MIME-Version: 1.0 Content-Type: multipart/related; boundary="----=_NextPart_01D7B959.A55380E0" Este documento é uma Página da Web de Arquivo Único, também conhecido como Arquivo Web. Se você estiver lendo essa mensagem, o seu navegador ou editor não oferece suporte ao Arquivo Web. Baixe um navegador que ofereça suporte ao Arquivo Web. ------=_NextPart_01D7B959.A55380E0 Content-Location: file:///C:/AA7559EC/Editorial1-10-21PTHTML.htm Content-Transfer-Encoding: quoted-printable Content-Type: text/html; charset="us-ascii"
IMPLICAÇÕES
DO PROLONGAMENTO DO PERÍODO DE JEJUM PERIOPERATÓRIO
IMPLICATIONS OF EXTENDING THE
PERIOPERATIVE FASTING PERIOD
Isis
Rocha Bezerra[1]
* Aline Oliveira da Costa e Silva[2]
* Aryane da Silva Pires[3]
Carlos Eduardo Peres Sampaio[4]
O
jejum perioperatório é uma prática adotada para evitar=
a broncoaspiração do conteúdo
gástrico ingerido.1 Contudo um jejum prolongado acarreta =
na
demora da recuperação pós-operatória, resposta
metabólica debilitada, aumento da ansiedade e sensações
intensas de sede e fome, que levam à desidratação e
fraqueza.1,2,3 Assim, estas consequências aumentam o tempo=
de
recuperação ao trauma cirúrgico e diminuem a capacidade
fisiológica normal de responder a ele.
Uma das
consequências do prolongamento do período de jejum
perioperatório prolongado, é a resistência
insulínica nos primeiros dias após a cirurgia, provocada pela
diminuição dos níveis de insulina, seguida do aumento =
de
glucagon, ativando a glicogenólise; juntamente devido à baixa
disponibilidade de insulina e à consequente má
absorção de glicose.1,3,4 Quando o período =
de
jejum estende-se excessivamente, chegando perto de 24 horas, o organismo at=
iva
o processo de gliconeogênese.3 Assim, o estado
metabólico de resistência pode durar até três sem=
anas
após a realização do procedimento cirúrgico
contribuindo para o aumento da probabilidade de ocorrência de
complicações e infecções pós-cirú=
rgicas,
bem como da taxa de mortalidade. Ademais, a resistência insulí=
nica
associada à uma ingestão menor de carboidratos também
acarreta em um processo de cicatrização mais demorado. 1=
A sede
intensa é outro sintoma desagradável ao paciente, tanto
emocionalmente quanto fisiologicamente, este desconforto muitas vezes &eacu=
te;
até mais intenso que a dor e a fome sentidas.2,3 Alguns
traços da sede intensa são a boca, lábios, garganta se=
cas,
saliva e língua grossa, sensação e gosto ruim na boca e
necessidade de ingestão de líquidos.3 Quando a sede
não é saciada contribui para o aumento da ansiedade, desesper=
o e
irritabilidade, bem como pode culminar em quadros de desidrataç&atil=
de;o
e fraqueza. Ainda mais, a sede é um dado subjetivo, sem
mensuração palpável, o que leva à sua desvalori=
zação2
Outra
implicação de relevância para o prolongamento do jejum
perioperatório é o aumento do estresse fisiológico. A
resposta do organismo à um evento estressor consiste na cascata de
eventos desencadeada pela ação de estímulos no
hipotálamo e então no sistema nervoso simpático e medu=
la supra-renal para ativar a liberação de
substâncias responsáveis por desencadear outras cadeias de eve=
ntos
com o intuito de manter o equilíbrio do organismo. Porém quan=
do
esses estímulos estão presentes em grandes quantidades, levam
à uma resposta intensa e por tempo prolongado fazendo com que a resp=
osta
ao estresse fisiológico seja excessiva.5
Os
manuscritos utilizados para a construção deste estudo apontam que o prolongamento do período de jej=
um
perioperatório é uma prática comum em algumas institui=
ções,
independente de circunstâncias clínicas e que este per&=
iacute;odo não segue o tempo recomendado pelos protocolo=
s (3).
