MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01D7CAA8.81352820" Este documento é uma Página da Web de Arquivo Único, também conhecido como Arquivo Web. Se você estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor não oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que ofereça suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01D7CAA8.81352820 Content-Location: file:///C:/AA7559EC/1157-Textodoartigo-PTHTML.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="windows-1252"
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS
ENFERMEIROS NO MANEJO DOS PACIENTES COM HANSENÍASE
DIFFICULTIES FACED BY NURSES IN THE MANAGEMENT OF LEPROSY PATIENTS
Ana
Alinne Gomes da Penha[1]
* Jéssica Lima Soares[2]
* Fernanda Maria Silva[3] Déborah Albuquerque Alves Moreira[4]
* Regina Petrola Bastos Rocha[5]
* Huana Carolina Cândido Moraes[6]
RESUMO
Objet=
ivo:
conhecer as dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros no manejo dos pacien=
tes
com hanseníase. Método: estudo exploratório, de caráter descritivo e
qualitativo. A amostra é composta por nove enfermeiros que atuam na Estraté=
gia
Saúde da Família, em região endêmica do sul do Ceará, Brasil. A coleta de d=
ados
foi realizada com um roteiro de entrevista semiestruturada, nos meses de ag=
osto
a setembro de 2015, com posterior análise de conteúdo temático. Resultados:=
embasando-se
nos resultados obtidos emergiram três categorias: dificuldades elencadas na
realização do exame dermatoneurológico pelos enfermeiros da estratégia saúd=
e da
família; intercorrências no atendimento ao paciente com hanseníase; detecção
precoce versus educação permanente. Considerações finais: o estudo revelou =
as
dificuldades enfrentadas como a falta de instrumentos para realizar os test=
es
dermatoneurológicos; estigma e preconceito manifestos pela população; detec=
ção
precoce com falhas de domínio; educação permanente pouco estruturada para
atender a demanda dos profissionais. Ressalta-se a importância de mais
investimento em pesquisas de inovação no manejo da hanseníase.
Palav=
ras-Chave: Ha=
nseníase; Enfermagem; Relações Enferm=
eiro-Paciente;
Estratégia Saúde da Família; Atenção Primária à Saúde.
ABSTRACT
Objec=
tive: know the difficulties faced by
nurses in the management of patients with leprosy. Method: exploratory, descriptive and
qualitative study. The sample is composed of nine nurses who work in the Fa=
mily
Health Strategy, in an endemic region of southern Ceará, Brazil. Data
collection was performed using a semi-structured interview script, from aug=
ust
to september 2015, with subsequent analysis of thematic content. Results:=
span> based on the results obtained,
three categories emerged: difficulties listed in the performance of the
dermato-neurological examination by nurses of the family health strategy;
complications in the care of patients with leprosy; early detection versus
continuing education. Final Considerations: the study revealed the difficulties faced, such=
as
the lack of instruments to perform dermato-neurological tests; stigma and
prejudice manifests by the population; early detection with domain failures;
permanent education poorly structured to meet the demands of professionals.=
The
importance of more investment in innovation research in the management of
leprosy is highlighted.
Keywords:
INTRO=
DUÇÃO
A
hanseníase, patologia infectocontagiosa, causada pelo Micobacterium lepr=
ae, é
considerada uma doença negligenciada. O Brasil integra a lista global dos 22
países com alta carga da doença, ocupando o 2º lugar com mais casos notific=
ados
no mundo, ficando atrás apenas da Índia (OMS)1. Quando analisada por regiões, a distribuição geográfi=
ca da
doença no país apresenta padrões desiguais, com uma alta concentração de ca=
sos
novos nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste quando comparadas às regiõ=
es
Sul e Sudeste2. Nas Américas=
, foram
detectados 20.957 novos casos de hanseníase, com taxa de detecção de
3,08/100.000 habitantes, sendo 28.660 casos novos notificados no Brasil,
representando 93% dos registros de casos da doença em 2018. O Ceará identif=
icou
1.691 casos novos de hanseníase em 2018, com taxa de detecção de 18,63 casos
novos por 100.000 habitantes, considerada alta pelos parâmetros da OMS=
3.
No período de 2008 a 2019 foram notificados 23.622 casos novos da do=
ença
no estado do Ceará, sendo 1.292 em menores de 15 anos. Houve significativa
redução na taxa de detecção geral de hanseníase (43,6%), passando de
30,5/100.000 habitantes em 2008 para 17,2/100.000 habitantes em 20193,=
4.
Esses
dados apontam a necessidade de continuar com uma atuação efetiva e programa=
da
dos profissionais de saúde, especialmente enfermeiros da atenção primária à
saúde de áreas endêmicas. Entretanto, são relatadas dificuldades pelos
profissionais que são protagonistas nas ações para um enfrentamento mais ef=
icaz,
possível por meio da detecção precoce e do controle da doença.
