RASTREAMENTO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
PERSPECTIVA DOS ENFERMEIROS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.31011/reaid-2024-v.98-n.4-art.2356Palavras-chave:
Detecção Precoce de Câncer, Educação em Saúde, Enfermagem, Neoplasias do Colo UterinoResumo
Introdução: O câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais comum entre mulheres no Brasil. Esse tipo de câncer está fortemente associado à infecção crônica pelos subtipos cancerígenos do Papilomavírus Humano (HPV), sendo o HPV-16 e o HPV-18 responsáveis por cerca de 70% dos casos. A detecção precoce da doença é crucial para reduzir sua gravidade e, nesse sentido, a Atenção Primária à Saúde desempenha um papel fundamental com destaque para os enfermeiros. Objetivo: Compreender a prática da enfermagem no rastreamento do câncer de colo de útero na Atenção Primária à Saúde, no Município de Itaguaí no Estado do Rio de Janeiro. Método: Participaram do estudo 17 enfermeiros atuantes no município, responsáveis pela coleta de esfregaço cérvico-vaginal. Os dados foram coletados através de questionário de perfil sociodemográfico e entrevistas semiestruturadas. Resultados: O estudo evidenciou a importância do papel dos enfermeiros na captação de mulheres para o rastreamento do câncer de colo uterino, na realização da consulta de enfermagem ginecológica e no acompanhamento das pacientes com exames alterados. No entanto, os desafios enfrentados pelos profissionais, como a falta de estrutura adequada e a insuficiência de recursos humanos, limitam a qualidade do serviço prestado. Conclusão: Investir na capacitação dos enfermeiros responsáveis pela realização do rastreamento do câncer de colo uterino, na melhoria da infraestrutura das unidades de saúde e na ampliação da equipe de profissionais é fundamental para aprimorar o cuidado com as mulheres e contribuir para o diagnóstico precoce do câncer do colo do útero.
Downloads
Referências
Instituto Nacional de Câncer (BR). Controle do câncer do colo do útero: dados e números [Internet]. Brasília, DF: INCA; 2022. [citado 2022 Dez 14]. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/dados-e-numeros/incidencia.
Organização Pan-Americana da Saúde. HPV e câncer do colo do útero [Internet]. Brasília, DF: OPAS; [citado 2023 Mar 6]. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/hpv-e-cancer-do-colo-do-utero.
Momenimovahed Z, Salehiniya H. Incidence, mortality and risk factors of cervical cancer in the world. Biomed Res Ther. 2017 Dez 8;4(12):1795-811.
Melo SCCS, Carvalho JA, Lima MTS, Souza RM, Albuquerque LC. Alterações citopatológicas e fatores de risco para a ocorrência do câncer de colo uterino. Rev Gaúcha Enferm. 2009;30(4):602-8.
Fontham ETH, Wolf AMD, Church TR, Etzioni R, Flowers CR, Herzig A, et al. Cervical cancer screening for individuals at average risk: 2020 guideline update from the American Cancer Society. CA Cancer J Clin. 2020 Set;70(5):321-46.
American Cancer Society. Signs and Symptoms of Cervical Cancer [Internet]. Atlanta: American Cancer Society; [citado 2023 Mar 6]. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/cervical-cancer/detection-diagnosis-staging/signs-symptoms.html.
Ezzelarab S, El-Husseiny A, Nasreldin M, Ali R, Nabhan A, Early Cervical Cancer Detection Consortium. Triagem para câncer do colo do útero por citologia e a carga de anormalidades epiteliais em ambientes com poucos recursos: um estudo de 42 anos em centro terciário. BMC Womens Health [Internet]. 2024 [citado 2024 Ago 5];24(405). Disponível em: https://bmcwomenshealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12905-022-01585-5.
Lopes LS, Alves LS, Silva LL. Atuação do enfermeiro na prevenção e detecção precoce do câncer uterino na atenção primária: uma revisão de escopo. Res Soc Dev. 2022 Dez 6;11(16):2-9.
Carneiro CPF, Pereira VAS, Ferreira VS. O papel do enfermeiro frente ao câncer de colo uterino. Rev Eletr Acervo Saúde [Internet]. 24 out. 2019;(35).
Petersen Z, Jaca A, Ginindza TG, Maseko G, Takatshana S, Ndlovu P, et al. Barriers to uptake of cervical cancer screening services in low-and-middle-income countries: a systematic review. BMC Womens Health. 2022;22:486.
