MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01D7AE66.B6F648D0" Este documento é uma Página da Web de Arquivo Único, também conhecido como Arquivo Web. Se você estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor não oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que ofereça suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01D7AE66.B6F648D0 Content-Location: file:///C:/ACF69E54/1213-Textodoartigo-HTMLPT.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="windows-1252"
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA GESTÃO DE RECUR=
SOS
MATERIAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
THE NURS=
E'S
ACTIVITIES IN THE MANAGEMENT OF MATERIAL RESOURCES IN PRIMARY HEALTH CARE=
span>
Jéssica de Jesus Ferreira[1]
* Beatriz
Francisco Farah[2]
* Herica Silva Dutra[3]
* Maria Tereza Ramos Bahia[4]
* Nádia Fontoura Sanhudo[5]
* Meirieli Faza Fra=
nco[6]
RESUMO
Objetivo: compreender como enfermeiros supervisores da Atenção
Primária à Saúde realizam a gestão dos recursos materiais. Método: abordagem
qualitativa, tipo estudo de caso, com 13 enfermeiros supervisores e/ou
assistenciais, que responderam a entrevista semiestruturada. Resultados: a
gestão dos recursos materiais foi entendida de maneira diversificada pelos
enfermeiros mencionando etapas isoladas de previsão e provisão; controle, o=
rganização
e gestão dos recursos materiais; sendo realizadas de forma incompleta. É
parametrizada pelo nível central sem prever o estoque de segurança e dividi=
da
em duas etapas: previsão e controle de estoque. Fatores desafiadores: estru=
tura
física das unidades, interrupções frequentes no intervalo entre a solicitaç=
ão e
a entrega dos materiais. Potencialidades: integração da equipe multidiscipl=
inar,
comunicação entre os supervisores por meio de redes sociais. Conclusão: a
racionalização e a gestão dos recursos materiais eficiente e eficaz são
necessárias, pois contribuirão para manutenção da continuidade da assistênc=
ia,
garantindo a qualidade.
Palavras-chave: Recursos Materiais em Saúde; Gestão de Materiais; Atenção Prim=
ária
à Saúde; Enfermagem; Ensino.
ABSTRACT
Objective=
: To understand how nurses
Keywords: Material =
Resources
in Health; Materials Management; Primary Health Care; Nursing; Teaching.
INTRODUÇÃO
Os custos nos serviços de saúde t=
êm
produzido um desequilíbrio nas contas, devido à grande demanda por serviços=
de
saúde e pouca oferta(1). Incorporação de tecnologias e
expansão das especialidades médicas e serviços têm elevado o valor despendi=
do
na saúde. Acrescido a estes fatores têm-se o envelhecimento populacional,
aumentando a demanda por cuidados de saúde(2), associado a carên=
cia
de profissionais qualificados, ausência de sistemas de controle de custos e
desperdícios a nível assistencial(1). Recursos humanos e medicamentos representam o maior=
custo
gerado pelos serviços de saúde, seguidos pelos recursos materiais e
equipamento, sendo que os materiais de consumo contribuem com 30% a =
40%
dos recursos necessários para a assistência à saúde(3). O gerenciamento de custos nas organizações de s=
aúde
tem por finalidade a redução de gastos, envolvendo a área administrativa e =
os
responsáveis por cada unidade, buscando integrar o conhecimento dos diversos
profissionais para a criação, efetivação e manutenção desse sistema(3)=
.
A gestão de
recursos materiais (GRM) propõe a otimização dos recursos por meio do
gerenciamento dos processos, desde a aquisição dos materiais até o controle=
de
estoque. Para uma gestão efetiva, eficiente e eficaz devem-se associar aspe=
ctos
de qualidade
e segurança ao uso raci=
onal
dos recursos e redução dos desperdícios(4).
Com o
envolvimento do enfermeiro na gestão e gerenciamento de custos e a existênc=
ia
de uma lacuna na produção científica, verifica-se a necessidade de investim=
ento
em pesquisas e atualização na área(5). A enfermagem atua no
gerenciamento de custos visando alcançar os objetivos da instituição e aten=
der
as necessidades daqueles que buscam o serviço(4).
A GRM tem sido desenvolvida
por meio de processos constituídos de etapas contínuas e dinâmicas(4),
contemplando as seguintes atividades
desenvolvidas: programação, que compreende as etapas de padronização,
classificação, especificação e previsão; compra, abrangendo os processos de
controle de qualidade e licitação; recepção; armazenamento dos materiais;
distribuição e controle.
