pregnancy (preeclampsia, eclampsia, hemorrhage, and
hyperemesis). Results A total of 750,569 children aged 0 to 14 years were
included. Children delivered by both acute and elective CS had an increased
risk of asthma, laryngitis, and gastroenteritis. Children delivered by acut=
e CS
had an increased risk of ulcerative colitis and celiac disease, whereas
children delivered by elective CS had an increased risk of lower respiratory
tract infection and juvenile idiopathic arthritis. The effect of elective CS
was higher than the effect of acute CS on the risk of asthma. Conclusion
Children delivered by CS are at increased risk of disease associated with
immune function. The effect is mainly on diseases involving the mucosal imm=
une
system.","author":[{"dropping-particle":"&quo=
t;,"family":"Kristensen","given":"Kim&qu=
ot;,"non-dropping-particle":"","parse-names":=
false,"suffix":""},{"dropping-particle":"=
;","family":"Henriksen","given":"Lo=
nny","non-dropping-particle":"","parse-names&=
quot;:false,"suffix":""}],"container-title":&=
quot;Journal
of Allergy and Clinical
Immunology","id":"ITEM-1","issue":"=
2","issued":{"date-parts":[["2015"]]},&q=
uot;page":"587-590","publisher":"Elsevier
Ltd","title":"Cesarean section and disease associated w=
ith
immune function","type":"article-journal","vo=
lume":"137"},"uris":["http://www.mendeley.com=
/documents/?uuid=3D16cfa382-7b4e-41df-b754-ccece6159049"]},{"id&q=
uot;:"ITEM-2","itemData":{"URL":"http://=
tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvuf.def","auth=
or":[{"dropping-particle":"","family":&q=
uot;BRASIL","given":"","non-dropping-particle=
":"","parse-names":false,"suffix":"=
"}],"container-title":"Ministério
da Saúde","id":"ITEM-2","issued":{"=
date-parts":[["2014"]]},"title":"Informações
de saúde: estatística vitais. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (=
SINASC),
2013.","type":"webpage"},"uris":["h=
ttp://www.mendeley.com/documents/?uuid=3D83342b19-3e98-48f4-8d33-09f0cd9463=
b9"]}],"mendeley":{"formattedCitation":"<s=
up>4,8</sup>","plainTextFormattedCitation":"4,=
8","previouslyFormattedCitation":"<sup>4,8</su=
p>"},"properties":{"noteIndex":0},"schema&=
quot;:"https://github.com/citation-style-language/schema/raw/master/cs=
l-citation.json"}4,8=
sup>. Além da morbidade, a cesárea influencia =
diretamente
na mortalidade materna e na neonatal, prejudica o vínculo da mãe ao recém-nascido, prejudica =
as
futuras gestações e gera=
span>
impactos na saúde da criança 4,7=
sup>.
Estudos apontam
que um dos principais fatores que determina e que influencia a composição da microbiota desenvo=
lvida
pelo RN é a via de nascime=
nto
7,9=
sup>. Sabe-se que o parto
vaginal fornece bactérias que são fundamentais =
para ajudar o bebê a desenvolv=
er seu sistema imunológico e=
que, quando não é exposto a essas bacterias, ele pode ter su=
a
imunidade prejudicada,
aumentando a chance de ter alergias, leucemia, inflaçõ=
es,
artrite juvenil, asma, obe=
sidade,
deficiências imunológicas<=
/span> e
desenvolver um papel importante na etiologia da=
cárie dentária, entre
Percebe-se
que a microbiota do RN é definida de acordo com=
a via de nascimento e isso influencia no desenvolvimen=
to
de doenças no neonato e na sua
vida futura. A literatura brasileira possui
Trata-se
de uma revisão integrativa que sintetiza o conhecimento científico existente sobre a
problemática que se deseja estudar.
O pesquisador acompanha o desenvolvimento da temática no d=
ecorrer
do tempo, gera conheciment=
os
e elabora novas teorías 13.
As fases adotadas
para a realização deste trabalho foram as propostas por Mendes, Silveira e Galvão=
, sendo elas: 1° definição do tema e da pergunta<=
/span>
da pesquisa; 2° escolha dos critérios
de inclusão e exclusão de trabalhos; 3° identificação dos
estudos selecionados; 4° categorização dos estu=
dos
selecionados; 5° análise e interpretação
dos resultados; 6° síntese do conhecimento
e apresentação da revisão 14.
A elaboraç=
ão
da questão norteadora foi
realizada utilizando-se a =
estratégia
PICO: Paciente, Intervenção, Comparação
e “Outcomes” (desfecho). Em conjunto, esses componentes possuem=
grande relevância para o planejamento=
span> da
pergunta de pesquisa e, por conseguinte,
para a busca de evidências científicas <=
!--[if supportFields]>ADDIN CSL_CITATION
{"citationItems":[{"id":"ITEM-1","itemDa=
ta":{"DOI":"10.1590/s0104-07072008000400018","=
;ISSN":"1980-265X","abstract":"A
prática baseada em evidências é uma abordagem que encoraja o desenvolvimento
e/ou utilização de resultados de pesquisas na prática clínica. Devido à
quantidade e complexidade de informações na área da saúde, há necessidade d=
e produção
de métodos de revisão de literatura, dentre estes, destacamos a revisão int=
egrativa.