Ribeiro CM, Silva GA. Avaliação da produção de procedimentos da linha de cuidado do câncer do colo do útero no Sistema Único de Saúde do Brasil em 2015. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27(1).
Silva MCN, Machado MH. Sistema de saúde e trabalho: desafios para a enfermagem no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2020;25(1):7-13. DOI: 10.1590/1413-81232020251.27572019. Disponível em: https://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/sistema-de-saude-e-trabalho-desafios-para-a-enfermagem-no-brasil/17412.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama de Itaguaí [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2022. [citado 2023 Jan 22]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/itaguai/panorama.
Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011.
Medeiros ATN, Ribeiro JF, Santos LCC, Lima RJO, Sousa FTG, Lima RA. Ações do enfermeiro frente à prevenção do câncer de colo uterino na Atenção Básica. Res Soc Dev. 2021 Ago. 12;10(10).
Silva AB, Santos MG, Oliveira MV, Costa CR, Rocha EM, Pires L. Prevenção do câncer cervicouterino: uma ação realizada pelos enfermeiros da estratégia saúde da família? Rev Ciênc Plural. 2017;3(2):99-114.
Melo MCS, Oliveira MR, Cardoso BG, Costa MP, Fernandes APC, Rocha JF. O enfermeiro na prevenção do câncer do colo do útero: o cotidiano da atenção primária. Rev Bras Cancerol. 28 set. 2012;58(3):389-98.
Ministério da Saúde (BR). Detecção precoce do câncer. Rio de Janeiro: INCA; 2021.
Hamester L, Micheletti VCD. Cobertura do exame citopatológico em uma unidade de estratégia saúde da família. Enferm Foco. 7 fev. 2016;7(3/4):27-30.
Costa FKM, Souza LCA, Pereira IT, Sousa TGF. Os desafios do enfermeiro perante a prevenção do câncer do colo do útero. Rev Gest Saúde. 2017;17(1):55-62.
Côrtes B, Rocha AL, Fernandes MM, Gonçalves VA. Educação em saúde para a prevenção do câncer cérvico-uterino. Rev Bras Educ Med. mar. 2012;36(1 Suppl 1):149-54.
Catafesta G, Santos MG, Pinto VG. Consulta de enfermagem ginecológica na estratégia saúde da família. Arq Ciênc Saúde. 2015;22(1):85-90.
Rocha MGL, Souza SP, Alves RF. Acolhimento na consulta ginecológica de enfermagem: percepções de mulheres da Estratégia Saúde da Família. Rev Rene (Online). 16 ago. 2018;19.
Freitas AS, Silveira EFS, Azevedo FHCC. Câncer de colo do útero e os cuidados de enfermagem. Res Soc Dev. 13 out. 2021;10(13):1-9.
Oliveira RL, Lima LAS, Ramos LGA. Assistência do enfermeiro na educação em saúde, no câncer de colo do útero. Res Soc Dev. 28 mar. 2021;10(4).
Meneghel SN, Andrade DNP, Hesler LZ. Conversas invisíveis: assuntos falados, mas não ouvidos em consultas ginecológicas. Ciênc Saúde Colet. 25 jan. 2021;26(1):275-84.
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2004.
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes nacionais para a atenção à saúde da mulher. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2011.
Medeiros Junior ELC, Pereira RDL, Silva SRB, Carvalho MML. Sistema de regulação da saúde do SUS. Contribuciones a las Ciencias Sociales. 20 jul. 2023;16(7):6849-63.
Prendiville W, Sankaranarayanan R. Colposcopy and Treatment of Cervical Precancer. Lyon: International Agency for Research on Cancer; 2017.
Cancoço JS, Costa ICC, Santos AC, Vieira DM. Diagnóstico precoce do câncer do colo do útero na atenção básica: dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros. Rev InterScientia. 17 mar. 2022;8(1):30-44.
Arrivillaga M, Tovar V, Grillo M. Experiências críticas das mulheres com o Papanicolau para o desenvolvimento de dispositivos de triagem para câncer do colo do útero. Heliyon. 1 mar. 2023;9(3).
Ferraz ETR, Jesus MEF, Leite RNQ. Ações educativas: papel da(o) enfermeira(o) na prevenção do câncer do colo do útero. Braz J Dev. 2019;5(10):21083-93.
Nepomuceno CC, Soares DA, Sousa CS, Gurgel RA, Vilela APG. Autopreenchimento da ficha clínica no rastreamento do câncer de colo de útero: percepções da mulher. Rev Enferm Cent Oeste Min. 15 jul. 2015;0(0):1401-10.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.