A etapa de previsão e prov=
isão
nos serviços de saúde nem sempre é realizada conforme evidências científica=
s.
Consiste em levantar as necessidades, identificando a quantidade e a
especificidade de materiais para suprir a demanda específica de cada setor.=
A
cota mensal (CM) é calculada pela expressão matemática CM=3DCMM+ES(4)<=
/sup>.
O consumo médio mensal (CMM) deve ser avaliado pelo período mínimo de três
meses somando o estoque de segurança (ES).
O estoque de segurança é
calculado pela fórmula ES=3D 10 a 20% do CMM + CTR. Para o cálculo do consu=
mo
diário por tempo de reposição (CTR) faz-se a divisão do CMM por 30 dias e
multiplica-se pelo número de dias de espera pela reposição (N)(4).
A
realização da etapa de previsão e provisão sem critérios ou adoção parcial =
da
fórmula tem comprometido o funcionamento dos serviços e a assistência aos
usuários. Acredita-se que a realização de todos as etapas pelo enfermeiro
supervisor viabilize uma GRM eficiente com otimização dos recursos, evitand=
o desperdícios,
favorecendo uma assistência contínua e de qualidade(4).
Na Atenção
Primária à Saúde (APS) os enfermeiros supervisores de Unidades Básicas de S=
aúde
(UBS) são responsáveis por realizar as atividades assistenciais e administr=
ativas,
sendo a GRM uma delas(6). Na maioria das vezes, a GRM é limitada=
à
provisão de insumos e redução de custos, negligenciando a averiguação da qu=
alidade
dos mesmos(7).
A vivência das pesquisadoras na APS
permitiu observar a dificuldade que os supervisores das UBS demonstravam com
relação a GRM incluindo o armazenamento, administração da diversidade e
peculiaridade dos materiais utilizados, bem como fatores limitadores
enfrentados pela gestão da APS para a aquisição e distribuição destes(=
7).
Diante do exposto surgiu a necessidade=
de
refletir como estes materiais têm sido gerenciados na APS pelos enfermeiros
supervisores, sua percepção sobre como realizam esta atividade e quais fato=
res
potencializam e limitam sua atuação na GRM.
Traçou-se como objetivo compreender co=
mo
os enfermeiros supervisores da APS realizam a GRM e quais são os fatores
limitadores e potencializadores para o desenvolvimento da mesma.
MÉTODOS
Pesquisa de abordagem
qualitativa, tipo estudo de caso.
O
cenário do estudo foi um município do estado de Minas Gerais, Brasil. Este
município possui 63 UBS, das quais 41 tem implantada a Estratégia Saúde da
Família (ESF) e 22 o modelo tradicional de assistência à saúde. Dessas UBS,=
30
têm o enfermeiro como supervisor.
Os
participantes foram enfermeiros selecionados a partir da listagem do nível
central de UBS, por contato telefônico. Após o aceite de participar da
pesquisa, foi agendada entrevista individual na UBS do participante, confor=
me a
disponibilidade de cada profissional.
Foram
incluídos 13 enfermeiros que acumulavam as funções de supervisão e assistên=
cia
por no mínimo seis meses. Desses, 11 trabalhavam em UBS com ESF e duas no m=
odelo
tradicional.
Os critérios de exclusão foram aqueles que não puderam ser entrevistados no dia marcado pela pesquisadora em virtude de problemas pessoais ou do trabalho.<= o:p>
Para
a coleta de dados utilizou-se entrevista semiestruturada. As questões norte=
adoras
foram: como vem sendo realizada a GRM pelos enfermeiros nas UBS?=
Os
enfermeiros vêm realizando a previsão e provisão de recursos materiais
utilizando qual cálculo? As unidades estão providas de recursos materi=
ais
necessários para atender as necessidades do serviço e da população?<=
/span>
Os
dados foram coletados entre setembro a outubro de 2017, de forma individual=
, no
próprio local de trabalho do participante, em ambiente tranquilo e privativ=
o.
As entrevistas foram gravadas em áudio, e transcritas na íntegra totalizando
239 minutos e 35 segundos.
A
fim de preservar o anonimato dos entrevistados foi atribuído código
utilizando-se a letra “E” acrescida dos números sequenciais arábicos de E1 a
E13.