Assim, o objetivo do estudo foi apresentar os conceitos gerais e as etapas =
para
a elaboração da revisão integrativa, bem como aspectos relevantes sobre a
aplicabilidade deste método para a pesquisa na saúde e enfermagem. A revisão
integrativa é um método de pesquisa que permite a busca, a avaliação crític=
a e
a síntese das evidências disponíveis do tema investigado, sendo o seu produ=
to
final o estado atual do conhecimento do tema investigado, a implementação de
intervenções efetivas na assistência à saúde e a redução de custos, bem com=
o a
identificação de lacunas que direcionam para o desenvolvimento de futuras
pesquisas.Evidence based practice is an approach that encourages the
development and/or use of research results in clinical practice. Due to the
quantity and complexity of information in health care, literature review
methods need to be produced. Among such methods, we highlight the integrati=
ve
review. Hence, this study aimed to present the general concepts and steps f=
or
the elaboration of an integrative review, as well as relevant aspects about=
the
applicability of this method for health and nursing research. The integrati=
ve
review is a research method that allows for the search, critical assessment,
and synthesis of available evidence about the research theme. Its end produ=
ct
is the current stage of knowledge about the investigated theme, the
implementation of effective interventions in health care and cost reduction=
, as
well as the identification of gaps that indicate developments for future
research.La práctica basada en evidencias es una aproximación que encoraja =
el
desarrollo y/o utilización de resultados de investigaciones en la práctica
clínica. Debido a la cuantidad y la complejidad de informaciones en el área=
de
la salud, es necesario producir métodos de revisión de la literatura, entre=
los
cuales destacamos la revisión integradora. Así, la finalidad del estudio fue
presentar los conceptos generales y las etapas para la elaboración de la
revisión integradora, y también, aspectos relevantes sobre la aplicabilidad=
de
ese método para la investigación en la salud y la enfermería. La revisión
integradora es un método de
invest…","author":[{"dropping-particle":"&quo=
t;,"family":"Mendes","given":"Karina
Dal Sasso","non-dropping-particle":"","parse-=
names":false,"suffix":""},{"dropping-particle=
":"","family":"Silveira","given&quo=
t;:"Renata
Cristina de Campos
Pereira","non-dropping-particle":"","parse-na=
mes":false,"suffix":""},{"dropping-particle&q=
uot;:"","family":"Galvão","given":&=
quot;Cristina
Maria","non-dropping-particle":"","parse-name=
s":false,"suffix":""}],"container-title"=
:"Texto
& Contexto -
Enfermagem","id":"ITEM-1","issue":"=
4","issued":{"date-parts":[["2008"]]},&q=
uot;page":"758-764","title":"Revisão
integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde =
e na
enfermagem","type":"article-journal","volume&=
quot;:"17"},"uris":["http://www.mendeley.com/docum=
ents/?uuid=3D7cd213db-0850-4284-936b-868d7e015981"]}],"mendeley&q=
uot;:{"formattedCitation":"<sup>14</sup>",&=
quot;plainTextFormattedCitation":"14","previouslyFormat=
tedCitation":"<sup>14</sup>"},"properties&q=
uot;:{"noteIndex":0},"schema":"https://github.com/=
citation-style-language/schema/raw/master/csl-citation.json"}14. O presente estudo tem como
pergunta norteadora=
: qual é=
a produção de conhecimento =
sobre o
impacto da microbiota adquirida pelo RN na saúde infantil conforme a via de nascimento?=
Sendo o
primeiro elemento, (P), o RN, o segundo (I)
corresponde a cesariana, o terceiro, (P), é o p=
arto
vaginal e o quarto, (O), impacto da microbiota
adquirida pelo RN na saúde infantil.
A definiçã=
o
dos critérios de inclusão<=
/span>
de trabalhos para a realiz=
ação
desta pesquisa foram artig=
os
disponíveis na íntegra, publicados em português, inglês ou espanhol, nos quais o tem=
a da questão norteadora tenha sido contemplado, e com até dez
anos de publicação. Os cri=
térios
de exclusão foram revisões=
,
cartas, editoriais, opiniã=
o
de especialistas, estudos feitos com prematuros=
e os que não abordavam
assuntos relacionados à vi=
a
de nascimento.
A ide=
ntifcação
dos artigos selecionados n=
esta
revisão foi a partir de uma busca avançada em b=
ases
de dados eletrônicas, como Sistema
Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) (via Pubmed), Literatura Latino-americana e
do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la=
Salud (IBECS) (via Biblioteca Virtual em Saúde- BVS),=
no dia 31 de agosto de=
2020.
Teve como estratégia de busca, a seleção
de trabalhos baseados nos
filtros da pesquisa, conforme o quadro 1.
Quadro
1-
Processo de busca de publicações de acordo com as bases de dados.
Base de dados |
Filtro de pesquisa |
N° de publicações |
N° de duplicatas |
|
PUBMED |
(((MICROBIOTA[MeSH Terms]) AND (Delivery, Obstetric OR Cesarean S=
ection
OR Parturition[MeSH Terms])) AND HUMAN[MeSH Terms]) NOT MILK, HUMAN[M=
eSH
Terms] |
206 |
54
DUPLICADOS |
|
BVS |
(tw:(MICROBIOTA)) AN=
D (tw:(HUMANS)) AND (tw:(P=
ARTURITION
OR CESAREAN SECTION OR
DEVILERY, OBSTETRIC)) AND NOT (tw:(HUMAN,MILK)) |
119 |
||
Fonte:
Os autores
Após
o agrupamento das publicações encontradas nas duas bases eletrônicas, as
duplicadas foram separadas, e os seguintes itens foram comparados: títulos,
autores, ano e país. Após esse procedimento, foram mantidos na base os arti=
gos
com maior número de referências encontradas (PubMed). Dois autores, de forma
independente, realizaram uma triagem dos títulos e dos resumos guiados pelos
critérios de elegibilidade.
Em
seguida, todos os artigos escolhidos foram obtidos na íntegra para nova
seleção. Os pesquisadores examinaram, independentemente, todas as publicaçõ=
es
para selecionar os estudos que preenchiam os critérios de inclusão para a
revisão. As divergências foram resolvidas em consenso.
A
seguir, os artigos foram analisados utilizando-se um instrumento de coleta =
de
dados contendo: título do artigo e/ou do periódico, nome dos
autores, país, idioma, ano de publicação, instituição do estudo, tipo de
revista científica, características metodológicas dos estudos e avaliação do
rigor metodológico, e adaptações para o assunto dessa revisão 15. Essas inform=
ações
foram inseridas no programa Excel.
As
publicações também foram analisadas, segundo o nível de evidência, que são
organizados em sete níveis, sendo eles: Nível I - revisão sistemática ou
meta-análise de ensaios clínicos randomizados controlados ou de diretrizes
baseadas em revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados controla=
dos;
Nível II - evidências oriundas de pelo menos um ensaio clínico randomizado
controlado e bem delineado; Nível III - estudo controlado sem randomização;
Nível IV - trabalhos provenientes de estudos bem desenhados como caso-contr=
ole
ou coorte; Nível V - estudos provenientes de uma revisão sistemática de
trabalhos qualitativos e descritivos; Nível VI - evidências de um único est=
udo
descritivo ou qualitativo; Nível VII - evidências provenientes da opinião de
autoridades e/ou relatórios de comitês de especialistas. Posteriormente à identificação das
publicações selecionadas, os artigos foram analisados rigorosamente,
interpretados e sintetizados com uma apresentação da revisão e a constituiç=
ão das
categorias.
A
amostra deste estudo constituiu-se de 13 trabalhos. Os processos de busca, =
de
exclusão e o número de artigos selecionados foram descritos passo a passo e=
m um
fluxograma (Figura 1).
Figura
1: Processo de seleção=
de
artigos. Viçosa, 2020.
=
Fonte:
Os autores
Entre os artigos sele=
cionados,
os anos de publicação variaram de 2011 a 2020, sendo os anos de 2016 e 2019=
, mais
prevalentes. O idioma encontrado em todos os artigos foi o inglês e o perió=
dico
com maior número de publicações foram o The Journal of Allergy
e o Clinical Immunology com 23%
O quadro 2 mostra os
artigos selecionados nessa revisão e seus respectivos autores, ano, desenho=
do
estudo, nível de evidência e conclusões.