A Ate=
nção
Primária à Saúde no Brasil está ancorada na atuação da Estratégia Saúde da
Família, que possui um papel fundamental no controle da hanseníase,
desenvolvendo ações e atividades para seu alcance, além de ser imprescindív=
el
para a reorientação do modelo assistencial e para a consolidação das diretr=
izes
do Sistema Único de Saúde5. Ressalta-se a importância da atuação=
dos
profissionais que compõem essa Estratégia, principalmente, médicos e
enfermeiros, que devem estar atentos para realizar ações que quebrem a cade=
ia
de transmissão da doença, favorecendo a detecção precoce de sinais e sintom=
as e
o fortalecimento da cobertura dos exames de contatos6.
Acerca
dos sinais e sintomas, as consequências clínicas da hanseníase não atingem
somente a pele, suas manifestações envolvem desde as manchas hipocrômicas,
acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade, até o
comprometimento de nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféric=
os
(localizados na face, pescoço, terço médio do braço e abaixo do cotovelo e =
dos
joelhos), olhos e órgãos internos (mucosas, testículos, ossos, baço, fígado
etc.), podendo acarretar à pessoa acometida deficiências e incapacitações
incontornáveis pelo resto da vida7.
O
controle da doença está centrado na detecção precoce das manifestações
clínicas, no tratamento instituído de forma correta e na identificação de
contatos suscetíveis. Um indicador sensível da transmissão da doença é o di=
agnóstico
em crianças8. Todas essas ações podem ser executadas na atenção
primária à saúde pelo enfermeiro. Portanto, o enfermeiro tem papel
imprescindível no monitoramento da doença quando realiza assistência ao
paciente com suspeita ou diagnóstico confirmado da doença, porém, a manuten=
ção
de situações de endemia da doença em algumas regiões suscita o questionamen=
to
acerca da efetividade da ação desses profissionais. Em virtude disso,
pretende-se responder a seguinte pergunta: quais as dificuldades enfrentadas
pelos enfermeiros no manejo dos pacientes com hanseníase?
Conhe=
cer
a realidade de quem lida com o desafio diário da doença pode melhor subsidi=
ar a
prática profissional e a tomada de decisão nas dificuldades para o
enfrentamento dessa problemática. Diante do exposto, a pesquisa tem por
objetivo conhecer as dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros no manejo d=
os
pacientes com hanseníase. Esse conteúdo contribuirá para o desenvolvimento =
da
assistência de enfermagem com maiores informações para os profissionais que
atuam ou vão atuar no atendimento aos pacientes acometidos pela hanseníase,=
que
monitoram e trabalham no controle do avanço dessa enfermidade.
MÉTODO
O estudo, do tipo exploratório, com abordagem
qualitativa de caráter descritivo, foi realizado com os enfermeiros da Aten=
ção
Primária à Saúde (APS) de um município de pequeno porte da região endêmica =
do
Cariri, sul do Ceará, Brasil.
O cenário do estudo constituiu-se de nove equip=
es da
Estratégia Saúde da Família (ESF), sendo duas da zona urbana e sete da zona
rural que correspondem à frente local responsável pelas atividades do Progr=
ama
de Controle da Hanseníase em nível de APS. Os participantes da pesquisa for=
am
nove enfermeiros que atuam na ESF do referido município. Foram adotados os
seguintes critérios de inclusão: ter realizado acompanhamento de pelo menos=
um
paciente com hanseníase até alta por cura e ser enfermeiro da ESF há mais d=
e um
ano. Já os critérios de exclusão adotados foram: ausência de casos notifica=
dos
de hanseníase no território de abrangência da equipe que o enfermeiro atua =
e ter
vínculos temporários. A coleta de dados foi realizada durante os meses de
agosto a setembro de 2015.
O instrumento adotado foi um roteiro de entrevi=
sta
semiestruturada, sendo utilizado gravador digital e, posteriormente, feito
transcrição e digitação das falas. Antecedendo a entrevista, foi realizada a
leitura e assinatura da autorização individual do Termo de Consentimento Li=
vre
e Esclarecido (TCLE). É importante esclarecer que, para zelar pela identida=
de
dos participantes, foram utilizados códigos como a letra E (Enfermeiro) e
números de identificação 1, 2... 9.
Empregou-se=
a
técnica de análise de conteúdo temática a qual é dividida em três etapas:
pré-análise, que corresponde à escolha do material a ser utilizado; explora=
ção
do material, que consiste na operação de codificação; tratamento dos result=
ados
obtidos e interpretação, que coloca em relevo as informações obtidas, propõe
inferências e realiza interpretações previstas no seu quadro teórico9<=
/sup>.
Na análise =
de
conteúdo temático dos dados emergiram três categorias, a saber: dificuldades
elencadas na realização do exame dermatoneurológico pelos enfermeiros da ES=
F; intercorrências no atendimento ao pacie=
nte
com hanseníase; detecção precoce ve=
rsus
educação permanente. O projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Étic=
a em
Pesquisa da Universidade Regional do Cariri, obtendo parecer favorável
(protocolo nº 705.008).
RESUL=
TADOS
E DISCUSSÃO
O estudo foi composto por nove enfermeiros da E=
SF.