A
análise dos dados foi realizada por meio da Análise de Conteúdo, do tipo
Análise Temática.8
A pesquisa foi
encaminhada ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade
Federal de Juiz de Fora e aprovada com parecer de nº1.874.665 de 04/07/17.<=
/span>&nb=
sp;
Foi
possível observar a predominância do sexo feminino (84,6%) entre os
participantes. A idade variou entre 31 e 58 anos, o tempo de atuação
profissional entre oito e 32 anos. Todos possuíam pós-graduação, com
experiência profissional na APS entre dois e 32 anos e como supervisor de s=
eis
meses e 11 anos.
Emergiram
dos resultados três categorias empíricas: Percepção dos Enfermeiros da Aten=
ção
Primária à Saúde sobre Gestão de Recursos Materiais; Realizando a Gestão de
Recursos Materiais na Atenção Primária à Saúde; As Potencialidades e Desafi=
os
da Gestão de Recursos Materiais na Atenção Primária à Saúde (Quadro 1).
Quadro 1-<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;line-height:150%;font-family:"Times New Roman",se=
rif'>
Síntese das categorias e núcleos de sentido. Juiz de Fora, MG, Brasil, 2017=
Categorias |
Núcleos de sentido<= o:p> |
Falas dos enfermeir=
os |
Percepção dos
Enfermeiros da APS sobre GRM |
Previsão e
provisão de materiais visando redução de custo |
Pela minha experiência [...],
administrar esses recursos seria criar uma metodologia, de saber quanto g=
asta
por mês e quanto pede, questão de validade e não ter perdas. (E8) |
Controle de materiais |
É controlar a quantidade que vo=
cê
tem de necessidade para distribuir para a população e ao mesmo tempo,
controlar a perda e desperdícios. (E2) |
|
Organização dos recursos materiais |
Eu entendo que é um recurso que=
a
gente tem para tentar organizar as demandas, em cima daquilo que a gente
solicita, para que não haja desperdício nem falta de materiais. |
|
Gestão de recursos materiais como processo |
É planejar de acordo com suas
necessidades e estar acompanhando o uso e avaliando a saída. Estar atento=
a
validade e conservação de cada produto. A gente não participa da parte de
aquisição de materiais, o que representa um problema. Só fazemos a
solicitação para a secretaria de saúde. (E10) |
|
Realizando a GRM na=
APS |
Previsão dos recursos materiais |
A gente olha o que tem no estoq=
ue e
pede o complemento. (E2) Então a gente solicita material=
uma
vez por mês. É, mais pelo conhecimento do dia a dia mesmo, da gente saber=
o
que sai mais e o que não sai [...]. Faço isso mais pelas experiências do =
dia
a dia mesmo. (E1) Eu tenho que prever material pa=
ra
40 dias. (E4) A gente não pede com estoque, p=
ede
o que gasta em uma média de até 60 dias. (E8) Sempre colocamos o quantitativo=
de
20% em cima do que é pedido, mas tem coisas que eu confesso para você, eu
jogo para cima. (E5) |
Controle de estoque |
Então o controle de estoque é m=
uito
importante, então a economia que representa você controlar e usar
adequadamente faz uma diferença. (E2) Então a gente, equipe de
enfermagem, criou uma planilha de saída de insumos, de cada material a ge=
nte
vai registrando, data da saída e a quantidade que a gente tirou [...].
Centralizar mais esse almoxarifado, facilita o controle. (E3) Eu utilizo planilhas que eu ten=
ho.
Eu mesma que criei. (E4) [...] comecei a ter problemas de
sumiço de alguns materiais [...]. Eu que recebo e faço o armazenamento de
todo material e a dispensação. A chave fica comigo e eu tenho um controle
maior do que entra e sai. (E13) |
|
Potencialidades e
Desafios da GRM na APS |
Potencialidades |
O que facilita é ter uma equipe=
que
ajuda nesse controle, consciente do devido uso dos materiais e sua
finalidade. (E10)=
Quem está utilizando fica atent=
o,
zerou ou estoque está baixo, já comunica comigo para tomar providências. =
(E8) Hoje em dia nos comunicamos mai=
s.