Quadro
2
– Artigos incluídos na revisão.
Autores Ano |
Tipo
de estudo/Nível de evidência |
Conclusão |
Polos
& Fletcher, 2019 |
Estudo
quase experimental/ IV |
A cesárea aumen=
ta
significativamente o risco de desenvolver alergia, com significativas
implicações qualitativas |
Reyman=
,
et al., 2019 |
Coorte/IV |
Existe uma dist=
inção
na microbiota intestinal dos recém-nascidos de parto normal e cesariana no
primeiro ano de vida. Os bebês nascidos por parto vaginal apresentam maior
quantidade de Bifidobacterium e redução de Enterococcus e Klebsiella=
span>
spp. Ratificam que a composição da microbiota intestinal na primeira
semana de vida influencia no número de infecções respiratórias. As crianç=
as
nascidas de cesariana apresentam maior suscetibilidade para este tipo de
agravo. |
Begum,
et al., 2019 |
Coorte/IV |
Pode existir um
pequeno aumento no risco de diabetes tipo I após a cesariana. Pressupõe-se
que a via de nascimento e a microbiota neonatal adquirida pode não estar
associada no desenvolvimento de diabetes tipo I. |
Marcot=
te,
et al., 2018 |
Caso Controle/IV |
Observou-se
associação entre a cesariana e o risco de leucemia linfoide agudo infanti=
l. |
Nagpa, et al.=
, 2017 |
Coorte/IV |
O uso de antibi=
óticos
na infância está associado ao aumento do risco de doença atópica mais
tardiamente. O estresse pré-natal e o pr=
ecoce podem alterar o perfil imunológico da criança e aum=
entar
o risco de asma e alergia. |
Bosch,
et al., 2017 |
Coorte/IV |
A via de nascimento, o tipo=
de
alimentação, o fato de ter de irmãos e o uso recente de terapia
antimicrobiana alteram o desenvolvimento da microbiota, levando o RN a ser
mais suscetível a infecções do trato respiratório. |
Kristens & Herinksen, 2016<=
/span> |
Coorte/IV |
A cesárea está
associada à infecção e inflamação da mucosa e a lesões idiopáticas juveni=
s.
Esse resultado pode estar relacionado com a resposta imune alterada induz=
ida
pela colonização microbiana aberrante presente em crianças submetidas à
referida via de nascimento. |
Curran,
et al., 2016 |
Coorte/IV |
O nascimento por
cesariana é associada a um pequeno aumento do =
risco
de TDAH. |
Wu, et al., 2016 |
Coorte/IV |
Exposições prec=
oces,
uso de antibiótico materno e infecção por ITU, via de nascimento, uso de =
antibióticos
infantis e número de irmãos mais velhos em casa estão associados ao
desenvolvimento da asma na infância de forma cumulativa. |
Dogra<=
/span>,
et al., 2015 |
Coorte/IV |
As bactérias que
colonizam o corpo do RN ao nascer promovem um efeito duradouro no sistema
imunológico ou na função da barreira intestinal, de acordo com a via de
nascimento. Parto vaginal: Bifidobacterium e Collinsella.
Cesárea: Kle=
bsiella, Enterobacteri=
aceae
e Streptococcus. Identificou-se uma
colonização mais baixa ou mais tardia por bifidobact=
érias,
em bebês nascidos por cesariana, que são consideradas bactérias ideais ao
organismo do RN. |
Pender=
s,
et al., 2013 |
Ensaio Clinico Controlado e
randomizado II |
Os resultados
demonstram que a microbiota influencia no desenvolvimento da dermatite
atópica. A via de nascimento, a amamentação e também a ordem de nascimento
teve um efeito significativo sobre a composição da microbiota. |
Ajslev, et al.,=
i>
2011 |
Coorte/IV |
A inoculação da microbiota materna por meio do parto vaginal em
comparação com a cesariana pode ser protetora do excesso de peso na infân=
cia
em meninos. Isso é constatado pela observação do aumento da suscetibilida=
de
ao excesso de peso em meninos nascidos por cesariana. |
Nimwegem et al.,=
2011 |
Coorte/IV |
O modo e o loca=
l do
parto afetam a composição da microbiota gastrointestinal que,
subsequentemente, provoca o risco de manifestações atópicas. O atraso na
colonização por bactérias benéficas pode interferir no desenvolvimento de
doenças imunológicas. |
Fonte; Os autores.
O estresse gerado pel=
as
contrações e posterior hipóxia no feto aumentam os níveis de catecolaminas =
e corticoides
que desempenham um papel na maturação de órgãos, como intestinos e pulmões.=
Os
níveis dessas substâncias são comprovadamente menores em bebês nascidos por
cesariana. Durante o período pré-natal e nos primeiros anos após o nascimen=
to,
existe alta sensibilidade em alterações epigenéticas e modificações de
fenótipo. Esse processo afeta diretamente a produção de anticorpos, a regul=
ação
da glicose e da resposta a alérgenos e é o motivo de maior risco de distúrb=
ios
metabólicos, como obesidade e diabetes mellitus em bebês nascidos por cesar=
iana
.
Entretanto, um estudo de coorte refere que existem inconsistência sobre a
associação entre a cesariana e o risco de diabetes do tipo I. Os seus
resultados corroboram com outros estudos de coorte realizados na Suécia e
Noruega em que encontrou um risco nulo ou pequena associação entre esta via=
de
nascimento e o agravo mencionado17.
No entanto, ratifica-=
se
que o microbioma adquirido depende da via de
nascimento. Os bebês nascidos por via vaginal são colonizados por bactérias=
do
canal de parto da mãe, e os nascidos por cesárea, por =
microorganismos
presentes no ambiente e na pele. Esses agentes são predominantemente
patogênicos, e têm maior e menor quantidade de Clostridium difficile (microorganismo
patogênico) e de Bifidobactéria (microorganismo
protetor), respectivamente 16,18. Em relação ao parto
vaginal, estudo mostrou que bebês nascidos por essa via abrigam comunidades
bacterianas muito semelhantes às de suas mães, dominadas por microorganismos protetores para o RN, como Lactoba=
cillus,
Prevotella ou Sn=
eathia
spp =
19.
Além disso, a criança que nasce por cesárea possui uma microbiota um
tanto instável quando comparada à dos bebês nascidos por via vaginal 20,21.