Em relação ao perfil dos entrevistados, a faixa etária situou-se entre 24 e=
34
anos, configurando-se adultos jovens em atuação. Em relação ao sexo, foi
possível observar que 90% eram compostos pelo sexo feminino. O tempo de
trabalho foi superior a dois anos de experiência em ESF para todos os
entrevistados. No tocante à titulação, 100% dos participantes possuíam
pós-graduação latu senso, porém=
a
área de especialização foi variada, sendo que apenas um entrevistado possuía
formação especializada em saúde da família. A seguir, são apresentados os
trechos das entrevistas que contemplam as três categorias e a discussão com=
a
literatura pertinente.
Dific=
uldades
elencadas na realização do exame dermatoneurológico pelos enfermeiros da ES=
F
A ESF é desenvolvida em unidades básicas que at=
uam
na sua área de concentração que abrangem todo o território ao qual fazem pa=
rte.
Tais unidades devem dispor de uma estrutura física e recursos adequados par=
a o
desenvolvimento das atividades inerentes aos serviços ofertados sem prejuíz=
o ao
atendimento, a fim de oferecer uma assistência acessível e de qualidade.
Ainda, essas unidades devem ser providas de loc=
al
reservado e silencioso com materiais específicos que auxiliem os profission=
ais
no desempenho de suas atividades de acordo com sua área. No tocante ao
atendimento de pacientes com hanseníase, exemplos de tais materiais são: fio
dental sem sabor com cera; tabela de Snellen;
régua; lanterna clínica; canetas de várias cores; tubos de ensaios; chumaço=
de
algodão; alfinete; monofilamentos/estesiômetros. Esses materiais são utiliz=
ados
para realizar o exame dermatoneurológico que consiste em avaliar a
sensibilidade da córnea, acuidade visual e as sensibilidades térmica, dolor=
osa
e tátil10.
A ausência desses materiais dificulta os proces=
sos
de diagnóstico clínico realizado pelo médico e o monitoramento realizado pe=
la
equipe. No caso da enfermagem, a enfermeira avalia e registra o grau de
incapacidade física em prontuários e formulários, no diagnóstico e no acomp=
anhamento
dos pacientes com hanseníase, como também realiza o exame dermatoneurológic=
o em
todos os contatos intradomiciliares dos casos novos.
A
conquista da confiança do paciente com hanseníase é papel de todos da equip=
e,
que devem se empenhar em fortalecer o vínculo. O enfermeiro, em especial, u=
sa o
momento da consulta de enfermagem para realizar essa aproximação sabiamente=
. A
utilização de técnicas pelos entrevistados vem aprimorando esse contato por
meio de estratégias especiais, de conhecimentos particularizados, de dispon=
ibilidade
de tempo e de alguns materiais específicos. A OMS, quando lançou a Estratég=
ia
Global 2016-2020, teve como um dos focos as recomendações operacionais
estratégicas visando reduzir as incapacidades físicas desenvolvidas pela
detecção tardia da hanseníase1.
Quand=
o os
enfermeiros foram indagados quanto à realização da prevenção de incapacidad=
es,
as respostas referiram-se à ausência de materiais específicos para o exame
dermatoneurológico. Ainda, foi possível identificar, segundo os relatos, o =
quão
imprescindível é a disponibilidade de um local silencioso e com equipamentos
específicos ao atendimento do paciente com hanseníase.
[...] um dos desafios encontr=
ados
é a realização dos testes de sensibilidade, pois nas unidades não temos o
estesiômetro, o qual é um dos recursos materiais que não está disponível [.=
..] (E2)
[...] os desafios enfrentados=
são
relacionados aos instrumentos pra fazer o exame físico e os monofilamentos =
que
a unidade básica não possui, além dos tubos de ensaio para fazer os testes =
de
sensibilidade térmica, ou qualquer outro material que possa ser utilizado p=
ara
essa finalidade [...] (E4)
=
Foi
possível perceber que a falta de material impossibilita a realização comple=
ta e
precisa de todos os itens dos testes de sensibilidade. A referida avaliação
possui um papel importante logo após o diagnóstico médico e durante todo o
período de tratamento atentando para um acompanhamento efetivo de prevenção=
das
lesões dos nervos periféricos10. A detecção precoce dos distúrbi=
os
da função nervosa possibilita uma oportuna intervenção da equipe médica a f=
im
de evitar uma perda progressiva e permanente da funcionalidade do nervo
afetado. O poder incapacitante da hanseníase tem desdobramentos de natureza
econômica, social e psicológica. Saliente-se que a doença incapacitante int=
erfere
na capacidade produtiva, na qualidade de vida e na vida social do indivíduo,
contribuindo para traumas psicológicos e para perdas econômicas.
O exa=
me
realizado para testar a sensibilidade cutânea com os monofilamentos de Semmes-Weinstein tem-se apresentad=
o de
fácil execução e confiável quanto aos resultados. A utilização clínica
rotineira do estesiômetro confere maior precisão ao teste, ao monitoramento=
da
evolução da lesão nervosa periférica e à quantificação do grau de perda
sensitiva em consequência da hanseníase5.
No
tocante a doenças transmissíveis, a hanseníase configura-se uma das maiores
causadoras de neuropatia periférica e incapacidades em todo mundo10.