Nós não tínhamos tempo de pegar o telefone e ligar para 62 unidades e
perguntar se alguém está precisando de algo que a minha unidade está em
excesso. No whatsapp não, uma mensagem você f=
ala
com todos inseridos. (E4) Organização do setor, se o seto=
r estiver
bem organizado, identificado, eu consigo localizar melhor. (E3) Essa planilha auxilia bastante,
porque com ela a gente tem o controle do estoque. (E7) [...] o que facilita é o
planejamento. (E5) Favorece o fato de ser uma unid=
ade
de residência. (E11)<=
span
style=3D'font-size:12.0pt;font-family:"Times New Roman",serif;color:windo=
wtext;
mso-ansi-language:PT-BR'> |
Desafios |
[...] falta de tempo, o supervi=
sor
tem muita coisa para fazer, ele não é exclusivo só para isso. (E6) [...] dificulta muito é a
continuidade do abastecimento dos materiais, porque faltar material
interrompe o procedimento. (E10) A gente não tem um local para
armazenar os insumos, isso dificulta [...]. Na hora de contar tem que tirar tudo para saber o
que tem. (E12) |
Fonte: Os autores.
DISCUSSÃO
Percepção dos enfermeiros sobre gestão de recursos
materiais
A
GRM é apresentada como um método racional e científico, capaz de nortear os
processos de trabalho. Permite a solução de problemas e dificuldades
administrativas, mediante a organização da unidade; aplicação de programas,
controle de fluxo e assistência e utilização de recursos de forma sistemati=
zada(10).
A
GRM foi entendida de maneira diversificada. Alguns enfermeiros descreveram-=
na
como etapa de previsão e provisão; uns citaram o controle, e outros a
organização e gestão desses recursos como processo. A previsão foi consider=
ada
o cerne desta atividade. Por meio dela os enfermeiros realizavam a estimati=
va
do quantitativo de materiais necessário para determinado período, requisita=
ndo
o essencial para que não houvesse falta nem acúmulo. Os enfermeiros
demonstraram a preocupação com o uso adequado do dinheiro público e o não
desperdício de materiais que acarretaria no aumento de gastos(10).
A
GRM está inserida nas
competências e responsabilidades do trabalho do enfermeiro(11). =
É o
profissional que possui no currículo conteúdos de administração e
gerenciamento, que o capacita para desempenhar a GRM. As diretrizes curriculares nacionais incluem a competência
administração/gerenciamento como requisito para a formação de todos os prof=
issionais
de saúde(12). Porém, evidências questionam sobre a lacuna de
conhecimento específicos sobre os custos em saúde na formação do enfermeiro=
(13).
Acredita-se ser essa temática fundamental na formação do enfermeiro(14=
),
mantendo-a posteriormente por meio de educação permanente.
Para
o funcionamento dos serviços de saúde se faz necessário o estoque de materi=
ais,
entretanto, a ausência de controle deste eleva o custo dos serviços prestad=
os(14).
O cálculo adequado da previsão de materiais permite uma melhor acomodação d=
os
estoques, reduzindo o comprometimento de recursos, viabilizando a continuid=
ade
da assistência prestada nos serviços de saúde(13).
Grandes estoques ocasionam perdas
comprometendo as verbas disponibilizadas para o setor(3,13). Amb=
as
situações puderam ser verificadas na prática de enfermeiros da APS.
O
enfermeiro possui entre suas responsabilidades a contenção de gastos(1=
1,14-15),
realizada por meio de uma efetiva supervisão e controle do emprego dos
materiais de consumo e permanentes.
O
controle dos recursos materiais produz informações necessárias para previsã=
o,
reduz o extravio e contribui para o uso racional dos insumos(16)=
. Os
enfermeiros entenderam que GRM é controlar os insumos e, que a ausência des=
ta
função sobre os recursos materiais pode desencadear desperdícios e aumento =
de
custos.
A
organização foi mencionada como fundamental para GRM, propiciando melhor
funcionamento da unidade e da prestação da assistência. A organização é uma
atividade complexa, que envolve pessoas, tecnologias, materiais e recursos
necessários para o alcance dos objetivos institucionais. Tal prática na GRM
gera melhor acessibilidade aos insumos, fácil alcance, manejo do quantitati=
vo e
controle de validade(3). Apesar dos esforços dos supervisores,
percebeu-se a dificuldade de realizar plenamente a organização dos materiai=
s.
A
GRM foi entendida também como um processo. Foram mencionadas algumas etapas=
da
GRM, como planejamento, previsão, compra e armazenamento. A atuação do
enfermeiro supervisor de UBS não tem sido contemplada na etapa de aquisição=
dos
materiais, comprometendo o atendimento de requisitos técnicos e qualidade
desejada dos mesmos para assistência segura.