Nesta mesma direção, =
outra
pesquisa, de coorte, com 120 crianças, sendo 74 nascidas de parto vaginal e=
46
por cesariana, demonstrou a diferença da microbiota intestinal entre os beb=
ês,
conforme a via de nascimento durante o primeiro ano de vida, independente do
uso de antibióticos maternos. Ela encontrou a propagação da microbiota
intestinal da mãe para o RN de parto normal e o desenvolvimento de uma
microbiota mais estável no começo da vida, principalmente na primeira seman=
a,
quando comparado aqueles que nasceram por cesárea. Os primeiros apresentaram
maior quantidade de Bifidobactéria e a redução =
de Enterecocos e Klebsiela q=
ue são
potencialmente patogênicos, conforme mencionado. Esta composição está assoc=
iada
ao número de infecções respiratórias que uma criança terá no primeiro ano de
vida 9. Propõe-se que a cesariana contr=
ibui
para uma microbiota intestinal mais adversa para o recém-nascido 9,22.
Em uma revisão, os
autores demonstram que a microbiota intestinal geralmente possui duas
transições na infância. A primeira ocorre logo após o nascimento, durante a
lactação e possui o predomínio por Bifidobacterias. A
segunda transição ocorre durante o período do desmame com a introdução
alimentar e a microbiota passa a ser mais complexa constituída principalmen=
te
por bacteroides e firmicutes. Essas alterações
continuam até os três anos. Sobrelevam que o estabelecimento precoce da
microbiota intestinal é influenciado pela via de nascimento, aleitamento, u=
so
de antibióticos, desmame e introdução alimentar. Essa colonização inicial t=
em
efeitos no desenvolvimento e na fisiologia do sistema imunológico e afeta a
saúde na vida adulta. Uma alteração nestes processos pode causar doenças
imunológicas, como alergias alimentares, dermatite atópica e asma =
span>23.
=
Deste
modo, entende-se que a composição desta microbiota e os primeiros colonizad=
ores
intestinal influenciam no sistema imunológico e no desenvolvimento de
determinadas patologias ao longo da vida. Porém, sabe-se pouco sobre os
processos envolvidos e como o microbioma são
adquiridos 24. Depreende-se que é fundamental
evidenciar o impacto da microbiota adquirida do RN na saúde infantil, confo=
rme
a via de nascimento descrita na produção de conhecimento. A seguir, a discu=
ssão
é apresentada em três categorias de análise: as doenças na infância e a
cesariana; Fatores de risco associados a alterações na microbiota do RN; e
Fatores protetores associados a alterações na microbiota do RN.
As
doenças na infância e a cesariana
As doenças relacionad=
as à
cesariana mais citadas nos artigos desta revisão foram: doenças atópicas:
eczema, alergia alimentar e dermatite 25–29; doenças inflamatórias intestina=
is:
doença de Crohn, enterocol=
ite,
síndrome do intestino irritável e colite ulcerosa 21,27–30; doenças respiratórias: asma e
laringite 11,26,27,31–33; doenças imunes: artrite idiopát=
ica
juvenil e leucemia linfoblástica aguda; transto=
rnos
mentais: TDAH; e doenças metabólicas como a obesidade .
Autores observaram qu=
e a
colonização por clostridium difficle, no primeiro mês de vida, foi associada a
chiado e à asma, dos 6 aos 7 anos de idade 26. Constatou-se, em outro estudo, =
que
os bebês nascidos por cesárea tiveram 34% mais chances de desenvolvê-la na
infância quando comparados aos nascidos por parto vaginal ADDIN
CSL_CITATION
{"citationItems":[{"id":"ITEM-1","itemDa=
ta":{"DOI":"10.1371/journal.pone.0151705","IS=
SN":"19326203","PMID":"27002979","a=
bstract":"Background
Environmental exposures that occur in utero and during early life may
contribute to the development of childhood asthma through alteration of the
human microbiome. The objectives of this study were to estimate the cumulat=
ive
effect and relative importance of environmental exposures on the risk of
childhood asthma. Methods We conducted a population-based birth cohort stud=
y of
mother-child dyads who were born between 1995 and 2003 and were continuously
enrolled in the PRIMA (Prevention of RSV: Impact onMorbidity and Asthma)
cohort. The individual and cumulative impact of maternal urinary tract
infections (UTI) during pregnancy, maternal colonization with group B
streptococcus (GBS), mode of delivery, infant antibiotic use, and older
siblings at home, on the risk of childhood asthma were estimated using logi=
stic
regression. Dose-response effect on childhood asthma risk was assessed for
continuous risk factors: number of maternal UTIs during pregnancy, courses =
of
infant antibiotics, and number of older siblings at home. We further assess=
ed
and compared the relative importance of these exposures on the asthma risk.=
In
a subgroup of children for whom maternal antibiotic use during pregnancy
information was available, the effect of maternal antibiotic use on the ris=
k of
childhood asthma was estimated. Results Among 136,098 singleton birth infan=
ts,
13.29% developed asthma. In both univariate and adjusted analyses, maternal=
UTI
during pregnancy (odds ratio [OR] 1.2, 95% confidence interval [CI] 1.18, 1=
.25;
adjusted OR [AOR] 1.04, 95%CI 1.02, 1.07 for every additional UTI) and infa=
nt
antibiotic use (OR 1.21, 95%CI 1.20, 1.22; AOR 1.16, 95%CI 1.15, 1.17 for e=
very
additional course) were associated with an increased risk of childhood asth=
ma,
while having older siblings at home (OR 0.92, 95%CI 0.91, 0.93; AOR 0.85, 9=
5%CI
0.84, 0.87 for each additional sibling) was associated with a decreased ris=
k of
childhood asthma, in a dosedependent manner. Compared with vaginal delivery,
C-section delivery increased odds of childhood asthma by 34% (OR 1.34, 95%C=
I 1.29,
1.39) in the univariate analysis and 11% after adjusting for other
environmental exposures and covariates (AOR 1.11, 95%CI 1.06, 1.15). Matern=
al
GBS was associated with a significant increased risk of childhood asthma in=
the
univariate analysis (OR 1.27, 95%CI 1.19, 1.35), but not in the adjusted
analysis (AOR 1.03, 95%CI 0.96, 1.10). In the subgroup analysis of children
whose maternal antibiotic use in…","author":[{"dropping=
-particle":"","family":"Wu","given&=
quot;:"Pingsheng","non-dropping-particle":"",=
"parse-names":false,"suffix":""},{"dropp=