Sendo prejudicial ao paciente, pelo desconforto psicológico e
fisiológico ocasionado pela sede intensa; assim como pelo dano ao
metabolismo. Pesquisas evidenciam as complicações do jejum
estendido para o paciente, logo, se faz necessário o questionamento =
da
utilização deste período de forma generalizada, sem
avaliação individual das variáveis clínicas do
paciente.2,3
Ainda,
é necessário que a aplicação do jejum
perioperatório segundo métodos tradicionais inflexíveis
seja revista, visto que já existem protocolos como o ACERTO, que bus=
ca
uma rápida recuperação geral do paciente após o
procedimento cirúrgico, bem como outras diretrizes à exemplo a
American Society of Anaesthesiologists-ASA (Soc=
iedade
Americana de Anestesiologistas), Guideline - NN=
CG e Association of Anaesthetists of Great Britain and Ireland=
- AAGBI
(Associação de Anestesistas da Grã-Bretanha e Irlanda)=
que
baseiam-se no programa já existente Enhanced
Recovery After Surgery- ERAS
(Recuperação Aprimorada Após a Cirurgia). Esses protoc=
olos
têm em comum o incentivo à abreviação do
período de jejum por meio da ingestão de líquidos clar=
os,
como água, café, sucos sem polpa, chá, bebidas carbona=
tadas
e bebidas ricas em carboidratos até duas horas antes da cirurgia. Bem
como, quatro horas para leite materno, seis horas para
alimentação leve e não gordurosa e oito horas para
alimentos gordurosos e sólidos.1,2
A
revisão da utilização do período de jejum
perioperatório tradicional, também deve ser pelo fato dos
pacientes se manterem em jejum um tempo muito maior que o estabelecido devi=
do
à possíveis atrasos nas cirurgias, cancelamento das mesmas,
transferências de horário e realização dos
procedimentos, realização preferencial de cirurgias de
emergência e demora da chegada da alimentação do pacien=
te.1
Assim
a enfermagem se faz
extremamente relevante nesse momento, pois é necessário
acolhimento psicológico, assistência individualizada, a fim de
evitar um jejum prolongado, bem como, a oferta de cuidados para os sintomas
advindos do período perioperatório.1
REFERÊNCIAS
(1)
Sampaio CEP, de Carvalho ACR, Nassar PRB, de Souza MR. Percepç&atild=
e;o
de enfermeiros quanto ao período de jejum pré-operatór=
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ion/341832809_Percepcao_de_enfermeiros_quanto_ao_periodo_de_jejum_pre-opera=
torio_Perception_of_nurses_about_preoperative_fasting
(2)
da Silva LCJR, Aroni P, Fonseca LF. Tenho sede!
Vivência do paciente cirúrgico no período
perioperatório. Rev. SOBECC
[Internet]. 2016 [cited 2021]:75-81. DOI 10.5327/Z1414-4425201600020003.
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(3)
Pierotti I, Nakaya =
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Garcia AKA, Nascimento LA, Conchon MF, Fonseca =
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co. Rev. baiana enferm.
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6502018000100364&lng=3Dpt.
(4) Mar=
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versus complicações. Rev Bras Enfe=
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(5) Lud=
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po de
jejum pré-operatório e alimentação precoce no
pós-operatório são seguros? ABCD. <=
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lable
from: http://www.scielo.br/pdf/abcd/v26n1/12.pdf
[2] Acadêm=
ica do
sétimo período de Enfermagem na Universidade do Estado do Rio=
de
Janeiro; bolsista de Iniciação Científica do projeto:
Percepção dos acompanhantes das crianças quanto &agrav=
e;s
orientações de enfermagem perioperatórias;
voluntária do projeto de extensão. Assistência de enfer=
magem
no transoperatório ao acompanhante da criança em
situação cirúrgica
[3] Enfermeira.
Doutora em Enfermagem. Docente da Faculdade de Enfermagem da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Departamento de Enfermagem Médico-Cir&uacu=
te;rgica
[4] Enfermeiro. =
Doutor
em Bioquímica. Professor Associado da Faculdade de Enfermagem da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Departamento de Enfermagem
Médico-Cirúrgica
&n= bsp;  = ; &n= bsp;  = ; &n= bsp;  = ; &n= bsp;  = ;