Destaca-se a importância da
realização de avaliação dos materiais por meio de parecer técnico a fim de
garantir a qualidade dos materiais empregados na assistência e contribuir p=
ara
o controle dos custos(7). O enfermeiro é apto a participar dos
processos de compra de materiais, por ser o profissional que administra
justificando a necessidade de sua integração nesse processo(10).=
Portanto,
cabe aos enfermeiros se organizarem e se capacitarem para aprimorar a GRM na
APS.
Realizando a gestão recursos materiais na Atenção
Primária à Saúde
A
percepção da GRM pelos enfermeiros contemplava duas etapas: previsão e cont=
role
de estoque.
A
previsão e o controle de estoque baseavam-se no perfil de consumo/tempo(15).
A realização da avaliação da integridade e validade e a contagem dos produt=
os
do estoque tinham como objetivo quantificar insumos necessários para o próx=
imo
período.
O
pedido de materiais era feito mensalmente, utilizando-se de planilha impres=
sa
ou virtual encaminhada ao nível central. A reposição dos insumos era de 30
dias, período adequado para o atendimento das unidades e capacidade de arma=
zenamento
dos insumos. Isso contribui para diminuição de investimentos em estoque e
custos com manutenção(15).
A
contagem de estoque foi citada como ponto de partida para a realização do n=
ovo
pedido de materiais. A solicitação de materiais não era realizada de maneira
uniforme nas unidades, com períodos de 30 até 60 dias. Os pedidos eram base=
ados
em conhecimento dos enfermeiros relativos aos gastos de materiais da unidad=
e ou
por meio do cálculo parametrizado orientado pelo nível central.
A
parametrização foi definida pelo nível central a partir do ano de 2015. O
cálculo consistia em subtrair da CM o estoque existente (EE), gerando a sol=
icitação
para o próximo mês.
Verificou-se a não inclusão do estoque de segurança, podendo ocasionar insuficiência de recursos materiais necessários ao funcionamento da unidade(4). <= o:p>
As
variações na realização da previsão dos recursos materiais podem gerar acúm=
ulo
de insumos nas unidades. Estratégia justificada para garantir o suprimento =
em
períodos de falta. A insegurança quanto a entrega dos insumos e a
imprevisibilidade da demanda influenciavam na tomada de decisão. Outros
problemas comumente enfrentados incluíam: a interrupção do envio de insumos=
às
UBS por falta no estoque central, problemas de infraestrutura e na compra d=
e produtos,
dentre outros.
O
estudo do comportamento da demanda permite a criação de modelos para previs=
ão,
favorecendo a utilização de um modelo matemático apropriado ao perfil das
unidades, além de facilitar o dimensionamento do estoque suplementar(1=
7).
Portanto, cabe ao nível central avaliar e adequar a proposta de previsão.
Recomenda-se considerar as particularidades de cada UBS e os determinantes
sociais na programação e planejamento da assistência em saúde(12).
O
controle de estoque foi citado como fundamental para a GRM, pois gerava
informações que orientavam a necessidade do novo pedido ou compra do próximo
mês, favorecendo a continuidade da assistência e a redução dos custos quando
realizado adequadamente.
Para
facilitar o acompanhamento do consumo de materiais e a previsão de insumos,=
os
enfermeiros criaram planilhas específicas não padronizadas para registrar a
entrada e saída de materiais. Contudo, verificou-se a necessidade de
padronização destas e do número de dias para reposição.
As
estratégias de tecnologias da informação nos serviços de saúde são necessár=
ias
para otimizar o desempenho organizacional, quando focam apenas os processos
administrativos para fins de cobrança e controle repercutindo negativamente=
na
qualidade dos serviços prestados(18).
A
falta de informatização nas unidades dificultava a manutenção do controle do
estoque. Os registros de entrada e saída eram realizados manualmente, sendo
necessário ao final de 30 dias recontar todo o estoque. O controle obtido p=
elo
uso do sistema informatizado, adaptado às necessidades da instituição de sa=
úde
auxilia efetivamente nos processos logísticos, permitindo maior organização,
controle revertido em melhoria para o serviço, profissionais e pacientes
Outro
aspecto considerado no controle dos materiais era a precariedade das
instalações das UBS, levando a uma improvisação dos locais de armazenamento=
dos
insumos, dificultando o acompanhamento das fichas de prateleiras.