ing-particle":"","family":"Feldman",&quo=
t;given":"Amy
S.","non-dropping-particle":"","parse-names&q=
uot;:false,"suffix":""},{"dropping-particle":=
"","family":"Rosas-Salazar","given"=
:"Christian","non-dropping-particle":"","=
;parse-names":false,"suffix":""},{"dropping-p=
article":"","family":"James","given=
":"Kristina","non-dropping-particle":"",=
"parse-names":false,"suffix":""},{"dropp=
ing-particle":"","family":"Escobar",&quo=
t;given":"Gabriel","non-dropping-particle":"&=
quot;,"parse-names":false,"suffix":""},{"=
;dropping-particle":"","family":"Gebretsadik&=
quot;,"given":"Tebeb","non-dropping-particle"=
:"","parse-names":false,"suffix":""=
},{"dropping-particle":"","family":"Li&q=
uot;,"given":"Sherian
Xu","non-dropping-particle":"","parse-names&q=
uot;:false,"suffix":""},{"dropping-particle":=
"","family":"Carroll","given":"=
;Kecia
N.","non-dropping-particle":"","parse-names&q=
uot;:false,"suffix":""},{"dropping-particle":=
"","family":"Walsh","given":"E=
ileen","non-dropping-particle":"","parse-name=
s":false,"suffix":""},{"dropping-particle&quo=
t;:"","family":"Mitchel","given":&q=
uot;Edward","non-dropping-particle":"","parse=
-names":false,"suffix":""},{"dropping-particl=
e":"","family":"Das","given":&=
quot;Suman","non-dropping-particle":"","parse=
-names":false,"suffix":""},{"dropping-particl=
e":"","family":"Kumar","given"=
:"Rajesh","non-dropping-particle":"","pa=
rse-names":false,"suffix":""},{"dropping-part=
icle":"","family":"Yu","given"=
:"Chang","non-dropping-particle":"","par=
se-names":false,"suffix":""},{"dropping-parti=
cle":"","family":"Dupont","given&qu=
ot;:"William
D.","non-dropping-particle":"","parse-names&q=
uot;:false,"suffix":""},{"dropping-particle":=
"V.","family":"Hartert","given":&qu=
ot;Tina","non-dropping-particle":"","parse-na=
mes":false,"suffix":""}],"container-title&quo=
t;:"PLoS
ONE","id":"ITEM-1","issue":"3"=
,"issued":{"date-parts":[["2016"]]},"pag=
e":"1-16","title":"Relative
importance and additive effects of maternal and infant risk factors on
childhood
asthma","type":"article-journal","volume"=
;:"11"},"uris":["http://www.mendeley.com/documents=
/?uuid=3Dcc91ba60-9f31-431d-b194-5917811f8cdc"]}],"mendeley"=
:{"formattedCitation":"<sup>33</sup>","=
;plainTextFormattedCitation":"33","previouslyFormattedC=
itation":"<sup>32</sup>"},"properties"=
:{"noteIndex":0},"schema":"https://github.com/cita=
tion-style-language/schema/raw/master/csl-citation.json"}33. A asma, distúrbio
inflamatório crônico das vias aéreas, é causada por fatores genéticos e
ambientais. A ação patogênica do Clostridium nessa doença não é bem
estabelecida pela literatura. Em contrapartida, pesquisa aponta que alguns =
microorganismos protetores, como é o caso das bifidobactérias, são capazes de prevenir o desenvolvi=
mento
da mesma 36. Mais estudos são necessários pa=
ra
determinar os impactos microbianos no epitélio pulmonar.
Corrobora-se com estes
resultados, onde um estudo de coorte evidenciou que RN nascidos por cesaria=
na
apresentaram uma tendência maior de infecções respiratórias e o uso de
antibióticos quando comparados aos nascidos por parto vaginal no primeiro a=
no
de vida. Acrescentam que a composição da microbiota intestinal instável do =
RN
de cesárea é independente da exposição pré-natal a antibióticos, tempo de
hospitalização e do tipo de alimentação do mesmo (aleitamento materno e lei=
te
artificial). Estes achados fornecem evidências de uma associação das altera=
ções
induzidas pela via de nascimento na microbiota intestinal do bebê e a
suscetibilidade a doenças infecciosas 9.
As doenças inflamatór=
ias
intestinais aparecem com frequência nos artigos selecionados. Afirma-se que=
a
alta abundância de Clostridium difficile=
é
considerada uma das principais ameaças que causam infecções gastrintestinai=
s graves
durante a infância 30. Ao chegar ao cólon, os esporos =
do
clostridium se transformam em suas formas
vegetativas e liberam enterotoxinas causadoras de colite e de sintomas diarréicos, denominadas enterotoxina TcdA
e citotoxina TcdB. As toxinas produzidas pela
bactéria são capazes de se ligarem a receptores celulares específicos, caus=
ando
alterações no citoesqueleto da actina, ruptura da barreira epitelial, apopt=
ose
e resposta inflamatória no hospedeiro 37.
Outras doenças gastri=
ntestinais
foram citadas, como doença de Crohn, enterocolite, síndrome do intestino irritável, colite
ulcerosa 21,27–29. Entretanto, em uma metanálise, não se
observou diferença significativa entre o risco de desenvolvimento de
doença intestinal nos bebês nascidos por cesárea 38. Em uma pesquisa, quase experime=
ntal,
aponta que a cesariana aumenta significativamente a alergia alimentar com
implicações qualitativas 22. Acrescenta-se que o ambiente é a
principal fonte de contaminação de Clostridium perf=
ringens,
microorganismo enterotóxic=
o,
que causa doenças gastrintestinais em bebês que nascem por cesárea e, por
consequência, permanecem mais tempo hospitalizados após o nascimento 21.
O recém-nascido nasci=
do
por cesariana possui maior propensão para adquirir sobrepeso em todas as fa=
ses
da vida, independente do peso ao nascer ou dos fatores de risco para obesid=
ade.
O procedimento altera o microbioma por meio de
interação micróbio-hospedeiro e modifica o metabolismo lipídico e as respos=
tas
inflamatórias do RN 32. Em outro estudo, não foi encont=
rada
associação significativa entre a via de nascimento e o risco de sobrepeso
infantil, no entanto, identificou que existe um aumento do risco de sobrepe=
so
em meninos nascidos por cesárea 18. Percebe-se que existem divergên=
cias
nas publicações e são necessários mais estudos que discutam a obesidade em
relação à via de nascimento.
A dermatite atópica
também foi citada como uma complicação que pode ocorrer na cesariana. A
composição da microbiota e o risco de desenvolvimento da referida dermatite
tiveram associação positiva, sendo a presença do clost=
ridium
relacionada ao desenvolvimento do agravo no bebê 25. Pode-se inferir que =
mais
estudos são necessários para comprovar a associação da cesárea ao surgiment=
o da
dermatite na primeira infância.