E vale destacar que esta é uma das principais causas de incapacidades que
podiam ser evitadas a nível mundial11.
Neste
contexto, a realização do exame dermatoneurológico desempenha de maneira
simples uma avaliação neurológica atual e padronizada dos testes de
sensibilidade, da força muscular e da palpação dos nervos periféricos,
permitindo acompanhamento monitorizado, registro e intercâmbio de dados12.
A disponibilização de formulário para roteiro e periocidade pré-determinada
como no ato diagnóstico, na apresentação de queixas, no decorrer do tratame=
nto
em intervalos de no máximo um ano e na alta por cura13.
Inter=
corrências
no atendimento ao paciente com hanseníase
A hanseníase tem cura e dispõe de tratamento
gratuito pelo SUS. O tratamento compreende terapia específica para eliminar=
o
bacilo do organismo do paciente acometido,
evitando complicações imunológicas e deformidades físicas incapacitantes. A
equipe de saúde responsável atua desenvolvendo ações de promoção da saúde,
prevenção de agravos e reabilitação psicossocial. Além disso, deve ser
realizada a notificação compulsória à autoridade de saúde responsável e toda
evolução do tratamento informada14.
A jornada terapêutica da hanseníase tem um longo
período, podendo se estender por vários meses. Durante esse período de
tratamento, podem surgir intercorrências, advindas da medicação, do estado
imunológico do paciente e da própria doença em si. O processo de adoecer pa=
ra o
portador de hanseníase abrange aspectos complexos como a falta de conhecime=
nto
ou ideias antigas e preconceituosas relacionadas a questões sociais, cultur=
ais,
biológicas e emocionais15.
Outro
agravante da doença é representado pela ocorrência de surtos reacionais ao
longo do tratamento, nos quais episódios inflamatórios se intercalam no cur=
so
crônico da hanseníase, podendo ser mais agressivos ou não. Os in=
divíduos
ficam sujeitos à ocorrência de quadros reacionais antes, durante ou após o
tratamento da doença, atingindo aproximadamente 25 a 30% dos indivíduos16.
As interferências relatadas mais adiante pelos participantes foram variadas,
sendo importante observar a ocorrência corriqueira delas na rotina de quem
trabalha com esse tipo de paciente.
[.=
..]
outras pessoas têm reações hansênicas tipo I e II, concomitante com o
aparecimento de novas lesões, diminuição da força muscular, alterações de
sensibilidade das pernas essas são intercorrências que interferem num bom
prognóstico da doença (E1).
O que ocorre mais são queixas relacionadas aos
efeitos colaterais devido à medicação e com pouca frequência eventos advers=
os. Ah! Teve um paciente que desenvolv=
eu
quadro com fenômeno de Lúcio segundo o relatório médico (E6).
[.=
..] na
maioria das vezes o que a gente vê é reação tipo I. Então, o paciente receb=
e o
tratamento e a gente consegue controlar esse paciente [...] (E3).
Quando o tratamento dos episódios reacionais é
iniciado precocemente e realizado de forma adequada, reduz-se o dano neural=
em
até 60%, sendo imprescindível, portanto, que os profissionais de saúde tenh=
am
experiência e subsídios que facilitem a identificação, o diagnóstico e o
tratamento desses quadros reacionais, prevenindo a ocorrência de incapacida=
des
físicas16. Ainda, o relato muito enriquecedor citando um estado
reacional raro conhecido como fenômeno de Lúcio mostra como é imprescindível
essa discussão. Em 2021, um estudo de caso publicado no The New England Journal of Medicine apontou que o desenvolvimen=
to
de lesões cutâneas necrosantes graves em pacientes com hanseníase
caracterizava-se como fenômeno de Lúcio, que é um quadro clínico incomum
[...] às vezes o paciente faz uso de álcool, e =
por
o tratamento ser prolongado ele não tem muita adesão ao tratamento, assim o
profissional tem que ficar estimulando direto, sempre em interação com a eq=
uipe
para criar vínculo e conseguir o retorno frequente [...] questão de
intercorrência só quando ele não for à unidade, registrando a falta; na que=
stão
dos faltosos a agente de saúde vai à casa do paciente saber por que ele não
compareceu a unidade (E5).
A =
busca
dos faltosos bem como dos contatos é outra dificuldade, pois muitas vezes e=
les
não comparecem [...] falta do transporte para buscar os pacientes e a
supervisão da dose dos pacientes acamados (E2).
Todos=
os
pacientes com hanseníase passaram pela fase de comunicantes, portanto, são
considerados de extrema importância epidemiológica em termos de endemia e
passam a se tornar um grupo de risco suscetível do ponto de vista da cadeia=
do
processo infeccioso18. Ademais, o acompanhamento deve ser realiz=
ado
ambulatoriamente na rede de serviço público, onde o doente deve comparecer =
para
consulta médica e de enfermagem, receber a dose supervisionada do tratamento
PQT e realizar a avaliação de Prevenção de Incapacidades18.