É
necessário que haja um almoxarifado nas unidades de saúde para a guarda dos
materiais, garantindo a integridade dos insumos e gerenciamento de entrada e
saída(19). cabendo ao supervisor comunicar a gestão da APS sobre=
a
inadequação desse local de guarda, para definirem a melhor estratégia e
solucionar o problema.
Os
enfermeiros relataram experiências de desaparecimento e uso indevido de mat=
eriais.
Afim de solucionar estes problemas, alguns profissionais limitaram o acesso=
de
pessoas ao almoxarifado. Porém essa decisão pode comprometer o desenvolvime=
nto
das atividades da equipe de saúde.
Verificou-se
a importância de fazer uma administração participativa, pois estimula o com=
promisso,
responsabilidade do uso e controle consciente dos materiais. Assim, a GRM d=
eixa
de ser apenas uma preocupação quantitativa para incorporar dimensões como a
imprevisibilidade da demanda, estrutura física e recursos humanos, exigindo
conhecimento e reavaliação constante desses processos(5).
As
potencialidades e desafios da gestão recursos materiais na atenção primária à
saúde
As
ações cotidianas do enfermeiro são influenciadas pelas várias característic=
as
intrínsecas e extrínsecas do sistema de saúde, dentre as quais citam-se a d=
isponibilidade,
as limitações e a qualidade dos materiais e instrumentos disponíveis nos
serviços de saúde(20). Ressalta-se a importância da capacitação =
dos
profissionais para a realização da GRM.
Vários
aspectos foram pontuados que favoreciam a realização da GRM em suas unidade=
s,
dentre eles o trabalho em equipe. O bom relacionamento interpessoal na equi=
pe
contribui para um atendimento integral aos usuários, a compreensão de todo o
processo de trabalho e a divisão de tarefas. A GRM não é função exclusiva do
supervisor da unidade, mas uma atividade compartilhada, e sua eficácia depe=
nde
da colaboração de toda equipe.
Outro
aspecto considerado essencial para a GRM foi a comunicação efetiva entre os
colegas de trabalho, que dividem informações pertinentes ao processo de
controle de estoque e consumo. A comunicação nos serviços é reflexo da
necessidade das trocas de informações, criando interdependência e parceria<=
sup>(21).
A comunicação entre =
os
supervisores e equipe gestora da APS tem sido realizada por meio digital, a=
fim
de diminuir o tempo-resposta sobre solicitações de materiais. O
uso das redes sociais nos serviços de saúde ampliou a interação, através de
grupos abertos ou fechados, facilitando a troca de informações e experiênci=
as(22).
Os enfermeiros supervisores utilizavam desta ferramenta trocando informações
para diminuir o desperdício, perda de material, quando necessitavam de algum
recurso inexistente ou insuficiente na UBS que atuavam. Verificou-se o empe=
nho
dos enfermeiros de liderar e reunir esforços na busca de parcerias e recurs=
os
aumentando a abrangência e o grau de resolução.
O
número suficiente de profissionais atuantes nas UBS foi indicado como um fa=
tor
contribuinte para a operacionalização da GRM, assim como a presença de
estagiários e residentes(23).
Os
recursos humanos são o cerne da capacidade produtiva, eles representam a ma=
ior
parte dos investimentos disponibilizados ao atendimento da população(2=
4). No
entanto, quando estes recursos se encontram deficitários nas UBS a organiza=
ção
do trabalho é prejudicada e atividades são negligenciadas, gerando frustraç=
ão
nos profissionais, que não alcançam a qualidade de atendimento que gostaria=
m.
Dentre
os desafios da GRM, foi apontada a grande demanda de atividades por assumir=
em a
atribuição de supervisor da unidade associada à função de enfermeiro da equ=
ipe,
ocasionando sobrecarga de trabalho(5).
Outra
questão foi a existência da interrupção no fornecimento de materiais para as
UBS. A equipe de enfermagem tem vivenciado dificuldades diante das necessid=
ades
dos usuários e da exigência de produtividade da gestão. Essa situação expõe=
a
unidade e equipe. O supervisor deve refletir com a equipe e gestão da APS s=
obre
as causas dessa insuficiência e os limites impostos ao desenvolvimento das
atividades profissionais.
A
estrutura física foi apontada como fator de forte influência sobre a GRM, p=
ois
a existência de local específico para a guarda de materiais facilita o cont=
role
de estoque e garante a preservação da integridade dos produtos. Entretanto,
quando esta não é adequada, o armazenamento e controle dos materiais sofrem
prejuízos(3).