Somente em um artigo,=
a
cesariana foi associada ao risco de TDAH. Demonstrou-se que o nascimento por
cesárea aumentou em 14% a 16% o risco de desenvolvimento de TDAH em compara=
ção
ao parto vaginal, principalmente nos casos das de emergência =
35. Esses resultados demonstram que=
é
fundamental compreender os mecanismos envolvidos nessa associação,
principalmente em virtude da incidência elevada de cesariana e de TDAH.
Em outro trabalho, foi
analisada a relação da via de nascimento com a ocorrência de leucemia infan=
til.
Verificou-se que a cesárea foi associada a um elevado risco de se adquirir =
leucemia
do tipo linfoblástica aguda (LLA) 34. A resposta ao estresse do parto
aumenta as concentrações de cortisol e de catecolaminas em 1,5 a 3 vezes em
bebês nascidos por via vaginal em comparação aos nascidos por cesárea, ante=
s do
trabalho de parto. Esse aumento
imita os efeitos anti-leucêmicos dos glicocorticosteróides que são usados no
tratamento da leucemia infantil. O estudo sugere que a exposição a níveis
elevados de cortisol, durante o trabalho de parto e parto, tem um importante
papel na redução do risco de LLA para lactentes que abrigam células
pré-leucêmicas que surgiram no útero. O mesmo estudo n=
ão
encontrou relação com os outros tipos de leucemia 34.
Fatores
de risco associados a alterações na microbiota do RN
Alguns estudos destacaram o uso de
antibióticos como um fator que influencia negativamente no desenvolvimento =
da
microbiota saudável do bebê, tanto quando usados na gestação quanto na prim=
eira
infância 18,21,32,33. Afirma-se que o uso dos
antimicrobianos durante a gestação está associado a uma diversidade microbi=
ana
reduzida, principalmente, de microorganismos pr=
otetores,
como lactobacilos e bifidobactérias 32. Uma revisão sistemática observou
que o uso da ampicilina pode substituir enterobactérias benéficas por
enterobactérias resistentes ao antibiótico, desfavorecendo a microbiota do =
RN 39. Outra, ratificou que=
os bebês
que foram tratados com cefalexina tiveram a
diversidade da microbiota reduzida, especificamente, de bifidobactérias,
e crescimento excessivo de Enterococcus e Enterobacteriaceae, no
primeiro mês de vida, quando comparados aos bebês não tradados 29.
=
A
prematuridade foi citada como outro fator de risco 25. Demonstram-se que as bactéricas benéficas (bifidobact=
érias
e lactobacilos), comumente encontradas em bebês a termo, raramente foram
detectadas nas fezes de bebês prematuros. Além disso, salientam-se que os
primeiros colonizadores do intestino prematuro foram organismos potencialme=
nte
patogênicos, como Escherichia coli, Streptococcus, Klebsiella, Clostridium, Enteroc=
occus
e Staphylococcus 29. Verificou-se que bebês prematur=
os,
com peso de nascimento inferior a 2500g, eram colonizados por bactérias
protetoras, com menos frequência 25.
Fatores
protetores associados às alterações na microbiota do RN
Existem outras
associações relevantes para o desenvolvimento da microbiota do RN, tais como
amamentação, lugar de nascimento (parto domiciliar versus hospitalar),
existência de irmãos mais velhos e risco alto de infecção do trato urinário=
na
gestação 11,21,30,34.
A amamentação foi cit=
ada
como fator de proteção para o bebê 9,11,21. Foi observado que crianças
amamentadas por mais de seis meses de vida tiveram grandes diferenças na
composição do microbioma, com 31 semanas, quand=
o comparadas
às que foram amamentadas por um período menor, e que a amamentação também tem potencial para a redução do risco de
doenças imunomediadas e metabólicas 25,40.
Em outro trabalho,
comparou-se, durante a infância, por meio da via de nascimento e da
alimentação, o transporte intestinal de Clostridium pe=
rfringens
α-toxigênico e entero=
toxigênico
com o transporte de outros microorganismos
intestinais. Foi evidenciado que entre os bebês nascidos por cesárea, os que
foram amamentados exclusivamente apresentaram níveis mais baixos de C. <=
span
class=3DSpellE>perfringens e níveis mais altos de microorganismos
protetores, como lactobacilos e bifidobactérias,
tendo a amamentação um importante papel na prevenção de doenças neonatais <=
/span>21.
Ademais, em outra pes=
quisa
identificou-se que metade dos bebês nascidos por parto vaginal, com 31 sema=
nas
de idade gestacional, foi espontaneamente colonizada com lactobacilos, e qu=
e a
porcentagem desta colonização nos nascidos por cesariana foi menor (37,5%).=
O
estudo destaca a amamentação como um importante fator de proteção, pois o l=
eite
materno possui compostos bioativos, incluindo imunoglobulinas, citocinas,
hormônios, enzimas e micróbios que contribuem para o desenvolvimento da
microbiota do bebê 25.
Outro trabalho demons=
trou
a importância da amamentação, contudo, destaca a influência da via de
nascimento, sobretudo a vaginal. Ele evidenciou que a estimulação da
amamentação em mulheres submetidas à cesariana ou o avanço nas fórmulas de
leite não foram capazes de corrigir a colonização por =
Bifidobacterium, pois RN nascidos de cesárea e
amamentados apresentaram esta bactéria em menor quantidade quando comparados
aos RNs de parto vaginal e que usaram o leite
artificial.
Entre outros fatores,
destacam-se o fato de ter irmãos mais velhos e o local do parto vaginal. No
primeiro, a colonização por Clostridium diminuiu em relação ao aumen=
to
do número de irmãos, e o parto vaginal domiciliar reduziu o risco de eczema=
, de
sensibilização a alérgenos alimentares e de asma, quando comparado com o
hospitalar 25–27.
Esta revisão incluiu =
13
artigos internacionais que tratam da influência do tipo de nascimento e a
microbiota adquirida na saúde infantil. É unânime entre os autores que a vi=
a de
nascimento exerce influência na composição da microbiota do RN. Alguns outr=
os fatores
são destacados em parte dos estudos, como a amamentação, higiene, vínculo m=
ãe e
filho, tempo de hospitalização, existência de irmãos mais velhos, local de
nascimento, uso de medicamentos na gestação e na infância, entre outros.
Os estudos contemplad=
os
verificaram fatores que podem interferir no desenvolvimento de doenças na
infância em crianças nascidas por cesariana, como asma, dermatite, obesidad=
e,
doença intestinal, metabólica e até mesmo alguns tipos de cânceres. Desse m=
odo,
contribui para a discussão dessa temática e amplia o conhecimento dos
profissionais da saúde, das mulheres e seus familiares envolvidos no proces=
so
de gestar, parir e maternar. Esperam-se mais
experiências positivas e escolhas informadas e conscientes em relação à via=
de
nascimento.