É
importante reconhecer que as neuropatias constituem a base de desenvolvimen=
to
de deficiências. Daí o diagnóstico precoce e o tratamento imediato serem mu=
ito
importantes para impedir o processo de lesão nervosa, além de ser a interve=
nção
mais essencial na prevenção e na limitação das deficiências. No entanto,
deformidades e deficiências ocorrem na fase crônica da doença, devido à
fraqueza e ao desgaste dos músculos inervados pelos nervos afetados, como p=
or exemplo,
mão em garra devido ao nervo ulnar ou pé caído devido à lesão do nervo fibu=
lar;
outras ocorrências são queimaduras despercebidas, bolhas ou úlceras trófica=
s; no
caso das úlceras tróficas, podem ocorrer na planta do pé, mãos e dedos devi=
do à
perda da sensação de dor; absorção de dedos e dedos dos pés vistos nos está=
gios
finais da doença19.
Outra
questão relevante é a vulnerabilidade em que os pacientes e seus contatos e=
stão
inseridos na grande realidade social do Brasil. Em estudo realizado em
Rondonópolis-MT, Brasil, foi constatado que a maioria dos contatos possui b=
aixa
renda e, apesar de boas condições de saneamento nas residências, grande par=
te
possui fossa rudimentar, evidenciando um índice elevado de vulnerabilidade
social20.
Detec=
ção
precoce versus educação permane=
nte
A
hanseníase é conhecida por ser uma doença que tem seu diagnóstico baseado na
clínica. Contudo, o diagnóstico clínico ou até a identificação de sinais e
sintomas resulta da experiência teórica e prática oriunda da vivência do
profissional com os pacientes, com ênfase em cursos de educação continuada e
práticas desenvolvidas em treinamentos e congressos.
Os profissionais enfermeiros sentem, muitas vez=
es,
a necessidade de um centro de referência onde o paciente poderia dispor do
serviço de média e alta complexidade fundamental ao longo do tratamento.
Apesar de o pessoal dizer que hanseníase é uma
doença fácil de ser diagnosticada e fácil de ser tratada, não concordo com
isso! É muito complexo, às vezes, ao realizar o exame físico no paciente nos
deparamos com uma mancha com características da doença, porém acaba não se
confirmando, realmente, difícil de diagnosticar porque têm que levar em
consideração o nível cultural do paciente, às vezes, eles vão tão ansiosos
achando que é hanseníase que eles mesmos sentindo dizem que não sentem (E5).
Nós não temos centro de referência para referen=
ciar
os portadores de hanseníase que têm uma gravidade maior e precisa de um aco=
mpanhamento
mais específico (E1).
=
[.=
..] e
também a referência de pacientes na ocorrência de reação hansênica, pois não
dispomos de um centro de referência (E2).
Os centros de referência possuem uma imagem de
fundamental e potencial geradores de novos conhecimentos a fim de melhorar =
as
condições de vida dos pacientes, pois desenvolvem ações de assistência,
pesquisa e extensão21. No Ceará, existe um centro de referência
nacional, localizado em Fortaleza, porém a distância para a região endêmica
investigada impede que casos mais complexos sejam referenciados.
Essa
realidade corresponde a uma orientação nacional das últimas duas décadas, p=
ois o
País tem realizado grandes esforços para introduzir a avaliação e a prevenç=
ão
de incapacidades físicas, juntamente com a descentralização das atividades =
de
controle da hanseníase na APS, almejando sempre o diagnóstico precoce2=
2.
Ainda=
, o
Programa Nacional de Controle da Hanseníase vem modificando seu perfil a pa=
rtir
da adesão a novas medidas tecnológicas em saúde e incorporação de diretrizes
difundidas mundialmente21. Embora, teoricamente, as ações de
controle da hanseníase sejam implementadas em toda a rede de serviços públi=
cos
de saúde, a detecção passiva dos casos ainda é relatada como dificuldade
evidenciada23.
A
eliminação e o controle da hanseníase no País, enquanto questão imprescindí=
vel
de saúde pública, direcionam todas as ações estratégicas para o aumento da
detecção precoce e para alta por cura dos casos diagnosticados5.=
Outro
fator importante é a educação permanente, recentemente, tida como método ma=
is
utilizado pelos gestores para manter os profissionais atualizados e treinad=
os
sobre os temas inerentes a sua área de atuação com foco na resolução de
problemas de saúde. A citada educação permanente é utilizada para processos=
de
aprendizagem no trabalho com foco no êxito do programa como quesito técnico
institucionalizado, valendo-se como ferramenta básica para o bom desempenho=
de
qualquer profissional da assistência23. Os relatos que se seguem
evidenciam ausência dessa rotina:
A hanseníase é um tema que no momento com relaç=
ão
ao município atual eu não fiz nenhum curso ainda, mas como eu já trabalhei =
em
outras cidades e também no tempo da academia fiz diversos cursos de abordag=
em
ao portador de hanseníase e tratamento, porém ofertado pelo município não f=
iz
nenhum. Fui convidado pela coordenação do município para participar de um c=
urso
que irá acontecer em breve e já confirmei minha presença (E1).
