O Processo de Implantação de um Serviço Residencial Terapêutico no município de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.31011/reaid-2021-v.95-n.35-art.1052Palavras-chave:
desinstitucionalização; serviço residencial terapêutico; rede de atenção psicossocial; processo de trabalho; autonomia.Resumo
Dentre os pontos de atenção que compõem a Rede de Atenção Psicossocial destacamos o Serviço Residencial Terapêutico utilizado como estratégia de desinstitucionalização para sujeitos egressos de longas internações psiquiátricas. Objetivo: Compreender o processo de implantação de um Serviço Residencial Terapêutico, no município de São Paulo, nas perspectivas de profissionais dos serviços de saúde de referência do território, bem como da gestão regional, envolvidos nesse processo. Metodologia: pesquisa descritiva e de abordagem qualitativa, realizada com nove sujeitos de quatro categorias profissionais distintas - atuantes no período do planejamento e implantação deste Serviço Residencial Terapêutico. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados pela técnica de análise temática. Resultados: Emergiram 3 categorias empíricas: processo de trabalho, desinstitucionalização e rede de atenção psicossocial. Conclusão: O Serviço Residencial Terapêutico é potente no que se refere à devolução do direito básico à uma vida digna, que permite o aparecimento da subjetividade do indivíduo no ambiente coletivo próprio, a troca de identidade, o aumento da autonomia e a ativação de desejos. A articulação e o fortalecimento da rede de cuidados são primordiais no processo de desinstitucionalização. A instituição total está presente na vida desses sujeitos e é necessário que o funcionamento manicomial não seja reproduzido mesmo fora dos muros do hospital.