Ademais, o aumento das
doenças na infância é um sério problema de saúde pública com repercussões
imediatas na vida das crianças, custos econômicos para as famílias, governo=
e
impactos a longo prazo na vida adulta. Com isso, é necessária a divulgação
dessas informações tanto para as mulheres, durante o pré-natal ou por meio =
de
grupos educativos, como para os profissionais da saúde, na realização de cu=
rsos
de capacitações. Além disso, essa temática deve ser discutida no meio acadê=
mico
para agregar mais conhecimento aos estudantes sobre a importância da realiz=
ação
da cesárea somente quando existirem indicações reais.
No entanto, apesar das
evidências apresentadas, mais estudos precisam ser realizados a fim de redu=
zir
as lacunas relacionadas à saúde infantil e sua associação com a composição =
da
microbiota conforme a via de nascimento. Além do que, existem poucos estudos
que conseguiram excluir os fatores de confusão. Sabe-se as doenças na infân=
cia
podem estar associadas a outros fatores como história familiar, ambiente, e=
ntre
outros.
REFERÊNCIAS
1. Wells
JC, Wibaek R, Poullas M. Global epidemiology of use of and disparities in
caesarean sections. Lancet [Internet]. 2019;394(10192):24–5. Available at:
https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(19)30715-9/=
fulltext
2.
Bonamigo EL, Braga DC, Andrei=
s B,
Rossi SA. Fatores associados à realização de parto cesáreo em mulheres
brasileiras uma análise da Pesquisa Nacional de Saúde, PNS 2013.
3.
OMS. Declaração da OMS sobre =
Taxas
de Cesáreas. Hum Reprod Program [Internet].
2015;1–8. Available at: http://www.who.int/about/ licensing/copyright_ form=
/en/index.html).
4.
BRASIL. Informações de saúde:
estatística vitais. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), 2=
013.
[Internet]. Ministério da Saúde. 2014. Available at:
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvuf.def
5.
BRASIL. Taxas de partos cesár=
eos
por operadora de plano de saúde. Informações e Avaliações de Operadoras, 20=
13.
[Internet]. Agência Nacional de Saúde Suplementar. 2013. Available at:
https://www.ans.gov.br/planos-de-saude-e-operadoras/informacoes-e-avaliacoe=
s-de-operadoras/taxas-de-partos-cesareos-por-operadora-de-plano-de-saude
6. Oliveira
RR de, Melo EC, Novaes ES, Ferracioli PLRV, Mathias TA de F. Factors associ=
ated
to Caesarean delivery in public and private health care systems. Rev da Esc
Enferm [Internet]. 2016;50(5):733–40. Available at:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=3DS0080-62342016000500733&script=
=3Dsci_arttext
7. Patah
LEM, Malik AM. Models of child birth care and cesarean rates in different
countries. Rev Saude Publica [Internet]. 2011;45(1):185–94. Available at:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=3DS0034-89102011000100021&script=
=3Dsci_arttext&tlng=3Des
8. Kristensen
K, Henriksen L. Cesarean section and disease associated with immune functio=
n. J
Allergy Clin Immunol [Internet]. 2015;137(2):587–90. Available at:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26371844/
9. Reyman
M, Houten MA van, Baarle D van, Bosch AATM, Man WH, Chu MLJN, et al. Impact=
of
delivery mode-associated gut microbiota dynamics on health in the first yea=
r of
life. Nat Commun [Internet]. 2019;10(1):1–12. Available at:
https://www.nature.com/articles/s41467-019-13014-7
10.
Dominguez-Bello MG, De Jesus-La=
boy
KM, Shen N, Cox LM, Amir A, Gonzalez A, et al. Partial restoration of the microbiota of cesarean-b=
orn
infants via vaginal microbial transfer. Nat Med. 2016;22(3):250–3.
11. Bosch
AATM, Levin E, van Houten MA, Hasrat R, Kalkman G, Biesbroek G, et al.
Development of Upper Respiratory Tract Microbiota in Infancy is Affected by
Mode of Delivery. EBioMedicine [Internet]. 2016;9:336–45. Available at:
http://dx.doi.org/10.1016/j.ebiom.2016.05.031
12. Biasucci
G, Benenati B, Morelli L, Bessi E, Boehm G. Cesarean delivery may affect the
early biodiversity of intestinal bacteria. J Nutr [Internet].
2008;138(9):1796–800. Available at: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1871618=
9/
13.
Sousa LMM de, Marques-Vieira CM=
A,
Severino SSP, Antunes AV. A metodologia de revisão integrativa da literatur=
a em
enfermagem. Rev Investig em Enferm [Internet]. 2017;21(2):17–26. Available at:
http://www.sinaisvitais.pt/images/stories/Rie/RIE21.pdf#page=3D17
14.
Mendes KDS, Silveira RC de CP, =
Galvão
CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidênci=
as
na saúde e na enfermagem. Texto Context - Enferm. 2008;17(4):758–64.
15.
Ursi ES, Gavão CM. Prevenção de
lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura. Rev Lat Am Enfermagem [Internet].
2006;14(1):2–127. Available at:
https://www.scielo.br/pdf/rlae/v14n1/v14n1a17.pdf
16. J
H, P P, J Z. The impact of physiological peripartal stress on the lifelong
health of newborn. Bratisl lek??rske List [Internet]. 2017;116(5):324–7.
Available at: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28664740/
17. Begum
M, Pilkington R, Chittleborough C, Lynch J, Penno M, Smithers L. Caesarean
section and risk of type 1 diabetes: whole-of-population study. Diabet Med.
2019;36(12):1686–93.
18. Ajslev
TA, Andersen CS, Gamborg M, Sørensen TIA, Jess T. Childhood overweight after
establishment of the gut microbiota: the role of delivery mode, pre-pregnan=
cy
weight and early administration of antibiotics. Int J Obes. 2011;35(4):522–=
9.
19.
Dominguez-Bello MG, Costello EK,
Contreras M, Magris M, Hidalgo G, Fierer N, et al. Delivery mode shapes the acquisition and structure =
of
the initial microbiota across multiple body habitats in newborns. Proc Natl
Acad Sci U S A. 2010;107(26):11971–5.
20. Dogra
S, Sakwinska O, Soh SE, Ngom-Bru C, Brück WM, Berger B, et al. Dynamics of
infant gut microbiota are influenced by delivery mode and gestational durat=
ion
and are associated with subsequent adiposity. MBio.
2015;6(1):1–9.
21.
Nagpal R, Tsuji H, Takahashi T,
Nomoto K, Kawashima K, Nagata S, et al. Gut dysbiosis following c-section instigates higher
colonisation of toxigenic clostridium perfringens in infants. Benef Microbe=
s.
2017;8(3):353–65.