Em relação à parte prática e científica eu tamb=
ém
acho relevante a questão de treinamento, educação continuada para está sempre assim renovando os
conhecimentos aprendendo técnicas porque assim às vezes tem curso de
capacitação, mas vai uma ou outra pessoa nunca vai todo mundo então uns aca=
bam
se beneficiando e outros não; aí com relação à hanseníase eu nunca fui nenh=
um
tipo de treinamento. Aí tenho dificuldade nesse sentido, só que assim, o bom
daqui é que a gente, o fisioterapeuta que a gente pode referenciar essa par=
te
de reações de exame físico, ele faz. Aí diminui nesse sentido (E4).
O
desempenho de papéis como a capacidade de julgamento clínico e a tomada de
decisão do enfermeiro dependem do seu conhecimento teórico, experiência e
aprimoramento continuado24. Assim, as equipes de ESF devem estar
capacitadas de acordo com as necessidades do serviço e inseridas no contexto
dos princípios do Sistema Único de Saúde25.
Um es=
tudo
apontou que o protagonismo assumido pelo profissional enfermeiro no
envolvimento das ações de prevenção e controle realizadas pela equipe de sa=
úde
na ESF proporcionou um aumento nos casos diagnosticados e tratados26=
sup>.
Vale
destacar que, para os profissionais entrevistados, é de fundamental importâ=
ncia
o fortalecimento da educação permanente, sendo de grande utilidade para
realizar uma assistência qualidade ao paciente. No entanto, o programa func=
iona
com a liberação de poucos profissionais para participar dos treinamentos
gerando um sentimento de insatisfação pelos não contemplados. Essa realidade
mudou de forma parcial com a oferta de cursos online, especialmente pelo go=
verno
estadual, como forma de suprir a carência identificada. Porém, a ausência de
módulos práticos e a discussão de realidades próprias de cada município pod=
em
ser prejudiciais para a capacitação continuada desses profissionais.
CONSI=
DERAÇÕES
FINAIS
Diante
dos resultados obtidos pelo presente estudo, foi possível conhecer as
dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros da ESF no tocante ao manejo dos
pacientes com hanseníase. Dentre elas, vale destacar a falta de materiais
específicos para realização dos testes dermatoneurológicos que dão suporte à
detecção precoce, sendo assim, é válido apontar uma deficiência da gestão na
inobservância à prioridade no controle da hanseníase em não fornecer
instrumentos básicos para um atendimento adequado e eficiente.
Ainda=
, o
preconceito e o estigma da hanseníase se fazem presentes nos dias atuais e
precisa de investimento em tempo e em tecnologias educativas voltadas para a
população. Torna-se um agravante a falta de conhecimento da população sobre=
a
hanseníase o que vem a contribuir para reforçar essas duas vertentes.
A
detecção precoce é aceita como uma forma de quebrar a cadeia de transmissão
mais rápida e prevenir incapacidades físicas. No entanto, apesar da hansení=
ase
ser uma doença de diagnóstico médico com base na clínica apresentada pelo
paciente, a sua captação pelos sinais e sintomas exige uma experiência prát=
ica
desenvolvida com a doença pelos profissionais para atingirem um nível de
segurança para uma abordagem eficaz.
A
educação permanente é uma ferramenta auxiliar, sempre presente, utilizada p=
ara
atualizar e aprimorar os conhecimentos dos profissionais da ESF, sendo tamb=
ém uma
alternativa para suprir as lacunas no que se refere ao conhecimento dos
profissionais sobre a hanseníase.
Nesse contexto, o estudo contribuiu ao apontar =
as
dificuldades que impedem o aprimoramento do conhecimento sobre o manejo da =
hanseníase
por enfermeiros que trabalham na ESF. Pode ser citada, como limitação do es=
tudo,
a amostra selecionada em um único município endêmico, o que impede a
generalização dos achados. Além disso, evidencia-se a necessidade de mais
estudos com profissionais de diferentes regiões do país com quadro endêmico
para reforçar os discursos dos enfermeiros no que tange ao enfrentamento das
dificuldades bem como o fortalecimento das ações de controle da hanseníase.=
REFERÊNCIAS
1.World Health Organization (WHO). Global Lepro=
sy
Strategy 2016-2020: Accelerating towards a leprosy-free world; [Internet]. =
2016
[acesso em 05 jan 2021]. Disponível em: http://apps.searo.who.int/PDS_DOCS/=
B5233.pdf
=
2.Basso MEM, Andrade RF, Ferrreira SRL. Tendênc=
ia
dos indicadores epidemiológicos da hanseníase em um estado endêmico da regi=
ão
amazônica. Rev Gaúcha Enferm.[Internet] 2021[acesso em 19 jun
2021];42:e20190520. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnf=
ermagem/article/view/111387/60624
=
3.Secretaria da Saúde do Estado do Ceará. Situa=
ção
epidemiológica da hanseníase. Informe Epidemiológico Hanseníase. [Internet].