Para
a superação dos desafios, foi ressaltado a importância da educação permanen=
te,
a fim de realizar a GRM de forma correta e eficiente. A educação permanente=
vem
sendo proposta pelo SUS como uma importante ferramenta para a resolução de
problemas no processo de trabalho das equipes(25).
Portanto,
é imprescindível que enfermeiros e gestão repensem condutas da GRM, pois
influenciará na melhoria da distribuição dos investimentos, na utilização
eficiente e eficaz dos recursos financeiros e materiais nos serviços públic=
os.
CONSIDERAÇÕES FINAIS =
Os
enfermeiros compreenderam a GRM de forma diversificada, mencionando etapas
isoladas de previsão e provisão; controle, organização e gestão dos recursos
materiais; sendo realizadas de forma incompleta. Foi identificada preocupaç=
ão
com o controle dos custos e uso racional dos recursos. Entretanto, os
enfermeiros não participavam da avaliação da qualidade e aquisição dos recu=
rsos
materiais. Negligenciar alguma das etapas prejudica a GRM, gera maiores cus=
tos,
na compra de materiais que as vezes não atenderá as necessidades das UBS.
Como fatores desafiadores relacionaram=
a
estrutura física das unidades, o intervalo entre a solicitação e a entrega =
dos
materiais, a não adoção do estoque de segurança na parametrização proposta =
pela
gestão, a escassez de tempo para a realização da GRM diante da sobrecarga de
trabalho. A falta de padronização da solicitação e controle dos estoques
conduziu os enfermeiros a realizarem a GRM de forma empírica, individual e
particularizada. Apesar dos fatores desfavoráveis os enfermeiros vêm aprese=
ntando
e desenvolvendo estratégias pontuais, construindo instrumentos que os auxiliam na previsão dos materiais, evitando o =
desabastecimento
das UBS e a desassistência ao cidadão.
A integração da equipe multidisciplina=
r e
a comunicação entre os supervisores por meio de redes sociais foram fatores
potencializadores para a GRM na APS.
Sugere-se
investimentos na educação permanente dos supervisores para melhoria da GRM,=
a
inclusão do enfermeiro nas etapas de avaliação da qualidade e aquisição de
materiais, a elaboração de planilhas de control=
e de
insumos, parametrização que contemple a fórmula de cálculo de materi=
ais
e as diversidades das UBS. Há necessidade de um sistema informatizado que
integre as unidades e facilite o controle interno, pois contribuirá para o
acompanhamento fidedigno e atual do estoque, diminuindo o tempo dispensado na contagem dos materiais.
Como limitações desta investigação
aponta-se o desenho qualitativo que explora as percepções dos participantes=
e
as particularidades do contexto no qual estão inseridos. Entretanto,
acredita-se que este estudo contribui para alavancar a discussão sobre a GR=
M na
APS.
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Autor correspondente
Meirieli=
Faza
Franco. Rua dos Canários, nº 80, Caeté, Juiz de Fora – Minas Gerais (MG). C=
EP:
36102-000. (32)99840-4441. meiri_faza@hotmail.com.
Submissão: 2021-08-25
Aprovado: 2021-09-07
[1]Enfermeira, residente em intensivism= o, urgência e emergência do Programa Multiprofissional em Saúde do Hospital Maternidade Therezinha de Jesus da Faculdade de Ciências Médicas de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais (MG), Brasil. (32)99174-2838, jessicafelixs@gmail.com. ORCID: = https://orcid.org/0000-0003-2444-264X
[2] Doutora em Saúde Coletiva, Docente do Departamento de Enfermagem Básica da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Jui= z de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais (MG), Brasil. ORCID: https://orcid.org//0000-0002-3345-0601
[3]Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Campinas, docente Adjunta da Faculdade de Enfermagem e docente permanente do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais (MG), Brasil. ORCID: https://orcid.org//0000-0003= -2338-3043
[4] Mestre em enfermagem, Docente do= Departamento= de Enfermagem Básica da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais (MG), Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-= 6254-114X
[5] Doutora em enfermagem, Docente d= o Departamento= de Enfermagem Básica da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais (MG), Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-= 9714-2854
[6] Enfermeira, Mestranda do Program= a de Pós-Graduação em enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, Minas Gerais (MG), Brasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-= 5041-4787
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