22. Polos
J, Fletcher J. Caesarean section and children’s health: A quasi-experimental
design. Author Manuscr [Internet]. 20119;73(3):353–68. Available at:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31271341/
23. Tanaka
M, Nakayama J. Development of the gut microbiota in infancy and its impact =
on
health in later life. Allergol Int [Internet]. 2017;66(4):515–22. Available=
at:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1323893017301119
24.
Maqsood R, Rodgers R, Rodriguez=
C,
Handley SA, Ndao IM, Tarr PI, et al. Discordant transmission of bacteria and viruses from mothers to babies=
at
birth. Microbiome [Internet]. 2019;7(1):1–13. Available at:
https://microbiomejournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s40168-019-076=
6-7
25. Penders
J, Gerhold K, Stobberingh EE, Thijs C, Zimmermann K, Lau S, et al.
Establishment of the intestinal microbiota and its role for atopic dermatit=
is
in early childhood. J Allergy Clin Immunol [Internet]. 2013;132(3):601-607.=
e8.
Available at: http://dx.doi.org/10.1016/j.jaci.2013.05.043
26. Van
Nimwegen FA, Penders J, Stobberingh EE, Postma DS, Koppelman GH, Kerkhof M,=
et
al. Mode and place of delivery, gastrointestinal microbiota, and their
influence on asthma and atopy. J Allergy Clin Immunol. 2011;128(5):948-955.=
e3.
27. Saavedra
JM, Dattilo AM. Early Development of Intestinal Microbiota. Implications for
Future Health. Gastroenterol Clin North Am [Internet]. 2012;41(4):717–31.
Available at: http://dx.doi.org/10.1016/j.gtc.2012.08.001
28. Kozyrskyj
A, Bahrein S, MB. Early life exposures: impact on asthma and allergic disea=
se.
Curr opin allergy clin immunol. 2011;11:400–6.
29. Li
M, Wang M, Donovan SM. Early development of the gut microbiome and
immune-mediated childhood disorders. Semin Reprod Med. 2014;32(1):74–86.
30. Rutayisire
E, Huang K, Liu Y, Tao F. The mode of delivery affects the diversity and
colonization pattern of the gut microbiota during the first year of infants’
life: A systematic review. BMC Gastroenterol [Internet]. 2016;16(1):1–12.
Available at: http://dx.doi.org/10.1186/s12876-016-0498-0
31. A
S, J S, K B, H B. Cesarean Section and Chronic Immune Disorders. Pediatrics
[Internet]. 2015;1:93–8. Available at:
https://pediatrics.aappublications.org/content/135/1/e92?sso=3D1&sso_re=
direct_count=3D1&nfstatus=3D401&nftoken=3D00000000-0000-0000-0000-0=
00000000000&nfstatusdescription=3DERROR%3A
No local token
32. Montoya-Williams
D, Lemas DJ, Spiryda L, Patel K, Carney OO, Neu J, et al. The Neonatal
Microbiome and Its Partial Role in Mediating the Association between Birth =
by
Cesarean Section and Adverse Pediatric Outcomes. Neonatology.
2018;114(2):103–11.
33. Wu
P, Feldman AS, Rosas-Salazar C, James K, Escobar G, Gebretsadik T, et al.
Relative importance and additive effects of maternal and infant risk factor=
s on
childhood asthma. PLoS One. 2016;11(3):1–16.
34. Marcotte
EL, Richardson MR, Roesler MA, Spector LG. Cesarean delivery and risk of in=
fant
Leukemia: A report from the children’s oncology group. Cancer Epidemiol
Biomarkers Prev. 2018;27(4):473–8.
35. Curran
EA, Khashan AS, Dalman C, Kenny LC, Cryan JF, Dinan TG, et al. Obstetric mo=
de
of delivery and attention-deficit/hyperactivity disorder: A sibling-matched
study. Int J Epidemiol [Internet]. 2016;45(2):532–42. Available at:
https://academic.oup.com/ije/article/45/2/532/2572619?login=3Dtrue
36.
Campos HS. Papel do microbioma =
na
resposta imune e na asma. Arq Asma, Alerg e Imunol. 2018;2(2):238–46.
37.
Novo LMG, Tosta VM de M, Olivei=
ra RCF
de, Simioni PU. Os Efeitos dos Probióticos nas Infecções Recorrentes por
Clostridium Difficile. 2016;
38. Bruce
A, Black M, Bhattacharya S. Mode of delivery and risk of inflammatory bowel
disease in the offspring: Systematic review and meta-analysis of observatio=
nal
studies. Inflamm Bowel Dis. 2014;20(7):1217–26.
39. Yang
I, Corwin EJ, Brennan PA, Jordan S, Murphy JR, Dunlop A. The infant microbi=
ome:
Implications for infant health and neurocognitive development. Nurs Res
[Internet]. 2016;65(1):76–88. Available at:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4681407/
40. Rautava
S, Luoto R, Salminen S, Isolauri E. Microbial contact during pregnancy,
intestinal colonization and human disease. Nat Rev Gastroenterol Hepatol
[Internet]. 2012;9(10):565–76. Available at:
https://www.nature.com/articles/nrgastro.2012.144
Autor
correspondente#
Lilian Fernandes Arial Ayres, Av Ph Rolphs, s/n, Campus Vi=
çosa,
Viçosa/MG, CEP 36570000, telefone: (31) 984374997, E-mail: lilian.ayres@ufv=
.br
Submissão: 2021-06-01
Aprovado: 2021-08-16
[1]=
Graduada em Enfermagem. Universidade Federal de Viçosa. E-mail: dani=
ela.barreto@aiesec.net.
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4588-0948
[2]=
Professora. Departamento de Medicina e Enfermagem. Universidade Fede=
ral
de Viçosa. E-mail: lilian.ayres@ufv.br<=
/a>.
ORCID: http://orcid.org/0000-0003-3809-2=
660
[3]=
Professor. Departamento de Medicina e Enfermagem. Universidade Feder=
al
de Viçosa. E-mail: bruno.david@ufv.br. OR=
CID:
https://orci=
d.org/0000-0002-6844-6661
[4]=
Graduada em enfermagem. Universidade Federal de Viçosa. E-mail: gaabi.dpc@hotmail.com. ORCID: http://orcid.org/0000-0002-0044-3=
579
[5]=
Professora. Departamento de Medicina e Enfermagem. Universidade Fede=
ral
de Viçosa. E-mail: mara.prado@ufv.br ORCI=
D: https://orcid.org/0000-0001-6314-=
0009
[6]=
Graduanda. Aluna =
do
curso de Enfermagem. Universidade Federal de Viçosa. Pará. Brasil. E-mail: =
tatiaeracastro@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3668-=
8401
= =