2021[acesso em 19 mai 2021]. Disponível em: https://www.saude.ce.gov.br/wp-=
content/uploads/sites/9/2018/06/boletim_epidemiologico_hanseniase_20211901_=
v2.pdf
4.Pereira TM, Silva LMS, Dias MSA, Monteiro LD,
Silva MRF, Alencar OM. Tendência temporal da hanseníase em região de alta
endemicidade do Nordeste brasileiro. Rev Bras Enferm [Internet]. 2019 [aces=
so
em 17 abr 2021] 72(5):1424-30.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/reben/a/RFcgSg3mFSmKvDk7sq9TqLt/?format=3Dpdf&l=
ang=3Dpt.
5.Ministério da Saúde (BR). Guia prático sobre a
hanseníase [internet]. 1. ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2017[aces=
so
em 16 jun 2021]. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/novembro/22/Gui=
a-Pratico-de-Hanseniase-WEB.pdf
6. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para
vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde públi=
ca,
manual técnico-operacional [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2016
[acesso em 10 jun 2021]. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/=
images/pdf/2016/fevereiro/04/diretrizes-eliminacao-hanseniase
4fev16-web.pdf
7.Sous=
a GS,
Silva RLF, Xavier MB. Hanseníase e Atenção Primária à Saúde: uma avaliação =
de
estrutura do programa. Saúde em debate [Internet]. 2017[acesso em 15 jun 20=
21];
41: 230-242. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/GbTRqtP9FmyTqxCSmVkLrZG/?lang=3Dpt&am=
p;format=3Dpdf.
8.Cos= ta AKAN, Pfrimer IAH, Menezes AMF, Nascimento LB, Carmo Filho JR. Aspectos clínicos e epidemiológicos da hanseníase. Rev enferm UFPE on line. 2019 [ac= esso em 29 mai 2021]; 13(1):353-62. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/236224.<= o:p>
9.Bardin L. Análise de Conteúdo. 1ª ed. Lisboa: Almedina; 2011=
[acesso em 28 out 2020]. 280 =
p.
10.Mi=
nistério
da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básic=
a.
Cadernos de Atenção Básica, nº 21, Vigilância em Saúde: Dengue,
Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose[Internet]. 2. e=
d.
Revisada. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2008[acesso em 04 abr 2021].
Disponível em:
http:=
//vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/download/cadernos-de-atencao-basica-=
no-21-vigilancia-em-saude-dengue-esquistossomose-hanseniase-malaria-tracoma=
-e-tuberculose/
11.Fa=
ria
L, Calábria LK. Aspectos históricos e epidemiológicos da hanseníase em Minas
Gerais. Rev Med Saude Brasilia [Internet]. 2018 [acesso em 23 abr 2021]; 06=
(3).
Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/rmsbr/article/view/8394.
12.So=
uza
CDF de, Fernandes TRM de O, Matos TS, Ribeiro Filho JM, Almeida GKA de, Lima
JCB, et al. Grau de incapacidade física na população idosa afetada pela
hanseníase no estado da Bahia, Brasil. Acta Fisiátr. [Internet]. 2017 [aces=
so
em 19 jun 2021]; 24(1). Disponível em:
http://dx.doi.org/10.5935/0104-7795.20170006.
13.Du=
arte
MTC, Ayres JA, Simonetti JP. Consulta de enfermagem ao portador de Hansenía=
se:
proposta de um instrumento para aplicação do processo de enfermagem. Rev Br=
as
Enferm [Internet]. 2008[acesso em 27 abr 2021]; 61(esp): 767-73. Disponível=
em: https://www.redalyc.org/pdf/2=
670/267019602019.pdf.
14.Sa=
ntos
AR, Ignotti E. Prevenção de incapacidades física por hanseníase no Brasil:
análise histórica. Ciência & Saúde Coletiva [Internet]. 2020 [acesso em=
6
jun 2021]; 25(10): 3731-3744. Disponível em:
http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/prevencao-de-incapacidade-f=
isica-por-hanseniase-no-brasil-analise-historica/17077?id=3D17077&id=3D=
17077.
15.Silva Júnior GB, Daher EF, Pires Neto RJ,
Pereira EDB, Meneses GC, Araújo SMHA, et al. Lepro=
sy
nephropathy: a review of clinical and histopathological features. Rev. Inst.
Med. Trop.=
São
Paulo [Internet]. 2015 [acesso em 10 jun 2021]; 57(1): 15-20. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rimtsp/v57n1/0036-4665-rimtsp-57-01-15.pdf.
16.Sangi KCC, Miranda LF, Spindola T, Leão AMM.
Hanseníase e Estado Reacional: História de vida de pessoas acometidas. Rev
enferm UERJ [Internet]. 2009[acesso em 19 mai 2021]; 17: 209-14. Disponível=
em: https://pesquisa.bvsalud.org/=
portal/resource/pt/lil-528341
17. Tajalli M, Wambier CG. Lucio’s phenomenon. N
Engl J Med [Internet]. 2021[acesso em 08 jun 2021]; 384(17): 1646. Disponív=
el
em: doi: 10.1056/NEJMicm2025081.
PMID: 33913641.
18. Vieira CSCA, Soares MT, Ribeiro CTSX, Silva LFG. Avaliação e control=
e de
contatos faltosos de doentes com Hanseníase. Rev Bras Enferm [Internet]. 20=
08
[acesso em 16 fev 2021];61(esp):682-8. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=3DS003471672008000700005&script=3Ds=
ci_arttext.
19.Khadilkar SV, Patil SB, Shetty VP. Neuropath=
ies
of leprosy. J. Neurol. Sci. [Internet]. 2021 [acesso em 10 jun 2021];420:1-=
9.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33360424/.
20. Santos DA da, Santos S, Ribeiro N, Goulart L, Mattos M, Ribeiro L,
Olinda R. Vigilância de Contatos Domiciliares de Usuários com Hanseníase
Menores de Quinze Anos em Município Hiperendêmico. REAID [Internet]. 2021
[acesso em 23 jun 2021];95(34):e-21027. Disponível em: https://revistaenfer=
magematual.com/index.php/revista/article/view/831
21. Oliveira MLW. Desafios para a efetividade das ações de controle da
hanseníase. Cad Saúde Coletiva [Internet]. 2012 [acesso em 22 jun
2021];16(2):141-5. Disponível em: http://www.nesc.ufrj.br/cadernos/images/c=
sc/2008_2/artigos/CSC_IESC_2008-2_editorial.pdf
22. Ferreira IN. A hanseníase no contexto das doenças negligenciadas. In:
Alves ED, Ferreira IN, Ferreira TL, organizadores. Hanseníase avanços e
desafios [Internet]. Brasília: NESPROM; 2014 [acesso em 17 mai 2021]. p. 41=
-3.
Disponível em: http://www.morhan.org.br/views/upload/hanseniaseavancoes.pdf=
23.Brito KKG, Santana EMF, Andrade SSC, Peixoto=
VB,
Nogueira JA, Soares MJGO. Análise epidemiológica da hanseníase em um estado
endêmico do nordeste brasileiro. Rev Gaúcha Enferm. [Internet]. 2015 [acess=
o em
04 jun 2021]; 36: 24-30. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rgenf/a/8qT=
p7t5k5ZwshmmrXfzPYHb/?format=3Dpdf&lang=3Dpt
24.Ministério da Saúde (BR). Secretaria de
Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico Hanseníase, verminoses e tracoma
têm cura: a experiência de uma campanha integrada [Internet]. 2016 [acessad=
o em
12 jan 2021]; 47(21): 1-10. Disponível em:
http://portalms.saude.gov.br/boletins-epidemiologicos
25.Oliveira KS de, Arcoverde MAM, Deschutter JH,
Silva AJ da, Zilly A, Silva Sobrinho RA da. Hanseníase em países fronteiriç=
os
na América do Sul: um estudo ecológico. Cogitare enferm. [Internet]. 2019
[acesso em 17 jun 2021]; 24. Disponível em: http://dx.do=
i.org/10.5380/ce.v24i0.64917.
26.Pinheiro JJG, Gomes SCS, Aquino DMC, Caldas =
AJM.
Aptidões cognitivas e atitudinais do enfermeiro da atenção básica no contro=
le
da hanseníase. Rev. baiana enferm. [Internet]. 2017 [acesso em 27 mai 2021];
31(2):e17257. Disponível em:
https://periodicos.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/17257/14517.=
span>
Autor correspondente
Ana Alinne Gomes da Penha. Endereço: Rua Antônio Fernandes Lima, Cen=
tro,
Farias Brito, Ceará, 63185-000. Telefone: (88) 35441131. E-mail:
anaalinne.nurse@gmail.com
Submissão:=
2021-06-24
Aprovado: 2021-10-04
[1]=
Enfermeira.
Especialista em Saúde da Família. Universidade Regional do Cariri (URCA).
Crato, Ceará, Brasil. E-mail: =
anaalinne.nurse@gmail.com
ORCID: https://orc=
id.org/0000-0001-9253--1199
[2]=
Enfermeira.
Mestranda em Enfermagem. Universidade Regional do Cariri (URCA). Crato, Cea=
rá,
Brasil. E-mail: jessicalim=
asoares92@gmail.com.br
ORCID: https://orci=
d.org/0000-0003-4247-8822
[3]=
Enfermeira. =
Mestre
em Saúde da Família. Universidade Regional do Cariri (URCA). Crato, Ceará,
Brasil. E-mail: fernandamsmv@gmai=
l.com
ORCID: https://orcid.org/=
0000-0002-0504-9896
[4]=
Enfermeira. =
Mestre
em Enfermagem. Universidade Regional do Cariri (URCA). Crato, Ceará, Brasil.
E-mail: dbrhalbuquerque@gmail.=
com
ORCID: https://orcid.org/=
0000-0002-2823-8681
[5]=
Enfermeira.
Doutoranda em Ciências da Saúde. Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), São
Paulo, Brasil. E-mail: rpetrola@ya=
hoo.com.br
ORCID: https://orcid.org/=
0000-0003-0626-232X
[6]= Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Universidade Federal do Ceará (UFC). Fortaleza, Cear= á, Brasil. E-mail: huanacarolina= @yahoo.com.br ORCID: http://orcid.= org/0000-0001-6435-1457
= =